Companheiros, nas noites frias em volta da fogueira, companheiros compartilham sua lembranças e aventuras, isto os aproxima e faz a liga de um grupo. Este é o lugar para postarem sua memórias, sejam antigas tiradas do seu bg ou novas despertadas pelas revelações das deusas, não importam, aquelas que receberem um like, ganharão 2 bônus de mérito para a sua ficha. Vamos participar, porque isto é RPG.
Memórias
- zignon
Sacerdote de Cthulhu - Mensagens : 2764
Reputação : 112
Conquistas :- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/311.png
- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/1112.png
- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/811.png
- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/212.png
- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/1811.png
- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/712.png
- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/612.png
- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/410.png
- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/1511.png
- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/312.png
- Mensagem nº1
Memórias
Companheiros, nas noites frias em volta da fogueira, companheiros compartilham sua lembranças e aventuras, isto os aproxima e faz a liga de um grupo. Este é o lugar para postarem sua memórias, sejam antigas tiradas do seu bg ou novas despertadas pelas revelações das deusas, não importam, aquelas que receberem um like, ganharão 2 bônus de mérito para a sua ficha. Vamos participar, porque isto é RPG.
- Edu
Wyrm - Mensagens : 7811
Reputação : 116
Conquistas :- https://i.servimg.com/u/f11/17/02/65/26/411.png
- https://i.servimg.com/u/f51/19/64/68/80/bronze11.png
- Mensagem nº2
Re: Memórias
Era por volta de quatro horas da tarde e o caminho que margeava o lago de águas tranquilas começavam a escurecer com o rumo o certo do sol para o fim do céu no oeste do mundo. Uma mulher relativamente alta e de corpo esguio andava tranquilamente. Tinha ela cabelos grisalhos, apesar disso possuía um rosto jovem. Olhava aquele lugar com curiosidade, através dos seus olhos cor de mel quase amarelos.
“Mas que diabos de lugar é esse? Não está no mapa que comprei” pensou ela enquanto andava, na estrada cheia de folhas caidas. O caminho agora abandonava a margem do lago e entrava no bosque. Tirou o pergaminho de pele de caneiro de um pequeno porta mapas que ficava preso num cinto.
- Vamos ver aonde estamos – disse para si mesma, esticando o mapa com as duas mãos.
Colocou o dedo sobre a capital na costa,lugar aonde fora criada, e foi com o dedo percorrendo a pequena superficie cada vez mais para o interior. Chegou num ponto aonde parou, era o ultimo lugar conhecido que lembrava de ter estado. Justamente as grandes pradarias, se é que esse era o esse o nome. Seu indicador estrava parado exatamente em cima do ponto feito pelo mercador. O vilarejo de Olaria Martins, o nome era alguma coisa assim. Um lugar que se destacava pela seu oficio com o barro e aparentemente tinha tido um morador bem importante com o nome Martins. Aldeola simples e chata, nada acontecia, mas, sim, tinha esse comerciante. Ele vendeu o mapa para ela e ainda marcou a localização de onde estavam.
Coçou a cabeça confusa, para onde tinha ido depois que saiu de lá? Continuou pela estrada que ia para o interior, mas existia umas quatro encruzilhadas que passou no caminho para ali. Não tinha a indicação nelas e por isso mesmo escolheu a direção a esmo. É e agora tinha se dado mal com essa decisão idiota. Olhou ao seu redor e viu que a estrada tinha entrado apenas alguns metros para dentro do bosque em relação a margem do lago. Uns cinco metros algo assim, era pouca coisa.
Embrenhou-se no meio da floresta e andou até a margem do lago. Ali o ceu abria e dava para ver claramente de onde a luz do sol vinha. A aquela altura do dia ele se caminhava muito mais para morrer no horizonte que subir no alto do céu. Observou e anotou no seu mapa a direção do oeste do lugar aonde estava. Comparando com o seu mapa, viu que depois que deixou Olaria Martins em algum momento tomou a direção noroeste.
- Mas que porra, como sou burra – praguejou logo depois da constatação.
Tinha subido para o norte e afastado do seu objetivo que era chegar as montanhas. Agora estava num lugar aonde não conhecia e precisava retomar o seu caminho para direção certa. Tentou se acalmar voltando para a floresta e assim para a estrada. Logo iria anoitecer e era melhor estar sob um teto e numa cama que no meio de um bosque num lugar perdido.
Caminhando, agora num ritmo mais acelerado ela foi olhando a vegetação ao redor da estrada. A maioria das arvores já estava com aquela folhagem tipica de outono e inverno, na cor mais amarelada. Uma coceira mental surgiu na sua cabeça ao perceber aquilo. Era o que dia 15 ou 16 de março? Isso queria dizer que era verão ainda, se era, como que a vegetação estava como se estivesse no outuno? Deu de ombros com a questão e continuou a andar.
Após caminhar o que deveria ser mais ou menos umas duas horas após ter dado a conferida no mapa, o sol agora se punha de verdade fazendo a luz diminuir muito e a também fez a primeira plaquinha indicativa de alguma coisa aparecer. Observou o que estava escrito nela e numa caligrafia quase apagada pelo tempo e dizia “Carcosa” e uma seta indicava no sentido que a estrada seguia. Coçou a cabeça olhando o indicador se perguntando que cidade seria aquela? Não parecia ser muito visitada já que o sinal quase estava sumindo.
De repente uma ideia questionadora veio na sua mente, perguntando a si mesma aonde estaria se metendo, procurou afastar da sua mente esse pensamento. Seguiu para essa tal de Carcosa, aonde com certeza poderia dormir em algum lugar e perguntar sobre o caminho de volta para as montanhas. É, era isso mesmo que ia fazer, porquê iria ter problemas?
Não demorou muito para que a estrada fizesse uma nova curva novamente para a direita e lá no limite da reta era possível ver a entrada da cidade. Uma grande placa com um sinal amarelo chamativo. Imediamente sentiu um frio na espinha ao vê-lo e teve a vontade de voltar, mas agora já estava escuro e passar a noite naquele bosque não parecia uma boa ideia. Esse tempo todo andando em meio aquelas arvores e não tinha ouvido nenhum barulho, quando se entra numa floresta e não se escuta barulho nenhum é um mal sinal.
Fortaleceu o seu espirito continuando a caminhada, caso algo desse errado tinha a sua magia(segredo absoluto dela para os outros) e sua arma, provavelmente a melhor amiga de um viajante solitario. O engraçado é que naquela reta quantas vezes já tinha se pego pensando na possibilidade do “se der errado”? Quando isso acontece é porquê o tipo de decisão ou atitude que planeja tomar não é melhor das possíveis.
O incrivel é como poucos metros poderiam tomar tanto tempo para serem percorridos quando se está indeciso ou temeroso em relação a alguma coisa. Cada passo que dava rumo a cidade ecoavam na sua mente como um questionamento. O que era ridículo, não era mais aquela orfã pobrezinha e fragil da sua infancia. Lembra do destino que dera aos assaltantes? Não era uma boa ideia mexer com ela ou pelo menos não estava sem um meio de defesa caso precisasse deles. Com certeza esse era um bom pensamente se manter na cabeça.
Finalmente chegou no portal de entrada da cidade, um muro de mais ou menos uns 4 metros circulava o lugarejo. Algumas trepadeiras e raizes de plantas pareciam crescer entre as rochas da pequena muralha dando um ar ao local de abandono. Deu de ombros, afinal, não era o mais importante e olhou para dentro de Carcosa. Existia uma rua principal aonde parecia estar os edificios mais importantes e algumas pessoas(para um certo alivio do seu coração) caminhavam pela rua. Com certeza estava entretidas nos seus próprios assuntos que nem deram atenção para a moça parada na entrada da cidade a observar tudo.
Sentindo-se um pouco mais animada ela de fato entrou em Carcosa, saindo da sua borda. Andando pela rua principal algumas pessoas que também transitavam por ali, dessa vez pararam para observar ela. Pareciam surpresas, era como se não vissem um forasteiro há muito tempo ou talvez pior não vissem uma forasteira por aquela bandas. Logo, porém, eles voltaram aos seus próprios assuntos deixando-a caminhar sem qualquer tipo de carga moral.
Certamente não era tão ruim quanto esperava, mas não sabia se podia se sentir aliviada. Com duvidas ou não seguiu em frente chegando na frente de um prédio que parecia com uma estalagem. Agora a noite tinha caído com força total e nem mais o portal de entrada da cidade podia ser mais visto do lugar aonde estava. As tochas estavam acessas com o seu normal crepitar e seu brilho amarelo-laranja nas paredes e pessoas.
Tinha uma grande placa na entrada da hospedaria com o nome inscrito em letras estilosas vermelhas “Hyades“ e numa letra menor quase impossível de ler estava escrito a seguinte frase : “No dia das mascaras, sempre tema aquele que anda sem uma” Levantou uma sobrancelha ao ler aquilo, tirando uma pontada de medo que viera na sua mente, ficava se perguntando o sentido daquele escrito. Era uma forasteira, como poderia questionar os costumes locais? Como eles escreveriam aquilo sem ter certeza da razão da frase? O seu pequeno conhecimento de mundo só possibilitava ela ter certeza sobre o pouco que tinha tirado das trevas.
Parou de encarar a tableta para entrar no estabelecimento. Estava até que razoavelmente cheio quase todas as mesas ocupadas com as pessoas bebendo e conversando animadamente. Não prestou muito atenção nelas e rumou logo para o balcão. Um homem magricela, barbudo e pele bem branca,alias, característica que parecia ser comum nas pessoas que tinha observado até ali naquele lugar, veio atende-la.
- Uma forasteira por essas bandas?É tão raro ver uma mulher viajante, diga-me, o que posso fazer pela senhorita? - disse o sujeito que não parecia ter mais de 30 anos, mas tinha voz de velho.
- É eu sou uma exceção entre as mulheres, o mundo não é muito receptivo para uma dama que viaja sozinha. Estou aqui em busca de abrigo para noite e indicações em relação ao caminho para as montanhas. Esse era o meu destino original mas acabei me desviando para o norte e preciso volta para a direção original – disse ela parando em frente ao balcão e olhando com um sorriso amistoso para o taverneiro.
O homem coçou a cabeça parecia um pouco desconfortável, mas não dava para ler a origem desse sentimento. Podia ser porquê ele não tinha conhecimento de uma estrada ou caminho que levasse de volta para a estrada das montanhas ou porquê já tinha a sua lotação de quartos cheias e teria que mandar de volta para a noite lá fora a moça.
- Olha, moça, digo senhorita, você se desviou muito do seu caminho para sair da estrada da montanha e vir parar aqui. Nós estamos muito longe do caminho para as montanhas – parou de falar nesse momento e fez um expressão de desconforto – eu nem poderia lhe indicar como retornar para seu caminho original, nunca fui muito longe de Carcossa. Acredito....
A fala do taverneiro foi interrompida quando um homem entrou no estabelecimento. Claramente ele se diferenciava da população que tinha visto tanto naquela taverna quanto no resto do vilarejo. Olhou bem para o sujeito, e ele vestia um manto que parecia nas suas pontas um pouco rasgado. Tinha a pele branca mas não tão branca quanto o resto da população ali. A sua barba negra estava bem cuidada, ele parecia ser um homem rico apesar do seu manto rasgado e puído nas pontas.
- Mestre Costa! Não me diga que temos uma visitante. É uma honra receber uma dama no meu ducado – Disse o homem de forma jovial e calorosa.
O taverneiro não pareceu muito confortável com a chegada do aparente duque e com a sua fala supostamente simpática.
- Meu senhor, seja bem vindo. O que traz vossa nobreza ao meu humilde estabelecimento? - disse Costa fazendo uma reverencia em respeito ao nobre.
- Com a aproximação do dias das mascaras tive vontade de descer do castelo e passar um tempo com os meus queridos suditos – respondeu ele sorrindo e se virou para a forasteira – e tive essa bela surpresa quanto entrei aqui– fez um gesto como se mostrasse ela para Costa – Vamos minha querida me diga o que traz essa brisa de renovação as minhas tão pouco visitadas terras?
Olhou para Costa e Costa olhou para ela. É não sabia dizer se estava feliz com o jeito simpático do susserano ou se achava que tinha algo de errado ali.
- É, vossa nobreza, acabei chegando por acidente aqui após ter desviado do meu caminho original para as montanhas. Queria informações que pudesse me ajudar a volta para a direção certa e também busco um quarto para passar a noite – respondeu parada na frente do balcão quase como um estatua, não queria fazer nenhum movimento errado pois sentia a sua situação ali podia ser bem frágil.
O duque se aproximou do balcão e apoiou um cotovelo na madeira enquanto a mão coçava o seu queixo.
- Você está bem longe do seu destino minha cara, mas que bom que você se perdeu assim temos uma visitante aqui não é Costa? - disse ele batendo no balcão e gargalhando.
Costa tentou forçar um sorriso para o nobre mas não foi muito convincente na sua dramatização.
- Ah! Que desanimo é esse Costa? Vamos fazer uma coisa, para comemorar a sua chegada minha querida, uma rodada por minha conta para todos aqui!
A fala do nobre logo foi ovacionada pelo resto das pessoas na taverna, que comemoraram a cerveja gratis que ganharam do duque.
- E por você minha cara eu vou fazer o seguinte. A sua estadia aqui será por minha conta e eu pessoalmente prometo ajudar você a retormar ao seu caminho para as montanhas, mas terá que ficar até o dia das mascaras. E eu não aceito não como resposta, afinal, você faria tamanha desfeita a um tão generoso anfitrião? - assim que ele fez essa ultima indagação um brilho sinistro foi possível de se enxergar nos seus olhos.
Não queria ficar ali, mas estava acuada e com medo do sujeito. Acabou não se pronunciando fazendo só o gesto de concordo com a cabeça. O nobre vendo a posição da visitante sorriu e surpreendemente deu as costas já para ir embora se falar nada. Inquieta com aquela conversa toda e cena que ocorrera ali voltou a falar:
- Senhor me permitiria uma pergunta antes de sair?
O duque parou e se virou olhando diretamente para a forasteira com um sorriso.
- Pode perguntar minha cara, o que atormenta a sua mente.
Ela olhou para o chão e passou a sua mão nervosamente sobre a outra antes de perguntar:
- É algo bobo. No dia das mascaras o senhor usa alguma?
- Nunca uso mascara minha cara – respondeu ele rindo, dando as costas e indo embora.
“Mas que diabos de lugar é esse? Não está no mapa que comprei” pensou ela enquanto andava, na estrada cheia de folhas caidas. O caminho agora abandonava a margem do lago e entrava no bosque. Tirou o pergaminho de pele de caneiro de um pequeno porta mapas que ficava preso num cinto.
- Vamos ver aonde estamos – disse para si mesma, esticando o mapa com as duas mãos.
Colocou o dedo sobre a capital na costa,lugar aonde fora criada, e foi com o dedo percorrendo a pequena superficie cada vez mais para o interior. Chegou num ponto aonde parou, era o ultimo lugar conhecido que lembrava de ter estado. Justamente as grandes pradarias, se é que esse era o esse o nome. Seu indicador estrava parado exatamente em cima do ponto feito pelo mercador. O vilarejo de Olaria Martins, o nome era alguma coisa assim. Um lugar que se destacava pela seu oficio com o barro e aparentemente tinha tido um morador bem importante com o nome Martins. Aldeola simples e chata, nada acontecia, mas, sim, tinha esse comerciante. Ele vendeu o mapa para ela e ainda marcou a localização de onde estavam.
Coçou a cabeça confusa, para onde tinha ido depois que saiu de lá? Continuou pela estrada que ia para o interior, mas existia umas quatro encruzilhadas que passou no caminho para ali. Não tinha a indicação nelas e por isso mesmo escolheu a direção a esmo. É e agora tinha se dado mal com essa decisão idiota. Olhou ao seu redor e viu que a estrada tinha entrado apenas alguns metros para dentro do bosque em relação a margem do lago. Uns cinco metros algo assim, era pouca coisa.
Embrenhou-se no meio da floresta e andou até a margem do lago. Ali o ceu abria e dava para ver claramente de onde a luz do sol vinha. A aquela altura do dia ele se caminhava muito mais para morrer no horizonte que subir no alto do céu. Observou e anotou no seu mapa a direção do oeste do lugar aonde estava. Comparando com o seu mapa, viu que depois que deixou Olaria Martins em algum momento tomou a direção noroeste.
- Mas que porra, como sou burra – praguejou logo depois da constatação.
Tinha subido para o norte e afastado do seu objetivo que era chegar as montanhas. Agora estava num lugar aonde não conhecia e precisava retomar o seu caminho para direção certa. Tentou se acalmar voltando para a floresta e assim para a estrada. Logo iria anoitecer e era melhor estar sob um teto e numa cama que no meio de um bosque num lugar perdido.
Caminhando, agora num ritmo mais acelerado ela foi olhando a vegetação ao redor da estrada. A maioria das arvores já estava com aquela folhagem tipica de outono e inverno, na cor mais amarelada. Uma coceira mental surgiu na sua cabeça ao perceber aquilo. Era o que dia 15 ou 16 de março? Isso queria dizer que era verão ainda, se era, como que a vegetação estava como se estivesse no outuno? Deu de ombros com a questão e continuou a andar.
Após caminhar o que deveria ser mais ou menos umas duas horas após ter dado a conferida no mapa, o sol agora se punha de verdade fazendo a luz diminuir muito e a também fez a primeira plaquinha indicativa de alguma coisa aparecer. Observou o que estava escrito nela e numa caligrafia quase apagada pelo tempo e dizia “Carcosa” e uma seta indicava no sentido que a estrada seguia. Coçou a cabeça olhando o indicador se perguntando que cidade seria aquela? Não parecia ser muito visitada já que o sinal quase estava sumindo.
De repente uma ideia questionadora veio na sua mente, perguntando a si mesma aonde estaria se metendo, procurou afastar da sua mente esse pensamento. Seguiu para essa tal de Carcosa, aonde com certeza poderia dormir em algum lugar e perguntar sobre o caminho de volta para as montanhas. É, era isso mesmo que ia fazer, porquê iria ter problemas?
Não demorou muito para que a estrada fizesse uma nova curva novamente para a direita e lá no limite da reta era possível ver a entrada da cidade. Uma grande placa com um sinal amarelo chamativo. Imediamente sentiu um frio na espinha ao vê-lo e teve a vontade de voltar, mas agora já estava escuro e passar a noite naquele bosque não parecia uma boa ideia. Esse tempo todo andando em meio aquelas arvores e não tinha ouvido nenhum barulho, quando se entra numa floresta e não se escuta barulho nenhum é um mal sinal.
Fortaleceu o seu espirito continuando a caminhada, caso algo desse errado tinha a sua magia(segredo absoluto dela para os outros) e sua arma, provavelmente a melhor amiga de um viajante solitario. O engraçado é que naquela reta quantas vezes já tinha se pego pensando na possibilidade do “se der errado”? Quando isso acontece é porquê o tipo de decisão ou atitude que planeja tomar não é melhor das possíveis.
O incrivel é como poucos metros poderiam tomar tanto tempo para serem percorridos quando se está indeciso ou temeroso em relação a alguma coisa. Cada passo que dava rumo a cidade ecoavam na sua mente como um questionamento. O que era ridículo, não era mais aquela orfã pobrezinha e fragil da sua infancia. Lembra do destino que dera aos assaltantes? Não era uma boa ideia mexer com ela ou pelo menos não estava sem um meio de defesa caso precisasse deles. Com certeza esse era um bom pensamente se manter na cabeça.
Finalmente chegou no portal de entrada da cidade, um muro de mais ou menos uns 4 metros circulava o lugarejo. Algumas trepadeiras e raizes de plantas pareciam crescer entre as rochas da pequena muralha dando um ar ao local de abandono. Deu de ombros, afinal, não era o mais importante e olhou para dentro de Carcosa. Existia uma rua principal aonde parecia estar os edificios mais importantes e algumas pessoas(para um certo alivio do seu coração) caminhavam pela rua. Com certeza estava entretidas nos seus próprios assuntos que nem deram atenção para a moça parada na entrada da cidade a observar tudo.
Sentindo-se um pouco mais animada ela de fato entrou em Carcosa, saindo da sua borda. Andando pela rua principal algumas pessoas que também transitavam por ali, dessa vez pararam para observar ela. Pareciam surpresas, era como se não vissem um forasteiro há muito tempo ou talvez pior não vissem uma forasteira por aquela bandas. Logo, porém, eles voltaram aos seus próprios assuntos deixando-a caminhar sem qualquer tipo de carga moral.
Certamente não era tão ruim quanto esperava, mas não sabia se podia se sentir aliviada. Com duvidas ou não seguiu em frente chegando na frente de um prédio que parecia com uma estalagem. Agora a noite tinha caído com força total e nem mais o portal de entrada da cidade podia ser mais visto do lugar aonde estava. As tochas estavam acessas com o seu normal crepitar e seu brilho amarelo-laranja nas paredes e pessoas.
Tinha uma grande placa na entrada da hospedaria com o nome inscrito em letras estilosas vermelhas “Hyades“ e numa letra menor quase impossível de ler estava escrito a seguinte frase : “No dia das mascaras, sempre tema aquele que anda sem uma” Levantou uma sobrancelha ao ler aquilo, tirando uma pontada de medo que viera na sua mente, ficava se perguntando o sentido daquele escrito. Era uma forasteira, como poderia questionar os costumes locais? Como eles escreveriam aquilo sem ter certeza da razão da frase? O seu pequeno conhecimento de mundo só possibilitava ela ter certeza sobre o pouco que tinha tirado das trevas.
Parou de encarar a tableta para entrar no estabelecimento. Estava até que razoavelmente cheio quase todas as mesas ocupadas com as pessoas bebendo e conversando animadamente. Não prestou muito atenção nelas e rumou logo para o balcão. Um homem magricela, barbudo e pele bem branca,alias, característica que parecia ser comum nas pessoas que tinha observado até ali naquele lugar, veio atende-la.
- Uma forasteira por essas bandas?É tão raro ver uma mulher viajante, diga-me, o que posso fazer pela senhorita? - disse o sujeito que não parecia ter mais de 30 anos, mas tinha voz de velho.
- É eu sou uma exceção entre as mulheres, o mundo não é muito receptivo para uma dama que viaja sozinha. Estou aqui em busca de abrigo para noite e indicações em relação ao caminho para as montanhas. Esse era o meu destino original mas acabei me desviando para o norte e preciso volta para a direção original – disse ela parando em frente ao balcão e olhando com um sorriso amistoso para o taverneiro.
O homem coçou a cabeça parecia um pouco desconfortável, mas não dava para ler a origem desse sentimento. Podia ser porquê ele não tinha conhecimento de uma estrada ou caminho que levasse de volta para a estrada das montanhas ou porquê já tinha a sua lotação de quartos cheias e teria que mandar de volta para a noite lá fora a moça.
- Olha, moça, digo senhorita, você se desviou muito do seu caminho para sair da estrada da montanha e vir parar aqui. Nós estamos muito longe do caminho para as montanhas – parou de falar nesse momento e fez um expressão de desconforto – eu nem poderia lhe indicar como retornar para seu caminho original, nunca fui muito longe de Carcossa. Acredito....
A fala do taverneiro foi interrompida quando um homem entrou no estabelecimento. Claramente ele se diferenciava da população que tinha visto tanto naquela taverna quanto no resto do vilarejo. Olhou bem para o sujeito, e ele vestia um manto que parecia nas suas pontas um pouco rasgado. Tinha a pele branca mas não tão branca quanto o resto da população ali. A sua barba negra estava bem cuidada, ele parecia ser um homem rico apesar do seu manto rasgado e puído nas pontas.
- Mestre Costa! Não me diga que temos uma visitante. É uma honra receber uma dama no meu ducado – Disse o homem de forma jovial e calorosa.
O taverneiro não pareceu muito confortável com a chegada do aparente duque e com a sua fala supostamente simpática.
- Meu senhor, seja bem vindo. O que traz vossa nobreza ao meu humilde estabelecimento? - disse Costa fazendo uma reverencia em respeito ao nobre.
- Com a aproximação do dias das mascaras tive vontade de descer do castelo e passar um tempo com os meus queridos suditos – respondeu ele sorrindo e se virou para a forasteira – e tive essa bela surpresa quanto entrei aqui– fez um gesto como se mostrasse ela para Costa – Vamos minha querida me diga o que traz essa brisa de renovação as minhas tão pouco visitadas terras?
Olhou para Costa e Costa olhou para ela. É não sabia dizer se estava feliz com o jeito simpático do susserano ou se achava que tinha algo de errado ali.
- É, vossa nobreza, acabei chegando por acidente aqui após ter desviado do meu caminho original para as montanhas. Queria informações que pudesse me ajudar a volta para a direção certa e também busco um quarto para passar a noite – respondeu parada na frente do balcão quase como um estatua, não queria fazer nenhum movimento errado pois sentia a sua situação ali podia ser bem frágil.
O duque se aproximou do balcão e apoiou um cotovelo na madeira enquanto a mão coçava o seu queixo.
- Você está bem longe do seu destino minha cara, mas que bom que você se perdeu assim temos uma visitante aqui não é Costa? - disse ele batendo no balcão e gargalhando.
Costa tentou forçar um sorriso para o nobre mas não foi muito convincente na sua dramatização.
- Ah! Que desanimo é esse Costa? Vamos fazer uma coisa, para comemorar a sua chegada minha querida, uma rodada por minha conta para todos aqui!
A fala do nobre logo foi ovacionada pelo resto das pessoas na taverna, que comemoraram a cerveja gratis que ganharam do duque.
- E por você minha cara eu vou fazer o seguinte. A sua estadia aqui será por minha conta e eu pessoalmente prometo ajudar você a retormar ao seu caminho para as montanhas, mas terá que ficar até o dia das mascaras. E eu não aceito não como resposta, afinal, você faria tamanha desfeita a um tão generoso anfitrião? - assim que ele fez essa ultima indagação um brilho sinistro foi possível de se enxergar nos seus olhos.
Não queria ficar ali, mas estava acuada e com medo do sujeito. Acabou não se pronunciando fazendo só o gesto de concordo com a cabeça. O nobre vendo a posição da visitante sorriu e surpreendemente deu as costas já para ir embora se falar nada. Inquieta com aquela conversa toda e cena que ocorrera ali voltou a falar:
- Senhor me permitiria uma pergunta antes de sair?
O duque parou e se virou olhando diretamente para a forasteira com um sorriso.
- Pode perguntar minha cara, o que atormenta a sua mente.
Ela olhou para o chão e passou a sua mão nervosamente sobre a outra antes de perguntar:
- É algo bobo. No dia das mascaras o senhor usa alguma?
- Nunca uso mascara minha cara – respondeu ele rindo, dando as costas e indo embora.
- Akugam
Tecnocrata - Mensagens : 340
Reputação : 10
- Mensagem nº3
Re: Memórias
Memorias de Dorando
O cheiro de grama através do vento entrava pelas minhas narinas, o som de cavalos cavalgando na estrada de terra passava pelos meus ouvidos, ao abrir os olhos a face serena de uma senhora me encarava, com um sorriso calmo dizia: -Finalmente acordou.
Me mantive em silencio, sentei, notei que estava em uma carroça, levada por dois cavalos que era guiados por um homem de cabelos grisalhos, dentro da carroça junto a mim e a senhora, mais cinco crianças dormindo, nos estávamos entrando numa cidade.
-Estamos em Smyrnna, seu novo lar. -Diz a senhora olhando para o portão de entrada da cidade, eu tentava lembrar como cheguei ali, minha mente estava em branco, mas não fiz perguntas, apenas balancei a cabeça e fiquei em silencio.
O sol estava em seu auge quando chegamos em um casarão, as crianças já acordadas também silenciosas pareciam entender tanto quanto eu sobre o que estava acontecendo, descemos da carroça, conduzidos pela senhora entramos pelo portão, com um grande quintal florido e um caminho de ladrilhos que conduzia até a porta, entrando por ela contemplei um salão com um grande lustre no centro. -É aqui que vocês viverão agora, nesse orfanato junto de varias outras crianças com quem poderão brincar. -A senhora fala olhando para nos.
Meu nome e idade era uma das poucas coisas que lembrava, Dorando, onze anos, tive uma vida tranquila naquele orfanato, porém, aos meus quinze anos de idade, uma evento que mudou tudo aconteceu, um desentendimento entre eu e outro garoto um pouco mais velho nos levou a uma briga, eu estava sendo derrotado quando senti uma sensação estranha correndo pelo meu corpo, um brilho estranho, e o garoto estava caído, nocauteado na minha frente, as mulheres do orfanato presenciaram essa cena, e foram a socorro do garoto rapidamente, logo ele estava bem, mas eu, fui tratado como um monstro, excluído, por ter um poder estranho e desconhecido, ninguém nem mesmo tentava me perturbar, apenas me evitavam, fingiam que eu não existia, aquilo era um inferno para mim, meus amigos considerados por mim irmãos, mesmo eles passaram a agir assim, eu estava enlouquecendo por isso.
Um ano depois do incidente, um casal me adotou, se tratava dos lideres de uma família de grande influencia politica e cientifica, os Jacobe, provavelmente interessados no meu poder, era o que eu acreditava, eles me deram tempo e apoio para desenvolver minhas habilidades e acabei recrutado para a inteligencia do exercito de Ganed, onde faço serviços de espionagem e assassinato, pelo menos é o que fazia antes de ser revelado escolhido pela profecia, eu acho... Talvez haja um proposito para meu poder a final... Sobre Lucy, em meu primeiro dia na mansão dos Jacobe ela apareceu na janela do quarto, o motivo eu não sei até hoje, mas é uma companheira inseparável para mim.
O cheiro de grama através do vento entrava pelas minhas narinas, o som de cavalos cavalgando na estrada de terra passava pelos meus ouvidos, ao abrir os olhos a face serena de uma senhora me encarava, com um sorriso calmo dizia: -Finalmente acordou.
Me mantive em silencio, sentei, notei que estava em uma carroça, levada por dois cavalos que era guiados por um homem de cabelos grisalhos, dentro da carroça junto a mim e a senhora, mais cinco crianças dormindo, nos estávamos entrando numa cidade.
-Estamos em Smyrnna, seu novo lar. -Diz a senhora olhando para o portão de entrada da cidade, eu tentava lembrar como cheguei ali, minha mente estava em branco, mas não fiz perguntas, apenas balancei a cabeça e fiquei em silencio.
O sol estava em seu auge quando chegamos em um casarão, as crianças já acordadas também silenciosas pareciam entender tanto quanto eu sobre o que estava acontecendo, descemos da carroça, conduzidos pela senhora entramos pelo portão, com um grande quintal florido e um caminho de ladrilhos que conduzia até a porta, entrando por ela contemplei um salão com um grande lustre no centro. -É aqui que vocês viverão agora, nesse orfanato junto de varias outras crianças com quem poderão brincar. -A senhora fala olhando para nos.
Meu nome e idade era uma das poucas coisas que lembrava, Dorando, onze anos, tive uma vida tranquila naquele orfanato, porém, aos meus quinze anos de idade, uma evento que mudou tudo aconteceu, um desentendimento entre eu e outro garoto um pouco mais velho nos levou a uma briga, eu estava sendo derrotado quando senti uma sensação estranha correndo pelo meu corpo, um brilho estranho, e o garoto estava caído, nocauteado na minha frente, as mulheres do orfanato presenciaram essa cena, e foram a socorro do garoto rapidamente, logo ele estava bem, mas eu, fui tratado como um monstro, excluído, por ter um poder estranho e desconhecido, ninguém nem mesmo tentava me perturbar, apenas me evitavam, fingiam que eu não existia, aquilo era um inferno para mim, meus amigos considerados por mim irmãos, mesmo eles passaram a agir assim, eu estava enlouquecendo por isso.
Um ano depois do incidente, um casal me adotou, se tratava dos lideres de uma família de grande influencia politica e cientifica, os Jacobe, provavelmente interessados no meu poder, era o que eu acreditava, eles me deram tempo e apoio para desenvolver minhas habilidades e acabei recrutado para a inteligencia do exercito de Ganed, onde faço serviços de espionagem e assassinato, pelo menos é o que fazia antes de ser revelado escolhido pela profecia, eu acho... Talvez haja um proposito para meu poder a final... Sobre Lucy, em meu primeiro dia na mansão dos Jacobe ela apareceu na janela do quarto, o motivo eu não sei até hoje, mas é uma companheira inseparável para mim.