Ninja Scrolls - On-topic

O céu de Konoha estava escuro, e a tempestade parecia querer esconder os gritos de dores que saíam de uma das grandes casas do distrito Uchiha. A casa tão imponente, estava rodeada de guarda-chuvas. Pessoas entrando e saindo desesperadas, com toalhas banhadas em sangue, fazendo preces e mais preces para a mulher que sofria. A família parecia estar desolada com a dor de Uchiha Kirie, uma mulher belíssima, de longos e sedosos cabelos negros, que emolduravam um sorriso cativante que sempre carregava em sua face.

Além de ser filha de um dos conselheiros do clã, Kirie era uma konuichi dedicada, conseguindo chegar a sua posição de Jounin, e se torna uma instrutora de uma equipe de Genin da qual ela amava bastante. Porém seus deveres com o clã estavam em primeiro lugar, e era esperado um herdeiro em homenagem ao seu falecido pai. Dessa maneira, foi arranjado para que ela se casasse com Uchiha Mafuyu, um jounin de elite, respeitado por todos por ser justo e leal ao clã e a vila da folha.

Durante o período de gravidez, Kirie teve muitas complicações, e a mulher cheia de vida e carismática foi fadada a ficar de cama logo que foi espalhada a notícia de sua gravidez. Kirie não se importava tanto com a sua situação de não poder fazer as mesmas atividades que fazia antes, mesmo que sentisse falta, ela tinha sempre visita do seu time de Genins, que traziam livros e histórias para contar para o bebê que nem havia nascido, divertindo a Uchiha. Seu marido, mesmo que sempre estivesse atolado de missões e serviços em nome da vila, sempre se preocupava de deixar ela no perfeito conforto, trazendo muitos presentes para ela e para a criança, tentando compensar os momentos que estava ausente. Kirie sempre falava gentilmente para Mafuyu, que nem sempre poderiam confiar que seria um menino, que também poderia ser uma menina, porém o homem sempre a ignorava quando tocava nesse assunto. Ele esperava um herdeiro, um filho da qual poderia treinar e se orgulhar. Talvez a verdade é que ele não saberia lidar se tivesse uma filha. Não conseguiria permitir colocar ela em risco, e talvez fosse isso o que ele recusava a ter de passar.

Outro urro foi ecoado pela casa, acompanhado de um choro mais baixo, fazendo com que todos suspirassem de alivio. Dentro do quarto, Kirie lutava para manter-se desperta, sentando da melhor maneira que podia, ignorando todos os rostos aflitos das mulheres que haviam auxiliado no parto. Um pequeno embrulho azul foi entregue a ela, da qual ela segurou perto, aninhando. "Senhora, sua criança..." Uma das mulheres começou a falar, calando-se logo em seguida ao cruzar os olhos vermelhos de Kirie. Todas sabiam, e todas entendiam. A mulher voltou a fitar a sua filha, sorrindo, sentindo sua visão ficar turva, seus olhos ficaram negros novamente enquanto sua mão acariciava gentilmente aquele pingo de gente. "Ryoko... Você sempre será uma Uchiha, independente do que falarem para você minha querida... Eu sempre estarei com você" A voz de Kirie começou a diminuir a cada palavra, a visão ficou escura, e as forças que tinha para segurar sua filha foram desaparecendo até o único som a sobrar no ambiente era o choro dá criança que parou de sentir o calor de sua mãe.

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O homem havia acabado de retornar de sua missão quando um rapaz, dos cabelos castanhos e olhos negros o interceptaram. "Senhor Mafuyu Uchiha?" Ele indagou, recebendo a afirmativa do homem. "Eu sou Sousuke Tomoeda, me pediram para avisar que sua presença é requerida no distrito Uchiha imediatamente, o Senhor Nobuyuki Uchiha quem o chama" E com isso o rapaz saiu correndo pela vila, deixado Mafuyu sozinho.

Apressando o passo, o Uchiha mudou seu rumo para sua casa, indagando-se do que seu honorável tio queria. Assim que entrou na vila, muitos evitaram o olhar nos olhos. Algumas mulheres curvavam e davam suas condolências, criando um desespero dentro dele. Assim que ele entrou dentro da casa de seu tio, foi guiado até os jardins, aonde um senhor de idade carregava um embrulho azul, que soltava gargalhadas. Quatro crianças, os genins que sua esposa ensinava, e uma das crianças civis do clã também estavam ao redor dele.

A garota, Mio Uchiha, ao perceber a presença dele, se curvou em forma de respeito, porém o homem só pode ver a criança nos braços do seu tio, e se aproximando, ele segurou a criança que logo lhe foi entregue. Os olhos negros se cruzaram, e Ryoko segurou o dedo de Mafuyu com força, sem querer largar.

"Meu jovem Mafuyu. Sinto muito ser eu a lhe apresentar. Esta é Ryoko Uchiha, filha de Kirie. Sua f-" O idoso, com os cabelos brancos ralos, falou, colocando a mão no ombro de Mafuyu, porém foi cortado com as palavras do Shinobi. "Aonde está Kirie? Aonde está minha esposa?" Ele disse, ainda segurado a recém nascida com cuidado em seus braços. O time de genins olharam para os próprios pés, segurando o choro quanto podiam. A pequena Mio foi quem falou. "Kirie deu à luz a Ryoko, entregando toda a sua força para que ela nascesse saudável. Faz três meses desde sua morte" A voz, saiu tímida, temerosa da reação do homem, que simplesmente devolveu Ryoko para os braços de seu tio.

" Espero que todo o processo de velório e enterro de Kirie tenha sido digno a ela." A voz de Mafuyu pareceu quebradiça por alguns instantes, antes de tomar força e convicção no que falava. Nobuyuki, que apenas observava o acontecido suspirou, e se levantou. "Jovem Mafuyu, minha sobrinha queria que sua família permanecesse unida, mesmo após sua morte. Não pode negar sua descendência, e não permitirei que maltrate minha neta. Ela seguirá sob minha tutela, mas espero que continue contribuindo com o financeiro e aprendizagem dela." O senhor continuou a falar, sabendo que havia pegado em uma ferida para Mafuyu. "Se não fizer por Ryoko, faça por Kirie" O homem era leal e digno de sua palavra, ele iria cuidar de Ryoko, mesmo que contra sua vontade.

"Ajudarei ela, mas não serei seu responsável, apenas seu mentor." E com isso, ele saiu, deixando o senhor com todas as crianças. O time de genins, Akira, Mitsue e Natsume se voltaram para Nobuyuki "Iremos proteger e cuidar de Ryoko também, ela nunca estará sozinha!" O senhor sorriu e agradeceu, e observou as crianças voltarem a brincar com sua neta.

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"Senhor Mafuyu!" Sousuke entrou na sala, aonde Mafuyu olhava os papéis atentamente. Os olhos negros levantaram "Outra missão?" Ele indagou, voltando a fitar os papéis. O rapaz negou e começou a falar sobre o motivo.

"Não senhor. Estou aqui para reportar um incidente ocorrido a poucas horas atrás. Ela envolve duas garotas do clã Uchiha, sendo elas Mio Uchiha, de vinte anos de idade, civil, e Ryoko Uchiha, dez anos de idade, estudante da academia ninja, e aprendiz do senhor." O rapaz tentava falar sem quebrar sua voz, temeroso das ações do homem a frente dele. Mafuyu levantou o olhar novamente ao escutar o nome de Ryoko. "Prossiga" Ele disse, encarando o rapaz, interessado no assunto.

"As jovens Uchihas estavam saindo do mercado central de Konoha, por volta das dezenove horas da noite, retornando para o distrito Uchiha, quando foram abordadas por três shinobis, não pertencentes aos clãs, embriagados. De acordo com os relatos das demais pessoas, Mio foi o principal alvo dos shinobis, que portavam duas kunais e um set de 5 shurikens, cada um. Ryoko foi atingida na cabeça logo no início, e retirada do centro dos ataques, porém ela entrou em conflito com os atacantes. De acordo com as testemunhas, a garota lançou uma pedra na testa do shinobi Jun Harada, Genin, da qual teve um corte que será necessário suturar. Sendo pego desprevenido, ele deixou uma abertura para que Ryoko pudesse pegar a kunai, e esfaquear o joelho do segundo shinobi, Yukito Korun, chunnin, que contra-atacou, utilizando sua própria Kunai, criando um corte nas costas de Ryoko. Que também recebeu um ataque de Jun, mais precisamente, um chute em sua perna." O rapaz continuou a falar, esperando permissão ou aprovação de Mafuyu, para continuar. Quando o assim recebeu, ele continuou.

"Enquanto isso, Mio Uchiha, levou um golpe em seu abdômen e pescoço pelo shinobi, Koori Korun, também chunnin, causando o desmaio de Mio. Após isso, os relatos são de que Ryoko, conseguiu se livrar, se postando a frente dos três shinobis, protegendo Mio Uchiha. Koori Korun, começou a realizar os selamentos de um ninjutsu, sendo imitado logo em seguida por Ryoko, que executou o ninjutsu antes que Koori pudesse finalizar o próprio. O jutsu era de liberação de água, e não de liberação de fogo" Mafuyu fechou os olhos e se levantou.


"Acredito que a próxima coisa que irá me dizer é da cor dos olhos dela, que se tornaram vermelhos. Ela liberou o Sharingan, assim como todos os demais Uchihas, ela receberá o treinamento devido para que ela utilize de forma prudente. Responderei as ações dela com relação a esse incidente, e espero que os demais shinobis também tomem responsabilidade por atacarem duas crianças do clã." Mafuyu disse, caminhando para fora de sua sala, indo em direção a torre do Hokage, aonde deviam ter levado sua filha. Ele nega com a cabeça, e reformula o pensamento. Aonde teriam levado seu aprendiz.


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Ryoko suspirava, odiava toda a supervisão que recebia de seus tios. Sabia que eles não gostavam dela, e seus primos e primas deixavam claros o por que ela era odiada dentro do clã. Não tinha mãe, e seu pai tinha recusado assumir a sua paternidade. Ela era uma órfã no meio de todos os Uchihas, apenas seu avô, Nobuyuki, e seus amigos, mais como guarda costas, Mio, Natsume, Mitsue e Akira se importavam com ela de verdade. Nem mesmo seu mentor, Mafuyu, parecia se importar com ela. Era por isso que sempre que podia, ela falhava em todas as provas que eram lhe impostas, em uma tentativa de fazer com que todos lhe ignorassem. Não como se ela não entendesse o que fosse ensinado, pelo contrário, com todo o tempo livre que tinha, Ryoko usava para treinar e estudar, visto que seus poucos amigos sempre estavam ocupados em missões. Durante suas avaliações, ela trocava todas as respostas propositalmente, para que recebesse uma das piores notas de sua turma, mantendo o mínimo suficiente para que ela continuasse progredindo dentro da academia.

Nobuyuki parecia não se importa com sua performance, como se soubesse da artimanha da neta, mas trazer tantas falhas para a família deixavam ela com uma visão pior ainda, mas pelo menos seus primos tinham parado de tentar vangloriar perto dela, acreditando que ela não seria inteligente o suficiente para entender os insultos.

Mafuyu por outro lado, ficava furioso a cada falha. Obrigando ela treinar e estudar mais ainda em sua presença, mas Ryoko conseguia ver algo além da raiva nos olhos dele. Decepção talvez? Sentia-se culpada todas as vezes que Mafuyu a repreendia por estar indo mal, mas era necessário, muitas pessoas na família deixaram de prestar atenção nela após suas falhas.

Talvez fosse o momento de mudar. Iria começar em um novo time, e as palavras de todos os seus colegas de sala estavam começando a irritar ela de maneira profunda.

"Ela é estranha," um diz.
“Nenhum dos Nara tem essa atitude," outro diz.
“É uma menina tola," uma diz.
“Não é uma de nós,” um diz.
“Malditos,” Eu digo...
Muitos do clã Nara olha para jovem kunoichi de cabelos prateados e olhos claros e manifestam desdém a respeito de Haruki Nara e mesma ao invés de recolher-se a um status de passividade faz muito pelo contrário e enfrenta tal tratamento com rebeldia para provar a todos daquele clã o que ela podia ou não fazer...
As origens dessa animosidade contra Haruki se devem a um maldoso rumor que talvez ela fosse adotada ou que sua mãe tivesse traído o marido com outro homem, mas são coisas que não são ditas abertamente e seja como for Haruki ignora o que ela vê como bobagens, pois na mente da mesma ela é filha de seus pais que a criaram e amaram e que morreram na ultima grande batalha. Ela mora com seus tios que apesar das dores de cabeça que a jovem rebelde traz a amam profundamente, mas nunca falam sobre os rumores e desconversam.
- Por que faz isso Haruki você tem um potencial tão grande... Poderia ser tão famosa quanto seu primo ... Dizia sua tia Kyori Nara
- Ahh o primo pródigo. Pfff... Shikamaru Nara... Sempre ele juntar as minhas mãos assim. Diz ela imitando o gesto de pensamento de Shikamaru quando o mesmo pensava.
Ela fez um gesto de desdém e acrescentou - Meu problema é isso! São essas comparações são os sussurros dos parentes! Meu pai e minha mãe morreram lutando por essa vila e agora eu tenho que ficar sendo vitima desses boatos maldosos. Que importa? Para eles eu não sou da família...
- Não diga bobagens sobrinha. Você é tão Nara quanto eu ou sua tia o problema é que... Que... Não é algo que possamos dizer agora. Um dia você saberá, mas não agora. Disse seu tio Akyomaru Nara.
A jovem kunoichi deu de ombros e olhou o relógio e viu que era hora de ir aquele encontro e formar um “time” com outras “coitadas” como ela e bem talvez se fosse fizesse esse negócio terminar de uma vez ela poderia ter mais tempo para outras coisas.