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    [!Fichas!] Matías Hempstock

    Bastet
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    Mensagem por Bastet Dom Out 15, 2023 12:56 pm

    Ficha do Personagem

    Nome:Matías Hempstock
    Idade: 27
    Nacionalidade:Chileno
    Aniversário:02 de outubro
    Altura:1,82
    Peso:84
    Qualidade:Persistente
    Defeito:Desconfiado.
    Personalidade:Introvertido
    Jogador: @Xafic Zahi
    É muito gentil da sua parte. Fico muito agradeço e prometo que não irei decepcioná-la - Falei enquanto retribuía o abraço. Desde o falecimento da minha mãe, Dona Giannina tinha sido a única pessoa empática com toda a situação. Se não fosse por ela, as coisas teriam sido mais difíceis. - E de forma alguma eu me incomodo de ficar com o sótão. Tudo o que trouxe está nessa mochila e em Valparaíso eu dividia o quarto com outros três estudantes, então um cômodo todo somente para mim é ótimo.

    Depois de mais algumas orientações de Giannina sobre o funcionamento da pousada e mais agradecimentos da minha parte, a doce senhora se despediu, mas não sem deixar as chaves do meu quarto em cima da mesa. Por mais pequena que uma chave pudesse ser, aquela tinha um grande significado para mim. Indicava que finalmente as coisas começariam a se estabilizar. Desde que saí de casa para estudar ciência da computação em Valparaíso, minha vida tinha se tornado uma desordem em nível crescente. Começou com coisas básicas e burocráticas, como não identificarem minha inscrição na universidade e, por isso, eu não conseguir me cadastrar a tempo para conseguir um dos dormitórios da moradia estudantil. Depois foi a dificuldade de me enturmar por ter iniciado tardiamente às aulas, seguido por problemas para assimilar a matéria e dificuldades para conseguir um estágio, além da pressão de estar longe de casa recebendo investimento financeiro dos meus pais.

    Então um dia o celular tocou, e era do hospital. O médico disse que minha mãe não estava em condições de dar a notícia, por isso era ele quem estava entrando em contato. O velório do meu pai foi triste, pois poucas pessoas que ele conhecia moravam em Santiago. Deixei minha mãe no dia seguinte para voltar para Valparaíso, na incerteza se conseguiria continuar os estudos sem o apoio financeiro do meu pai. Não consegui.

    O tempo passa rápido. Todo mundo mais velho fala isso, mas é porque é verdade. Em um dia estamos sentados assistindo nosso desenho favorito na TV, com um copo de leite com achocolatado e bolachas maisena do lado, e noutro temos responsabilidades tão pesadas sob nossos ombros que pareceram que eles irão se quebrar. Comigo não foi diferente. Depois de precisar trancar a matrícula da faculdade e voltar para casa, me vi numa situação de chefe de família. Com o falecimento do meu pai, o dinheiro que entrava era pouco e quase tudo passou a ser destinado à medicação para minha mãe, que começou a sofrer de inúmeras doenças que até então eu sequer sabia que existiam.

    Foi nessa época que conheci a Senhora Giannina. Na verdade, minha mãe disse que eu já a conhecia, mas como eu era muito pequeno, era normal não me lembrar. De toda forma, Giannina tinha aparecido em casa através de um pedido da minha mãe, que percebeu que as coisas estavam muito pesadas para eu cuidar sozinho. Com seus cabelos grisalhos e postura curvada, ninguém imaginava que ela tinha tanta energia para, além de ajudar em todas as tarefas diárias de uma casa, também ter disposição de cuidar de uma pessoa doente. Giannina ficou em casa por aproximadamente oito meses, até que minha mãe viesse a óbito. O funeral dela foi mais animado do que o do meu pai, na medida que um funeral pode ser. Familiares de todo o estado fizeram a cortesia de comparecer. Tias, tios, primos e primas de segundo, terceiro, quarto e até quinto grau oferecendo palavras gentis e demonstrando afabilidade. A Senhora Giannina também estava lá e, curiosamente, todos eles a conheciam. Mas foi a última pá de terra ser jogada no caixão e percebi que toda aquela gentileza não estaria comigo nos dias seguintes. Sim, eu sei. A gente é adulto e precisa se virar. Mas... estava acontecendo tudo muito rápido e eu fiquei surpreso quando poucos dias depois recebi a ordem de despejo. Com todos os problemas de saúde da minha mãe, o locatário estava no seu direito de exigir a retomada do imóvel e eu, sem dinheiro, não questionei.

    O primeiro ônibus que peguei me trouxe até aqui, a lanchonete que eu visitava quando pequeno. Fiquei algumas horas olhando para uma garrafa vazia de coca-cola, deixada na mesa pelos clientes anteriores, até que o céu escurecesse e meu estômago começasse a roncar. Foi então que a segunda coincidência do dia aconteceu. A Senhora Giannina entrou e, ao me ver, caminhou em minha direção. Toda a carga daqueles últimos dias estava quase fazendo eu me arrastar fisicamente, e meu emocional já estava no chão há muito tempo. Meus olhos lacrimejaram ao ver a velha senhora, mas eu não precisei falar nada. Nem uma palavra. Senhora Giannina depois de um momento em pé me analisando, sentou-se, juntou minhas mãos com as dela e disse que me ajudaria, não somente porque eu era um bom garoto, nas palavras dela, mas também porque tinha uma dívida moral com minha família e essa era a oportunidade de retribuir.

    Emme



      Data/hora atual: Sáb Nov 23, 2024 2:02 pm