como usar overpowers?

alguém tem dicas ou links que falam de como jogar e/ou mestrar usando personagens overpower? Aqueles fodasticamente fodas mesmo.

Balanceando tudo. :p
Mas isso depende muito de que sistema vc tá falando.

Pergunta pro portuga Leomar

Leomar escreveu:alguém tem dicas ou links que falam de como jogar e/ou mestrar usando personagens overpower? Aqueles fodasticamente fodas mesmo.

Coloque oponentes muito fodas tb, limite os personagens na criação das fichas.

(desculpem penla falta de acentuacao nesse texto, o teclado aqui esta configurado sem essas opcoes e eu nao tenho acesso as configuracoes dele)

Aqui falo como alguem que nao tem muita experiencia mestrando, mas lendo esse topico me veio isso em mente:

Em um jogo em que os jogadores sao muito poderosos, creio que o divertido eh voce sentir o quao poderoso seu personagem eh. Concordo com os outros que postaram aqui, sobre colocar inimigos a altura, tao overpower quanto, mas tambem acho legal voce criar desafios diferentes, que expressem quao poderosos os personagens sao. Por exemplo, ao inves de colocar um inimigo soh muito overpower, ponha varios inimigos medios, ou um exercito de inimigos fracos.

Se o personagem eh um guerreiro overpower, ponha ele em uma guerra onde o jogador nao soh enfrenta inimigos poderosos mas tambem hordas de inimigos mais fracos (afinal, ele eh forte o suficiente para derrotar dezenas de inimigos sozinho). Seria legal tambem se o player pudesse fazer algumas decisoes taticas como dar ordens para tropas ou ter alguma autoridade entre os guerreiros mais fracos que lutam ao lado dele.

Se o jogador estiver jogando com um mago, seria legal colocar desafios que nao sao soh combativos, mas que tambem permitam que ele use suas magias para resolver situacoes como por exemplo ter que recuperar um item que esta no fundo de uma dungeon extremamente bem defendida, fazendo com que o jogador tenha que usar outras magias para pegar o item (atravessar paredes, voar, invisibilidade, encantar pessoa/criatura, sugestao, etc).

Jogar com personagens de nível alto não é algo tão complicado para o mestre. De certo modo até permite o mestre forçar a barra bastante e colocar os jogadores para realizar proezas cinemáticas afinal se eles são os melhores dos melhores no jogo nada melhor do que dar a chance de mostrarem isso.

Isso tudo que o Tihak falou é a mais pura verdade. Por um lado o jogador tem que ter um desafio a altura senão o jogo fica sem graça mas por outro ele tem que sentir que o char del ta poderoso e não que ele só ta lutando contra monstros maiores.

Uma coisa interessante de fazer é interpretar o quão famoso o personagem é. Afinal se ele chegou onde chegou deve ter feito coisas absurdas que com certeza deram uma fama pra ele, querendo ele ou não. Poderia ser desde um titulo, ou as pessoas reagirem diferente reconhecendo ele na rua. Ou personagens idiotas de nivel baixo querendo testar se a fama dele é real ou não.

Ou infamia no caso de chars malignos ou criminosos. Mas enfim, como o Tihak disse o lance é você balancear os desafios altos com os normais, os normais seriam os corriqueiros afinal não é por que o personagem é high level que do nada monstros de nivel baixo vão simplesmente ignora-lo e como eu disse, sempre tem idiotas querendo desafiar alguem obviamente muito mais forte que eles por fama.

Outra coisa interessante é você colocar o personagem em uma posição de poder. Seja um Líder de Guerra barbaro, um comandante de exercito, um arquimago, um high priest ou qualquer coisa do tipo, isso é legal pro personagem de fato assumir responsabilidades que batem com seu nivel de poder, afinal ninguém vai chegar no Arquimago da guilda de magos da cidade e falar "Ei vai lá matar goblins pra mim". xD e tbm é interessante pra ver como os jogadores reagem quando tem poder na mão

Acredito que "overpower" não tem a ver com o nível do personagem em si, e sim com o nível de apelação. Um personagem de 3º nível em D&D pode ser overpower se ele conseguir dar 50 de dano num turno só. E esse tipo de coisa é complicado para o mestre, pois normalmente o que acontece é: apenas um ou dois jogadores dentro do grupo fazem personagens overpowers ou combados, enquanto o resto dos personagens são bem mais fracos mecanicamente falando. Aí o mestre tem a difícil missão de botar lutas equilibradas para todo o grupo, sendo que se ele botar inimigos combados, os personagens mais fracos se sentirão inúteis na luta e muito provavelmente vão morrer; e se ele botar inimigos do nível da média do grupo, os personagens combados vão rapidamente vencer o desafio. Isso é uma coisa bem chata de lidar para o mestre.

O que eu sugiro é tentar dar menos munições para os jogadores combarem, ou seja, limitar as opções na criação dos personagens. Falando de D&D especificamente, existem uma porrada de livros. Não custa nada o mestre proibir o uso de alguns desses livros.

Bom, eu particularmente adoro personagens overpower, tanto narrando para eles quanto jogando com eles, e sinto uma grande dificuldade nos demais narradores em lidar com esse tipo de personagem por encararem esse arquétipo do jeito errado. Alguns por medo de saírem da zona de conforto e perderem o controle, outros por quererem fazer crônicas mais "pé no chão".
Nada contra quem curte realismo, mas se eu quisesse esse tipo de coisa, eu ia ver novela da globo e não Game of Thrones...

Para quem realmente quer aprender a lidar e jogar com esse tipo de personagem desbalanceado, observem os overpowers que deram certo nas diversas mídias que temos: Dr. Manhattan (watchmen), Superman, Motoqueiro Fantasma, One Punch Man, etc... eles podem vencer a maior parte dos obstáculos facilmente e simplesmente colocar um vilão a altura é, além de preguiçoso, desastroso e chato. Isso quando o narrador não faz a pior coisa que poderia fazer narrando RPG: jogar contra os jogadores.

As melhores histórias desses personagens são baseadas em drama pessoal, não em porrada em si.
Quando eu narro, eu quero ver esse tipo de dramaticidade e por isso gosto que meus jogadores façam personagens poderosos (não simplesmente em força, mas em habilidade) pois eles serão, de uma forma ou de outra, os protagonistas da minha crônica. Se eles forem medíocres, será uma crônica medíocre, se eles forem épicos, será uma crônica épica. Por isso meu sistema favorito é Mutantes & Malfeitores e estou entre os poucos que acha a 4 edição de D&D a melhor delas.

Eu detesto limitar regras ou vetar personagens, principalmente porque eu encaro a criação de um personagem como algo mais sério. Não são só pontos em uma ficha, há um vínculo mais profundo entre a imaginação do jogador e sua dedicação para com o cenário. Eu mesmo costumo levar semanas para elaborar e aprofundar um personagem novo até estar satisfeito e é terrível quando esse personagem é vetado ou mutilado por limitações.
Só recomendo vetos quando o personagem foge do tom da crônica. E isso tem mais a ver com personalidade do que com poderes em si (Já tive jogador que queria jogar de dinossauro em mesa de Storyteller... aí não dá, né... ¬¬).
Então, dada a minha experiência nisso, posso dar algumas dicas para narradores que queiram sair da zona de conforto:

1-Não crie roteiros lineares. Controle o passado e o presente, não o futuro. Enriqueça o cenário, crie NPCs com personalidade e motivação, os espalhe pelo enredo e deixe que os jogadores mostrem o caminho que querem seguir ao interagirem com eles. Se você tiver uma boa base de história no cenário, irá conseguir improvisar de acordo com as escolhas dos PJs. E você pode se surpreender, muitas vezes positivamente, com caminhos que os jogadores tomam que nunca teriam passado pela sua cabeça.

2-Dedique-se a dramaticidade ao invés do "nível de ameaça". Para personagens overpower é fácil matar, e deve ser assim. Faça eles questionarem se devem ou não fazê-lo.
Matar um inocente que se acreditava ser um vilão pode ter mais peso do que uma luta genérica interminável. Principalmente quando há plateia ou envolvidos que são diretamente atingidos pela perda.
Quando exterminar todos os goblins que aparecerem em uma caverna sem fazer perguntas é algo fácil, tente fazer a dificuldade estar na escolha entre fazê-lo ou não.

3-Se permita brincar com o desequilíbrio. Acreditem, às vezes um desafio fácil não é ruim. A dificuldade das empreitadas ajuda na diversão, mas diversão não é sinônimo de dificuldade. Deixe os jogadores sentirem de vez em quando o quão poderosos são e serem recompensados por usarem esse poder em favor de alguém ou mesmo de si próprios.
As vezes ninguém pode ter visto o grupo de heróis se sacrificando para salvar o mundo e chegando à beira da morte, mas uma mãe pode ser extremamente grata por terem salvo seu filho de meros capangas.

4-Os envolva com NPCs frágeis. Não é só o temor da própria morte que impõe dramaticidade às crônicas. Crie NPCs cativantes, adoráveis, que faça os jogadores se importarem com eles. Um inocente condenado pela sociedade injustamente, um romance que pode ser usado como isca ou vingança por um vilão. Há várias formas de se cativar os jogadores com NPCs frágeis e isso é uma ferramenta até mais poderosa do que atingir o PJ diretamente.

5-Elabore conspirações ou consequências a altura da grandiosidade dos PJs. E se o herói que nunca falha descobre que, por todo esse tempo, lutou pela causa errada? E se ele viveu demais até se ver tornar-se um tirano? Ou mesmo, se ele sempre foi um tirano, como ele agirá ao notar que foi longe demais?

Por último, quando o desequilíbrio se dá entre os PJs, onde um jogador dedicou mais tempo elaborando a ficha do seu personagem enquanto os demais fizeram algo mais genérico ou mundano, recomendo dois filmes: Watchmen e Hércules (filme de 2014). Esses filmes são ótimos exemplos de como grupos desbalanceados devem ser abordados.

Quanto a jogadores de Overpowers, só tenho uma dica: aprofundem a personalidade dos seus PJs. Não seja um vilão tosco que não assume responsabilidades por seus atos, não é divertido e tira a diversão alheia. RPG não é GTA e mata-mata enjoa. Se seu PJ é muito mais poderoso que os demais, faça ele se sentir responsável pelo que faz e deixa de fazer. Se ele tem a capacidade de decidir quem vive e quem morre, faça não ser uma escolha fácil. Se seu personagem supera a maioria dos confrontos facilmente, pense em como ele lida com isso e dê ferramentas para o narrador tornar o jogo divertido com seu background. Lembre-se, acima de tudo, que, por mais que você seja poderoso, você não está sozinho e há outros na mesa querendo se divertir.

Quando eu narro ou jogo com um overpower, eu quero sentir algo assim:

Espero ter inspirado alguém, ou, pelo menos, ajudado a lidarem com isso. ^^

Em resumo ou overpower morre como heroi ou vive para se tornar o vilão. Simples assim....Brincadeira. Cara nesse tempo de forum eu não vi um personagem realmente overpower, talvez o mago dragonborn do portuga fosse o mais próximo disso, mas ele estava completamente envolvido na dinâmica do grupo e da aventura, então foi bom.

Edu escreveu:Em resumo ou overpower morre como heroi ou vive para se tornar o vilão. Simples assim....Brincadeira. Cara nesse tempo de forum eu não vi um personagem realmente overpower, talvez o mago dragonborn do portuga fosse o mais próximo disso, mas ele estava completamente envolvido na dinâmica do grupo e da aventura, então foi bom.  

É que tu ainda não viu meus PJs...  

Tinha até esquecido desse tópico.
@isaac-sky, da uma olhada! Agora que você ta narrando M&M, as dicas que eu dei podem ser úteis. XD

MINDGAME escreveu:

Edu escreveu:Em resumo ou overpower morre como heroi ou vive para se tornar o vilão. Simples assim....Brincadeira. Cara nesse tempo de forum eu não vi um personagem realmente overpower, talvez o mago dragonborn do portuga fosse o mais próximo disso, mas ele estava completamente envolvido na dinâmica do grupo e da aventura, então foi bom.  

É que tu ainda não viu meus PJs...  

Tinha até esquecido desse tópico.
@isaac-sky, da uma olhada! Agora que você ta narrando M&M, as dicas que eu dei podem ser úteis. XD

Boas dicas kkkkkk é mais ou menos como eu imagino também como lidar com overpowers.

Às vezes você pode dar o que o cara overpower quer. E o que ele quer pode ser exatamente o que ele não quer.

isaac-sky escreveu:Boas dicas kkkkkk é mais ou menos como eu imagino também como lidar com overpowers.

Às vezes você pode dar o que o cara overpower quer. E o que ele quer pode ser exatamente o que ele não quer.

As vezes, sim, mas se for o tempo todo, o narrador acaba virando um gênio da lâmpada maligno... eu normalmente escolho o caminho que parece mais divertido de se colocar na mesa, mas quando ambas as opções (ser bonzinho ou malvado) são divertidas para a trama, eu rolo no dado para decidir. XD

Alguns cenários e jogos são mais propícios para personagens assim. Scion por exemplo, os personagens são de alguma forma filhos de deuses, daí tem os diversos panteões e ser filho de cada divindade lhe dá determinados poderes. No scion c já começa jogando como herói e vc é capaz de fazer coisas determinadas de modo muito superior a qualquer outro mortal. A progressão do jogo é herói, semi deus e deus hahaha então foi pensado para se jogar feitos épicos e apelões.

No Mundo das Trevas, pelo menos o 2.0 (O réquiem, os destituídos, o despertar, os perdidos, etc), os personagens tem que penar muito até chegar num nível que possa dizer que eles realmente fazem coisas overpowers. O sistema não proporciona isso com tanta facilidade.

o persona overpower é assim porque
1) ta usando min-max ou evoluiu somente um único poder
2) ta cheio de ítem que serve exatamente para o seu poder
3)mestre complacente

solução:
1) o personagem que só faz uma coisa bem ou faz algo muito bem faz coisas muito mal, e é normal nas minhas mesas o gênio da informática ter que lidar fisicamente com algo, ou o brutamontes assassino ter que se livrar de uma encrenca usando lábia.
Não foi uma única vez que um soldado treinado morreu porque não sabia nadar ou um gladiador experiente foi jogado numa prisão por não saber se vivar numa situação diferente do combate "mano a mano"

2) ladrões, fragilidade de ítem, indisponibilidade deles
principalmente em aventuras futuristas um ítem pode ser o responsável por desbalancear tudo. Esse ítem deve precisar de uma bateria não tão simples, da digital do criador ou do dono do ítem ou ter uma "magia" que impeça ele de funcionar o tempo inteiro

3) azar o do mestre, e dos outros jogadores
essa não tem como "resolver"

O balanceamento é uma das alternativas para que o seu persona se enquadre dentro do jogo onde outros personas não são tanto. 
O cenário também influência bastante para que o jogo possa se desenvolver para todos os lados. 

Eu não gosto muito, acho que fica apelativo demais ter tanto poder e se torna chato. Eu gosto de começar do zero, descobrindo como é, as reações, a evolução e a partir disso criar um contexto para o personagem como: Que caminho seguir? Com quem se unir? Por quê se unir? 

Contudo. Há também o fato do mestre da mesa der essa liberdade para que o personagem cresça de tal maneira. As vezes é inevitável que o seu personagem não seja tão forte, dependendo do estilo da mesa em que estão, ficar op é praticamente uma obrigação para o desenvolvimento da mesa. 

Ter o bom-senso também é de grande utilidade. heheh

Eu abri uma aventura, a Aliança Mística, que dá margem para as mais imensas apelações do cenário Storyteller e fiz isso só porque a White Wolf recomenda não fazer e faz isso com vários NPCs...

Para se acostumar a narrar/mestrar histórias para essa galera over eu recomento fortemente ler os livros sobre os níveis épicos de D&D mais do que qualquer coisa.

Existe uma infinidade de desafios ali tão supremos que ainda vão se manter difíceis mesmo para os mais poderosos aventureiros. Além disso, ideias de vilões de quadrinhos de sagas cósmicas da Marvel e DC podem ajudar, mas especialmente da série Authority (antes dela ser comprada pela DC, tá?)

Desafios sempre surgem.

sou um dos mestres mais pé no chão que eu conheço, meus jogos são (50% horror) sempre low level e baseados mais em sobrevivência do que derrotar monstros ou rivais

CoC me ensinou que a maioria dos desafios podem ser evitados mas nem sempre vencidos

vontheevil escreveu:sou um dos mestres mais pé no chão que eu conheço, meus jogos são (50% horror) sempre low level e baseados mais em sobrevivência do que derrotar monstros ou rivais

CoC me ensinou que a maioria dos desafios podem ser evitados mas nem sempre vencidos

A questão aqui é omo lidar quando isso não acontece e um nos PJs supera em muito a dificuldade que derruba os demais. XD

@Flamesh

esse player jogou mais que os outros e tem mais xp/nível/etc? esse player combou a ficha? achou uma falha das regras tipo backstab e finta no D&D3.0?

vontheevil escreveu:esse player jogou mais que os outros e tem mais xp/nível/etc? esse player combou a ficha? achou uma falha das regras tipo backstab e finta no D&D3.0?

Esse jogador passou semanas estudando o enredo e o sistema da mesa e montou um protagonista otimizado para a campanha, enquanto os demais na mesa perderam uma hora montando a ficha e o BG, sem se importarem muito com o sistema e o cenário.
Isso fez com que esse PJ seja mais habilidoso que os demais dentro e fora do combate, além de seu BG trazer várias possíveis side-quests que se envolvem com a narrativa. Então, em termos de sistema, sim, vamos supor que a ficha dele é "combada" e se aproveita das regras mais vantajosas do sistema, além de ser um personagem com uma profundidade que torna o roleplay mais interessante. Isso é o que eu chamo de um personagem overpower.
Como você lida com esse PJ?