"Sob o luar, meu coração clama por ti, Deusa da Lua,
Meu amor por ti é uma melodia que nunca cessará,
Nesta torre solitária, minhas palavras são como as estrelas,
Brilhando para ti, na esperança de que um dia, serás minha."
Na torre alta, onde os raios prateados da lua dançavam pelas paredes de pedra, o solitário bardo trovador, entoava suas canções de amor para a Deusa da Lua. Seu coração transbordava de paixão, alimentado por sonhos de um amor eterno ao lado da divindade que ele reverenciava.
Um dia, a audácia do trovador cresceu. Ele ansiava por viver esse amor não apenas em sua imaginação, mas na realidade tangível. Ele desejava descer da torre e encontrar-se com sua amada, para compartilhar com ela todas as promessas que ecoavam em suas melodias. No entanto, a torre não era apenas um lugar de sonhos, mas também uma prisão, onde uma carrasca cruel o mantinha cativo, alimentando sua amargura e seu desejo de escapar.
Desorientado por essa nova perspectiva, ele se aventurou além dos limites da torre, mas encontrou-se perdido nas sombras do mundo exterior. Embora sentisse a falta da liberdade, ele também sentia uma saudade profunda da torre onde seu coração encontrara refúgio por tanto tempo. Mesmo lamentando as limitações impostas pela torre, ele ansiava por retornar ao lugar onde sua música ganhava vida sob o olhar benevolente da lua.
Ao regressar à torre, ele sentiu uma mistura de emoções. Ele lamentava a sensação de prisão que a torre representava, mas também reconhecia o conforto que encontrava em seu aconchego. Ele cantava suas canções de amor com renovado fervor, dedicando cada verso à Deusa da Lua, mesmo sabendo que ela desejava mais para ele do que viver confinado em uma torre.
Enquanto ele entoava suas melodias, a lua brilhava através das janelas da torre, iluminando seu rosto melancólico. Ele sentiu a presença da Deusa da Lua ao seu redor, mesmo que ela não estivesse fisicamente presente. Sua voz ecoou suavemente na torre, uma voz que era ao mesmo tempo consoladora e desafiadora.
"Trovador" a voz ecoou, "Você retornou mais uma vez à sua prisão. Mas eu nunca pedi que você voltasse. Eu desejo que você encontre sua própria jornada, sua própria liberdade. Você não pode viver sua vida em função de uma fantasia."
Ele baixou a cabeça, sentindo o peso das palavras dela. Ele sabia que ela estava certa, mas seu coração ainda ansiava por ela, por este lugar, por esta torre onde ele encontrava inspiração para suas canções.
"Eu sei, minha Deusa," ele murmurou, "mas meu coração pertence a ti. Mesmo que eu busque minha liberdade, mesmo que eu vagueie por terras desconhecidas, meu amor por ti nunca desvanecerá."
A lua continuou a brilhar sobre ele enquanto ele cantava suas canções, e a carrasca da torre permaneceu silenciosa, uma presença sombria que o mantinha aprisionado em sua própria melancolia. A Deusa da Lua, observando de longe, viu o trovador preso em sua própria teia de sonhos e desejos não realizados, incapaz de encontrar sua verdadeira liberdade até que ele abandonasse suas fantasias e enfrentasse o mundo com coragem e determinação.