Pactos

Fundada por monges católicos europeus no Século XVII a partir da descoberta de antigos grimórios atribuídos a São Cipriano de Antioquia e ao Papa Honório III, esta ordem logrou sobreviver à Inquisição enquanto seus membros se infiltraram no Tribunal do Santo Ofício e chegaram mesmo a se beneficiar de grimórios tomados de membros da Rosacruz e da Brujeria, entre outros Pactos europeus menores.

A Ordem veio a incluir freiras ao longo das décadas seguintes e lentamente se abriu para o mundo secular no início do Século XX – hoje há muito mais membros leigos do que sacerdotes em suas fileiras, assim como o número de mulheres aumentou consideravelmente, embora ainda haja mais homens (em sua maioria clérigos) em seus postos de liderança.

A despeito disso, todos os membros são católicos praticantes. Entretanto, eles acreditam que a magia não é, em si, um pecado, sendo legítima desde que a serviço de Deus. Eles rejeitam o dogmatismo da Inquisição e vieram a aliar-se a outros Pactos para combater os remanescentes desta organização, principalmente dentro da Igreja. Os Ciprianistas se dividem entre grupos conservadores e restritos, assim como facções mais ecumênicas e progressistas, com vários se opondo completamente a Pactos ditos "pagãos", como Brujeria e Zangbeto, enquanto aceitam (ou toleram) lidar com ordens de matriz judaico-cristã-ocidental, como a Aurora Dourada e Rosacruz.

Características Principais: os Ciprianistas são católicos e consideram-se fazendo o trabalho de Deus na Terra. Eles combatem o mal (ou o "mal") na forma de vampiros, cultistas e os chamados satanistas (ao qual incluem Pactos cujos membros professem qualquer Fé que não seja cristã), assim como protegem e curam as vítimas de seus abusos.

Trilha de Feitiços: dedicados à Obra de Deus, os Ciprianistas praticam as Trilhas da Abjuração, Adivinhação e Evocação.



Exorcismo (Ordem de São Cipriano – Mente – Custo 5): Você é capaz de expulsar uma Entidade que esteja possuindo uma pessoa ou lugar de volta para o seu plano de origem – ou permitir a um Fantasma seguir adiante rumo ao seu destino (Paraíso ou Inferno). Este Feitiço não funciona em vampiros.

Também conhecidos como Satanistas, Luciferianos, Infernalistas ou Caminho da Mão Esquerda, os membros desta ordem remontam à Londres no ano de 1.719, quando o Rosacruz Philip Wharton, 1º Duque de Wharton, reuniu outros onze companheiros para criar um novo coven. Eles haviam redescoberto antigos rituais goéticos e, unindo-os a práticas tântricas recém-encontradas na Índia, elaboraram uma nova doutrina.

O coven ganhou popularidade e outros Rosacruzes espalhados pela Europa fundaram organizações semelhantes, mas isto trouxe profundo desagrado entre seus irmãos, tanto pelo temor da corrupção por parte dos demônios quanto pela Inquisição, que na época tinha ainda muito poder e perseguia bruxos ostensivamente.

Assim que o Clube do Inferno foi caçado e os sobreviventes tiveram que se esconder – os covens sobreviveram como um ideal enquanto os satanistas mantinham suas práticas de modo solitário e isolado. Rejeitados por seus pares, muitos deles procuraram apoio em outros lugares – principalmente os vampiros Lilitu, com quem compartilhavam algum interesse pelas práticas tântricas, embora por razões distintas.

Esta situação mudou nos anos 1.960. Em 1.966 Anton Szandor LaVey, um Bruxo que alguns acreditam ter sido da Aurora Dourada, outros que era um membro da Brujeria, encontrou textos do Clube original e fundou a Igreja de Satã na Califórnia, desta vez como uma entidade pública e aberta.

Isso incentivou os satanistas, herdeiros do Clube do Inferno, que até então se ocultavam a "virem à luz". Muitas organizações satânicas foram formalmente fundadas e os satanistas verdadeiros começaram a recrutar os afiliados realmente comprometidos para se unirem em um novo Clube do Inferno.

O Clube é estruturado como uma versão satírica de uma ordem monástica católica. Assim que as sedes são chamadas Abadias, os Bruxos Mestres são chamados Abades e os participantes são Frades e Freiras, referindo-se uns aos outros como "irmãos e irmãs em Satã". Um coven de satanistas é chamado Grotto.

Eles cultuam os chamados Lordes Infernais: Satã, Lúcifer, Lilith, Belial, Leviatã, Baphomet, entre outros. Não os chamam "demônios" – este título é reservado a outra ordem de criaturas infernais subordinadas aos Lordes e seus seguidores.

Mas o Satanismo é fortemente individualista e os Satanistas pensam primeiro em si e depois nos outros – a ideia de auto-sacrifício é estranha para eles e, embora possam fazer o bem, o farão buscando algum benefício pessoal. Seus Grottos são formados na base da aliança entre iguais, mas todos devem ser capazes de contribuir com o coletivo e não apenas parasitar os demais. Justamente por esta postura não há uma liderança universal, os Satanistas se organizam em Seitas e cada uma segue um aspecto particular do ideal satânico. Algumas seitas praticam caridade, outras desaprovam os que dependem de ajuda. Há até mesmo aqueles que praticam sacrifícios humanos, embora os demais Grottos normalmente evitem contato com estes e até poderiam se aliar a outros Pactos para destruí-los.

Por isso mesmo dificilmente há mais de uma Seita em cada cidade – exceto nas maiores metrópoles como São Paulo, Nova York ou Londres. Caso duas Seitas satânicas se vejam em um mesmo território, lutarão entre si, muitas vezes envolvendo outros Pactos e criaturas sobrenaturais no seu conflito.

Só uma coisa pode colocar Satanistas em comum acordo: a Inquisição. Para eles esta organização representa tudo o que há de errado no mundo e eles não vão recuar nem se esconder: caso haja evidência da Inquisição em uma área, os Abades farão os acordos necessários para garantir a paz e iniciar uma resposta brutal contra os agentes da Loja Negra, como chamam a Igreja Católica. Dos mais compassivos Satanistas os Inquisidores podem esperar no máximo uma morte rápida, isso se não caírem nas mãos dos mais extremistas e cruéis membros do Pacto.

Satanistas têm uma relação complicada com alguns dos outros Pactos. Eles guardam rancor da Rosacruz pela forma como foram tratados no passado e nunca confiarão neles. Observam os Feri com desprezo – embora ambos adotem a magia sexual como prática corrente, seus ideais são muito diferentes e os Satanistas não vêm mais do que "um bando de hippies fedidos" naquela ordem. Mas eles podem nutrir respeito pelos Zangbeto por sua postura marcial e por ter uma relação com seus deuses semelhante à dos próprios Infernalistas. Este tratamento é estendido à Brujeria por motivos semelhantes.

Eles vêm os demônios como seres inferiores, de modo semelhante a animais, criaturas que devem servir a seus mestres, mas merecem ser recompensados por isso. Então eles os invocam (preferindo-os a Fantasmas ou Elementais) e ofertam sacrifícios em troca de seus serviços, mas sem submissão. Eles observam os vampiros com grande interesse por serem humanos que conseguiram subordinar um demônio à sua vontade, mas desprezam aqueles que se deixam dominar pela entidade. Como dito, há uma relação antiga entre Satanistas e os vampiros da casta Lilitu, que muitas vezes são participantes ativos dos cultos. Eles têm pouco a ver com os licantropos, entretanto.

Características Principais: poder pessoal é a única coisa que realmente importa, seja na forma de dinheiro, conhecimento, relações ou mágica. Assim qualquer coisa é permitida para obter isso. O poder é a verdade e a verdade é o poder. Dito isso, os Satanistas entendem que aqueles que têm o poder podem fazer o que desejarem, seu lema sendo proveniente do francês antigo: Fais ce que voudras (Faça o que quiser).

Trilha de Feitiços: os Satanistas desejam reinar tanto no Inferno quanto no mundo e por isso não hesitam nem mesmo em enganar e controlar, unindo isso às convocações infernais, de modo que dominam os feitiços de Conjuração, Encantamento e Ilusão.



Influenciar Vampiro (Clube do Inferno – Espírito – Custo 6): Lidando com vampiros, os satanistas perceberam que nem sempre é seguro estar com eles, dado o risco do demônio assumir o controle. Em caso de sucesso no teste o vampiro fica positivamente inclinado a favor do bruxo até o amanhecer e este recebe vantagem em todos os testes de Espírito durante a duração do efeito. Caso o bruxo consiga reduzir a 0 (zero) a Postura do alvo com o Bônus de Poder deste teste a boa vontade se torna permanente. O efeito de Influenciar Vampiro é sutil e normalmente não é detectado pelo alvo mesmo em caso de fracasso, exceto se ele tiver a perícia Magia e for bem-sucedido em um teste de Mente (Magia). O efeito pode ser aplicado quando o vampiro está possuído pelo demônio das sombras, mas o custo aumenta para 7.

Invocar Demônio (Clube do Inferno – Espírito – Custo 6): Você consegue invocar um demônio de uma casta à sua escolha, que o servirá por (1 + Bônus de Poder) minutos. Use as estatísticas para Elementais (B:PdS, pg. 71), mas substitua o tipo por casta (como as vampíricas). Demônios livres têm acesso a todos os Dons de sua respectiva casta. Demônios podem tentar possuir um mortal mediante um teste de Espírito (Manipulação) feito pelo demônio, o satanista ou a vítima. Use a tabela de Interação com Personagens para determinar a dificuldade.