Introdução Gurion

A tarde naqueles dias eram como qualquer outro, Gurion sobrevoava as florestas em sua águia, como era de costume quando estava ocioso.
Gurion morava nas florestas do reino do norte e treinava arduamente com outros soldados. Provavelmente era a única tribo dentro dos reinos que nunca deixou de lutar, pois sempre acreditavam que o mal jamais dormiria e que os boatos sobre o reino das sombras nunca seriam somente lendas tolas e viria o dia em que as criaturas desse reino iria vir se rebelar.

Foi então que o temido e esperado dia chegou. Ao entardecer, o ancião da tribo se pôs a rezar, dizia que sentia algo nos ventos e os animais uivavam diferentes naquele fim de tarde. Passado a primeira hora após a noite cair as estrelas no céu sumiram deixando apenas um manto negro pairando no céu. As estrelas, que antes eram candeias de esperança para os druidas, e elas agora se foram... No céu a única coisa que brilhava era uma lua vermelha.

Para os poucos que sabiam o que ela simbolizava, sabia que o perigo estava por vir, logo o pequeno ancião Fingus chama por um grupo de guerreiros mais capazes, entre eles Gurion estava lá, e diz:

- Como suspeitávamos, o pacto foi rompido... – Ele ergue sua mão esquerda apontando para a lua, com uma voz sério e uma expressão preocupada – Nosso mundo não voltará a ser como antes, mas temos aliados que podem nos ajudar. Todos os 9 irão imediatamente para o castelo do Rei, na cidadela, e oferecerão sua ajuda para recrutarem aliados e serem úteis. Sei que não somos tão fortes quanto os seres malignos em combate, mas certamente somos mais inteligentes.

Ele faz uma pausa aguardando alguma manifestação do grupo.

Gurion acena com a cabeça positivamente sem se pronunciar. Ele é um Hafling que não gostava muito de falar além do necessário. Ele acariciava sua águia enquanto acenava com a cabeça confirmando sua participação.

Todos os nove soldados que estavam ali consentiram, apenas o mais novo, Arvanos, bravou o que parecia ser um grito de guerra:

- Pequenos e fortes, somos capazes de grandes coisas. Não iremos prontos para lutar até a morte, mas se isto for preciso, que façamos pelos motivos certos! Partam imediatamente e juntem-se para tratar com o Rei...

Todos estavam saindo, mas a voz do pequeno ancião pára Gurion:

- Gurion! Venha cá... sua missão será mais complexa...

O hafling vê o grito do companheiro com indiferença enquanto começava a seguir os demais. Gritos...brados de guerra...são todos inúteis se você não tiver empunhando uma arma...

Então é acordado de seus pensamentos pelo Grão-Ancião e volta sua atenção para ele:

-Estou aqui para servir o meu povo Grão-ancião, o que me designar farei da melhor maneira possivel.

O ancião consente com a cabeça, demonstrando saber da lealdade e coragem do seu soldado:

- Preciso que tome a liderança neste grupo para que eles não saiam do foco. Poderão ver coisas lindas e coisas assustadores e não devem tomar nenhuma atitude provinda de um pensamento institivo... Ensine-os a ouvir e a falar antes de levantar uma arma. O Equilíbrio sempre em primeiro lugar.

Ele faz uma pausa, acaricia sua águia e termina:

- Agora vá e volte com o triunfo!

O hafling concente com a cabeça e dirigi-se até os demais, assim que saem dos limites da área da tribo ele faz um sinal e reune todos, logo em seguida se pronuncia:

-O Grão-Ancião me ordenou que liderasse vocês, portanto repetirei as palavras que ele me disse assim que me pediu: " Poderão ver coisas lindas e coisas assustadores e não devem tomar nenhuma atitude provinda de um pensamento instintivo... Vocês devem ouvir e a falar antes de levantar uma arma. O Equilíbrio sempre em primeiro lugar."
Todos sabemos que essa sempre foi nossa ideologia de vida na tribo, portanto, não saiam do foco, não comprometam a missão pois é de extrema importância, ignorem tudo que se puder ignorar caso isso não nos atinja, chegar até o Rei Do norte é nosso único objetivo no momento e nada deverá nos tirar esse foco...

Arvanos fora o única que fechou a cara, mas não teve coragem de protestar, sabia que se não obedecesse estaria fora da missão e de certo ele não queria isso... Para ele o que o interessava era a aventura.

Todos caminham e chegam dentro de algumas horas no castelo, lá o guarda na porta os barra na entrada:

- Quem são vocês, pequenos? De onde vieram e por qual motivo querem entrar no Castelo?

Gurion toma a frente cumprimenta o soldado e fala:

-Precisamos falar com o Rei com urgência, somos enviados do Grão-Ancião Fingus. Viemos em auxilio a guerra...

O guarda encara cara um dos soldados e diz:

- Como saberei que são quem dizem ser?

Gurion sorri sarcasticamente e fala:

-Você acha sinceramente que se quiséssemos atacar simplesmente conversaríamos com você? Veja o numero de vocês, veja o nosso, esse são os melhores soldados que temos, poderíamos extermina-los se quiséssemos, mas como falei, viemos em auxilio, olhe para o céu, a lua vermelha é sinal que a paz cessou a guerra é eminente e não conheço nenhuma tribo Hafling maligna, você conhece?

O guarda fica mais severo e segura mais firme suas armas com as palavras de Gurion:

- Blá blá blá! não confio em vocês, me parecem suspeitos... Um aliado não trata outro dessa forma, deve-se agir com honra, como a força que equilibra este reino. Em tempos de guerra não se confia em ninguém. Amigos junta-se com inimigos para sobreviver... Continuo sem saber o que vieram fazer aqui e se são quem dizem ser.

Todos os demais do grupo deixa que Gurion diga, afinal ele mesmo disse ser o líder e, como tal, deveria se responsabilizar por isto.

Gurion não consegue segura seu orgulho e sua personalidade forte e acaba que dificultando a conversa, ele respira fundo e fala:

-Já disse e repito, viemos aqui a mando o Grão-Ancião de nossa tribo Fingus, ele pelo seu vasto conhecimento devido a situação logo identificou que as coisas estão começando a desanda e se desequilibrar, enviou os melhores homens da tribo para oferecer nossa ajuda ao Reino do Norte. Se ainda assim não acreditar peço que permita apenas que eu entre e me cerque com quantos soldados quiser, retirem minhas armas e armaduras amarrem minhas mãos...Mas me leve até seu rei para pudermos cumprir a primeira parte de nossa missão.

Gurion não era a melhor opção para ser líder ou diplomata, ele era sarcástico, impaciente, orgulhoso e bruto par agir com a educação devida apesar de ter sido muito bem educado quanto a sua escrita e fala, mas seu comportamento é inato e isso não se muda.

O guarda lá um sorriso e grita aos guardas que estavam atrás dos portões:

- Peguem as cordas e a "lixeira" rapazes! Temos que cuidar de alguns baixinhos aqui!

Ele termina a frase sorrindo e pede para todos enfileirarem-se. Assim que os guardas trouxessem o que foi pedido iriam iniciar o processo descrito anteriormente por Gurion.

Seus colegas ficaram incrivelmente bravos e seus olhares fuzilavam o pequeno líder, mas não diziam nenhuma palavra...

Gurion se interpõe:

-Não há necessidade deles fazerem isso, basta fazer comigo, deixe-os aqui em paz! Eu sou o que vem trazere a mensagem, basta que eu entre dessa forma...

Todos os soldados já estavam vindo e se preparando em retirar as armas enquanto Gurion se opunha.

- Se todos entrarão, todos deverão fazer desta forma e, a propósito, seu águia não entrará...

Gurion responde rispidamente:

-Apenas EU entrarei, não é o medo que vocês tem, a quantidade? Então deixe-os aí e poupe-os disto...

Todos do grupo ficam em silêncio, certamente eles odiaram a ideia de ficar do lado de fora mais do que de ir amarrado e sem armas...
Um dos pequenos do grupo diz:

- Somos um grupo, passaremos por tudo juntos! A desunião é o caminho para se perder... Todos entraremos juntos Sr. Gurion!

Todos bravam no comento, concordando com o que foi dito.

Ao ouvir as palavras do hafling, Gurion sai da frente dos soldados e espera-os fazer o que se deve, enquanto amarra os demais ele acaricia sua águia e fala em:

-Fique aqui!

Todos adentram o castelo em fila, com as mãos amarradas nas costas e alguns guardas escoltando vocês até a sala do rei.

Spoiler: