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    Prólogo - A Outra

    Shady Dope
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    Prólogo - A Outra - Página 2 Empty Re: Prólogo - A Outra

    Mensagem por Shady Dope Sex Fev 10, 2017 3:57 am

    Quando Isabelle comenta que Alicia ainda tinha que esclarecer algumas coisas, a mulher fita Isabelle como quem não concordasse com aquilo. Mas respondia de acordo apesar da feição que fazia. - Claro... Acho que você merece alguma informação. - Outra vez Isabelle percebe aquele olhar de admiração sobre ela. Alicia volta a dar ouvidos para Isabele, esperando a primeira pergunta.

    - Não... Quero dizer... Acho que sim... Talvez... - A feição de Alicia era bastante confusa, continuava olhando para a autoestrada, mas Isabelle podia perceber que ela ainda tentava buscar uma resposta melhor que aquela. - Eu também perdi a memória, então não sei se a gente se conhecia. - E outra vez a mulher fitava Isabelle, dessa vez estampando um sorriso fora de contexto em seu rosto. E outra vez ficou em silêncio esperando a próxima pergunta.

    - Eu sei que seu nome é Angeline, sei que seus dons foram objetos de pesquisa... E eu sei que você já fez parte dos planos de agências de inteligência de diversos países. Ter alguém com suas capacidades nos serviços de inteligência seria algo extraordinário... Mas você se tornou invisível em um certo período... Coincidentemente era o período que ficou em coma. - Ela observou o rosto de Isabelle em uma pausa mais longa na fala, depois voltou a se concentrar na autoestrada enquanto continuava. - E uma fonte anônima jura que sua mente é a arma mais poderosa que a humanidade possui... Eu acho que isso é papo de maluco, as pessoas são muito exageradas... Ah, e eu tenho convicção que nessas horas você deve estar sendo procurada. Aparecer nos jornais foi uma péssima ideia. - Desta vez Alicia esperava Isabelle fazer todas as perguntas que lhe vinha na cabeça para responder em sequência.

    - Eu invadi seu apartamento porquê você é descuidada. Como eu disse, aparecer nos jornais foi uma péssima ideia. - Para Alicia aquela parecia uma boa resposta, já não era surpresa para Isabelle que a mulher tinha um comportamento exótico e uma inaptidão em socializar de forma normal. - Eu quero que você aprenda a usar seus dons. Não só essas coisas de ver o passado, futuro, falar com espíritos... Não... Eu quero que você aprenda tudo. Curar ferimentos, criar campos de força, telecinese... Essas coisas mais legais... Sempre quis ver isso com meus próprios olhos. - Alicia voltava seu olhar para Isabelle e outra vez sorria. Era uma resposta muito insana, mesmo para ela, talvez Alicia fosse mesmo louca. - E quem sabe depois disso eu te convença a encontrar as pessoas por trás da sua amnésia, e da minha... Antes que nos encontrem. - Essa deveria ser a resposta por trás do propósito de Alicia.

    - Seu namorado tem avançado bastante nas investigações que fazia. Graças a ele eu cheguei até você, não foi só culpa dos jornais. E se ele foi para Wanaque, parte das respostas sobre seu passado devem estar ali... Não sei se a gente vai encontrar alguém, você que deveria saber... Mas espero que a gente encontre seu namorado. - Houve um silêncio por alguns minutos entre Alicia e Isabelle. A mulher abaixou o volume do rádio e o som que saíam pelas caixas de som eram quase inaudíveis, permitindo que o ronco do motor fosse ouvido.

    Mas Alicia se permitiu a falar um pouco mais. - Eu estou tentando encontrar um sentido sobre mim faz um longo tempo. - Alicia comentou com a feição séria enquanto encarava a autoestrada. - É exaustivamente horroroso quando você tenta viver uma "vidinha" normal e alguém do seu passado, de alguma forma, começa a te mostrar informações sobre seu passado. E depois de um tempo eu não consegui mais manter minha "vidinha" normal após descobrir tudo que eu havia feito no passado... E eu era apenas uma criança... - A mulher soltou um longo suspiro antes de terminar. - Com o tempo você vai perceber que é impossível levar uma vida normal. - Ficava claro que Alicia tinha uma história que a levou a seguir por aquele caminho que levou até Isabelle, e a coincidência sobre as duas não se limitava apenas a perda da memória, alguns fantasmas do passado de Alicia a perturbavam por um período tão longo que talvez justificasse as insanidades que ela promovia.
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    Prólogo - A Outra - Página 2 Empty Isabelle - Narração

    Mensagem por Brujah Girl Dom Fev 12, 2017 10:41 pm


    A medida que ia ouvindo as respostas de Alicia, Isabelle tinha cada vez mais certeza de que não tinha sido uma boa ideia sair com aquela doida. A mulher, que vez ou outra lançava olhares estranhos para ela, dizia que também não se lembrava do passado e que nem mesmo sabia se elas tinham se conhecido. O papo de que Isabelle já teria despertado o interesse de agências de inteligência internacionais também era surreal; quanto aos outros dons que Alicia queria que Isabelle desenvolvesse, não duvidava que fossem possíveis, mas não faziam parte da agenda de Isabelle, que no atual momento de sua vida, tentava fazer, justamente o que Alicia dizia ser impossível: levar uma vida normal.

    Isabelle suspira e se permite ficar em silêncio por um certo tempo, observando pela janela do carro enquanto refletia sobre o que Alicia revelara. Definitivamente aquela mulher tinha algum problema, mas também não podia ignorar a possibilidade de que houvessem verdades no que ela dissera e que sim, talvez Isabelle tivesse passado pelo mesmo que ela, mas não se lembrava.

    Por fim Isabelle, ou quiçá, Angeline, volta a falar, sem dizer se acreditava ou não no que a estranha mulher revelara:


    – Eu procurei por respostas por muito tempo, até que desisti. Não valia a pena deixar de viver o meu presente tentando desvendar um passado que parecia completamente inacessível. Não faço ideia do que o Brandon poderia ter descoberto, todos os detetives que contratei terminaram em um beco sem saída e cada um com uma diferente versão da história. Para quê insistir mais? O que ganhei insistindo? Dúvidas e mais dúvidas. Simplesmente cansei.


    De certa forma poderia ser visto como um desabafo, nunca tinha conhecido alguém que tivesse passado pelo mesmo problema que ela, e a revelação de Alicia não era algo que a deixasse indiferente, especialmente ao ouvir que Alicia era apenas uma criança. Procurando compreender melhor a questão, Isabelle questiona:


    – Você falou sobre alguém do seu passado ter aparecido e te revelado coisas...


    Lembra-se da mulher que abordara Isis, mas nada comenta a respeito:


    – O que é que você descobriu sobre o seu passado? Você acha que podemos ter sido cobaias de algum programa secreto desde a nossa infância? Algo voltado para desenvolver esses dons paranormais? Quais são os seus dons, Alicia?


    Procurava manter a conversa e arrancar mais informações de Alicia. Se ela não sabia mais sobre “Angeline”, talvez descobrir mais sobre o passado de Alicia pudesse oferecer novas peças para aquele intrigante puzzle que tinha diante de si.
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    Prólogo - A Outra - Página 2 Empty Re: Prólogo - A Outra

    Mensagem por Shady Dope Ter Fev 14, 2017 2:23 am

    Alicia desviou o olhar, ficou focada na autoestrada e serrou as sobrancelhas após Isabelle perguntar sobre seu passado, talvez fora a primeira vez que Isabelle notou algum desconforto de Alicia durante aquela noite, o quê concluía que aquilo era um ponto sensível. - Não é hora pra isso, desculpe.

    A mulher ficou concentrada por mais alguns instantes enquanto Isabelle percebia que estavam adentrando uma área com uma névoa densa e baixa, o quê deixava a visão bastante prejudicada, nem mesmo os faróis do carro ajudavam. - E sim. Tenho quase certeza que fomos cobaias, mas não sei de quem ou porquê... Mas há um motivo por trás disso. - Alicia se referia aos dons de Isabelle e aos dela, que ainda não havia revelado, mas não fica constrangida nem incomodada em revelar quais eram. - Meus dons não são tão legais que nem os seus. Nem sobrenaturais... E você já até provou deles. - A mulher voltou a sorrir e fitou Isabelle outra vez, mesmo com a necessidade de atenção que a autoestrada requeria com tamanha névoa que abraçava o carro. - É uma lista bem grande de dons, que na verdade são diversas aptidões físicas e uma série de conhecimentos. Resumindo, é como se eu fosse uma super soldada. - Alicia voltou sua atenção para a autoestrada e comentou em seguida. - Desculpe por ter te rendido com uma arma na cabeça. Eu precisava ter certeza que você não faria um escândalo... E você não é obrigada a fazer nada que não queira fazer.
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    Mensagem por Brujah Girl Qua Fev 15, 2017 11:18 am


    Isabelle conhecia muito bem aquela expressão que muitas vezes, ela mesma fazia quando questionada sobre o seu passado. Por alguns instantes, ponderou em como essa expressão poderia ser se ela tivesse recordações de coisas ruins ou coisas que, de alguma forma, ela não tivesse orgulho de ter feito. Respeitou o silêncio de Alicia enquanto via a névoa na qual entravam. Uma cena que certamente encaixava-se perfeitamente em uma noite de eventos estranhos como a que estava vivendo.

    Alicia volta a falar, afirmando que elas devem ter sido cobaias e que seus dons faziam dela uma super soldada, talvez uma versão feminina do Capitão América ou algo do gênero.

    “Nota mental: Não entrar em confronto físico com ela a menos que eu queira levar uma surra ou esteja curtindo uma onda masoquista.”  

    Ao ouvir as desculpas de Alicia e sua última frase, Isabelle franze o cenho e se segura para não responder como deveria.

    “Oh, great! E só agora você avisa? De onde você tirou que alguém em sã consciência faria isso por livre vontade?”

    É claro que se não fosse a ameaça da arma e pela segurança dos que estavam em seu apartamento e do suposto perigo que Brandon corria, Isabelle nunca teria acompanhado aquela doida para o fim do mundo. Ainda mais agora que via que Alicia parecia ter mais perguntas do que respostas, mas Isabelle segura sua indignação e guarda seus pensamentos para si mesma. Isabelle olha para o seu relógio, e verifica as horas enquanto responde:


    – Ok...


    É tudo que escapa de seus lábios. Não perguntaria mais nada por agora. Manteria-se em silêncio e continuaria observando pela janela. Será que ainda faltava muito para chegarem?

    Então uma ideia passa por sua mente. Será que conseguiria ver onde Brandon estava naquele momento? Alicia falara que Isabelle ainda tinha muita coisa para desenvolver, então... por que não tentar? Em silêncio foca a imagem de Brandon em seu pensamento, desejando poder ver onde ele estava e o que poderia estar acontecendo com ele.

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    Prólogo - A Outra - Página 2 Empty Re: Prólogo - A Outra

    Mensagem por Shady Dope Ter Fev 21, 2017 3:47 am

    O "okay" de Isabelle fecha a conversa e transforma o interior do carro em um reduto para o silêncio. A imagem de Brandon era a única coisa que Isabelle queria ver naquele momento, um teste para si mesma. Pouco a pouco a névoa que cobria a estrada desapareceu, assim como a estrada em seu horizonte, nada mais havia para ser notado no exterior do carro, a presença de Alicia sequer era um fator, pois era como se não estivesse mais ali. O painel do carro, o espelho retrovisor, o rádio, nada mais preenchia a visão de Isabelle, apenas a projeção da imagem de Brandon, o foco de sua concentração.

    Nunca antes Isabelle conseguiu manter tamanha concentração, se sentia letárgica, era uma experiência totalmente nova, mas não conseguia evitar a letargia que apoderava-se de seu corpo. Apesar da imagem de Brandon se fixar na mente de Isabelle, fazendo com que se transportasse para sua visão de maneira totalmente clara, feliz como se estivesse sentado na poltrona da sala de Isabelle assistindo a um filme junto com ela enquanto devoravam uma bacia de pipoca, nada mais completava aquela imagem. Não havia o filme, não havia pipoca, não havia Isabelle e não havia poltrona. Era apenas a imagem isolada de Brandon, uma imagem desconexa de qualquer contexto, uma imagem criada pela mente de Isabelle, tão real que quase poderia tocá-lo. Mas quando tentou, não havia mais nada, apenas a escuridão infinita. Isabelle não estava mais sob o controle de si, sua consciência escapava inexorável à tentativa frustrada de Isabelle tentar manter-se desperta.
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