Player: 01 – Rian Kimura / IronHearth
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Antes do quarto 307.
Sua irmã parecia estar em um quadro delicado, o que, contudo, não coíbe o assédio da imprensa. Talvez Riam que sempre fora tão humilde, mesmo após a “perda” da “condição humana”, não tenha imaginado ter de lidar com essa publicidade. Um “não-humano” a tornar forçosamente um “humano mais humano”. A vida, ou melhor dizendo a morte nunca param de nos surpreender.
Ele então troca algumas palavras no elevador, um mínimo para não deixar a mulher falando sozinha, mas não o suficiente para que o diálogo se desenvolvesse. A outra parecia ter se conformado em deixar o assunto morrer. Bem como o próprio Gangrel, quando contudo ele muda a abordagem:
“- É sua primeira vez também? Não está com medo”?
A mulher sorri sutilmente, não se sabe se em resposta às perguntas do carateca ou se simplesmente pela possibilidade de continuar conversando.
- Na verdade estou bem acostumada a esse ambiente. Venho sempre ao menos uma vez por mês, então aquele “medo hospitalar” que a maioria das pessoas tem já não me aflige tanto. Ela sorri bem humorada mas sem excessos. O que parece ser uma característica de personalidade mais contida, ainda que suficientemente extrovertida para iniciar uma conversa.
- Pra falar a verdade sinto-me mais segura aqui que em casa, a estrutura e segurança desse hospital da “de dez a zero” no meu apartamento. A intenção do carateca parece ter sido alcançada, ela estava bem aberta a continuar conversando com Riam. Mas o andar do gangrel logo aparece no visor, interrompendo a evolução da conversa.
(Caso queira fazer um comentário rápido, ou perguntar mais alguma coisa antes de descer no seu andar, fique à vontade. Só não se estenda muito. A menos que queira segurar a porta no andar e continuar a conversa, ou ainda continua a subir no elevado conversando para depois descer). Já no andar o Forasteiro continua a se sentir fora de seu ambiente. Ele olha o leitor magnético do quarto 307 com visível desagrado. Um desagrado que cresceria ao olhar para qualquer direção. Todas as portas igualmente caracterizadas por um desses leitores.
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No quarto 307.
Ele entra no quarto devagar, como condiz o abrir de uma porta hospitalar. Mas não se utiliza de nenhum “dom” ou artificio sobrenatural. Entra como é, como Riam Kimura. Para ser o que por muito tempo não tinha sido. Um irmão, enfim.
Mas isso ainda seria possível? Ver sua irmã daquela forma quebrou bem mais que o sorriso do gangrel. Toda felicidade do “reencontro” substituída pela dor pulsante da realidade. Um sentimento esmagador, capaz de sufocar mesmo um “não respirante” como ele.
Certamente nada poderia telo preparado para uma coisa dessas, Ele não pensava que fosse tão grave, não tinha ideia que... que o que? Afinal o que diabos tinha ocorrido com ela? Como ela ficou assim? E ainda mais importante, isso era reversível? Por Deus é a Claire! A Claire!!!
Benjamin é completamente esquecido por Riam, que imerso em sua própria dor também não nota o carateca. Riam queria alcança-la, mas na verdade estava petrificado próximo a porta. Ele estende a mão, mas torna a baixa-la. Será que seu toque a machucaria? Sem coragem de se aproximar? Ou estaria simplesmente sem forças para fazê-lo?
Riam sempre foi forte. Antes como mortal, e ainda mais agora. Um membro do temido Clã da Besta. Os selvagem de garras afiadas que mesmo os arruaceiros Brujah temem encarrar. Ele sem dúvidas era forte, mas mesmo Riam podia sentir as lagrimas chegando aos olhos...
Ele perdera seus pais, depois perdera seu outro pai e agora perderia também sua irmã? Seria uma sina particular perder aqueles que lhe importavam até ficar completamente sozinho? ...... É ele parecia ter um coração afinal. Essa “coisa” que tinha revivido só para doer...
Essa coisa que ... que pulsava? Não... não era um pulsar verdadeiro, não era seu coração, era apenas dor... pura, ininterrupta e insuportável, DOR!
“Haaaarrrrr”! Ele sentia a Besta surgir, perto de mais de tomar o controle, perto de mais de Claire! Claire! Esse pensamento o ajudava a refreá-la de novo. Enquanto uma torrente se abria revelando ainda mais dor, inveja, culpa e arrependimento, por fim quase soltando a Besta novamente. O que o faz deixar o quarto. Uma pequena fuga daquela realidade intolerável.
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No lado de fora do quarto 307.
Riam impõe alguma distância.
(Ainda que a distância de apenas uma porta), antes de desmoronar. Agachado, encolhido como uma criança enfiada dentro dos próprios braços e joelhos. Retrocedendo dentro de si mesmo, ele se continha e sofria, frágil como nunca antes esteve, desesperado por retroceder no tempo e impedir que esse “presente” viesse um dia a acontecer. E ela estava mesmo gravida...
A imagem de sua irmã moribunda e quase tão morta quanto o próprio Riam não deixava a cabeça do carateca. Uma assombração em sua mente, tentando instigar a Besta a sair.
Teste de Frenesi (Autocontrole) 4 dados de 10 lados. Dif.7 (ameaça a ente querido). Rolagem ?, ?, ?, ? (Secreta) = Resultado: Se controlando melhor, mas ainda não completamente.
Mas o medo de ser ele próprio o ceifeiro da irmã, o auxilia a continuar prendendo a Besta. O que contudo nada diminui sua dor... ou a dela... Quanta dor ela deve estar sentindo agora? Ela está sedada?
"- Após perder a minha família, a nossa família, jurei uma vingança e essa minha obsessão acabou destruindo a coisa mais valiosa que eu tinha: Claire, minha irmã, minha única familiar viva... Só agora eu vejo o quanto fui um idiota!! Você é um idiota, Rian! O que passou, eles se foram... porque você não cuidou de quem ainda estava viva: a Claire!" "- Se Claire morrer, eu jamais irei me perdoar por isso! Preciso lhe dar uma segunda chance! Preciso que ela me perdoe!"
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No quarto 307.
Ainda mau se controlando, mas não conseguindo esperar mais. Ele volta a entrar no quarto, completamente emocional, alterado. Ainda que intrinsecamente decidido.
Pego de surpresa pelo barulho vindo na abertura da porta. O acompanhante de Claire primeiramente olha curioso em direção ao som. Como quem acha ter ouvido coisas, mas não espera de fato encontrar algo. Seu semblante estava profundamente carregado. Um semblante de desalento e impotência a traduzir o pesadelo de um homem incapaz de proteger o que ama. Um semblante de dor como o do próprio Riam.
- Benjamim... lamento conhecê-lo numa situação dessa. O que ela, tem? Você sabe?
Ao te perceber ali, ele primeiro franze a testa olhando pra você sem acreditar. Até que a ficha parece ir caindo e ele leva as duas mãos ao rosto cobrindo os olhos e respirando ruidosa e profundamente. Seu ar é muito sério e ele parece profundamente irritado. Mas ainda com uma mão sobre o rosto ele começa a rir.
- Só pode ser brincadeira. Ele ri uma rizada sem humor, claramente sem achar nenhuma graça. Como riem as pessoas que riem quando querem chorar.
- É claro que eles deixaram você subir. Supostamente são irmãos. Ele volta a olhar pra você, ao mesmo tempo que se levanta da cadeira visivelmente alterado falando meio gritando.
- Nos já nos conhecemos seu animal! Isso parece agir como um gatilho pra sua memória, o rosto e o nome dele eram familiares...
Teste de Memoria, (Inteligência) 3 + (Empatia) 1 dados de 10 lados. Dif.6 (Para reconhecer). Rolagem ?, ?, ?, ? (Secreta) = Resultado: Embora esteja ao menos 20 anos mais velho agora, você ainda consegue reconhecer em Benjamin Travers, o “pequeno Ben”. Um aluno do dojo ainda “do seu tempo” que tinha começado a fazer caratê por sofrer bullying. Naquela época ele sempre ficava acanhado perto da sua irmã, o que você costumava tirar por timidez. Ele era meio sem jeito e todo duro nos treinos, mas era um bom garoto e tinha um bom porte físico, só precisava aprender a usar.Ele leva a mão ao rosto, como quem tenta se acalmar e falha. Dizendo ainda com raiva mas ao menos sem gritar enquanto te olha nos olhos.
- Vinte anos. Ele olha pra você com uma raiva que você nunca imaginou ver no “pequeno Ben” e repete.
- Vinte anos Riam! Que porra você tava pensando? Ele vai rapidamente até você e te agarra pelo colarinho.
- Você sabe que ela nunca quis ser uma lutadora não é? Ele joga na sua cara olhando fundo nos seus olhos sem qualquer misericórdia.
- Você que supostamente daria continuidade ao dojo porra! Por que mudou de ideia do nada!? Se afastando e vindo só quando bem queria! Duas noites por semana quando ainda vinha! O que foi afinal? Drogas? Ele pergunta mas não te deixa responder.
- Mas o que ela disse? O que ela fez? O que a Claire sempre faz. Ele fala amargo.
- Pensou em você primeiro e entendeu que você precisava de espaço. Uma “fase”, a porra da crise dos trinta anos! Vai saber! Ele continua despejando em cima de você.
- Ela podia cuidar do dojo por um tempo, até você se “reencontrar”. Os sonhos dela podiam esperar a sua maturidade voltar daonde quer que ela tenha ido! As mãos dele se prendem a sua camisa com tanta força que vão começando a ficar vermelhas. A circulação comprimida pelo esforço.
- Mas então você some! Porra! Ela prestou queixa de desaparecimento, fez anúncios, contratou um detetive! Tudo tentando te encontrar e o resultado? Um vídeo no youtube de você se divertindo batendo em seguranças? Ele te solta e se afasta de você, andando de um lado pro outro ainda incapaz de se acalmar. Respirando pesadamente e então volta a te olha nos olhos mais uma vez.
- Ela não podia “ir embora” até você voltar sabia? Ela não podia deixa o dojo Kimura fechar, ela precisava estar aqui caso você ligasse ou voltasse. Ele sorri, claramente não achando graça nenhuma.
- Ela se dedicou pra caramba. Ela fez esse dojo dar certo e mesmo venceu a regional feminina. Riam nunca esteve próximo de alguém que o odiasse tanto.
- Você faz alguma ideia do que é viver uma vida suprimindo seus sonhos? Uma vida esperando um puto sem consideração que chega vinte anos depois perguntando “o que ela tem” como se nada tivesse acontecido!? Ele soca a parede próxima a ele.
- Porra! Olha só pra você?! Assombração maldita! Não parece ter envelhecido um único dia! Ter socado alguma coisa parece ter o ajudado a se controlar um pouco mais. Tanto que ele volta a se sentar próximo a cama de Claire, olha pra ela por um tempo e só então volta a falar com você. (Ainda olhando para ela).
- Que bom que ela não pode te ver. Ainda sentado perto dela, como o protetor que ele provavelmente tinha sido durante toda ausência de Riam. (A função que antes era do gangrel). Ele volta a olhar pra você e diz:
- Vá embora. Depois volta a olhar para ela.
- Não vou deixar você brincar ainda mais com ela. Seu quadro já é grave demais sem essa “surpresa desagradável”. Essa “surpresa desagradável” parecia ser o próprio Riam.
- Faça-nos um favor e suma de novo. Você faz isso como ninguém afinal. (OFF: Aviso que levando em conta a agressividade de Benjamin, o teste de frenesi do proximo post, terá sua dif. acrescida em +1).