Pesar sobre o Túmulo
O cemitério de Lua Argêntea estava cheio de novas lápides. O jovem Tom subia o morro dos jazidos solitariamente pensando nas vidas que se foram por causa da guerra contra os orcs. O céu estava cinza, e o vento forte sacudia as roupas do mago, assim como os fios de seu cabelo solto. Quem visse Tom à distância talvez pensasse que o rapaz estava desnorteado, sem saber por onde os seus pés o levavam, mas o mago tinha um destino traçado, que só foi alcançado no topo do morro, ao se deparar com uma lápide e ver os seguintes dizeres:
“Arthémis Mostana
✯ 02/02/1354
† 25/04/1373
Que sua alma perdure”
Não havia um dia sequer que Tom deixava de visitar a lápide de Arthémis. Mas ele se deu conta de uma coisa naquele momento: hoje fazia exatos três meses que ela morreu e deixou este mundo terreno para figurar no Plano da Fuga, onde sua alma seria recolhida por alguma divindade. Na mente e no coração de Tom, pareciam ter se passado muito mais dias desde a sua morte... desde o fatídico dia em que a Gema do Norte foi atacada por dois dragões negros adultos aparentemente aliados do Rei Obould Muitas-Flechas. Houveram muitas mortes naquele dia, mas além dessas dolorosas mortes, um sentimento havia sido sepultado nos cidadãos argenteanos: o sentimento da esperança. Isso apenas piorou quando Alustriel retornou para a cidade e comunicou a todos que o Salão de Mitral havia sido tomado pelos orcs. Eram dias difíceis, e poucos conseguiam enxergar alguma luz no fim do túnel. Tudo isso tinha a ver com Tom e a lápide à sua frente.
Arthémis tinha sido muito mais do que a namorada de Tomdrill Flanae. Ela havia sido uma companheira, cúmplice de sentimentos e uma fiel admiradora e incentivadora dos talentos de Tom; sem dúvida ela foi uma presença marcante na vida do mago sob muitos outros aspectos. Tudo isso, agora, estava perdido para sempre. Não tinha volta. Uma voz chamou Tom às suas costas, mas o jovem a princípio não ouviu. Ele estava enfiado em seus próprios pensamentos, e além disso, uma rajada de vento fustigou o seu rosto de tal modo que atrapalhou a sua audição. A voz o chamou uma segunda vez, e ele então pôde ouvi-la com clareza:
- Tom... - chamou-lhe uma voz austera. O mago não precisou virar o corpo para saber de quem pertencia aquela voz: era Gaunt, um dos professores do Colégio da Senhora que ele tinha mais em conta. - Sei que já conversamos antes, meu filho, mas quero dizer novamente o quanto sinto pela morte de Arthémis. Eu também quero reforçar para o seu conhecimento de que ela morreu dando o melhor de si na luta contra os dragões, e tenho certeza que a sua coragem salvou muitas outras vidas inocentes.
Tom sentia Gaunt a dois ou três metros de distância atrás de si, e a tarde estava indo embora.
Arthémis tinha sido muito mais do que a namorada de Tomdrill Flanae. Ela havia sido uma companheira, cúmplice de sentimentos e uma fiel admiradora e incentivadora dos talentos de Tom; sem dúvida ela foi uma presença marcante na vida do mago sob muitos outros aspectos. Tudo isso, agora, estava perdido para sempre. Não tinha volta. Uma voz chamou Tom às suas costas, mas o jovem a princípio não ouviu. Ele estava enfiado em seus próprios pensamentos, e além disso, uma rajada de vento fustigou o seu rosto de tal modo que atrapalhou a sua audição. A voz o chamou uma segunda vez, e ele então pôde ouvi-la com clareza:
- Tom... - chamou-lhe uma voz austera. O mago não precisou virar o corpo para saber de quem pertencia aquela voz: era Gaunt, um dos professores do Colégio da Senhora que ele tinha mais em conta. - Sei que já conversamos antes, meu filho, mas quero dizer novamente o quanto sinto pela morte de Arthémis. Eu também quero reforçar para o seu conhecimento de que ela morreu dando o melhor de si na luta contra os dragões, e tenho certeza que a sua coragem salvou muitas outras vidas inocentes.
Tom sentia Gaunt a dois ou três metros de distância atrás de si, e a tarde estava indo embora.