Yuri tinha deixado a casa de Aimee e Sienna alguns momentos após a conversa com Aimee. As coisas pareciam ter se resolvido, já que o pai de ambas tinha um ótimo humor quando o Senhor das Sombras se retirou. Ele saiu sem fazer alarde ou qualquer coisa do tipo. Entrando no carro do mesmo jeito que tinha chego.
- O que você ganha cancelando ou adiando o casamento?
- Débito. – Ele respondeu, observando-a entregar-lhe um copo de uísque exatamente do jeito que gostava. Não se lembrava muito bem como a coisa com ela tinha começado: estava longe de ser um sujeito romântico ou metido a pomposidades, Yuri sempre fora pratico e isso refletia em seus relacionamentos, mas olhá-la ali, enfiada naquele vestido simples, porém bonito, fazia-o pensar se tivera na época, outros motivos além da praticidade para cortejá-la.
A acompanhou se sentar com toda a elegância que foi ensinada durante toda infância e adolescência a ter, Ayshane – que em Russo significava “anjo da guarda” e ele achava isso uma coincidência divertida – era um dos exemplos de Parente que os Senhores das Sombras admiravam e orgulhavam-se de exibir às outras Tribos, ela era uma leve descrição do padrão excelência que a Tribo tanto pregava.
- Com uma adolescente? – Seu sotaque ainda era forte, apesar de não viver mais na Rússia há alguns anos, seus olhos claros voltaram-se para ele. Gostava particularmente do modo como ela cortava o cabelo.
- Com uma Prata. – Corrigiu ele, ainda que fosse boa no que fazia e no que tinha que fazer, como todo Parente, Ayshane tinha lá sua limitação, principalmente no quesito traçar planos. Mas tudo bem, era para isso que servia aquele casamento: eles se completavam. E não pensava isso num teor romântico, mas no teor pratico como tudo em sua vida.
Olhou Ayshane fechar o notebook e sorrir para ele, quando ela se levantou e caminhou em sua direção, Yuri sabia que a Parente tinha topado o desafio. Ah, e aquilo o excitava num nível meio doentio e estranho. Ela parou cara a cara com ele, o olhar percorreu o rosto do Garou.
- Você dormiu com ela.- Afirmou.
- Sim.
- Foi bom?
- Interessante.
– Ela é boa?
– Inexperiente, mas aprende rápido.
- Talvez nós três possamos nos divertir depois que tudo isso acabar.
- Talvez.
Ambos sorriram, Ayshane lhe tocou o queixo e se afastou, pegando o casaco e a bolsa numa poltrona. - Não esqueça de ir buscar as crianças no aeroporto.
– Sim, madame. Acabe com eles, garota.
Ayshane piscou e saiu.
[…]
[Interlúdio] Me and the Devil.
- O que você ganha cancelando ou adiando o casamento?
- Débito. – Ele respondeu, observando-a entregar-lhe um copo de uísque exatamente do jeito que gostava. Não se lembrava muito bem como a coisa com ela tinha começado: estava longe de ser um sujeito romântico ou metido a pomposidades, Yuri sempre fora pratico e isso refletia em seus relacionamentos, mas olhá-la ali, enfiada naquele vestido simples, porém bonito, fazia-o pensar se tivera na época, outros motivos além da praticidade para cortejá-la.
A acompanhou se sentar com toda a elegância que foi ensinada durante toda infância e adolescência a ter, Ayshane – que em Russo significava “anjo da guarda” e ele achava isso uma coincidência divertida – era um dos exemplos de Parente que os Senhores das Sombras admiravam e orgulhavam-se de exibir às outras Tribos, ela era uma leve descrição do padrão excelência que a Tribo tanto pregava.
- Com uma adolescente? – Seu sotaque ainda era forte, apesar de não viver mais na Rússia há alguns anos, seus olhos claros voltaram-se para ele. Gostava particularmente do modo como ela cortava o cabelo.
- Com uma Prata. – Corrigiu ele, ainda que fosse boa no que fazia e no que tinha que fazer, como todo Parente, Ayshane tinha lá sua limitação, principalmente no quesito traçar planos. Mas tudo bem, era para isso que servia aquele casamento: eles se completavam. E não pensava isso num teor romântico, mas no teor pratico como tudo em sua vida.
Olhou Ayshane fechar o notebook e sorrir para ele, quando ela se levantou e caminhou em sua direção, Yuri sabia que a Parente tinha topado o desafio. Ah, e aquilo o excitava num nível meio doentio e estranho. Ela parou cara a cara com ele, o olhar percorreu o rosto do Garou.
- Você dormiu com ela.- Afirmou.
- Sim.
- Foi bom?
- Interessante.
– Ela é boa?
– Inexperiente, mas aprende rápido.
- Talvez nós três possamos nos divertir depois que tudo isso acabar.
- Talvez.
Ambos sorriram, Ayshane lhe tocou o queixo e se afastou, pegando o casaco e a bolsa numa poltrona. - Não esqueça de ir buscar as crianças no aeroporto.
– Sim, madame. Acabe com eles, garota.
Ayshane piscou e saiu.
[…]
Era por volta das 15hs quando Aimee recebeu uma mensagem no celular “emprestado”, a mensagem era clara: Não diga nada até eu chegar. Mas a jovem não sabia exatamente sobre o que se tratava até ouvir batidas em sua porta. Um dos criados avisou que Aimee precisava se arrumar para sair, pois teria uma reunião para definir algumas coisas do casamento a pedido do Visconde, lhe deram cerca de 10 minutos para se aprontar. Poderia, se quisesse, ser acompanhada da irmã, mas não era recomendável. Tinha um carro esperando por Aimee do lado de fora e ele a levaria para longe da área residencial, rumando para a cidade. Era uma situação estranha, juntando a mensagem mais o pedido inusitado do Visconde, parte de si tinha consciência que aquilo era coisa de Yuri – afinal a mensagem veio pelo celular –, mas não tinha certeza do que estava acontecendo. Aimee chegou a um conjunto de prédios e escritórios chiques e foi conduzida até o quinto andar de um deles, onde haviam salas e mais salas e ela pode vislumbrar o visconde entrar em uma delas. Aimee foi levada para lá. Era uma sala comum de escritórios, bastante pomposa e arrumada. Lá dentro encontrava-se ela, o Visconde e mais ninguém, o que provavelmente lhe causaria um pouco de medo e desconforto… Mas isso durou pouco tempo, antes que o homem pudesse falar ou fazer qualquer coisa a porta se abriu de novo, e uma mulher bem-vestida – muito bem-vestida – entrou. Segurava uma pasta numa das mãos e tinha um sorriso bastante encantador (Aparência Exótica), era o tipo de mulher que Aimee imaginava fazer o trânsito parar. E ela pode vir isso nos olhos do Visconde também, que secou a jovem. - Perdoem-me pelo atraso. – Começou, puxando uma cadeira e sentando-se ao lado de Aimee. - Eu tenho alguns outros compromissos hoje e acredito que os senhores também, então vamos direto ao ponto, sim? Estou aqui, oficialmente representando a Stra O’Shea e viemos pedir a anulação do casamento em caráter emergencial. – Falou, retirando alguns papéis da pasta e os direcionando a Aimee e ao Visconde. O visconde riu-se, enquanto se servia do algum uísque, tomou um gole. - Cancelamento, é? E por que razão as famílias acertariam um cancelamento? - Oh, não as famílias, Visconde. O senhor o fará. – Aimee nunca tinha visto aquela mulher na vida, claro, e sentia-se extremamente estranha naquela situação: mas era divertido ver as reações do visconde, principalmente diante de alguém que parecia disposto a peitá-lo. O homem riu de novo, agora já com um tom de deboche pelas coisas que a mulher ao lado de Aimee falava. Ela, por outro lado, mantinha o sorriso nos lábios finos. O documento a frente de Aimee era simples e bastante direto, referia-se ao cancelamento do acordo. - E desde quando duas merdinhas como vocês vão me dizer o que fazer? - Questionou, dando outro gole no uísque. - Veja bem, senhor Kavanagh, dentro da lei é claro, eu poderia fazer uma acusação formal, que estenderia uma investigação criminal, mas que demoraria anos já que as evidências não estão mais disponíveis e nós três ficaríamos condenados a alguns bons anos de corte e tribunal, sua reputação seria jogada no lixo nesse meio tempo, claro, mas eu posso ser mais pratica e direta e não recorrer a lei dos homens, mas sim as leis da Nação, qualquer Philodox poderá atestar que minha cliente aqui está falando a verdade e então o senhor não terá problemas com a sociedade humana... Mas sim com a Nação, que é bem pior, eu imagino. - Ela suspirou, fazendo um gesto para o papel a frente do visconde. - Então porque o senhor não para de desperdiçar o meu e o seu tempo e assina logo? - Acusações? - Questionou, ainda com o tom zombeteiro na voz, voltou a tomar outro gole. -Que acusações senhorita...? - Senhora. Smirnov. Ayshane Smirnov. - Senhora Smirnov. - E sorriu, cheio de segundas intenções. - De abuso sexual. - Respondeu de imediato, foi quando o visconde quase se engasgou com o liquido que bebia, seu olhar foi diretamente na direção de Aimee, como se fosse pular em cima dela, mas a voz de Ayshane veio a tona uma vez mais. - Eu desencorajo qualquer atitude... Precipitada, sr Kavanagh, há três Garou do lado de fora da sala aguardando a conclusão deste assunto e prontos para qualquer eventualidade. - Ela remexeu nos papéis, com toda calma e tranquilidade do mundo. Voltou-se para Aimee. - A senhorita deseja algo além do cancelamento? - Quis saber e houve silêncio. |