Alguns alunos se uniram ao coro de risadas do pobre garoto que fora buscar seu sapo de estimação aos pés da professora.
Elliot deu um riso mais abafado, tímido e controlado na situação;
Holly já teve uma postura mais semelhante aos outros alunos, rindo sem culpa, ao contrário de
Felix, que rira com os outros do menino e logo se arrependeu de tê-lo feito… Não queria que o menino tivesse um péssimo primeiro dia, o que aparentemente poderia acontecer depois disso.
Por outro lado,
Erin não riu do menino. Talvez sentira comiseração perante ele em meio a tantas risadas e ficou uns segundos olhando, curiosa, enquanto assistia à suas orelhas ficarem vermelhas de vergonha com o que fizera. Já seu irmão,
Owen, irritou-se com o menino. Como ele poderia perder um animal? Será que não o achava importante só por ser um sapo? A irritação ficara evidente sobre as franjas ruivas que desciam rumo seus olhos, porém Harry Potter acabara de atrair sua atenção fazendo tudo se dispersar (…).
Porém o riso, a compaixão e a irritação não foram os únicos sentimentos emanados a partir do incidente do sapo.
Leon não sorriu, não esboçou nenhuma emoção para com o menino ao não ser o próprio descaso sobre o mesmo. Isso ficou um pouco evidente, visto que enquanto todos riam, ele permaneceu sério olhando o rapaz corar. Ao redor de si, as pessoas o olharam de soslaio, achando seu comportamento um tanto arrogante. Isso também se passou despercebido...afinal havia um assunto mais interessante no momento: O menino que destruiu o Lorde das Trevas (…).
Titor Nostradamus não se importou com o menino. Estava pensando em tudo o que a professora falara e, agora que estava com seus dois melhores amigos, pensava mais sobre como esconderia dos seus companheiro de dormitório os seus pesadelos “presságios”. Só fora arrancado de seu transe mental quando ouviu o nome de Harry. Isso o trouxe preocupação ao invés de curiosidade e empolgação como o restante. Compartilhou sua aflição com seus dois melhores amigos Anne e Robert.
Robert estava encantando com Harry e não entendeu a preocupação do amigo. Já Anne estava preocupada com o que aconteceria em seguida, deixando-se se encantar com tudo o que surgia no castelo.
- Espero que não, Titor - respondeu a menina, olhando os dois. - Se ele é mesmo Harry Potter, ele não parece pretender criar problemas... Mas aquele outro alí eu não sei. Tem algo perturbador na forma com que ele fala... olha! - Disse a menina, respondendo Titor e indicando Malfoy com a cabeça.
Bartholomew sequer se preocupou em reagir perante o pobre menino. Talvez ele não o julgasse digno suficiente de sua atenção um menino tão...distraído…ao ponto de perder o animal e não perceber o quão patético poderia ser ao interromper a professora logo nos primeiros instantes dentro da escola.
Sua atenção toda era sobre Harry Potter. Mas na verdade todos estavam, agora, sussurrando e tentando ver o menino com quem Malfoy falava.
Sem querer, talvez o ''menino que sobreviveu'' salvara “o menino do sapo” de uma situação mais frustrante e embaraçada.
~*~
Dentre todos os alunos curiosos a respeito de Harry Potter, apenas
Scaff teve coragem para se apresentar para Potter. Ele o fez depois que Draco se apresentou à ele.
Malfoy o encarou com um rosto com um misto de surpresa e desprezo, e procurava identificar quem ele poderia ser quando percebeu que o menino ruivo, Rony, estava rindo do seu nome.
Harry, atordoado em meio a toda a atenção repentina sobre ele, virou-se para mostrar a cicatriz para Bartholomew – e nesse instante,
Leon pôde ver a cicatriz, bem como a maioria próxima à eles.
Holly,
Elliot e
Titor não viram a cicatriz, porém todos os demais conseguiram – e, antes que pudesse estender a mão para o jovem
Scaff, ele ouviu Malfoy dizendo à Rony:
- Achou meu nome engraçado, não é? Nem preciso perguntar o seu: cabelos ruivos… vestes de segunda mão – disse com um asco visível em seu rosto cumprido –
Você deve ser um Weasley.Rony pareceu muito constrangido por ter sido reconhecido dessa forma e, ao procurar apoio pela multidão de alunos que os via e ouvia, ele viu um menino com um rosto bondoso e cabelos lisos castanho, sorrindo e acenando para ele. O menino era
Titor, que o havia reconhecido de algum lugar antes.
Rony não o reconheceu, fora apenas duas vezes no trabalho de seu pai. Sua mãe achava inadequado para ele frequentar um local que pode-se esbarrar com um homem realmente ruim.
Nesse instante, a conversa continuou entre Draco e Potter:
- Vai perceber que algumas famílias de bruxos são melhores do que outras. Não vai querer ser amigo da pessoa errada. Eu posso te ajudar nisso.Finalizou estendendo a mão para Harry.
Holly ficou tão triste com isso que mal conseguiu esconder sua decepção. Ela esperava conseguir uma amizade com o famoso bruxo antes que ele soubesse sobre sua família, mas Malfoy, aquele menino horrível que não poupou ela sequer nos seus primeiros minutos do Expresso de Hogwarts, já estava fazendo amizade com ele.
Pluemer já se sentia tão desprezível quanto um rato poderia sentir-se ao olhar um predador quando ouviu a resposta de Harry por entre a multidão:
- Eu posso ver sozinho quem é a pessoa errada… - e não apertou a mão de Draco.
A garota pareceu flutuar com um misto de sentimentos que surgiu dentro dela ao ouvir a resposta do menino quando
alguma coisa passou realmente
flutuando entre os alunos.
Ao contrário de todos os outros,
Felix se distraiu mais observando a estrutura do lugar e imaginando o que os aguardava quando passassem pela imensa porta à frente deles. Certamente seguiriam por lá, visto que era uma das únicas portas ali.
Malfoy voltara para o seu lugar, perto de
Leon, que estava refletindo sobre a cicatriz na testa de Potter quando ouviu uma menina gritar.
A Escola de Hogwarts parecia ter uma nova surpresa a cada segundo. Já não bastasse a emoção dentro do expresso, o meio-gigante que os guiara sob navios que se moviam sozinhos, saber que criaturas habitavam o lago às margens da escola, a professora, o menino do sapo, Harry Potter, ainda haviam…
-AHHHHHH FAN-FANT...FANTASMAS! - Um menino gritou bem ao lado de
Erin e
Owen assim que a irmã comentara sobre as surpresas incessantes da escola.
Sem precisar se esticar para ver, sobrevoou por todo o amontoado de alunos novos três fantasmas animados. Especialmente um deles, um gorducho usando uma gola cheia de rufos engomados e meiões, que fez questão de falar com eles. Ele pairou no mesmo lugar que antes estivera a professora dando as boas-vindas:
- OOOHHHH ALUNOS NOVOS!!! - Disse com risinho de uma felicidade estasiante. Bateu palmas rápidas e curtas. Depois pigarreou e tentou falar com um ar de importância –
Eu sou o Frei...Frei Gorducho é como todos me chamam – disse acariciando a enorme barriga.
Todos estavam olhando para ele e se sentiu importante naquele momento. Os fantasmas que conversavam com ele saíram voando atravessando a porta sem abrí-la.
- Vocês devem estar esperando para descobrirem em que casa vão ficar, não é? Ho ho ho… espero que fiquem na Lufa-Lufa, é a minha casa, sabem? E fica perto das cozinhas! Ho ho ho…Sua risada era engraçada e muitos alunos riram dele. Ele era um bom fantasma.
Elliot ficou olhando a cena e se perguntando em qual casa ficaria. O fantasma parecia ser muito bondoso, apesar de….bem, estar morto. Talvez a Lufa-Lufa fosse uma boa casa para ele, talvez fosse uma boa casa para não se meter em encrencas…
Mas logo seu pensamento foi cortado. Frei Gorducho, sendo um fantasma, não era denso o suficiente para esconder o que vinha do outro lado. Nesse momento, através do Frei, ele notou que a Professora Minerva vinha em direção à eles, com uma cara que não parecia muito satisfeita com o fantasma ali com ele.
Ela pigarreou alto e o Frei fez uma careta antes de se virar para a professora. Todos riram em silêncio da fisionomia que ele fizera.
- Ora, ora Frei… Esperava essa postura do Pirraça e não do senhor. Assombrando os alunos novos dessa forma… estou muito decepcionada, Frei.Cabisbaixo e sem vontade de discutir com a professora, o Frei abaixou a cabeça e passou flutuando para o outro lado da porta, sussurrando baixinho
“eu só queria dar as boas-vindas…. Queria ser educado com as crianças….”