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    Capítulo 1: Reboot

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    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Empty Re: Capítulo 1: Reboot

    Mensagem por Count Zero Seg 20 Mar - 3:19

    » JVJ-24601 «

    Ele/ela caminhava pela calçada, entrando no fluxo de vai e vem de pessoas que esbarravam constantemente nele/nela. Muito meatspace. Meatspace demais. Coisa que ela/ele não estava acostumada/acostumado. Percebeu que chamava bastante a atenção, principalmente dos engravatados – provavelmente por suas roupas.

    Contornando o grande hotel, notou um carro negro reluzente, onde um sujeito de cabelos compridos tingidos de amarelo, vermelho e azul estava no banco do motorista, encarando um celular barato, impaciente.

    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Cyberpunk_2077_cars_bikes_list_how_to_buy_car

    – É, parece que vão dar para trás – ele/ela o ouve o resmungar. – Porra! Vou ter que encontrar outra equipe para fazer isso!

    Ele joga o celular no banco do lado e dá a ignição, sumindo na próxima esquina da esquerda…

    Não foi difícil encontrar um bar. Haviam diversos deles abertos naquela hora e nada melhor do que seguir adolescentes que adoram chamar a atenção falando mais alto do que o necessário para achar um ponto desses.

    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Bar-stools-cyberpunk-bar-cyberpunk-city-neons-cybercity-background-opposite-colors_743201-690

    “The Burnt Brain Palour”.

    Não era muito grande, mas havia um movimento considerável e o nome era sugestivo para alguém com ele/ela. A música era alta, agitada, mas nada desagradável – ou seja, perigoso – parecia estar rolando. Ótimo para quem está querendo ficar na moita.


    Ela/ele escolhe uma mesa, ainda meio sem saber como proceder. Não demora muito e ele/ela nota o sujeito do carro negro, não muito longe, bebendo sozinho, parecendo puto e com jeito de que está fazendo algo que não deveria.

    – Boa noite. O que vai querer? – a garçonete pergunta, ao surgir silenciosa por trás dele/dela.

    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Aab991baea407c0e51a6577dfbc6b4ef
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    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Empty Re: Capítulo 1: Reboot

    Mensagem por GABC Ter 21 Mar - 10:07

    Lucy estava mais quieta do que o de costume ao Tanaka deixar a suíte e ficarem os três da equipe ali. Ela iria direto pro banheiro ‘dar um cagão’, mas Holy tomou a dianteira. Aliás, Lucy também estava quieta pensando no serviço e nas palavras de Holy e de Xafic, que reforçavam sua idéia: tava tudo bom demais pra ser verdade.

    A Solo estava afundada no sofá mega-confortável, digitando em seu Agent em busca de notícias sobre o corrido na Maiden, quando recebe e mensagem do tal Mastermind. Ela arqueia uma sobrancelha. Esse mundo tava mesmo cheio de gente tentando empacar a foda do outro, dar uma de espertinho, afinal, “todo dia saem de casa um malandro e um otário”.

    Lucy recorre à sua agenda no Agent e encontra o contato de um de seus Fixers, um número de um celular descartável. Ela passa uma mensagem mais ou menos assim:

    Código:
    “Coé, chum! Siliga... Tá esperto num tal de Mastermind? Só curiosidade mermo”

    Ela se ajeita na poltrona e então Holy anuncia sua ida ao banheiro. Lucy se levanta ainda meio tensa, mas não o suficiente para impedi-la de brincar com a Doc.

    - Pô, essa banheira deve estar gostosa, hein. Se tiver espaço é só chamar...

    Ela sorri meio forçosamente e caminha pra janela, fitando Night City lá embaixo. Tinha um dos braços no vidro, testa apoiada nele, e a outra mão na cintura. Não consegue para de pensar nas pessoas a quem devia uma despedida antes do suicídio nesse trabalho, e subitamente percebe que, se continuasse assim, realmente seria sua despedida. “Ah, que se foda...”, diz ao se afastar do vidro balançando a cabeça. Ela liga a TV, cutuca o frigobar, mexe nas suas próprias coisas... Iria passar o tempo ali de bobeira até Holy sair do banheiro.
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    Mensagem por Zireael Ter 21 Mar - 21:29

    Jean andava por entre os transeuntes de Night City. Estranhava as pessoas esbarrarem nela quando passavam. Elas pareciam simplesmente não se importar com mais uma pessoa na frente delas. Era um grande foda-se.

    “De fato, muito meatspace.” Ele pensava enquanto andava pelas ruas abarrotadas de gente que parecia se vestir de forma mais estranha que ela próprio.

    Desviava o olhar quando os engravatados o encaravam. Desviava de uma maneira discreta: fingia olhar algum outro ponto de luz neon, algum outro cromo bolado de um pedestre. Para Jean, tudo era muito interessante. Quer dizer, sabia como era a cidade, mas....

    Seus pensamentos foram cortados pela conversa de um carro em que o motorista de cabelos coloridos reclamava com um celular. Não deixou de sorrir por baixo do capacete enquanto via ele disparar para a próxima esquina.

    “Muitas possibilidades junto com muito meatspace.” Pensou de novo. E aquele pensamento a deixou animada. Não sabia o que esperar de Night City. Sabia o quão perigosa ela era e sabia quanta gente morava mal e se fodia só pra sobreviver. Mas porra, era realmente a cidade dos sonhos!

    Caminhando pelas ruas principais e virando os olhos para ruelas mal iluminadas, por pura curiosidade, Jean encontrou seu caminho até a entrada de um bar. Parou por um momento e olhou o letreiro mal acabado:

    - The Burnt Brain Palour.

    Disse em voz alta, pensativo, com sua voz abafada e que soava sintética. Seu sorriso se abriu mais ainda e aventurou-se a entrar no bar, onde a luz vermelha quase o cegou. A música alta era... Agradável? Sentiu vontade de dançar.

    Porém, segurou-se enquanto via a figura grande emburrada no balcão. Era o cara do carro! Que cidade imensa, mas que mundo pequeno!

    Parada na boate com o olhar fixo no motorista de cabelos coloridos, quase levou um susto quando ouviu a voz da mulher.

    - Hã? – virou o rosto rápido e ficou sem reação por um segundo. Entretanto, recuperou-se rápido.

    - Eu...Eu vou querer... O que você mais vende aqui.

    Falou tentando indicar convicção! Sim, convicção! Nessa cidade só ganha quem tem convicção!

    E com a mesma convicção, arriscou-se sentar ao lado do cabelo colorido.

    “Cabelo Colorido é um bom apelido? É, é um bom apelido!”

    Parado um tempo enquanto esperava sua bebida, arriscou perguntar:

    - Noite difícil?

    Jogou a pergunta ao Cabelo Colorido, tentando soar como local.



    (Gente, amei a música do bar!)
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    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Empty Re: Capítulo 1: Reboot

    Mensagem por Count Zero Sex 24 Mar - 5:54

    THREE OF A KIND


    Hô Ly sentia-se entorpecida naquela água quente. Toda a tensão do seu corpo tinha desaparecido. Não estava apenas limpa por fora, mas também por dentro. Havia um cheiro suave de gengibre na água que se misturava ao cheiro de pinho do banheiro limpo, deixando sua mente relaxada. Ela ouviu a brincadeirinha de Lucy, mas soava como algo longe, distante, como o eco de um vizinho no andar de baixo. Estava sentindo-se como uma rainha ali. Estava tendo o gostinho de como é a vida de um corp de sucesso. As palavras dela deixaram seus colegas cismados e ela sabia muito bem que a coisa era perigosa e estranha, mas naquele momento ela não queria saber de nada além da espuma em seu corpo.

    Lucy encarava a cidade lá embaixo, quieta e pensativa. “Tudo bom demais para ser verdade”. Alguma coisa parecia soar sórdida, perigosa ou os dois. Decidiu não cismar com a coisa toda e aproveitar o momento de sossego e mordomia. Ela ligou a televisão e decidiu ficar de boa enquanto a doutora se deliciava na banheira, quando a resposta do seu contato veio:

    “Esse cara realmente entrou em contato contigo? Mastermind é um pau no cu, sabe? O cara é muito bom no que faz, mas é insuportável. Tem uma coisa a mais, que precisa saber; ele só se mete em coisas do interesse dele. Coisas que envolve muita grana e muito perigo, normalmente. Ele recusa a maioria dos trabalhos; tipo uns 95%, sabe? Então preciso perguntar, Lucy: Em que porra você tá metida para ter chamado a atenção desse cara?”

    – Ae – Xafic disse de repente, se levantando – essa porra não tá com cara de que vai prestar. Se a gente for morrer nessa bosta, eu preciso acertar umas coisas com a minha galera.

    Ele se levantou, abrindo a porta.

    – Eu já volto, beleza? Coisa de uma hora, no máximo. Tem uma galera que eu preciso visitar antes da gente se jogar de cabeça nisso. Pode deixar que eu não vou falar mais do que eu devo.

    Nesse momento um dos Yaks retorna, abordando Xafic que já estava com um pé no corredor.

    – Tudo bem, meus caros? – o Yak perguntou. O inglês dele era muito melhor do que o de Tanaka.
    – Tá, ué – Xafic respondeu. – Por quê?
    – Por um momento tivemos uma pane nos sistemas do hotel, sabe? Câmeras congelaram, sistemas travaram e tudo mais. Tanaka pediu para que eu viesse verificar se tudo estava bem com vocês.


    JVJ-24601


    O sujeito olhou para ele/ela com uma expressão de “ok, quem caralhos é você e por que caralhos está falando comigo nesse caralho de lugar?”, mas logo em seguida ele parece se conformar, pegando o copo transparente com um líquido cor de turquesa.

    – É, noite de merda. Você não faz ideia – ele virou a dose toda de uma vez. – É foda depender de pessoas. É um saco, na verdade. É por isso que eu prefiro lidar com máquinas.

    Ele/ela reparou que de fato ele não parecia muito sociável, mas dizia coisas interessantes – ao menos para ele/ela.

    – Aqui está, senhor – a garçonete retorna com a bebida. Era um líquido transparente cor de bile. Pelo cheiro parecia forte e adocicado.
    – Ei, meu bem – o sujeito ao lado dele/dela chama a atenção da garçonete. – Vou querer algo mais forte, sim? Ainda tem aquela rasgadora de cus especial?

    – Sim, senhor. Ainda vendemos desta.

    – Ótimo. Me traga uma.


    Nesse momento ele pega o celular e verifica de novo se havia alguma mensagem. Nada. Ele suspira, em um estado intenso de decepção.

    – Então, chapa… É novo por aqui? – ele continua a conversa de repente. – Deve gostar do que o pessoal daqui gosta se escolheu esse bar, não?

    Ele guarda o celular no bolso interno da jaqueta. Ele/ela nota que há um coldre com uma arma mal escondida por baixo do couro. Nesse momento a palavra “chapa” parece funcionar como um gatilho para uma velha memória na mente dele/dela. Ele/ela lembra de um dos funcionários da corporação falando com raiva sobre alguém que tinha a mania de falar muito essa palavra. Era alguém que a corp odiava. Alguém que dava muito trabalho para eles – alguém que eles queriam matar.
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    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Empty Re: Capítulo 1: Reboot

    Mensagem por Zireael Dom 2 Abr - 21:48

    Jean ficou um tempo observando o líquido turquesa no copo transparente que o homem segurava. Seus olhos pareciam analisar quase tudo: o movimento, o líquido (o que seria aquilo, meu deus?), as palavras que ele usava. Debaixo de seu capacete, ele arqueou uma sobrancelha. Era... Curioso.

    - Hun? – ela pareceu captar, do nada, o que ele havia falado.

    - Ah, eu não confiaria em máquinas também. Tem sempre alguém por trás delas. Até aquela IA que você acha inofensiva.

    Disse sem pensar muito. Como alguém podia não gostar de depender de pessoas e gostar de depender de máquinas? Afastou o pensamento. Era muita NetWatch na cabeça.

    Enquanto ouvia a batida da música, Jean tentava tirar os acordes através de alguma fórmula matemática. Foi quando sua bebida chegou. Ele pegou aquele copo que ele julgou não ser higienizado o suficiente. Fez o possível para encostar o menos possível em sua superfície e pensava se teria coragem de experimentar aquilo, mas....

    Ouviu a pergunta do homem:

    - Rasga cu? – olhou sua bebida. Ergueu o copo à garçonete. – E essa aqui é rasga o que?


    Jean olhava atentamente seu copo em busca de algum organismo que confirmasse sua teoria de que aquilo ali estava sujo quando o homem falou com ela.

    “Chapa.” Aquela palavra fez ela ficar calada por um tempo. Quantas vezes havia ouvido aquele termo. Quantas vezes ouvira aquele jargão com raiva? Sua respiração aumentou junto com a batida da música e por um segundo, ela sentiu-se sem ar e sua mão tremia. Ela rapidamente colocou o copo no balcão.

    “Chapa.” Repetia para si mesmo. Se o levasse até a Corpe, o que poderia ganhar?

    “Não! Não foi pra isso que eu vim!” brigava consigo mesmo. Pare de pensar como Corpe, Jean! PARA DE PENSAR ASSIM!

    Ela limpou a garganta e cruzou as pernas, assumindo uma postura séria, de quem sabia o que estava fazendo.

    - Ah, chapa.. - a palavra quase não saiu. – Eu tô aqui porque preciso de grana. E quem é que não gosta do que tem aqui, né?

    Todo mundo precisava de Edinhos. E ela não tinha ideia do que serviam ali.

    - E você? Tá aqui só porque tá puto ou porque também... – falou mais baixo. – Gosta do que tem aqui?
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    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Empty Re: Capítulo 1: Reboot

    Mensagem por Count Zero Qui 6 Abr - 23:25

    JVJ-24601

    – Rasga cu? – olhou sua bebida. Ergueu o copo à garçonete. – E essa aqui é rasga o que?

    – Bem, na verdade nada – ela falou, com um sorrisinho sem graça. É um mix de rum, bourbon, melado, noz-moscada e corante.

    Ela deixou Jean conversando com o sujeito, saindo de fininho para pegar a bebida dele. Depois de ser quase tentado a levar o sujeito como prêmio para a corp, ele/ela decidiu indagar mais sobre a situação.

    – Ah, chapa.. – a palavra quase não saiu. – Eu tô aqui porque preciso de grana. E quem é que não gosta do que tem aqui, né?

    O sujeito sorriu de um jeito melancólico.

    – Às vezes você tem o dinheiro, mas não consegue gente de confiança mesmo assim. Essa sim é uma merda frustrante.

    – E você? Tá aqui só porque tá puto ou porque também... – falou mais baixo. – Gosta do que tem aqui?

    Ele virou-se para ele/ela e a encarou por um instante, pensativo, analisando possibilidades.

    – Quer saber? Eu não tenho mais nada a perder mesmo, então que se foda. Vou te dizer uma coisa: o serviço que eu preciso é perigoso, mas eu pago bem. Basicamente vou precisar que você se infiltre em um grupo de punks que estão trabalhando para a Yakuza. Eles precisam recuperar alguns dispositivos de armazenamento com dados antigos, raros e muito, muito valiosos. Se tiver culhões de fazer isso sem ser pego, pode me pedir a porra que for que eu arrumo para você e não estou falando apenas de grana.

    A coisa era perigosa, excitante e parecia ter uma recompensa muito, muito boa.

    – Eu tentei contatar esses caras, mas eles cagaram pra mim. A questão é que eles não fazem ideia do valor desses dados, do poder desses dados… E deixar isso cair na mão dos Yaks… é foda. E aí? Tá a fim de uma aventura? Pode me chamar de mastermind, a propósito

    Agora tudo fazia sentido. Era óbvio que a corp odiava o cara. O nome mastermind andou causando muito caos nas redes nos últimos meses.
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    Mensagem por Zireael Dom 9 Abr - 21:41

    Jean soou decepcionada.

    - Ah... Nada demais.

    Ele disse enquanto olhava o copo. Na verdade, para ele, aquilo era demais. Nunca havia tomado nenhuma bebida alcóolica. Não assim, tão “forte”.

    Jean ouvia o que o homem dizia, deixando o copo de lado.

    -......

    E não deixou de ficar impressionado quando ele abriu o bico. Ela tinha certeza que as pessoas em Night City não saíam falando assim sobre seus negócios. Ou saíam? O Meat Space era muito estranho mesmo.

    “Ai, foco, Jean!” – ela estreitou os olhos cobertos enquanto não permitia que seus pensamentos divagassem.

    - Você disse.... Qualquer coisa? – Jean quase sussurrou. Foi difícil para Cabelo Colorido escutar o que ela havia dito. Ela esrou sua confirmação. Aquilo era... Importante.

    “Importante e foda!”

    Nunca tivera a chance de pedir “o que quisesse”! A única coisa que recebia era ordens! Espere até Javert ouvir isso! Poderia tirar ambos de lá e...

    Cabelo Colorido continuou a falar.

    “Mindmaster!!!!”

    Jean esforçou-se para não cair para trás. Sentiu vontade de virar sua bebibda. Caralho, ele era real e era....

    “Um herói!!”

    Ela não conteve um sorriso de agitação. Mas... Era preciso ter cuidado! Todo mundo tinha que tomar cuidado nesse lugar, não tinha?

    - Bem, chapa. Pra ser muito honesto, eu tô interessada!

    Ela tossiu:

    - MAS preciso de mais informação. Quem são os caras? E que dados são? E onde eu teria que ir? Tu sabe que isso tudo é perigoso e, olha...

    Ela encarou mastermind com seus olhos escondidos pelo capacete:

    - Dizem por aí que quando a esmola é demais, o santo desconfia, né... Explica melhor a parada.

    Pensou se deveria ser educada:

    - Por favor?

    (Count, não sei se eu consigo fazer uma busca na rede, enquanto falo com ele, sobre o mastermind, pra saber mais dele e até se tem algo na rede sobre esse trabalho. Se ele anunciou algo na deepweb, etc. Isso é possível?)
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    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Empty Re: Capítulo 1: Reboot

    Mensagem por Count Zero Dom 16 Abr - 19:38

    THREE OF A KIND

    OFF:


    – Tá tudo bem – Xafic disse ao Yakuza, tentando manter a calma, mas ainda assim saindo com certa pressa. – Eu já volto.

    Lucy observa Xafic deixar o quarto e virar à esquerda no corredor – na direção do elevador. Ela nota que o mafioso não sai de perto da porta e inicia uma conversa baixa em japonês com alguém  – muito provavelmente em um ponto. Ela desconversa com o seu contato, dizendo que estava apenas sondando. Ao retornar para perto da janela, ela também repara um drone planando no ar, alinhado com a janela do quarto.

    Quando Hô Ly deixa o banheiro, agora limpa e mais relaxada, ela nota Lucy encarando a janela com um olhar alarmado. Xafic não se encontra no quarto. Ao se aproximar de Lucy e olhar pela janela, ela também nota o drone planando, que voa para longe logo em seguida, sumindo da vista das duas.

    Capítulo 1: Reboot - Página 3 E309cbc43186ab6f851b11cdd11a2917

    OFF:


    JVJ-24601



    – MAS preciso de mais informação. Quem são os caras? E que dados são? E onde eu teria que ir? Tu sabe que isso tudo é perigoso e, olha…

    – Sim?

    – Dizem por aí que quando a esmola é demais, o santo desconfia, né... Explica melhor a parada.

    O sujeito ouvia calmamente tudo o que ele/ela falava e perguntava a respeito do serviço que ele oferecia. Ele notava o receio e a desconfiança dele/dela, achando tudo muito normal. Era o tipo de coisa que todo mundo perguntava – a menos que a pessoa fosse uma completa idiota.

    – Michiko Arasaka acaba de contratar um trio para recuperar alguns dispositivos de armazenamento antigos para ela. Dispositivos que ela chamou de artefatos. A Yakuza os hospedou no Konpeki Plaza e vai tratá-los como os mestres do universo, oferecendo tudo de bom e do melhor, além de um pagamento bem gordo, na esperança de que eles retornem com os dispositivos ou morram tentando, como vários outros antes deles.

    Ele tomou outro gole, deu um suspiro e então sorriu para ele/ela − aquele sorriso de alguém que percebe uma tramóia.

    – A Yakuza deu informação mínima para eles, como era de esperar. “Recuperem, nos tragam sem fazer perguntas e peguem seus pagamentos”. Mas a questão é muito mais séria. A coisa que está dentro dos cilindros é muito valiosa. Mais valiosa do que Michiko oferece como pagamento. Mais valiosa do que qualquer merda que ela possa dar como recompensa.

    Ele arrotou e fez sinal para a garçonete voltar com outra dose.

    – Vou mostrar a primeira diferença entre a Yakuza e eu. Vou te dar a informação completa. Cada cilindro tem um pedaço, ou melhor, um módulo criptografado de um código-fonte dividido em partes. Sabe o que é polimorfismo? Talvez não, porque não é algo tão popular como antes, mas o que o código completo oferece é um antigo algoritmo polimórfico usado em vírus. Um vírus polimórfico, na verdade. Autor desconhecido, mas altamente poderoso até hoje.

    Ele esperou a garçonete oferecer a bebida e se afastar, então continuou.

    – Minha intenção é estudar essa linguagem antiga. Se eu estiver certo, essa porra vai ter o poder de causar o verdadeiro caos. É por isso que a Yakuza quer tanto essa merda. Imagina criar um equivalente mais abstrato disso em uma linguagem mais atual?

    Ele riu – mais para si mesmo. Ele estava muito mais empolgado agora.

    – Voltando a falar desse pessoal, meu pessoal ainda está trabalhando nas informações, mas trata-se de um nômade, uma soldado e uma médica. Eles vão precisar de alguém que seja um netrunner. Eu mesmo faria, mas a Michiko conhece meu rosto. Seria flatline na hora para mim, sabe? Enfim, eles estão no hotel e precisam desse serviço. Você tem uma oportunidade de se aproximar e oferecer seus serviços de forma discreta antes que a Yakuza enfie gente deles no meio dos punks. Enfim, preciso mijar. Vai pensando aí e me diz o que acha depois.

    Ele se levanta, meio cambaleante na direção do banheiro, enquanto ele/ela processa tudo o que foi dito.

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    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Empty Re: Capítulo 1: Reboot

    Mensagem por gaijin386 Seg 17 Abr - 7:16


    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Ub97vr10

    - Ok! Liberei o... Hmmm é vigilância constante como esperado, mas é só não fazermos bobagem que tudo vai ficar bem.
    Com a toalha na cabeça ainda molhada ela diz ao notar o drone pela janela ao verificar o que Lucy observava.

    Olha ao redor do quarto e procura um bloco de notas e uma caneta e escreve poucas linhas...

    Espero que não esteja pensando nessa oferta parela que mandaram... Afinal pode ser um teste de "lealdade"ou alguma maluquice da Arasaka e não quero vestir sapatos de cimento.

    -E agora? Vamos ter que esperar o Xafic voltar pra discutir quando partimos é isso?
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    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Empty Re: Capítulo 1: Reboot

    Mensagem por Zireael Qua 19 Abr - 22:37

    ( @Count Zero rolei, mas acho que não fui bem ;__; Total deu 16. Não sei se com isso eu consigo descobrir pelo menos se ele é o mastermind DE VERDADE hehehe. E alguma info sobre ele mesmo que fosse capaz de impressionar o mastermind se eu descobrisse)

    Jean ouvia atentamente e acompanhava com os olhos cada mínimo movimento de mastermind.

    “Chumba, tô junto com o mastermind! Cara, eu acho que eles me matariam só de eu estar aqui.”

    Jean lutava para focar nas palavras de mastermind. Dessa vez, ficou calado e apenas prestando atenção no que seu (talvez) futuro contratante dizia.

    Jean nunca ficara muito desconectada. Sua vida era na rede. Reconhecia-se como indivíduo na rede e o mundo real parecia mais um filme e agora...  Agora, com a trilha sonora, as luzes e o personagem contador de história que estava dando a ela um papel principal.

    Jean arregalou os olhos:

    - Polimórfico.... Chumba! Eu acho que saco do que você tá falando.

    Jean sabia o que um vírus polimórfico era capaz. Nunca havia “visto” um, mas sabia o que ele era capaz de fazer. E com a tecnologia de hoje.

    - ... Equivalente mais abstrato em uma linguagem mais atual. – completou junto com mastermind. O homem pôde sentir a curiosidade de Jean crescer.

    - Chumba, seria quase imparável! Se é que essa palavra existe!

    “Nem mesmo eu poderia parar isso!”, Jean pensou. O que a galera de sua corpe pensaria sobre isso? Hehehehe! Seria no mínimo interessante.

    - Como você descobriu essas informações? – disse antes dele se levantar, tocando o braço dele, mas logo recuperando a mão de forma tímida. – Não é algo que saem por aí dizendo. Tem que ter um contato quente lá dentro ou...

    “Ou esse cara é mesmo MUITO bom!”

    - E olha, pra sua sorte, eu sou um netrunner muito competente. Mas eu quero duas coisas além de pagamento gordo e um mínimo de segurança: quero ver esse vírus também. Quero sacar qual é a dele, estudar o diabinho e até descobrir quem fez.  

    Jean encara mastermind por debaixo do capacete. Não tinha o que perder:

    - Que me diz?
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    Mensagem por GABC Seg 1 maio - 2:34

    Lucy estava bastante distraída em seus pensamentos e na vigília do drone, por isso demora um pouco a notar Holy lhe mostrando o bloco de notas. Ela faz a leitura com a dificuldade que somente uma aluna do serviço de educação pública de Night City conhece, depois olha rapidamente para sua nova amiga Doc.

    - Nah... Não vamos partir pra missão agora não. Fica tranquila, chapa. Nem vamos fazer nenhuma maluquice também. Mas assim... Eu vou precisar dar uma volta, arejar a cabeça. Aqui dentro é tudo tão calmo e silencioso que fico com medo de conseguirem ler meus pensamentos. - bate com o indicador na própria testa e dá um sorrisinho forçado.

    Lucy ia procurar o tal Mastermind em terreno neutro, pra pelo menos ouvir do que se trata. Ela não é uma traidora de contratos, não é seu feitio, mas ainda não recebeu um tostão dos japas, então né...

    Ela dá uma passada no banheiro antes de sair, urinando de porta aberta mesmo. Levanta as calças, confere o revólver na cintura e o Agent no bolso e desce pelo Hotel. Espera que Holy vá com ela, gostou dela. No caminho iria retornar o contato do Mastermind e marcar um encontro agora mesmo, em um lugar que sua malandragem (Streetwise) considere como "neutro".
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    Mensagem por gaijin386 Seg 1 maio - 23:24


    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Ub97vr10

    - Acho que é uma boa ideia pegar um pouco de ar fresco e sair deste ambiente fechado.
    Diz pegando o casaco e o chapéu que havia deixado na mesa e claro sua maleta de médico enquanto sua colega usava o banheiro e sai junto com ela do quarto.

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    Mensagem por Count Zero Ter 2 maio - 17:14

    » TO MERGE (?) «

    OFF:

    − Como você descobriu essas informações? – disse antes dele se levantar, tocando o braço dele, mas logo recuperando a mão de forma tímida. – Não é algo que saem por aí dizendo. Tem que ter um contato quente lá dentro ou…

    – Espionagem de rede − ele disse, sem nenhuma cerimônia. – Os idiotas do Night Market confiam muito nos warez deles. Falam demais, abertos demais… Enfim, os detalhes disso eu deixo para depois. Não são relevantes, de qualquer forma.

    – E olha, pra sua sorte, eu sou um netrunner muito competente. Mas eu quero duas coisas além de pagamento gordo e um mínimo de segurança: quero ver esse vírus também. Quero sacar qual é a dele, estudar o diabinho e até descobrir quem fez.

    Mastermind sorri. Não um sorriso comum, mas aquele típico sorriso de quem percebe que está falando com a pessoa ideal.

    – Que me diz?

    – Essa é a ideia. É muito poder para deixar na mão desses filhos da puta monopolizadores. Eu quero fazer engenharia reversa se houver algum binário, quero entender cada aspecto de atuação desse malware e reescrever ele. Se for bom como diz, vou adorar ter você me ajudando a codificar as subrotinas, divindindo em módulos, classes… Normalmente essa pegada é bem baixo-nível, mas e daí? A gente faz o que quiser quando tiver com ele nas mãos.

    Enquanto mastermind tirava a pinga do joelho, ele/ela resolve fazer uma pesquisa básica sobre a figurinha carimbada. O “pergaminho” que desce na tela dele/dela não é pouca bosta. Mastermind entrou para a lista dos mais procurados em 2042 após uma longa coleção de crimes digitais que variavam desde roubo de dados até falsificação, danos a sistema, desenvolvimento de software nocivo e, principalmente, fraude financeira. Também veio a público um certo “desentendimento” entre a Yakuza e ele em 2044 após um serviço em que ele supostamente estava auxiliando uma das facção – não é dita qual – em um serviço contra uma rival.

    Assim que ele retorna, já meio alto, o agent dele emite um som, avisando que uma mensagem nova chegou.

    – Ah, olha só… Parece que a sorte mudou um pouco para o nosso lado, afinal.

    Ele responde a mensagem, fazendo sinal para ela aguardar.

    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Bar-stools-cyberpunk-bar-cyberpunk-city-neons-cybercity-background-opposite-colors_743201-690

    Lucy e Hô Ly haviam chegado no The Burnt Brain Palour, após deixarem o hotel e tomadas pela curiosidade da proposta, seguindo as orientações das mensagens trocadas. O sujeito havia obedecido a condição de Lucy de terreno neutro. Elas logo vêem um sujeito magro, pálido, de olhos intensamente azuis e de cabelos compridos tingidos de amarelo, vermelho e azul acenando para elas do balcão. Parecia muito jovem, na casa dos vinte e poucos anos.

    – Parece que não perdi meu tempo, afinal – ele sufocou um arroto. – Só espero que nenhum Yak tenha seguido vocês e… Espera, onde está o outro?

    Lucy estava um pouco na frente, com Hô Ly colada nela um pouco atrás, à direita. Elas deduziram que o “outro” seria Xafic e notaram a pessoa com capacete ao lado dele.

    – Enfim, não importa. Esse aqui é meu novo amigo – Ele apontou para JVJ-24601. – Falando nisso, como é o seu nome mesmo?
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    Mensagem por Count Zero Qua 3 maio - 5:52

    OFF:

    Esqueci de postar a imagem do Mastermind. Esse aqui é ele:

    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Master10
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    Mensagem por Zireael Qua 3 maio - 22:52

    (hahaha! Eu me lembrou o Brad Pitt!

    E adoro as músicas que você manda, mestre!)

    Jean ficou e não ficou impressionada com a maneira que mastermind conseguira as informações. Não era fácil quebrar protocolos de rede e segurança, além do perigo de ter seus miolos fritos - okay, impressionado. Quer dizer, era algo que seria quase muito embaixo do nariz de quem você estava espiando e às vezes não exigia grande trabalho - não tão impressionante.

    Porém.....

    Por isso era genial!!

    “O chumba é ousado!” Jean sorriu por debaixo de seu capacete. Muitas vezes os crackers escolhiam caminhos deveras longos e mais perigosos. Realmente ele era um Master Mind.

    - É. É na confiança que mora o erro.

    Mastermind não podia ver, mas Jean também sorriu por debaixo de seu disfarce. E era um sorriso parecido com o de mastermind: um sorriso de gente que falava a mesma língua. Era gente eye to eye, como uma galera costumava dizer.

    E ele completou, antes que mastermind fosse ao banheiro fazer o que tinha que fazer:

    - Então, tô sacando que estamos entendidos. – às vezes ela achava que exagerava nas gírias, mas em sua pouca experiência, era assim que a galera falava nas ruas de Night City. – A gente pega e trabalha nele junto!

    Mastermind podia sentir a empolgação na voz de Jean.


    Enquanto esperava seu contratante voltar do banheiro, Jean lia sobre ele. Sabia que esse tipo de gente era o que mais existia em Night City, mas topar, em carne e osso, com esse tipo de gente, era outra parada.

    Continuava a ler quando mastermind voltou e falou sobre receber a mensagem do grupo. Jean esperou pacientemente a chegada da médica e da mercenária. Deixou mastermind fazer a apresentações e deu um leve “tchauzinho” com a mão quando ele mencionou sua presença.

    - Ah, podem me chamar de Jean... – uma pronúncia francesa, típica de nome masculino. - ... Ou Jean! – agora a pronúncia inglesa, normalmente usada para mulheres.

    - Vai ser maneiro trabalhar com vocês!

    E ficou meio sem graça com o silêncio que se seguiu, mesmo que por uns segundos. Deveria perguntar mais coisas?

    -Errr.... E agora?


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    Mensagem por GABC Qui 4 maio - 0:19

    O metrô foi o transporte escolhido, partindo assim para o tal The Burnt Brain Palour. Puxou alguns assuntos triviais com Holy no caminho, sobre música, o clima, distrito de moradia e coisa tal. A Solo passa a impressão de ter tido uma vida dura nas ruas, mas que não afetou seu humor. Aproveitou o trajeto para tentar também descobrir mais sobre a Doc sem fazer interrogatório, apenas na conversa.

    Quando as duas chegam na frente do club Lucy desacelera o passo falando com Holy.

    - É só uma conversa, beleza? A gente não tem obrigação nenhuma de fechar com esse cara, nem temos um trato fechado com os outros lá. Vamos só ouvir o que ele tem a dizer e depois a gente pensa no que vamos fazer, beleza? E não vamo entregar informação de bobeira, hein...

    Lucy dá uma jogada de cabelo pro lado, ajeita a gola da jaqueta e a camisa por dentro da calça, entrando no club um pouco à frente de sua companheira. Ela faz uma busca visual ligeira e encontra o cara de cabelos coloridos próximo ao balcão.

    – Parece que não perdi meu tempo, afinal – ele sufocou um arroto. – Só espero que nenhum Yak tenha seguido vocês e… Espera, onde está o outro?

    - Tá com um rifle no telhado com o restante dos táticos, esperando a gente sair. - ela toca no braço do sujeito amigavelmente, como se para ficar tranquilo - Relaxa. Ele só foi resolver as coisas dele. O papo hoje vai ser com a gente mesmo. - diz enquanto encosta o quadril no balcão e se vira para o salão; nem fudendo ficaria de costas pra lá.

    – Enfim, não importa. Esse aqui é meu novo amigo – Ele apontou para JVJ-24601. – Falando nisso, como é o seu nome mesmo?

    - Ah, podem me chamar de Jean... Ou Jean! – fazendo um jogo de sotaques indecifrável para Lucy, a mesma Lucy que ainda acha que sua língua materna é o "americano". - Vai ser maneiro trabalhar com vocês! E ago...

    - Wow, pera aí, chapa! Ninguém aqui falou que tá dentro. Nós só viemos aqui pra trocar uma idéia, saber qual é a da parada, do tipo... Quem caralhos vocês são? O que vocês tão sabendo desse trabalho? Quem tá atrás disso também? E pô, principalmente, o que você faz ou oferece a mais do que os Yaks que tão pagando uma fortuna e fornecendo tudo o que pedimos? Tô muito curiosa, chum...

    Faz um gesto rápido pro barman "descer uma gelada" (da mais barata, claro).
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    Mensagem por gaijin386 Qui 4 maio - 7:23


    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Ub97vr10

    Hồ ly respondeu casualmente as perguntas da solo sem obviamente se comprometer, mas fala de como seus pais um dia literalmente desapareceram sem deixar traços e como a partir dai ela teve que se virar sozinha e como no fim tornou-se uma street doctor profissional que sabia receitar o remédio certo para todas as situações e bem para outras ela tinha outros meios e o contorno de uma shotgun era perceptivel no grande casaco que usava...

    - Uma conversa é claro. Desde que a gente não se comprometa vai estar tudo bem e claro vamos ver a lorota que o cara vai nos contar.
    Viu as introduções e decidiu manter-se "cool" e entrar no modo sem preocupações como tinha visto num velho filme onde o tal dude Diz "The dude abides" e termina tirando o grande chapéu e arrumando suas várias tranças.

    Hồ ly.
    Diz para apresentar-se.


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    Mensagem por Count Zero Qui 4 maio - 12:16


    – Ah, eu entendi. Vocês acham que eu tô de embromação aqui, né? Justo… – Mastermind acende um cigarro calmamente, oferecendo um para todo mundo, incluindo para Jean, o que sugere implicitamente “Por que não tira o capacete e mostra o rosto para todo mundo se sentir mais tranquilo?”. – A Michiko tá oferecendo uma grana filha da puta para vocês três para algo que parece muito simples, não é? Uma grana muito desproporcional, que normalmente nenhum Edgerunner recebe, mesmo nos serviços mais parrudos, certo? Isso já faz qualquer um com mais de dois neurônios pensar e a doutora aqui com certeza deve ser a mais inteligente do grupo.

    Não fica claro se ele notou alguma característica na fala de Lucy ou se ele simplesmente falou o óbvio por Hô Ly ser médica, mas ele basicamente estava dizendo “Porra, é claro que vocês já sabem que aí tem merda!”. Ele bateu as cinzas no chão, esperou a garçonete entregar a cerveja de Lucy e então continuou.

    – Sabe o que eu faço de melhor, galera? Eu espiono. Tenho “bugs” por toda a cidade, e dedico a uma atenção especial aos figurões da cidade, como a senhorita Arasaka que está contratando vocês. Não é querendo pagar de pintudo aqui, mas eu tenho informação demais. Coisas que alguém mataria só para dar uma olhadinha. Não é à toa que a minha lista de inimigos cresce a cada noite.

    Ele bate a cinzas, dá mais um gole na bebida e analisa cada um, tentando captar as emoções mais elevadas.

    – Vou falar de um jeito bem simples: A Arasaka tá enganando vocês. Claro, ela vai pagar o que prometeu, mas sabe quanto vale essa merda? Se ela desse toda a riqueza dela para vocês, junto com o cu e a alma dela falando “Pode botar até arrombar”, ainda seria pouco. Se recuperarmos essa merda e fizermos uma cópia… Ah cara, nas mãos de um comprador certo… Chutando baixo eu diria que consigo uns cinco milhões para cada um de nós. E eu digo chutando baixo mesmo…

    Mastermind falava uma quantia que, para muitos, parecia surreal, mas ele falava com confiança, com calma. Estava descontraído, como alguém que sabe bem do que está falando.

    – Não tô falando para vocês entrarem lá, cuspirem na Michiko e levantar o dedo para ela e dizer “Sou do time Mastermind agora!”. Só estou sugerindo de vocês levarem o carinha aqui – ele aponta para Jean – e trazerem a porra para mim primeiro, para eu copiar, adulterar, etc., e aí vocês levam para a Michiko, recebem a grana dela e ela vai ficar com cara de cu, crente que fez todo esse esforço para uma merda que não valia a pena, que é o que ela vai acreditar quando ver o código adulterado. Eu faria com muito prazer, mas como eu disse pro Jean aqui – ele fala com o sotaque inglês – a Michiko conhece meu rosto e não gosta de mim, para dizer o mínimo. Ela não hesitaria em meter uma bala no meio dos meus olhos assim que me visse.

    Ele se levanta, deixando claro que está de partida.

    – O papo é esse. Façam o que quiser. Podem não acreditar em mim e deixar a coisa rolar de acordo com a vontade da Arasaka, mas te garanto que se ela colocar as mãos nesse código, vai ser uma merda para todo mundo; todo mundo mesmo. Enfim, não é bom ficar por aqui por muito tempo e eu recomendo que vocês não demorem muito para voltar, a menos que queiram um ninja Yakuza seguindo e espionando vocês. Eles tem vários, a propósito. Tão dentro ou não? Se quiserem cair fora, beleza, eu dou meu jeito, afinal vocês não são os picas de ouro de Night City, mas pensem bem. Vão estar jogando uma grana do caralho fora e podem dar poder a alguém como… bem, como Michiko.
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    Mensagem por Zireael Seg 8 maio - 19:40

    Jean encolheu os ombros quando Lucy falou de uma maneira um pouco mais direta. Fez uma anotação mental para não pular direto para conclusões.

    Jean olhou para Lucy e a estudou. Não tinha grande conhecimento de quem andava por Night City e quem fazia os serviços sujos por aí. Porém, parecia que ela sabia se virar e sabia fazer as coisas darem certo. O jeito que ela respondera fez Jean pensar que ela tinha certa experiência.

    Os olhos foram de Lucy para Hô Ly. Mais calada e na dela. Jean estreitou os olhos. Por debaixo da expressão calma e gentil da... médica? Havia algo escondido. Talvez ela pudesse matar tão facilmente quanto curar.

    Quando Mastermind ofereceu o cigarro, Jean recusou levantando uma mão na frente do corpo e balançando de um lado para o outro.

    - Ah, desculpa, cara. Cigarro faz mal. – soltou a informação mais careta e conhecida do mundo como se fosse algo que o pessoal do meatspace não soubesse. Afinal, eles viviam fumando!

    Ouvia Mastermind falar e concordou mentalmente com ele. Todo mundo queria um pedaço dele. Jean sabia porque conhecia muitas que dariam tudo para estar onde estava e dar um tiro na cabeça de Mastermind. E não deixou de pensar que talvez levasse um tiro também, caso alguém descobrisse. Ficou com medo e ao mesmo tempo, desejou começar logo o trabalho! A ansiedade gritava.

    Esperou pacientemente pela explicação de Mastermind. Ainda achava que aquilo era bom e interessante demais pra ser verdade, mas foda-se! Quando é que teria uma oportunidade de colocar as mãos em um malware como aquele de novo? E mesmo que fosse mentira, seria uma experiência de vida. Ou morte.

    Deus queira que seja vida. E torceu para as meninas aceitarem também. Mais chances de viver.
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    Mensagem por gaijin386 Ter 9 maio - 7:12


    Capítulo 1: Reboot - Página 3 Ub97vr10

    A médica asiática pensou por uns instantes e faz uma negativa com a cabeça a respeito dos cigarros Só depois que tudo terminar aí quem sabe um charuto cubano…  

    - Tentador... Muito tentador e tenho propensão a aceitar já que grande parte do que você disse é claramente a verdade dado a quantidade de mercenários que eles estão contratando é porque o risco morte beneficio vai ser diretamente proporcional ao eventual lucro.

    Ainda segurando o chapéu e agora arrumando suas várias tranças (9 ao total) ela fica serena e por fim responde.

    - Não vou fingir as probabilidades de lucro em demasia me tentam contra meu bom senso então aceito. Agora fale mais e claro espero que esta conversa não esteja sendo gravada.
    Ela por fim coloca novamente seu chapéu e apalpa por breves momentos a coronha da escopeta escondida em seu sobretudo.


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