Katon - Introdução

21 de Eleasis de 1372 CV

Sundabar

A vida de Katon, o elemental de fogo, sempre se passou nos subterrâneos de Sundabar, tendo como lar a fenda vulcânica chamada de Fogo Eterno. Há poucos meses atrás, um grupo de anões conseguiu entrar em contato com ele e fazer um acordo pacífico. Katon pôde então ajudar este grupo de anões, denominados de os Vigilantes, a manusear o poder das forjas mais subterrâneas e conseqüentemente mais perigosas. Perigosas para os anões, e não para um ser feito do próprio fogo vulcânico.

Os Vigilantes, em razão disso, ensinaram o elemental algumas táticas de luta, embora evidentemente ele não possa usar uma armadura ou arma sem queimá-las. Katon sabe que mais acima existem grande salões aonde outros anões vivem, mas nunca foi até lá. Seu acesso se restringe apenas há algumas forjas controladas pelos Vigilantes. A aliança entre Katon e os Vigilantes é mantida em segredo perante todo o resto da população de Sundabar.

Katon acompanhou a criação dos homens feitos de metais, inclusive ajudando os anões quando necessário.

Sua vida, quando não está ajudando os anões, se resume a vaguear pelas diversas cavernas subterrâneas, muitas delas destruídas por uma erupção que teve há mais de um século atrás. Num desses passeios pelas câmaras e forjas destruídas pelo fogo, ele percebe um objeto brilhar em meio aos escombros. Ao se aproximar, Katon repara que há uma espada semi-soterrada.

O elemental observa a estranha espada e utilizando-se de suas mãos começa a cavar o local na tentativa de retira-lá de lá.

Katon retira a espada dos escombros. Sua lâmina está incandescente, como se estivesse acabado de sair da forja, embora, obviamente, não haja nenhuma forja funcionando por estas bandas há muitos anos. E, apesar de pedras terem caído sobre ela, sua lâmina permanece em todos os sentidos intacta.

O elemental relembra uma de suas conversas com o mestre anão, dizendo que qualquer item de valor achado na montanha era para ser trazido diretamente a ele.

Katon analisa a espada e ela parece não queimar sob seu calor, isso o impressiona, pois por varias vezes ele tetou empunhar armas velhas para seus treinos de combate com os anões e elas se derretiam em suas mãos. Logo que sai de sua observação ele lembra que qualquer item de valor achado na montanha deve ser levado imediatamente ao ancião.

O elemental acelera seus movimentos e dirigi-se até a forja, chegando lá ele procura o mestre anão, assim que o encontra ele se aproxima faz uma reverência em respeito estende suas mãos para o anão pegar a espada e diz:

(anão) - Encontrei essa espada...ela resiste a mim, minhas chamas não a afetam, deve ser de grande valor e como foi pedido por você estou trazendo este item.

Ele tinha uma expressão sempre serena e até ameaçadora as vezes. A sua voz soava como crepitar de uma fogueira.

O elemental se dirige até a forja do mestre anão Jorhüm, passando por diversos túneis e inclusive pelas armadilhas criadas pelos anões para canalizar a fração do poder da fenda, de modo que eles possam usar o seu poder com segurança.

Mestre Jorhüm



O anão estava trabalhando na forja quando Katon chega com a espada. Ao perceber que era o elemental que estava ali, Jorhüm imediamente cessa sua atividade e vai até ele, que lhe apresenta a espada.

Os olhos do anão percorrem cobiçosamente a espada quando o elemental a estende, e com suas manoplas ele segura com cuidado a lâmina.

- Não pode ser, mas será possível? - ele resmunga consigo mesmo. - Se esta espada for a que to pensando, você fez uma grande descoberta Katon, ah se fez.


O anão deita a espada num pedestal, e pega uma espécie de lupa.

- Só tem um jeito de descobrir se esta é a espada mesmo - ele aproxima com a lupa e avalia de perto sua lâmina. - Sim, sim. É esta. Veja.

Ele segura a lupa para o elemental ver através dela. Na lâmina incandescente, em letras miúdas, encontra-se os seguintes dizeres em Anão:

"O poder do Fogo Eterno para uma espada eterna"

- Meu amigo, você acaba de encontrar Glanidol, a Espada Perdida.

Katon percebe que realmente a espada é extremamente valiosa, já tinha ouvido falar nela, mas achou que se tratava apenas de uma lenda, tendo em vista a surpresa do anão ele indaga:

-Agora ela voltou a seu lugar. O que pretende fazer com ela? Ouvi falar que há a eminência de Uma guerra, vai utilizá-la?

-De qualqer forma eu quero lhe fazer um pedido, permita-me ajuda-los nesta guerra, marchar contra os inimigos e transformá-los em cinzas! Eu não faço nada além de vagar por essas cavernas a séculos e tudo que podia ajuda-los eu ajudei sobre a forja. Eu quero lutar!

A expressão do elemental era de plena convicção no que dizia, estava claro que ele estava disposto a lutar, sua vida estava se tornando chata e monótona, ele queria conhecer além dos salões profundos.

Mestre Jorhüm coça a barba e diz:

- O estranho é que essa espada, pelo que me lembro dela, não era incandescente desse jeito. De alguma forma parece que ela absorveu esta característica após permanecer incontáveis anos sob o forte calor da fenda. Sim, lembro que já lhe contei a respeito dela e da procura que fizemos por várias vezes, mas não lhe contei a sua história em si. Esta espada foi forjada nos tempos em que os anões comandavam em Sundabar. Nós estávamos sofrendo invasões por várias hordas de orcs, e Glanidol foi forjada para ser um presente ao Rei da época da Cidadela Adbar. Ela foi encantada com os encantamentos mais poderosos afim de agradar ao Rei e fazê-lo nos ajudar em nossa guerra. Por fim, em seu estágio final de construção, houve uma erupção que devastou forjas e levou consigo a espada. Nós acabamos não tendo ajuda da Cidadela Adbar e sofremos por muitos anos nas mãos dos orcs. Desde daquela época nós temos tentado recuperá-la, pois sabíamos que ela não seria fácil de ser destruída. E veja aqui, ela está em condições perfeitas. Eu já tinha plena confiança em você, Katon, mas agora minha confiança aumentou mais ainda. Você poderia muito bem ter fugido com a espada, ou ainda tê-la escondida para o seu bel-prazer, mas fez o seu papel trazendo ela. Eu lhe agradeço por isso.

Off - Ok mestre, só tentei dar um adiantada.

- Eu sempre soube que você iria querer participar dessa guerra, mais cedo ou mais tarde. Não à toa você pediu para que o ensinássemos algumas de nossas técnicas de combate. Mas a sua presença é assustadora para o povo da superfície, e se levantarão muitas suspeitas a respeito de você. Além, é claro, do perigo natural de alguém acabar se queimando devido às suas chamas. Mas acho que você conquistou este direito de se revelar ao mundo e ter uma posição maior de destaque.

Jorhüm caminha até os fundos da forja e traz uma bainha de couro vermelho. Ele guarda a espada na bainha e a prende na parede.

- Helm é o Mestre Governante de Sundabar, e agora esta espada é de propriedade dele para ele fazer o que quiser. Mas ele partiu com uma caravana para Lua Argêntea, e acho que é para lá que devemos ir. Apresentar Glanidol a ele, e sobretudo apresentar você. Direi que você foi o responsável por achar a espada, e isto deve convencê-lo de que você é confiável. E quem sabe, imaginando um futuro promissor, você não possa enfileirar o batalhão de frente com nós, Katon, filho de Fogo Eterno.

O Elemental sente-se extremamente lisonjeado pelas palavras do Mestre Jorhüm, ele faz uma grande reverência para o anão e fala com a mesma convicção que pediu para participar da guerra.

-Eu via os outros soldados enquanto me treinavam conversando sobre futuro e objetivos. Familia, riqueza, glória entre outros, mas familia e riquezas eu não posso ter, além disso não pretendo ficar vagando por esses salões pela eternidade. Quero sim Jorhüm, um objetivo para minha vida e ele é um grande posto nos exércitos de Sundabar, juro que se necessário darei minha vida pela cidade, não são todos que ao verem uma criatura diferente como eu relevam, vocês pouparam minha vida, mesmo depois de tudo que aprontei com vocês. Afinal, não teriam dificuldades em me destruir e não o fizeram, além disso, me ensinaram a combater e a falar como vocês muito bem, vocês passaram a ser minha família e estes homens de ferro de certa forma meus filhos, pois ajudei a fazê-los. Eu estou Pronto, partiremos quando quiser.

O elemenal para umm pouco e pergunta curioso como uma criança que quer descobriri algo novo:

-Como é o mundo lá fora?

Jorhüm dá um leve sorriso por baixo de sua barba cheia de fuligem, e diz:

- Você até está aprendendo a falar como um de nós, Katon. E eu não vou mentir para você. Lá fora o mundo é exótico e perigoso, e não dá para confiar em todos. Até mesmo um humano de rosto mais bonito pode estar querendo esconder algo de você ou te trapacear. E você sabe bem que a aparência não quer dizer nada sobre o interior da pessoa. Mas ao mesmo tempo o mundo lá fora é belo e cheios de lugares bonitos para visitar e apreciar. Você irá gostar de lá, sim, mas tome cuidado no inverno. Quando o inverno chegar, as montanhas e estradas ficam cobertas de gelo, e será duro para o calor de suas chamas.

O anão volta a trabalhar na forja, e ainda diz:

- Irei tentar arrumar uma expedição para sair daqui amanhã. Não iremos sair pela cidade, e sim por um túnel escondido. E também deveremos preparar alguma coisa para te cobrir quando chegarmos em Lua Argêntea. Até falarmos com Helm, é perigoso você ficar sob a vista de outras pessoas. Fique por perto, ou então se preferir pode dormir na forja hoje.

O Elemental comprimenta o anão e então retira-se para a forja.

No dia seguinte mestre Jorhüm vai até o elemental e diz que é hora de partir. Ele mostra a Katon uma passagem secreta ali perto da forja, e o guia pelos túneis desertos que a seguem. Enfim, os dois chegam até uma porta redonda de pedra. Jorhüm abre a porta para fora, e Katon pela primeira vez em sua vida vê o sol e seus raios solares.

O elemental repara que eles estão bem abaixo da cidade de Sundabar, e como a cidade é praticamente uma ilha, há o Rio Rauvin logo abaixo. Os dois precisam descer pela pedra bruta, meio derrapando, meio escalando, até chegar lá embaixo no rio, onde já há um barco a remo preparado.

Jorhüm aponta para um caixa de metal que há no barco, e diz:

- Você deverá ficar dentro dessa caixa enquanto estivermos viajando, para não queimar nem o barco e nem a carroça, além também de poder se esconder.

O elemental não houve absolutamente nada que Jorhüm falou, estava deslumbrado demais com o mundo, e olhava tudo atentamente com seus olhos flamejantes bem arregalados e meio boquiaberto. Árvores, céu, Sol, animais, grama, barco e a água azul, o qual nas forjas ele as via pretas pela escuridão e os tonéis que elas eram guardadas.

Até que Jorhüm mais uma vez chama o elemental e ele volta a si, Katon espera Jorhüm descer e observando ele tenta fazer o mesmo, assim que chega abaixo ele adentra a caixa lentamento, obsevando ainda sua nova descoberta.

A viagem de barco é rápida, e do outro lado está mais um anão Vigilante e uma carroça. Jorhüm transporta com cuidado o elemental dentro da caixa para a carroça, e eles seguem viagem. Katon repara num baú, e o anão diz para ele que Glanidol, a Espada Perdida, se encontra ali.

Os dias de viagem são longos e tediosos, não tanto para o elemental, que pôde ver a nascimento de um mundo novo aos seus olhos, mas para os anões. Afim de passar o tempo, Jorhüm durante o percurso tratou de ensinar diversas coisas à Katon, desde os elementos da paisagem até modos de se expressar melhor entre povos estrangeiros. Tentou ensinar também um pouco da língua Comum, mas não o suficiente para que o elemental a dominasse.

Eles atravessam pela Passagem de Lua Argêntea, uma estrada que corre entre duas cadeiras de montanhas. Em determinado ponto da estrada, eles encontram cavaleiros vindo vestidos em armaduras reluzentes. Os cavaleiros perguntam se precisam de ajuda para a travessia, e após receber a negativa dos anões, os cavaleiros seguem patrulhando a estrada. Jorhüm diz:

- Estes eram os Cavaleiros em Prata, pertencentes ao exército de Lua Argêntea. Estes são raros humanos em que você pode confiar plenamente na honra deles.

Katon perdeu a noção dos dias em que estavam viajando, até que eles atravessam por completo a Passagem de Lua Argêntea e avistam a cidade homônima.

- Chegamos Katon, e chegou também a sua hora.

---------

Off - Pode fazer um último post aqui se quiser, o meu próximo post sobre o seu personagem estará no tópico: "Katon - Lua Argêntea - Ato I"

O elemental houve as palavras de Jorhüm sobre a chegada ao local específico, e se sente ansioso por sua presentação, leja foi avisado que poderia sofrer distratos por ser o que é, mas que relevasse.

Katon não quera causar problemas a seu amigo Jorhüm e decidiu que seguiria a risca tudo que ele falasse e evitaria ao máximo qualquer tipo de confusão ou desentendimentos.

-Estou pronto Jorhüm...