Poleiro do Grifo

O sol despontava no horizonte, lançando uma luz dourada sobre Poleiro do Grifo, a fortaleza que agora pertencia a Ygon Gryphon. O Lorde observava os campos que se estendiam diante de suas terras, seus olhos refletindo tanto a determinação quanto a incerteza que residiam dentro dele. O enorme dragão Tempestaraio estava além da muralha, saudando a aurora assim como seu cavaleiro. A brisa da manhã acariciava seu rosto enquanto ele contemplava o que o destino reservaria.

Poleiro do Grifo era uma fortaleza pequena, porém forte, localizada em um penhasco que se projetava para a Baía dos Naufrágios, a partir da costa do Cabo da Fúria. O castelo era cercado por penhascos de pedra vermelha por três lados. A entrada voltada para as montanhas, ficava entre dois cumes naturais conhecido como Garganta do Grifo. A entrada para a Garganta do Grifo era guardada em uma extremidade por uma portaria, e pelo portão principal do castelo e duas torres redondas sobre a outra extremidade.

A área sob controle de Ygon abrangia cinco quilômetros de trilhas escarpadas ao redor do castelo de Poleiro do Grifo, e mais 5 quilômetros de planícies acidentadas onde morava a maioria de seus plebeus. 

Além de belas tapeçarias, o Poleiro do Grifo também estava decorado com janelas em arco que exibiam painéis em forma de diamante de uma infinidade de vidro vermelho e branco. A cama no quarto do senhor ficava abaixo de um dossel de veludo vermelho e branco. O grande salão continha o Trono do Grifo talhado em ouro, onde cinqüenta gerações de Conningtons governaram antes da Guerra de Daenerys, trono que agora era ocupado por Ygon.

Nos campos de treino de Poleiro do Grifo abaixo de onde estava Ygon, ele conseguia ver Sor Cedric Ryswell comandando o treino matinal dos soldados. O pessoal de apoio não precisava de treino marcial, e os batedores já tinham saído antes do nascer do sol para patrulhar o perímetro das terras Gryphon, mas os homens da guarnição e da infantaria precisavam de exercício constante para se manter em forma. A guarda pessoal de Lorde Gryphon estava sempre a postos ao seu redor, e os marinheiros treinavam no porto, tentando fazer a tripulação verde de seus cinco navios novinhos em folha adquirir alguma prática em suas funções.

No interior do castelo, era possível ouvir a governanta, Ravenna Storm, ralhando com os travessos Auaes e Ilyara, que já estavam serelepes àquela hora da manhã. Os dois filhos mais velhos de Ygon, Jorik e Elara, se mostravam mais comportados em suas sessões de aprendizado, ora com o meistre Caelum, ora com o septão Brynden.

Com uma lufada de vento fugaz, Ygon ouviu a vor de Lady Elira Ravenshadow:

- Milorde Gryphon, trago notícias! Os boatos na corte de Porto Real falam sobre uma antiga linhagem Targaryen, liderada por uma figura misteriosa que se intitula "A Sombra do Dragão". Ninguém sabe muito sobre ela, mas especula-se que eles reivindicarão o trono quando o Rei Beltran expirar. Além disso, o senhor deveria se preparar, pois logo receberá visitas aqui. 

O rumor sobre a linhagem Targaryen ameaçava pairar sobre Poleiro do Grifo como uma tempestade iminente. Ygon sabia que, para consolidar sua posição e proteger sua casa, precisaria agir com sabedoria e coragem. Seus pensamentos foram interrompidos pelo som das trombetas anunciando a chegada de Mychal III Baratheon, Senhor de Ponta Tempestade.

Mychal, um homem imponente com uma barba vistosa que denotava sua experiência, desmontou de seu cavalo e cumprimentou Ygon com um aceno. 



Aolani, a esposa de Ygon, estava ao lado de seu pai, observando a cena com olhos perspicazes. 



Mychal adentrou os salões de Poleiro do Grifo e solicitou uma reunião privada para discutirem as crescentes ameaças que pairavam sobre eles.

Mychal Baratheon aconselhou com seu olhar sério:

- Ygon, minha aliança contigo é forte, mas as Terras da Tempestade são agora uma terra de intriga e traição. Para garantir a segurança de sua casa, você deve provar sua lealdade aos olhos dos meus outros vassalos, e assim conquistar a lealdade dos guerreiros da tempestade quando chegar a hora de reivindicar seu trono.

O encontro com sua esposa antes de ir receber seu sogro foi providencial para Ygon

Durante o caminho, fez um esforço para encontrar Lady Aolani e sussurou à ela:

- Tão repentino. Sabe do que pode se tratar? Será que devo pedir para você e Meistre Caelum acompanharem essa reunião?

Lady Aolani respondeu, cautelosamente:

- Certamente, seria sábio. Vou buscar o meistre.

A reunião com o Senhor de Ponta Tempestade começou amistosa, mas Ygon conseguia sentir a tensão no ar, que piorou quando Lorde Mychal Baratheon explicou as razões de sua vinda.

- Não sou um Targaryen, senhor - o assunto o incomodava, mas não desviou o olhar, mantendo-o firme enquanto falava - Como sabe, é verdade que sou filho de Beltran, e muitos em uma vila próxima ao Ninho do Corvo podem testemunhar esse fato, pois alguns serviçais foram contratados para trabalhar na casa de minha mãe durante o período que o relacionamento se manteve, e muitos outros os viram ali, durante suas visitas.

Ygon respirou e continuou:

- Porém, meu senhor, como também é do seu conhecimento, apesar de Beltran saber da minha existência e de ter me presenteado com Tempestario, nunca me legitimou, de modo que não faço parte da linha de sucessão. Dessa forma, como poderei reivindicar o trono?

- Você, Ygon, assim como todos nos Sete Reinos, é incapaz de dizer quantos bastardos o Rei Beltan Targaryen já produziu. Seu pai era um devasso desde a puberdade, e a quantidade de irmãos bastardos que você pode ter é assombrosa. Gardius Targaryen é somente o herdeiro presumido de Beltan, por ser o filho mais velho do primeiro matrimônio dele, mas esse matrimônio foi anulado. Alessa Targaryen permaneceu na corte, mas é pejorativamente chamada de "A Louca". Sei que você se desligou totalmente de Porto Real desde que assumiu Poleiro do Grifo, mas há certas coisas que não passam despercebidas.

Foi nesse momento que Aolani e o Meistre Caelum entraram na câmara, fazendo uma reverência respeitosa para Mychal antes de se postarem ao lado de Ygon.


-  Os Baratheon têm sangue Targaryen há séculos, e com você sendo casado com minha filha Aolani, a legitimidade poderia ser declarada pelas duas linhagens. Os homens da Tempestade o apoiariam, pois desconfia-se da capacidade de Gardius por todos os Sete Reinos. E ainda pior que isso, teme-se que assim que Beltan expirar pela última vez, Gardius comece um expurgo da Casa Targaryen, caçando todos os irmãos, bastardos ou não, para capturá-los ou executá-los. Isso seria uma nova Dança dos Dragões, Rebelião Blackfyre ou Guerra de Reconquista. Nesse caso, seria melhor estar preparado para reagir assim que provocado.

Meistre Caelum falou baixo aos ouvidos de Ygon, mas permitindo que Mychal e Aolani ouvissem para não ser descortês.

-  As palavras de Lorde Baratheon são verdadeiras, meu lorde. A legitimação de vossa senhoria é uma possibilidade há muito aventada. Mas é claro que a decisão cabe apenas ao seu juízo.

Aolani fez uma pergunta direta, sem especificar se era para Ygon ou para seu pai Mychal.

- E nossos filhos? Eles estarão seguros? Se houver uma guerra, eles terão de lutar?

Mychal Baratheon não respondeu, olhando inquisitivamente para Ygon à espera de uma resposta.

- O que devo fazer para conquistar a lealdade de seus vassalos? 

Lorde Mychal Baratheon respondeu:

- Vá até eles! Fale com cada lorde da tempestade e convença-os a apoiar sua causa. Use meu nome se quiser, afinal você é meu genro. Leve seu dragão e exiba seu poder. Mas faça rápido, antes que seja tarde.

FIM DE TARDE DAQUELE MESMO DIA

Para comunicar internamente sua intenção de reinvindicar o Trono de Ferro, Ygon convocou o conselho da Casa Griphon. Lady Aolani Baratheon-Gryphon, sua esposa, sentava-se ao seu lado direito, e Meistre Caelum, ao lado esquerdo. Sor Cedric Ryswell, Lady Elira Ravenshadow e Ravenna Storm dividiam os demais assentos.

- Sor Cedric, confio a você a responsabilidade de reforçar nossas defesas internas. Poleiro do Grifo deve ser fortaleza impenetrável e resistir a qualquer adversidade que possa surgir. Até o final do dia, traga-me um relatório da situação. O relatório deve ser reapresentado a cada dois dias.

- Posso fazer o primeiro relatório agora mesmo, meu lorde! Poleito do Grifo é um castelo pequeno com três lados dando para o despenhadeiro Garganta do Grifo, o que impede ataques de exércitos por esses lados. No único lado terrestre, temos uma portaria fortemente guarnecida com soldados de infantaria. No sopé da Garganta do Grifo, nossos marinheiros operam navios de guerra sempre a postos. Nosso batedores fazem patrulhas constantes nos limites de seu domínio procurando qualquer ameaça em potencial. A guarnição de Porto do Grifo faz a segurança do castelo, e membros de sua guarda pessoal escoltam cada um dos membros de sua família todo o tempo. O único modo de sermos surpreendidos seria um ataque de dragão pelo ar.

- Lady Elira, colete informações sobre os potenciais herdeiros que também tenham o objetivo de reclamar o Trono e sobre as casas ao nosso redor. Conhecimento é poder, e nossa força residirá na compreensão integral do que acontece no reino.

- Eu tenho mapeadas todas as casas das Terras da Tempestade, milorde Ygon. Posso lhe mostrar os documentos.

Com a permissão de Ygon, Elira estendeu vários mapas para ilustrar suas informações.

Mapas:

- Seus principais vizinhos nas Terras da Tempestade são os três Senhores da Marca: Dondarrion de Porto Negro, Foote de Nocticantiga e Swann de Pedrelmo; a casa Errol de Motefeno, a casa Estermont de Pedraverde, a casa Fell de Bosque Cortado, a casa Grandison de Belavista, a casa Mertyns de Matabruma, a casa Morrigen de Ninho do Corvo, a casa Peasebury de Campovagem, a casa Penrose de Pergaminhos, a casa Rogers de Amberly, a casa Tarth de Solar do Entardecer, a casa Trant dde Forca Cinzenta e a casa Wylde de Casa de Chuva. Se ganhar a lealdade desses lordes todos os demais o seguirão. Posso conseguir detalhes sobre cada casa dentro de alguns dias, mas ajudaria se eu soubesse qual pretende abordar primeiro.

Elaria fez uma pausa e mudou de tópico:

- Sobre os pretendentes à sucessão de seu pai, o Rei Beltran, é uma questão complexa e delicada. Evidentemente, Gardius Targaryen é o principal nome para a sucessão devido a ser o filho legítimo mais velho, mas há outros filhos legítimos que poderiam pleitear o lugar de herdeiro, além de um sem número de filhos ilegítimos apenas parcialmente reconhecidos pelo rei. Há alguém que milorde gostaria que eu sondasse mais à fundo?

- Ravenna, confio a você a coordenação do armazenamento e distribuição de nossos recursos. A comida, a água, cada suprimento deve ser gerenciado com sabedoria. Você também deverá supervisionar diariamente a preparação das refeições. Eu também desejo que prepare um relatório com o nome de cada servo do castelo, há quanto tempo ele nos serve e sua respectiva origem.

A jovem governanta fez uma reverência e disse:

- Nossos estoques e linhas de abastecimento estão operando com máxima eficiência, milorde Gryphon. Tenho cozinheiras de confiança e provadores  que verificam todas as refeições servidas à vossa família. Posso preparar um relatório como o que deseja, mas ele terá cerca de duzentos nomes apenas de servos domésticos e administrativos, excluindo todos os soldados a cargo de Sor Cedric.

- Realize um torneio, Lorde Mychal - Pediu - Requisite a presença de todos os lordes das Terras da Tempestade. Com eles reunidos, o tempo estará ao nosso favor.

Lorde Mychal pensou um pouco e disse:

- Posso fazer o que me pede, Ygon, mas tem certeza que é isso que deseja? Um torneio é de participação voluntária, e obrigar todos a comparecer terá quase o mesmo efeito de convocá-los formalmente. Reunidos num torneio, eles estarão com espírito combativo, com a guarda alta por estarem longe de casa, e estarão em maior número. Os descontentes podem aproveitar essa oportunidade para se unirem e ainda angariar mais apoio para suas ideias. Talvez você possa convencê-los todos reunidos para poupar tempo, mas as consequências se falhar poderão ser desastrosas. 

COM LORDE BARATHEON

- Farei como me aconselha. Suas orientações sempre foram preciosas para mim, e não há motivo para que agora seja diferente. Acredita na possibilidade de alguma aliança fora das Terras da Tempestade?

Lorde Mychal pensou um pouco e disse:

- Num primeiro momento, creio que não, Ygon. Será preciso demonstrar força para impressionar os outros reinos com uma liderança forte e pujante. 

- Elaria, você tem contatos na Cidade Livre de Qohor?

Enquanto Sor Cedric Ryswll e Meistre Caellum iam cuidar de suas tarefas designadas, Elaria respondeu:

- Não, milorde. Posso tentar conseguir algum, mas levará algum tempo, dois meses ou mais.

Mecânica:

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O meistre preparou um resumo do que Ygon poderia encontrar ao visitar Porto Negro, descrevendo a família e os servos da casa.

Documento do Meistre:

Na manhã de um dia particularmente fresco, Lorde Ygon Gryphon montou seu magnífico dragão, Tempestaraio, um ser colossal com escamas que refletiam o céu tempestuoso e olhos como relâmpagos vivos. O destino era Porto Negro, o ancestral lar da Casa Dondarrion, localizado nas Terras da Tempestade. A Casa Dondarrion, famosa por sua linhagem de guerreiros valentes e senhores justos, preparava-se para receber um dos mais ilustres visitantes dos últimos tempos.

A viagem de Lorde Ygon sobre Tempestaraio foi uma visão espetacular. Eles cruzaram montanhas cobertas de neve, vales verdejantes, e rios caudalosos com uma facilidade que só poderia ser alcançada através do voo de um dragão. Conforme se aproximavam de Porto Negro, as terras sob eles tornavam-se mais familiares a Ygon, marcadas por vinhedos robustos e florestas densas que ele reconhecia de suas visitas anteriores.

À medida que Tempestaraio começou a descer, os habitantes de Porto Negro reuniram-se para testemunhar a rara visão de um dragão no céu. As crianças corriam excitadas, enquanto os adultos mantinham uma distância respeitosa, ainda maravilhados com o tamanho e poder da criatura. 

Os membros da Casa Dondarrion, liderados por Lady Alyssa Dondarrion, uma mulher de beleza estonteante e inteligência afiada, e seus dois filhos, o herdeiro Sor Edric Dondarrion e a jovem Myria Dondarrion, esperavam na entrada principal do castelo.


Quando Tempestaraio tocou o solo com uma graça que desmentia seu tamanho imenso, uma onda de calor e vento varreu a área, fazendo com que alguns dos espectadores se afastassem.

Lady Alyssa foi a primeira a se aproximar, oferecendo a Ygon uma saudação que combinava calor e formalidade. 

- Lorde Ygon Gryphon, Porto Negro é honrado com sua presença e a de Tempestaraio. Sejam bem-vindos. Lorde Dondarrion pediu que se acomode e junte-se a ele no jantar.

Ser Edric, com a confiança de um futuro líder, expressou sua admiração por Tempestaraio e a coragem de Ygon em cavalgar tal fera. 

- É uma honra recebê-lo, Lorde Ygon. As histórias de suas conquistas chegaram até nós, assim como as lendas de seu dragão magnífico - disse ele, olhando para Tempestaraio com um misto de respeito e fascínio.

Myria, incapaz de conter sua curiosidade e excitação, aproximou-se timidamente, seus olhos brilhando com admiração incontida. 

- Lorde Ygon, você poderia me contar uma história de suas aventuras com Tempestaraio? - ela perguntou, esperançosa.

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Após as saudações iniciais, Lady Alyssa conduziu Ygon para dentro do castelo, onde uma mesa havia sido preparada para recebê-los em um grande salão iluminado por tochas e velas. Enquanto caminhavam pelos corredores ornamentados, Lady Alyssa compartilhou algumas histórias sobre a história da Casa Dondarrion e a riqueza da região das Terras da Tempestade. O brasão dos Dondarrion, um relâmpago roxo bifurcado em um campo preto, salpicado de estrelas de quatro pontas, estava presente por toda parte.



Ao chegar ao salão, Ygon foi recebido por uma festa calorosa. Servos circulavam entre os presentes, oferecendo comida e bebida, enquanto músicos tocavam melodias suaves ao fundo. Lady Alyssa e seus filhos guiaram Ygon até seu lugar de honra na mesa principal, onde ele finalmente encontrou Lorde Derick Dondarrion, o senhor de Porto Negro, vestido como quem acabara de regressar de uma cavalgada, com um traje de montaria inteiramente preto.

- Saudações, Lorde Ygon! Seja bem-vindo a Porto Negro. Lamento não tê-lo recebido no pátio. Acabei de regressar de uma rápida viagem para aplicar a justiça do rei sobre alguns criminosos dorneses das Montanhas Vermelhas. Mas sente-se, por favor! Acomode-se e desfrute de nossa hospitalidade.

Durante a refeição, conversas animadas ecoaram pelo salão, com risos e brindes enchendo o ar. 

Lorde Derick e Ser Edric, com sua presença imponente e voz firme, participaram ativamente das conversas, discutindo assuntos que variavam desde política até histórias de batalhas passadas. Eles compartilhavam anedotas sobre os feitos da Casa Dondarrion e expressaram seu respeito pela coragem e habilidade de Ygon como cavaleiro e líder.

Enquanto isso, Myria estava visivelmente encantada com a presença de Ygon, seus olhos brilhavam com admiração enquanto ela escutava atentamente cada palavra que ele dizia. Ela fez perguntas sobre suas aventuras, seu dragão e sua terra natal, demonstrando um interesse genuíno em conhecer mais sobre ele.

À medida que a tarde avançava, a atmosfera no salão tornava-se cada vez mais descontraída e alegre. Os Dondarrions celebravam a presença de Ygon animadamente.

Caberia a Ygon a iniciativa de discutir assuntos mais sérios.

Ygon estava se divertindo na companhia dos Dondarrion e eles com ele igualmente.

Mas finalmente Lorde Gryphon decidiu que já era hora de abordar o propósito de sua vinda.

- Mas como deve ser de seu conhecimento, minha visita um propósito de grande importância. Nós, Lordes da Tempestade, somos reconhecidos por nossa franqueza e clareza, e não seria agora que me desviaria desse comportamento. O reinado de Beltran está se aproximando do fim, sem que um sucessor tenha sido nomeado, o que lança Westeros em um futuro nebuloso. Eu possuo uma reivindicação ao Trono de Ferro e desejo o apoio da Casa Dondarrion.

Um grande silêncio caiu sobre o salão ao final da fala de Ygon, e todos os olhares se voltavam quase inconscientemente para Derick da Casa Dondarrion.

O senhor de Porto Negro demorou um longo momento para começar a falar, e quando o fez foi numa voz séria e pausada.

- O último homem das Terras da Tempestade a se sentar no Trono de Ferro foi Robert Baratheon, que só o conseguiu através de uma rebelião. Ele passou todo o seu reinado de mais de dez anos sendo chamado de usurpador. Mais de um século antes, a disputa pela herança de um rei vacilante lançou a casa Targaryen na Dança dos Dragões. Quando um filho ilegítimo desejou suplantar o direito do herdeiro natural, Westeros viu uma série de cinco Rebeliões Blackfyre...

Todas aquelas informações eram história antiga de séculos atrás, mas a sombra da ameaça em suas lembranças pareceu até mesmo diminuir a luz do fogo das tochas.

Mais um momento se passou antes que lorde Derick voltasse a falar:

- Pelo que conheço dos outros possíveis candidatos à coroa, acredito que você seja a melhor opção, lorde Ygon. Mas para que sua reivindicação prospere, precisará mais do que o apoio da minha casa. Não pretendo entrar em uma guerra que não possa ser vencida. Então me diga como pretende triunfar, e eu lhe direi se tem meu apoio ou não.