Ghatark Brunstone

O sol brilhava na Floresta de Guardiana, as árvores chacoalhavam com o vento e o belo som dos animais se ouvia, Ghatark já estava de pé, próximo a sua tenda que ficava na margem leste da floresta de Guardiana cortando madeira par servir como fogueira e para assar seu alimento diário, seu urso estava vagando pela floresta caçando alimentos que ele aprendeu a dividir com seu parceiro. Ghatarak foi criado por uma tribo de bárbaros que durante muitos anos era conhecida na região, a tribo dos "Quebra Pedra", nome este designado a eles devido a sua força bruta aplicada em combates.

Ele cresceu nas doutrinas bárbaras que faziam sacrifícios e rituais em favor do deus Atlas, ocorre chegou o momento da tribo migrar mas Ghatarak se recusou a ir, segundo ele ali era seu lugar e ali ele deveria ficar, os membros da tribo entenderam e o deixaram por conta própria, tendo apenas a companhia de seu urso e acabaram se tornando grande amigos.

Ghatarak cortava os troncos e os separava quando seu urso chegou bastante assustado e escondendo-se atrás dele olhando para mais a leste, o que seria fora dos limites da floresta.

Ghatark era territorialista e teimoso. Não sairia daquelas terras sem ter um motivo muito bom para isso. Migração para ele parecia coisa de covarde, alguém que estava afim de fugir para se esconder em outro ponto qualquer. O anão iria ficar, sozinho ou não. Sua sorte foi que ele havia adquirido um fiel companheiro alguns anos que também ficara.

Hoje o anão fazia o que estava acostumado a todos os dias pela manhã faze. Ele cortava sua lenha para preparar uma longa fogueira para fazer o seu desejum e de seu companheiro. Eram dois brutamontes comendo. As vezes acreditava-se que o anão conseguia vencer na porção de cada refeição ingerida.

Quando o urso chegou Ghatark ainda não tinha preparado a lenha, o que fez ele olhar num tom raivoso. Algo já havia acontecido para mudar sua rotina logo de manhã.

- Não acredito que já aconteceu alguma coisa antes de eu comer - resmungou antes de ver o urso se protegendo atrás dele.

- O que foi, urso - perguntou mesmo sabendo que não haveria resposta. - Quer que eu vá lá e veja - se manteve nas indagações. - Tudo bem.

Brunstone pegou seus dois machados e olhou para o urso como se quisesse que ele ficasse, algo que o anão nunca conseguia fazer direito. Balançando a cabeça negativamente ele olhou na direção e foi decidido independente do que fosse.

- Quem quer que seja que esteja atrapalhando minha refeição vai ser ver com os meus machados. - resmungava durante todo o caminho.

Ghatarak avança até o limite leste da floresta, ele se mantém entre as árvores que lhe davam certa cobertura para espionar os arredores, quando ele levantou sua vista pôde ver do outro lado da estrada a pelo menos uns cinquenta metros um grupo peculiar, 4 orcs, 2 goblins, 1 centauro portando uma armadura completae um grande escudo de metal e 1 velho humano de longas barbas e cabelos brancos vestido com um manto negro apoiado num cajado de madeira pouco maior que ele, logo em seguida chegou um corvo que pousou na mão do velho ficando de frente para ele, eles pareciam conversar.

Pelo conhecimento de Ghatarak talvez tivessem vindo do norte, dos arredores de Alterone e na altura daquele ponto da floresta, assim que o corvo chegou, eles desviavam o caminho para o sudoeste saindo da estrada indo em direção as montanhas, mas precisamente a ponte que atravessava o Rio Alterone, uma ponte antiga e geralmente utilizadas pelos que vinham de Alterone e se dirigiam ao Portão dos Ancestrais e ao monastério Abandonado. Um antigo monastério de Monges que eram encarregados de proteger o portão dos ancestrais, mais, todos eles morreram na guerra contra o Dragão das Sombras a mil anos atrás e pelo que se sabe, nunca mais ninguém pisou no local.

Ghatark estava disposto a usar seus machados quem quer que fosse. Atrapalhar sua refeição não merecia nada menos que isso. Porém ao chegar no loca, o anão jogou-se para o lado de uma árvore vendo que se tratava de mais gente do que talvez ele desse conta. Ali ele permaneceu olhando bem para cada um deles.

- Centauro - indagou o anão continuando a olhar todo no grupo. - Tem um humano também e algumas criaturas nojentas... Nada bom, nada bom! - fala mudando seu humor para um tom mais grosso e mal humorado.

O anão não era o melhor em seguir as pessoas e ele sabia bem disso. Ele permaneceu nos arbustos um tempo para ver o que eles pretendiam. Dependendo, o tempo certo dele permitiria dar um bote certeiro, como um animal.

Ghatark esconde-se atrás das árvores e seu urso fica a uns 10 metros adentro sentado observando ao longe seu amigo enquanto o bárbaro espreita o estranho grupo, mas, para seu azar eles estavam distante e ele não pôde perceber nem ouvir absolutamente nada, então, depois dos poucos minutos que conversaram seguiram pela ponte e aos poucos foram desaparecendo no horizonte, até que Gatark já não podia vê-los. Com os boatos da guerra de Runefaust e o avanço de criaturas malignas essa grupo acabava se tornando no mínimo estranho.

-É melhor irem embora... Animais estúpidos - Ghatark disse voltando para floresta quando viu o urso. - Pessoas estúpidas - reformulou sua frase.

Assim que o anão mudou sua frase ele também pensou sobre aquele grupo que avançava próximo a floresta. Apesar de sua arrogância e imprudência, Brunstone sabia que sozinho não iria dar conta de todo mundo que ameaçasse sua vida ou do urso. Alguns resmungos completaram seu pensamento de "ter que ir na cidade" e "o que faria com o urso"[/i].

Eram coisas que ele deixaria para decidir quando acontecesse. O anão pega suas coisas rapidamente e parte para a cidade. Lá ele poderia comunicar alguém sobre estas criaturas e, quem sabe, conseguir alguma coisa de bom... Algo que nem ele sabia o que estava procurando.

Ghatark mostrou que não é apenas uma máquina de matar, ele analisou friamente a situação de percebeu que talvez não tivesse condições de enfrentar tantos inimigos de uma vez e decidiu fazer o que sempre faz quando percebe algo suspeito ir até Guardiana mais uma vez avisar da situação, ele já era conhecido e o tratavam como uma espécie de batedor da cidade na floresta, a única dificuldade dele quando chegava a cidade era ser seguido por seu urso, ele costumava assustar as pessoas e ainda assusta até os dias de hoje.

A caminhada para a cidade da floresta durava cerca de três horas, durante o caminho nada de suspeito ele viu então ao chegar aos portões da cidade ele é recebido por dois guardas que já o conheciam:

-Bom dia senhor Ghatark! Veio fazer compras ou trazer algum informe?

Os guardas falavam e olhavam assustados para o urso como sempre. Então, outro guarda se pronuncia:

-Bem..o senhor sabe que esse seu urso todas as vezes que vem a cidade causa um alvoroço tremendo...Não seria bom que ele entrasse...

Ghatark andou com pressa até chegar os portões de Guardiana. Já de cara os dois guardas vieram lhe abordar reforçando a ideia do anão do porque dele sempre reclamar quando precisava vir. Ele vai reduzindo os passos enquanto ouve eles falando, se pronunciando em seguida no seu tom ríspido de sempre.

- Preciso falar com o capitão, agora - exclamou já entrando em direção a cidade. Quando o anão deixava os dois para trás, ele completa. - Se vocês quiserem, pode impedi-lo de entrar. Ele é livre como eu.