No dia seguinte, o necrotério de Nova York estava envolto em uma atmosfera tensa e sombria. A morte do comissário Frank Reagan havia abalado profundamente a cidade e a força policial. Enquanto os heróis e os policiais lidavam com as consequências, a equipe do necrotério se preparava para a autópsia que poderia revelar segredos cruciais sobre sua morte.
Dra. Miranda Hughes, a médica legista principal, ajustava seus óculos enquanto revisava os registros preliminares do comissário Reagan. A sala estava fria, iluminada por luzes brancas que destacavam o corpo no centro da mesa de autópsia. A presença do corpo de um homem tão importante e respeitado tornava o ambiente ainda mais pesado.
Dra. Hughes:
— Precisamos fazer isso da maneira mais minuciosa possível. A cidade precisa de respostas, e nós vamos fornecê-las.
Ela olhou para seu colega, o legista James Raven, um jovem promissor, mas ainda relativamente novo no campo.
Dra. Hughes assentiu e iniciou a autópsia, fazendo cortes precisos e meticulosos. A cada descoberta, ela ditava suas observações para Raven, que anotava diligentemente.
Dra. Hughes:
— Causa preliminar da morte: trauma contundente na região torácica, indicando uma força significativa aplicada. Há também sinais de luta, como hematomas nos punhos e nas costelas. Precisamos investigar se há presença de toxinas ou venenos. Não foi o sangramento no pescoço com esses dois buracos na carótica, como parecia.
Enquanto os dois legistas trabalhavam, a porta do necrotério se abriu com um ranger baixo, revelando o sargento Johnson. Ele parecia exausto, com olhos vermelhos e um semblante de determinação mista com dor.
Sargento Johnson:
— Dra. Hughes, eu preciso estar aqui. Ele era meu pai.
Dra. Hughes olhou para Raven, que deu um leve aceno de compreensão.
Dra. Hughes:
— Entendemos, sargento. Fique à vontade, mas saiba que isso pode ser difícil.
O sargento Johnson respirou fundo e se aproximou da mesa de autópsia. Cada movimento era pesado com a gravidade da situação.
Dra. Hughes (continuando):
— Não encontramos sinais de veneno, mas há algo peculiar. Há resquícios de um pó fino embaixo das unhas do comissário. Pode ser algum tipo de substância usada pelo agressor. Vamos enviar para análise química.
Johnson observava em silêncio, seu olhar fixo no corpo de seu pai. As mãos tremiam levemente, mas ele se controlava.
James Raven ia anotando sobre o pó fino e sobre poder ser alguma evidência deixada pelo 'Morcego'.
Dra. Hughes:
— Pode ser. Temos que considerar todas as possibilidades. O poema que ele deixou também pode ter pistas. Esse criminoso parece gostar de jogar com a mente das pessoas.
Enquanto continuavam a análise, um detetive entrou na sala. Era o detetive Harvey Bullock, conhecido por sua abordagem direta e pouco convencional.
Detetive Bullock:
— Dra. Hughes, Raven, sargento Johnson. Precisamos de respostas rápidas. Esse 'Morcego' não vai parar, e precisamos estar um passo à frente.
Dra. Hughes:
— Estamos fazendo o possível, detetive. Precisamos de mais tempo para conclusões definitivas.
Detetive Bullock:
— Entendo. Mas a cidade está em pânico e alguns estão torcendo por ele . Façam o melhor que puderem, e rápido. Na internet estão espalhando a ideia de eliminar os chefes de polícia e os ricos da cidade como forma de protesto contra a autoridade.
Bullock saiu, deixando a sala novamente em silêncio, exceto pelos sons dos instrumentos médicos e anotações.
James Raven enquanto fazia seu próprio exame e observação notou que a marca distinta no lado esquerdo do pescoço não era só um buraco para parecer uma mordida de vampiro, mas que um deles poderia ser um sinal de injeção.