por PROTAGONISTA Sex Ago 18, 2017 9:11 pm
Um bom personagem é um personagem divertido. É função do jogador usar as ferramentas disponíveis para se ver interpretando o protagonista da história e agir como tal, mas é função do narrador dar as ferramentas para que todos os jogadores possam fazê-lo.
Se um jogador quer ter amnésia, isso não o torna menos apto a ser protagonista.
Na minha mesa aqui, um jogador quis ter amnesia e, ao longo da trama, ele está descobrindo o seu passado, aventuras das quais ele não se lembra, segredos que foram confiados a ele e ele se quer sabe, pessoas que eram importantes para ele e apenas elas o reconhecem, e, principalmente, desvendando o motivo drástico que o fez esquecer de tudo.
Já tive muitos jogadores com amnésia nas minhas mesas e todos foram protagonistas marcantes. Um dos mais marcantes foi um que, ao longo da trama, ia encontrando pistas de que ele era na verdade um soldado-espião perfeito, infiltrado no grupo e, quando chegasse a hora de lembrar de tudo, ele teria a chance de escolher entre trair seu grupo original ou o grupo dos demais jogadores ao qual desenvolvia vínculos agora.
Para mim, um bom BG não é aquele que é mais longo ou mais bem escrito, é aquele que dá mais motivos para aquele personagem ser reconhecido como o protagonista da trama. E isso pode ser feito até mesmo com uma única palavra no BG: "Amnésia".
Então vamos mudar a alegoria: O jogador passou semanas criando uma ficha completamente combada, se aproveitando de todas as vantagens possíveis para o seu role. Ele não infligiu nenhuma regra da casa pré estabelecida e tudo nessa ficha indica que esse personagem tem o maior potencial para ser um herói de guerra experiente, mas o jogador quis ter amnésia. Ele assistiu a trilogia Bourne, ficou inspirado e quer descobrir on-game o porque dele ser tão habilidoso.
Vocês impediriam esse jogador de se divertir assim?