por Linkcronus Ter Nov 21, 2017 5:14 pm
Yaha estava na biblioteca da universidade sofrendo com uma maldita dor de cabeça, aquelas que se parecem com um sino badalando com intervalos regulares. Abriu um dos livros que estavam na prateleira e notou que todas as palavras estavam escritas em vermelho sangue. Enquanto passava as páginas notou gravuras de criaturas grotescas, todas humanoides, com chifres e pelos espessos, empaladas nos mais diversos tipos toras. O sangue escorrendo dessas criaturas formavam algumas palavras que, por mais que Yaha se esforçasse, não conseguia ler. Uma dessas criaturas apareceu na entrada da biblioteca, impedindo que o jovem humano pudesse fugir. O desespero que tomou conta do jovem era fruto da imagem absurda que seus olhos captaram: a criatura ainda estava empalada com uma tora que passava pelo ânus até sua boca, mas de algum modo conseguia avançar cambaleando em sua direção com velocidade. Yaha tentou correr, mas não conseguia sair do lugar, tudo o que sentia era um peso enorme e mais um badalar do sino. A criatura puxou a tora de madeira pela boca, esguichando sangue por cima de todos os livros. A tora era manuseada como se fosse um graveto em suas habilidosas mãos. A cabeça finalmente pôde entortar para baixo, fitando o jovem estudantes com seus olhos, que mais pareciam fendas negras que absorviam toda a luz em volta. A criatura puxou Yaha pela cabeça, forçou que sua boca fosse aberta e começou a enfiar a tora por ali, com força.
O jovem acordou com um acesso de tosse violento. Respirava como se todo o ar do mundo não fosse suficiente para seus pulmões. A dor de cabeça que sentia no sonho martelou: ela infelizmente era real. Observou seus arredores enquanto se recuperava e, lentamente, compreendeu o que havia acontecido. Estava numa prisão que Dohr Valloror havia o mandado. Lembrou da ira que sentiu quando aquele homem lhe deu uma bronca. Sentiu-se diminuto frente a uma figura poderosa, tão autoritária quanto forte, que lhe dizia o quão "vira-lata" era.
Pois vou comer usando seu crânio como prato, velho arrogante! Espere só!
No entanto Yaha notara que não estava morto. Isso só podia significar que Valloror não sabia quem ele era, caso contrário Jaereo certamente o assassinaria (ou pior). Se Valloror não sabia quem ele era só haviam três possibilidades: ele e Jaereo são aliados e mantém segredo um do outro; ele é apenas um servo que Jaereo nem se digna a dar detalhes dos seus planos; ou ele e Jaereo não são aliados. Ainda havia alguma chance de sobrevivência.
Notou que não possuía nenhum de seus pertences que poderiam ajudar numa possível fuga. Decidiu que pensaria em fugir depois de acessar melhor sua situação. Quando uma voz, que provavelmente seria do carcereiro, chegou a seus ouvidos, Yaha notou uma oportunidade de entender melhor sua situação.
- Que me defenda? Não entendo, do que você pode estar falando?