Rubra - May

RUBRA

NA ILHA DOS MONSTROS

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Rubra havia sido engolida por completo! Sabia que aquilo era uma loucura, e Moonbeam em seu ultimo grito tinha falado que não era um boa ideia...

Mas era a única maneira de enfrentar o Bocarra, e por isto tinha se deixado engolir. Seu couro era como pedra, então que outra alternativa senão ir por dentro? Com as adagas de obsidiana vulcânica, ela tinha cravado no interior do pescoço do monstro, e estava pendurada. Mais abaixo, os odores fétidos dos ácidos estomacais...

Felizmente o tempo que tinha passado na Ilha dos Monstros a tinha deixado forte e ágil, e conhecedora da fisiologia dos monstros da ilha. Bocarra não podia ser diferente dos outros monstros, seria? Deveria ter uma espinha dorsal, em algum lugar.

Com seu braço direito, começou a cavar um buraco, por onde pode se espremer como se fosse um verme. Primeiro teve que guardar uma boa quantidade de ar nos pulmões, e esperava que aguentasse o suficiente para o trabalho. Uma pessoa normal não conseguiria, mas uma pessoa normal também não conseguiria viver por tanto tempo na Ilha dos Monstros como Rubra viveu.

Perfurando e avançando pela carne mole, Rubra atinge algo duro... Seria o osso do pescoço? Era grande... Entao tinha que ir ate a junção e forçar um espaço entre uma vertebra e outra! As adagas de obsidiana se quebrariam pelo esforço, mas bastava que deixassem espaço suficiente para que pudesse jogar o acido de planta carnívora que tinha trazido consigo dentro da espinha dele. Tanta coisa podia dar errado...

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Moonbeam estava desesperado, voando de um lado para outro, sem saber o que fazer. Rubra tinha sido comida, e logo os 4 desconhecidos e ele seriam a próxima refeição! Esta certo que eram os primeiros que tanto ele como Rubra viam a anos, mas se sacrificar desta maneira por desconhecidos?

Bocarra, que parecia um dinossauro com a maior boca cheia de dentes do mundo, da um berro monstruoso! Moonbeam fecha os olhos, crente que era melhor morrer agora, do que continuar vivendo sem sua protetora...

Porem o que acontece a seguir é o monstro desabando e caindo morto no chão, caindo como se fosse uma enorme arvore derrubada por um lenhador. Depos de alguns tensos instantes, a boca do monstro se abre, e emerge cambaleante Rubra, rubra do sangue vermelho que cobria todo seu corpo...

Moonbeam voa para abraçar Rubra, só que como não tinha nenhuma parte dela sem sangue, se limita a dar um high-five. Os outros 4 sobreviventes dao gritos e pulos de alegria.

“Tinha certeza que iria conseguir Rubra! E ai, consegue correr? Parece que vai chover mais monstro por aqui, atraído pelo sangue do falecido Bocarra... e alias voce esta toda coberta com o sangue dele...”

RUBRA

NA ILHA DOS MONSTROS

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Ao sair da boca do Bocarra, Rubra permitiu respirar fundo, apenas para sentir o cheiro podre, e ela sentir o estômago dela reclamando. Fazendo uma careta, ela se apoiou na boca do monstro, olhando para os dentes dele e pensando se conseguiria voltar depois para conseguir uma nova adaga a partir deles, quando viu Moonbeam voando em sua direção.

 Sorrindo, ela limpou um dedo na cabeça do monstro para tirar um pouco do sangue para fazer um high-five com Moonbeam. “Que bom que alguém acreditou em mim quando eu decidi matar o bichinho aqui de dentro para fora” Ela disse rindo, mesmo passando tantos anos, o bom humor da pirata não havia desaparecido.

Ao respirar fundo de novo para criar coragem de sair de perto do seu encosto, ela sentiu de novo o cheiro pútrido, reparando que vinha do sangue que a cobria “Que nojo que eu estou, se for correr para um lago eu agradeço” Ela comenta rindo, olhando finalmente para os 4 novos sobreviventes.

“Não é a melhor apresentação, mas nome é Rubra, e se não se importarem, vamos correr para…” Ela disse se virando antes de cochichar com Moon “É aquela direção que tinha um lago né?” Antes de confirmar a direção e falar “Naquela direção para eu tomar um banho e tirar isso e fazermos uma apresentação mais digna… eu acho” A elfa diz, e observando os arredores, ela faz menção para os demais começarem a seguir ela e Moonbeam para a direção do lago.

Queria chegar o quanto antes pois sabia que iria precisar limpar aquela coisa antes que os demais monstros olhassem para ela e achasse que ela era um petisco com molho extra.

RUBRA

NA ILHA DOS MONSTROS

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Rubra se apresenta rapido aos sobreviventes, ainda atordoados com os acontecimentos. Vendo a situação da amiga, um verdadeiro chamariz para diversos tipos de monstros existentes na ilha, Moonbeam sai voando em direção do lago junto com Rubra e os demais, a pé.

Logo eles chegam a um lago de aguas cristalinas e cintilantes, com pedras redondas vulcânicas. O local seria paradisíaco, se não fosse tão perigoso. Rubra estava acostumada com o local, e havia uma parte dele em que ficava protegida da vista dos demais, mas onde era possível conversar.

O grupo de sobreviventes se apresenta. Eram dois homens e duas mulheres, de nome Archer, Napoleon, Ophelia e Rin.

Napoleon era um ruivo alto, que usava barba. Era bem comunicativo.

“E então, muito obrigado por nos salvar! Somos os únicos que sobraram da tripulação, nosso capitão e imediatos foram devorados pelos monstros, e por muito pouco não viramos refeição também! Mas... tem certeza que este lugar é seguro?”

A de cabelos castanhos, de nome Ophelia, tinha uma faixa cobrindo seu olho direito. Parecia ser do tipo mais objetiva e também critica.

“Não há lugar seguro nesta ilha, Napoleao... Se pelo menos o idiota do nosso capitão não fizesse todos desembarcar, estaríamos longe daqui em nosso navio, em segurança.”

Rin, tinha cabelos longos negros presos com duas fitas, e seu jeito parecia mais amigável. Ela estava mais interessada em falar de sua salvadora.

“Ei, voce disse que se chamava Rubra? Seria a famosa capitã Rubra, dada como morta depois da batalha do Artefato, faz uns dois, tres anos atras? A explosão magica que ocorreu foi sentida por boa parte do norte de Dominus, e destruiu três quartos da frota do Pirata-Mor William Kidd! Voce é uma lenda!”

Archer nada disse, apenas observando os arredores em antecipação a algum perigo.

Moonbeam, que havia aprendido a voar de costas toda vez que Rubra se banhava (algo que ele aprendeu depois de ter apanhado varias vezes), estava pensativo e esperançoso.

“Rubra, esta é a nossa chance de finalmente escaparmos desta ilha! Só precisamos ir atrás deste navio que a Ophelia disse...”, comenta o fada. Ele coça a cabeça, e torce a boca. “O difícil vai ser levar eles de volta... Voce, com o perdao da palavra, é a maior monstra dessa ilha, ganhou o titulo depois de matar o Bocarra. Mas os outros são verdadeiros cordeiros, prontos para o abate. Pode ate ser que voce corra mais perigo, ao tentar protege-los...”

RUBRA

NA ILHA DOS MONSTROS

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Rubra  ao chegar no lago, caminhou diretamente para a parte que poderia se banhar, e tirando suas roupas, ela mergulhou no lago, tirando a gosma de sangue que a cobria. Lavando suas roupas, e foi tingindo as águas de um tom vermelho, bem digno de seu nome.

Ela escutava os comentários dos demais sobreviventes enquanto esfregava uma mancha que insistia em permanecer nas roupas, mas na realidade sua mente estava borbulhando com a quantidade de informações novas. Os olhos azuis safira de Rubra se levantaram para observar Moonbeam, e não podendo esconder um sorriso de seu rosto, ela responde baixo apenas para ele escutar.

“Tem razão Moon, mas precisamos ter certeza que o barco esteja inteiro, caso contrário não conseguimos sair desta ilha” Ela disse, saindo das águas, se enxugando de alguma forma antes de vestir suas roupas. “E por mais perigoso que seja, se eles estão falando é real, o barco estaria vazio, sozinhos não conseguiríamos colocar ele para navegar, por mais experiência que temos, um barco não se veleja sozinho” Ela sorri, antes de avisar que estava descente o suficiente.

Trançando os longos cabelos ruivos, ela finalmente ficou frente a frente com os sobreviventes, e por um momento sorriu se lembrando de um tempo anterior com seus amigos, antes de voltar a olhar para todos. “Napoleon certo?” Ela indagou o ruivo de barba, olhando dos pés a cabeça tentando entender quão proficiente ele era em combate “Vocês viram os demais sendo devorados por qual monstro?”

Ao escutar o comentário de Ophelia ela sorriu, como se estivesse se divertindo com a situação “Gosto de você, está mais correta, essa ilha tentará de todas as formas te matar, se não ficarem atentos, pode ser os últimos segundos que viveram” Ela riu antes de se deparar com Rin e sorrir um pouco mais gentil.

“O que os malditos bardos tem cantado sobre mim? Não estou morta, apenas aguardando o momento certo para voltar aterrorizar os mares a procura de novos tesouros” Rubra riu, mesmo sabendo que era uma mentira deslavada, e se aproximando dela, ela cochichou “Me diga, William está ainda vivo? Ele me deve um novo barco” Ela brincou antes de dar uma piscadela e continuar a rodar os sobreviventes, analisando eles.

Olhando de rabo de olho para Archer ela concordou com a cabeça, alguém parecia preocupado com os arredores, bom. Pelo visto eles não eram totalmente inúteis, e buscando ver as armas que tinham continuava a sua análise sobre eles, Rubra se apoia em uma árvore antes de olhar para eles.

“Vamos lá, a questão principal aqui é, o que seu capitão idiota pensou que poderia ganhar com algo aqui? E a outra ótima questão é, vocês sabem exatamente onde o barco está atracado?” Ela indagou todos, pensando em como poderia seguir até o local em segurança. “Moon, atentos com os sons, em qualquer sinal de perigo vamos para nosso esconderijo” Ela disse para o amigo, enquanto pegava um galho desenhando um mapa rudimentar da ilha que ela se lembrava.

RUBRA

NA ILHA DOS MONSTROS

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Rubra estava animada com aquela subita mudança em sua rotina diaria de sobrevivencia. Depois de se lavar e se vestir, ela foi ao encontro dos sobreviventes, enquanto Moonbeam zumbia ao seu lado, ainda um tanto atordoado com as novidades e possibilidades.

“Napoleon certo?” Ela indagou o ruivo de barba, olhando dos pés a cabeça tentando entender quão proficiente ele era em combate “Vocês viram os demais sendo devorados por qual monstro?”

Parecia que Napoleon tinha experiência em luta armada, vendo seus braços musculosos e a facilidade com que manejava seu facão de selva. Ele olha para Rubra e acena com a cabeça, lamentando.

“Sim, Rubra, fomos atacados por um grupo de lagartos ferozes de garras e dentes afiados. Eu, Archer e as garotas escapamos rolando por um barranco, e seriamos comida daquele monstro gigante se voce não nos tivesse salvado...”

“O que os malditos bardos tem cantado sobre mim? Não estou morta, apenas aguardando o momento certo para voltar aterrorizar os mares a procura de novos tesouros”

Rin abre um grande sorriso... Ela era do tipo que gostava de papear.

“Ah Rubra, já ouvi tantas historias sobre voce, que sinto como se voce fosse minha parente! Ora, suas aventuras servem para horas de musicas nas tavernas! Rubra e seu grupo, o clérigo da escuridão, a maga elétrica, o jovem guerreiro e a bela fadinha! A saga das terras geladas, a saga da família perdida...”

Ao falar da segunda saga, Rin morde o lábio, receosa de ter cutucado em alguma ferida antiga.

Moonbeam sente uma veia pulsando em sua testa.

“Bela fadinha?!”

“Me diga, William está ainda vivo? Ele me deve um novo barco”

“Sim, Pirata-Mor William Kidd esta prosperando, o que não é nada bom para os mares... Não sei se ficara tao feliz em te ver de novo, a ponto de te dar um barco...”

Rubra continua a analisar seus potenciais novo companheiros, e ve que cada um tinha sua arma. Parecia que nenhum deles descuidava de sua segurança, ou pelo menos, os únicos da tripulação que faziam isto eram eles, e por isto estavam ainda vivos.

“Vamos lá, a questão principal aqui é, o que seu capitão idiota pensou que poderia ganhar com algo aqui? E a outra ótima questão é, vocês sabem exatamente onde o barco está atracado?

Os quatro sobreviventes se entreolham. Archer sai de sua posição de vigilância e diz,

“O capitão foi atrás de uma lenda idiota, que trouxe sua morte e a ruina para todos... o melhor é irmos embora daqui”, diz, e mostra sua bussola, que girava descontroladamente. Rubra sabia que a ilha tinha um campo magnético muito forte, sendo este o principal motivo por estar tanto tempo naufraga naquele lugar.

Rubra então desenha um mapa da ilha, e pelas indicações dos sobreviventes, o navio estava atracado numa baia ao norte. Dava para chegar em umas 4 horas.

Moonbeam então aparece zunindo com mas noticias.

“Os raptors devem ter gostado de carne humana, pois alguns deles estão vindo nesta direção! Vamos ter que ir para o esconderijo, e dar um jeito de despista-los!”