Karl Meier

Josef está a sua frente de cabeça baixa. Dois anos mais novo que você e pelo menos 10 centímetros mais baixo em um corpo super magro, ele parece mais infantil ainda devido à cara de culpa que ele traz estampada em seu rosto.

— Não sei onde estão os panfletos K. talvez estejam comigo, talvez alguém na escola tenha pegado, eu não acho que a ... polícia (ele diz olhando pros lados e baixinho) ... tenha achado, eles estavam junto com meu material da prova de soldagem da 2B.

Você olha ao redor, lembrando-se da palestra sobre percepção espacial que assistira a pouco tempo, nenhum aluno da escola técnica estava passando perto o suficiente para desconfiar de algo. Karl frequentava a escola por dias suficientes da semana para ser reconhecido como aluno por boa parte dos frequentadores ali, porém não estava matriculado em nenhum dos cursos. E agora ele tem um problema na mão, não lembrando do quanto de informação existe nos panfletos que podem dar alguma dica a Stazi de sua célula.
Punir Josef serviria de lição, mas poderia trazer consequências, não o punir poderia demonstrar fraqueza se alguém mais soubesse da situação

A informação me deixa extremamente nervoso e frustrado. O que poderia ser mais simples do que guardar alguns panfletos? Inacreditável. Mas era difícil encontrar pessoas corajosas ou burras o suficiente para se aliar à nossa causa. Todos eram importantes e precisávamos chegar ao maior número de pessoas possíveis. Não podia me dar ao luxo de ser muito duro e perder integrantes do grupo. Me controlando ao máximo, chego bem perto dele e falo:
- Josef - digo quase sussurrando - como você pode ser tão burro? Volte agora até lá e olhe novamente, se algum espião da Stasi pegar os panfletos nós estamos fodidos, entendeu? Procure! Olhe embaixo de sua cama, seu armário,na calcinha de sua mãe, não me importa, encontre as merdas dos panfletos!

O rapaz sai correndo em direção à saída da escola. Você continua por ali alguns momentos prestando atenção quando uma criança de uns 5 ou 6 anos, um menino de cabelos escuros e grandes olhos azuis, chega andando na tua direção e te entrega um pedaço de papel dobrado várias vezes até se tornar um triângulo meio disforme.
Ele diz:
— Você é o Karl? um moço careca me disse para eu te entregar isso

Pego o papel da mão do menino, desconfiado.
- E como esse moço estava vestido garoto? Tinha mais alguém com ele?

O menino quando você faz a pergunta já está correndo para fora da escola. Olha por cima do ombro enquanto foge.

Olho para os lados, desconfiado e abro o bilhete de maneira bem discreta.

o bilhete não é um bilhete, é apenas um dos panfletos que sumiu
jogue PER

PER 14
[roll="D6"]3[/roll]

PER 14
apmarques efetuou 3 lançamento(s) de dados (d6.) :

3 , 6 , 4

Você olha ao redor e nenhuma pessoa está circulando, nem o que normalmente teria de alunos entrando e saindo de sala, nem nas calçadas ao redor.
Nem mesmo o barulho do trânsito parece existir por algum tempo antes de retornar muito lentamente

Amasso o papel, coloco no bolso e vou o mais rápido possível, sem correr, para a saída mais próxima.

Você sai pela rua 17 em frente a placa da Technische Universität e o trânsito parece estar parado, poucos carros se movimentam pela rua e a calçada encontra-se estranhamente vazia. Enquanto você se dirige para casa, um homem careca e alto passa por você e te cumprimenta solícito com um gesto em direção ao chapéu e te olha por cima dos óculos escuros. Teu coração dispara como se este homem fosse te atacar, porém ele segue caminhando na direção oposta a sua sem diminuir a velocidade ou olhar para trás.
Você sente o coração bater forte e rápido no peito

Fico nervoso e decido não ir direto pra casa, mudo a direção e vou para algum bar conhecido (se existir, senão vou pra um ponto de encontro conhecido de jovens da epoca)

Você ultrapassa o homem e segue para um bar ali perto.
Alguns rostos conhecidos e você é chamado para uma roda de conversa assim que entra no bar

— pague uma rodada de cerveja para a gente— Keyla pede— estamos fazendo um aqueces para ir em um encontro com arte e com música americana e com gente bonita — ela diz passando a mão na sua camisa — venha com a gente

Olho meio desconfiado para os lados, acendo um cigarro e digo:
- Certo, a próxima é por minha conta. Onde é esse encontro?

-Quem organiza a festa é um amigo da Katja, fica em um prédio comercial, tem um andar abandonado e durante a noite ninguém percebe a música. Já teve festa lá algumas vezes e é de boas.

Eles concordam e comemoram a próxima cerveja brindando

-Ein Prosit!

O tempo passa:
Mais algumas cervejas são bebidas e as pessoas vão se afastando e saindo do bar. Quando você decide sair percebe que em uma das mesas mais afastadas está sentado o homem careca, sem copo nenhum e sem nada em cima da mesa. Ele te cumprimenta com um aceno de cabeça

Off - se tiver alguém que faz parte de meu grupo sussurro pra ele avisar alguns amigos e ficar de olho se eu precisar.
Ando em direção à mesa, mais confiante por causa do alcool e do ambiente,e me sento de frente para o homem:
- Tenho a impressão que esta me seguindo, está apaixonado por mim, careca?

— Apaixonado? hahahaha não existe espaço em mim para nenhuma paixão humana Kleine Hochschulkommunist! Estou exercendo meu direito de me divertir regradamente.
Ele diz te encarando nos olhos
— Quem sabe seja a hora de você me mostrar seus documentos criança. Onde você mora? Qual sua profissão? Se você tentar se afastar dessa mesa será preso e as pessoas da sua família começarão a sumir uma a uma.

Fico um pouco assustado com a confiança e a ameaça do homem, mas não demonstro. Penso um pouco e respondo querendo soar cordial:
- Comunista? Por que acha que eu trairia meu país Mein lieber Glatzkopf? Sou apenas um jovem que gosta de sair e se divertir com os amigos.

Ele bate a mão na mesa e diz:
— Seu país é comunista her Karl Meier, se eu perceber que você está tentando algo político irei até a rua "Flemingstrasse 68" e te procurarei, nem teu emprego na universidade irá te salvar disso
(pausa)
— sente-se aqui comigo