Aventurando-se no Mundo

Gurion olha de canto de olho para o bardo e em seguida para os dragões, ele se surpreende nunca tinha visto dragões tão de perto, as fadas ele ja estava acostumado, Tanit fica inquieta a águia olhava para cima e balançava a cabeça de um lado para o outro.

-Fique Calma Tanit,vai dar tudo certo...

Então fala para o bardo:

-Melhor se comportar como alguém mais comum senhor bardo...

Tuffo então responde:

Sou quem sou meu amiguinho,
por isso lhe conto esse versinho,

Sr. Bardo, Sr. Bôbo, Sr. Idiota ou Ignorante,
Comum ou incomum, pequeno, médio ou gigante.

Não me importa como me chamam, Desde que não seja de elefante.

Os Dragões são a união da inteligência e da força bruta,
Sentem o que têm por dentro, então seja uma pessoa astuta.
Magia e sagacidade também são o seu forte.
Dragões não se importam se vem do sul, leste, oeste ou do norte.

Seja você mesmo e nada mais.
Abra seu coração e será respeitado rapaz.

Gurion ouve a canção do bardo e não gosta nem um pouco mas ele se mantém firme apenas olhando os dragões, ele não vi a hora de voltar a seu povo.

Tarsio ouve a bronca do rei e não fala nada. Sua atenção estava totalmente voltada pros dragões. Tuffo começar a cantar uma canção mas ele não presta atenção bem. Tarsio estava acostumado a conviver com as mais diversas criaturas, alguns tinha até uma relação de amizade, mas dragões eram seres misticos e totalmente diferente daquilo que tinha visto na vida.

Os três observavam os dragões chegarem, alguns estavam estagnados, outros amedrontados, outros curiosos... Era muita coisa para se pensar numa situação dessa, mas um grande momento para se viver.

Os três dragões pousaram a alguns metros de distancia dos jovens e vinham caminhando à eles.
Eram eles Dragões Metálicos das cores Bronze, Ouro e Prata, respectivamente.

O Guardião de Prata parecia enfurecido e falava algo aos dragões em uma língua deles, que não conseguiram compreender. O Guardião de Ouro ouvia o e seguia calmamente, com uma postura impecável. E o Guardião de Bronze vinha imponente e seguro.

Após se aproximar, esperam as apresentações, sem dizer uma palavra.
Ali eles eram a autoridade, eles eram os donos dos reinos, eles estavam acima do rei.

O Rei do Norte se ajoelha perante eles e diz, de cabeça baixa:

- É uma honra recebê-los neste humilde reino. Sou a autoridade abaixo de vocês, O Rei Ankhus.

Arzamarr se ajoelha em seguida, imitando a atitude do rei, dizendo apenas:

- Sou Arzamarr do Leste, senhores.

Gurion se ajoelha e empurra sua águia Tanit fazendo-a se curvar para os Dragões e se apresenta:

-Sou conhecido em minha tribo como Gurion, O senhor dos céus, do Reino do Norte e essa é minha companheira Tanit, senhores.

Tuffo dá o ultimo acorde da canção, faz mais uma de suas reverências espalhafatosas e se ajoelha dizendo:

Sou Tuffo Mkarena, Bobo da Corte e representante do reino do Oeste, a seu dispor.

Assim que se apresenta, dá mais um acorde com sua rabeca.

Tarsio se ajoelha tambem, imitando o mesmo movimento do rei não queria correr riscos.

- Sou Tarsio do reino do sul - Diz ele ajoelhado com a cara de encontro ao chão.

Os dragões os vêem, o Guardião do Ouro os observa atentamente, mas quem toma a palavra é o Guardião de Prata:

- Vocês sabem o que fizeram? Tem conciência que quebraram um equilíbrio que foi mantido desde antes o nome de sua família existir! Desestruturou todo o equilíbrio mágico e muitos seres perecerão por conta desde descuido de todos!

O Rei não tem coragem de falar nada, sabia que tomaria um grande esporro por tomar a frente do problema. Ele apenas olha de canto de olho para os aventureiros, certificando-se que eles não fariam nenhum burrice na frente dos Guardiões.

O Dragão de Ouro toma a frente agora, dizendo:

- Sim, vocês quebraram o pacto e devem entender o quanto isto é perigoso. Em poucas horas exércitos surgirão no horizonte. A profecia diz que àqueles que romperam o lacre derramando o sangue que aprissionava o caos deverão trazer a paz novamente aos reinos. E estes nossos heróis são vocês.

O Dragão de Bronze diz, complementando:

- Levantem-se humanóides.

O Rei foi o primeiro a erguer-se. Caminhou para trás dos aventureiros, para que eles agora tomassem a palavra com os guardiões. Estava pesaroso, afinal o Rei não confiava nas palavras dos jovens e temia que eles enfurecessem os Dragões Guardiões.

- Àquele que tráz a alegria no equilíbrio da honra, vindo dos ventos do Oeste, em minha frente - Disse o Guardião de Prata.

- O pequeno valente, com sangue correndo em suas veios dando poder à seu machado, Vindo do Leste, aproxime-se - Disse o Guardião de Bronze.

- O Corajoso e Sábio do Norte, Guerreiro astuto, consciente do equilíbrio e de personalidade forte, venha até minha frente - Diz o Guardião de Ouro.


O Rei pôde, então, perceber quem era o guardião de cada reino. e se posicionou atrás deles, apenas observando o que aconteceria a seguir.
Tarcio não fora chamado por nenhum dos guardiões e permanecia onde estava. Embora ainda estivesse à frente do Rei do Norte.

Arzamarr apenas se aproximou, de cabeça baixa, e ficou à frente do Dragão de Bronze.

Gurion ergue-se e se aproxima do Dragão de ouro curvando-se logo que fica a sua frente.

Tuffo se levanta e uma lagrima incontida de felicidade escapara deslizando suavemente pelo seu rosto, chegando a seu queixo e partindo dali em queda livre até o chão, era muita felicidade e o significado de um sonho se realizando.

Era demais para o jovem Bobo, assim ele não se contenta corre até o dragão e lhe dá um abraço. Da forma com a qual desse para se fazer.

-O-Obrigado Senhor, não vamos decepcioná-los!

O Guardião de Prata, assim que recebe o abraço de Tuffo o repele imediatamente.

- Não dei permissão para que chegasse tão perto...

Ele olha para o Guardião de Ouro e assim que Tuffo se afasta do abraço e vê o o outro guardião não tinha nada a comentar sobre a ação do pequenino, ele diz:

- Sou o filho primogênito daquela que guerriou contra a matriarca dos dragões vermelhos à milhares de anos atrás... Ela lutava para restaurar a paz e o equilíbrio dos seres malignos enquanto um humano fraco raptou Kilgara e o aprissinou como um troféu de seu poder.

O Guardião de Ouro, então, tomou a palavra:

- Sou o primogênito do dragão que lutou na última guerra que Kilgara trouxe ao mundo, antes do pacto ser feito. Kilgara o matou e então eu assumo, hoje, a possição que outrora fora dele: Guardião do Reino do Norte.

- E eu sou o primogênito do dragão que propôs o pacto aos dragões de ouro e prata na outra era. Hoje venho Guardião do Reino daquele que fora culpado pela quebra do pacto.

O Dragão de Bronze era o mais calmo de todos os três. Ele lança um olhar de repreenção à Arzamarr que não se aguenta calado e murmura para si mesmo:

- Aquele herdeiro madito merecia, a culpa não é minha...

O Guardião do Leste (Bronze) ao ouvir os murmúrios de Arzamarr bate sua pata dianteira no chão para que ele se calasse, sem dizer uma palavra. Imediatamente o anão cai com o tremos feito na terra, O Rei precisou segurar-se em uma pilastra logo atrás, assim como Tarcio.

Tuffo se afasta um pouco do Dragão mas já estava satisfeito. Havia tocado em um dragão era o suficiente pra ele.
Ele estava pensando em tocar uma música de improviso mas não era a hora.

Tomara que eu tenha outra oportunidade. Pensa o jovem bardo.

Então ele apenas diz:

-Então senhores, quais são as orientações que Vossas Excelências teriam para nós? Eu Tuffo Mkarena farei o que for possível para conseguir restaurar a paz que foi quebrada.

O Dragão de Prata o responde, afinal ele era o Guardião do reino dele:

- Você é um pequeno valente, só deve tomar mais cuidado ao agir com suas emoções. Fará até o impossível para restaurar a paz nos reinos, assim como os heróis de outrora. No entanto ainda não tem força suficiente para isto...

Tuffo arregaça as mangas e mostra toda sua força.

-Que nada amigão! Olha aqui meu muque ó! Diz o bardo fazendo força com os braços para aparecer seu muquinho mixuruca.

O Rei abaixa a cabeça envergonhado com o que o Tuffo dissera ao guardião.

O Dragão de Prata, que não é muito educado e nem paciênte, responde rispidamente:

- Não tenho amigos humanos, coloque-se em seu devido lugar...

O Dragão de Ouro logo completa a frase:

- ...Mas as intenções são fortes embora fisicamente o rapaz não seja. Um guerreiro não é medido apenas pela sua força, sua honra e sua postura. Há coisas mais valiosas...

E finaliza o Dragão de Bronze:

- ... Veja o exemplo de um Guerreiro que sempre foi forte, imponente, e reconhecido. Era a força bruta de um campo de batalha. Sendo assim empunhou sua arma no momento errado iniciando a guerra que hoje estão vivendo...

Arzamarr então diz baixinho:

- Bah, tudo eu agora! Ninguém pensa que o miserável merecia...

Tuffo abre um largo sorriso com o que disse o dragão de Ouro e então diz:


-Senhores desculpe-me mais uma vez mas gostaria de fazer uma pergunta, qual são seus nomes? Queria muito compor uma canção para vocês se me permitirem claro.

Assim ele retira sua flauta mágica e sua rabeca perguntando:
Preferem o som da Rabeca ou da Flauta? Nossa é mesmo, vou ficar devendo a flauta, que idiota eu sou, não vou conseguir cantar e assoprar a flauta ao mesmo tempo. Hehehe. Fico devendo a flauta, para uma outra ocasião. Qdo diz isso, coloca os braços atrás da cabeça meio desconcertado, mas ainda sorridente.

O Rei encara Tuffo por detrás com um olhar que, se o jovem o visse, o assustaria de uma tal forma que provavelmente o desmotivaria, tamanha a raiva da ousadia que o jovem bardo teve.

Os Dragões se entre olham e o Dragão de Prata toma a frente dessa vez, impedindo que seus companheiros o interrompa.

- Sou o seu guardião e não seus amigos de taverna! Se não falamos nossos nomes foi porque não tem a honra ainda para ouví-lo. Escute bem, o mundo que vocês vivem está prestes a acabar em morte e sangue e ficar tentando fazer uma canção para toda a situação é, no mínimo, inconveniente. Ponha-se no lugar de um alguém que está entre a vida e a morte, não só sua, quanto a de várias pessoas que dependem de vocês para ver o brilho do sol novamente.

Ele faz uma pausa e se aproxima de Tuffo. Seus olhos encaravam fundo os seus e o jovem bardo sentia como se estivesse olhando o fundo de sua alma.

- Você tem coragem, é valente e bondoso. Mas ainda é fraco...

Depois de ouvir a última palavra o Guardião de Ouro impõe sua voz:

- Se ele é fraco deve deixá-lo forte. Conforme diz a profecia, àqueles que romperam o pacto são os únicos que podem reestabelecê-lo.

- Está bem! - diz o Guardião de Prata - Pequenino tenho um presente para você então...

Tuffo guarda seus instrumentos e abaixando a cabeça diz:

-Ok me desculpe.

Mas quando ouve sobre o presente ele ergue novamente a cabeça dizendo:

Um presente? O que é? O que é? Eu sabia que era meu amigo. Ops, desculpe mais uma vez, não posso chamá-lo assim. Mas que é, é. Vou ficar calado agora, prometo.

Diz passando o dedo nos lábios como se os fechasse com uma chave.

Gurion lança vários olhares de reprovação ao bardo ao mesmo tempo que rubra a cada tentativa de aproximação dele para com os dragões, mas ele se mantém firme tentando ignorar a vergonha alheia que sentia e se pronuncia

-Com sua licença senhor guardião de prata, mas temos vontade e faremos o que puder para re-estabelecer o equilíbrio das coisas, tenham certeza e confiança e nós, apesar de sermos fracos.