Heséd, A Pacificadora do dia 10 do mês de Águia, 1429 jar-Piro (ano-Piro), faltam 5 dias para começar o inverno.
Lá fora um vento assobia anunciando que o outono está acabando. Apesar de já serem 10 horas da manhã, Hélius Flava tinha nascido a pouco tempo. No equinócio, que foi 30 do mês da Borboleta (portanto 40 dias atrás) Hélius Flava nasce as 6:00, exatamente no mesmo momento que que Hélius Blua se põe, e se põe doze horas depois, exatamente quando Hélius Blua nasce, mas à medida em que o inverno vai chegando, Hélius Flava nasce cada vez mais tarde e se põe mais cedo.
Kleótio, o mossari ajrense (pronuncia ai-ren-ce), recebe com um sorriso este vento. Ele estava com a bata típica dos mossari, mas sem o tradicional cinto e assessórios.
- Ah! Obrigado Deusa-Mãe! O inverno está chegando!
Ele estava acompanhado de Alberich de Mreg'rez e Mirtius Enxofrer, tinham acabado de sair de uma reunião no mossar. Mirtius massageava a testa com uma cara de desagrado pois, como era alto, tinha a pouco batido na trave de uma porta.
- Mm, para vocês isto não significa muito, não é, amigos? - Ele respira profundamente - Sinto falta do frio de minha querida Ajros! Vocês nunca verão neve por aqui!
- Já vi a neve, e não achei grande coisa. - Diz Mirtius.
- Seu amigo não parece muito humorado, não é, amigo Mreg'rez? - Kleótio respira profundamente - Devíamos ficar mais alegres! Sintam como o ar está puro hoje!
- Ele está chateado pela porta não ter saído da frente, amigo Kleótio Arbo. (pausa) Será que ainda podemos nos tratar de amigos aqui na rua? Não seria melhor algo como parceiros?
Kleótio pensa alguns segundos.
- É... Mas acho que aqui podemos realmente nos chamar de amigos, nas reuniões formais que seria inconveniente...
Apesar do que possa parecer, as palavras de Alberich não foram depreciativas (não necessariamente, pelo menos). Acontece que há menos de um ano o exército de Gaja (pronuncia Gáia), que já invadira Heséd há muito tempo, recebeu ajuda de um grupo chamado "La Amikoj" (pronuncia la amícoi, "os amigos" em Esperanto).
La Amikoj eram um grupo de ajrenses revoltados contra o deus Piro (entre eles muitos anjos) e de gajano revoltados contra Piro e contra Fajr-Regno. Eles não tinham muito em comum além de suas mágoas e ódios, sendo até irônico se chamarem de La Amikoj. Foi contra este grupo que Alberich lutou há alguns meses, na libertação do porto. Foi meio assustador lutar contra anjos, embora também tenha sido assombroso ter uma delas lutando a seu lado, a bela Azriel.
Kleótio nunca fez parte dos La Amikoj, mas como ajrense entendeu a referência do que Alberich realmente quis dizer, e por isto não viu maldade em suas palavras.
- Bem, amigos, infelizmente ainda tenho trabalho burocrático a fazer, talvez mais tarde possamos beber uma cidra*. Espero que vocês e os outros se resolvam rápido.
* Cidra é a bebida típica de Heséd, tem pelo menos umas dez marcas mais conhecidas. Depois da cidra costuma-se beber um fermentado chamado bol. Apesar de ninguém ter algo contra cerveja, é uma bebida muito pouco popular aqui, é mais fácil beber vinho de beterraba do que cerveja.
Os ajrenses normalmente não bebem nada alcoólico, nem comem carne, mas Kleótio é um pouco mais "adaptado" a Fajr-Regno, bebe muito pouco e também come algumas aves, embora não coma porco, carne que os fajrenses adoram, mas considerada nojenta por todos os outros três continentes (Akvlando só dá porco para os escravos, Gaja nem para os escravos).
Os três tinham vindo de uma reunião com outras autoridades de Fajr-Regno (ou talvez fosse melhor chamar apenas de outras filiações, pois saber o que é uma "autoridade" ali era complicado) que queriam debater o futuro de Heséd.
Algumas pessoas achavam que Heséd já deveria ter escolhido um prefeito, assim que retomaram o porto, outros achavam que agora que era o melhor tempo para isto, outros achavam melhor esperar o fim do inverno (quando a liberdade da cidade já teria feito um ano) para COMEÇAR pensar nisto, e ainda outros que não viam necessidade da cidade ter um prefeito, já que tinham mossares, os mais anarquistas queriam acabar até com os mossares.
Alberich, Mirtius e Kleótio tinham ouvido sugestões da pessoas das guildas, das confrarias, do exército, da Corte dos Milagres, da Corte Superior e até da Igreja Cisne-Branco (que Mirtius ainda não entendeu o que foram fazer lá). Muitos pontos de vista, pouca solução até o momento.
Quando Kleótio se afasta, Mirtius para de ostentar um sorriso treinado.
- RUUŜ!!! Ruŝ! Pensei que ele não ia embora! Que maldição dos deuses! Que perda de tempo monumental! Aahr! Se continuarmos tendo reuniões improdutivas assim, melhor chamarmos Gaja de volta, entregar a cidade pra eles e pedir desculpas!
Alberich levanta a sobrancelha olhando o amigo
- Ah, acho que preciso beber algo. E você, o que vai fazer? - Pergunta Mirtius
Lá fora um vento assobia anunciando que o outono está acabando. Apesar de já serem 10 horas da manhã, Hélius Flava tinha nascido a pouco tempo. No equinócio, que foi 30 do mês da Borboleta (portanto 40 dias atrás) Hélius Flava nasce as 6:00, exatamente no mesmo momento que que Hélius Blua se põe, e se põe doze horas depois, exatamente quando Hélius Blua nasce, mas à medida em que o inverno vai chegando, Hélius Flava nasce cada vez mais tarde e se põe mais cedo.
Kleótio, o mossari ajrense (pronuncia ai-ren-ce), recebe com um sorriso este vento. Ele estava com a bata típica dos mossari, mas sem o tradicional cinto e assessórios.
- Ah! Obrigado Deusa-Mãe! O inverno está chegando!
Ele estava acompanhado de Alberich de Mreg'rez e Mirtius Enxofrer, tinham acabado de sair de uma reunião no mossar. Mirtius massageava a testa com uma cara de desagrado pois, como era alto, tinha a pouco batido na trave de uma porta.
- Mm, para vocês isto não significa muito, não é, amigos? - Ele respira profundamente - Sinto falta do frio de minha querida Ajros! Vocês nunca verão neve por aqui!
- Já vi a neve, e não achei grande coisa. - Diz Mirtius.
- Seu amigo não parece muito humorado, não é, amigo Mreg'rez? - Kleótio respira profundamente - Devíamos ficar mais alegres! Sintam como o ar está puro hoje!
- Ele está chateado pela porta não ter saído da frente, amigo Kleótio Arbo. (pausa) Será que ainda podemos nos tratar de amigos aqui na rua? Não seria melhor algo como parceiros?
Kleótio pensa alguns segundos.
- É... Mas acho que aqui podemos realmente nos chamar de amigos, nas reuniões formais que seria inconveniente...
Apesar do que possa parecer, as palavras de Alberich não foram depreciativas (não necessariamente, pelo menos). Acontece que há menos de um ano o exército de Gaja (pronuncia Gáia), que já invadira Heséd há muito tempo, recebeu ajuda de um grupo chamado "La Amikoj" (pronuncia la amícoi, "os amigos" em Esperanto).
La Amikoj eram um grupo de ajrenses revoltados contra o deus Piro (entre eles muitos anjos) e de gajano revoltados contra Piro e contra Fajr-Regno. Eles não tinham muito em comum além de suas mágoas e ódios, sendo até irônico se chamarem de La Amikoj. Foi contra este grupo que Alberich lutou há alguns meses, na libertação do porto. Foi meio assustador lutar contra anjos, embora também tenha sido assombroso ter uma delas lutando a seu lado, a bela Azriel.
Kleótio nunca fez parte dos La Amikoj, mas como ajrense entendeu a referência do que Alberich realmente quis dizer, e por isto não viu maldade em suas palavras.
- Bem, amigos, infelizmente ainda tenho trabalho burocrático a fazer, talvez mais tarde possamos beber uma cidra*. Espero que vocês e os outros se resolvam rápido.
* Cidra é a bebida típica de Heséd, tem pelo menos umas dez marcas mais conhecidas. Depois da cidra costuma-se beber um fermentado chamado bol. Apesar de ninguém ter algo contra cerveja, é uma bebida muito pouco popular aqui, é mais fácil beber vinho de beterraba do que cerveja.
Os ajrenses normalmente não bebem nada alcoólico, nem comem carne, mas Kleótio é um pouco mais "adaptado" a Fajr-Regno, bebe muito pouco e também come algumas aves, embora não coma porco, carne que os fajrenses adoram, mas considerada nojenta por todos os outros três continentes (Akvlando só dá porco para os escravos, Gaja nem para os escravos).
Os três tinham vindo de uma reunião com outras autoridades de Fajr-Regno (ou talvez fosse melhor chamar apenas de outras filiações, pois saber o que é uma "autoridade" ali era complicado) que queriam debater o futuro de Heséd.
Algumas pessoas achavam que Heséd já deveria ter escolhido um prefeito, assim que retomaram o porto, outros achavam que agora que era o melhor tempo para isto, outros achavam melhor esperar o fim do inverno (quando a liberdade da cidade já teria feito um ano) para COMEÇAR pensar nisto, e ainda outros que não viam necessidade da cidade ter um prefeito, já que tinham mossares, os mais anarquistas queriam acabar até com os mossares.
Alberich, Mirtius e Kleótio tinham ouvido sugestões da pessoas das guildas, das confrarias, do exército, da Corte dos Milagres, da Corte Superior e até da Igreja Cisne-Branco (que Mirtius ainda não entendeu o que foram fazer lá). Muitos pontos de vista, pouca solução até o momento.
Quando Kleótio se afasta, Mirtius para de ostentar um sorriso treinado.
- RUUŜ!!! Ruŝ! Pensei que ele não ia embora! Que maldição dos deuses! Que perda de tempo monumental! Aahr! Se continuarmos tendo reuniões improdutivas assim, melhor chamarmos Gaja de volta, entregar a cidade pra eles e pedir desculpas!
Alberich levanta a sobrancelha olhando o amigo
- Ah, acho que preciso beber algo. E você, o que vai fazer? - Pergunta Mirtius