Toda a cidade, todas aquelas pessoas, simplesmente, destruída!
Nergal demorou uns dias para assimilar isto. Se é que já tinha conseguido assimilar. Se é que conseguiria um dia.
Sua comunidade era pequena, poucos mais de 200, mas por quase duas décadas pode-se dizer que Nergal viveu em um paraíso.
Árvore, flores, frutas, pequenos animais, quase nenhum predador, água pura... Tudo isto ao lado de um deserto enorme. Verda Ero era um lugar cobiçado por muitos humanos, e talvez até por alguns demônios, mas suas montanhas íngremes eram quase impossíveis de serem ultrapassadas, isto quando se conseguia passar pela região dos lupinos.
Por isto já haviam algumas gerações antes da de Nergal que os anjos-negros viviam isolados naquela área. Aquilo já era o estilo de vida deles. Segundo alguns dos líderes, o mundo não queria saber dos anjos-negros, e portanto os anjos-negros também não deviam nada para o mundo. Se eles conseguiram fazer uma sociedade auto-sustentável e pacífica, o que mais iriam querer?
Claro que tinham lá seus problemas esporádicos, como três harpias que apareceram na cidade há algumas semanas. Os anjos-negros conseguiram matá-las, mas estariam elas ligadas aos eventos que viriam?
Os mais velhos haviam observado que as manas estavam se comportando de forma estranha, mas ninguém imaginaria que uma tempestade mágica arrasaria toda Verda Ero, e Nergal só escapou por muita sorte.
Agora faziam alguns dias que ele andava pela Ilha dos Exilados. Até então o máximo que já tinha ido era em algumas vilas próximas, mas nunca conheceu uma das grandes cidades que os humanos falavam. Talvez fosse o momento de procurar pelos continentes que só ouviu falar, afinal, não havia mais para onde voltar.