Erwin Blokland - [noasinclair]

Já passa um pouco da meia-noite, mas você está trabalhando em sua oficina, estudando os mapas dos canais da cidade.

Até onde você soube, está havendo algum baile no Palácio Real, mas o duque enviou uma mensagem mais cedo sugerindo que em breve haveria oportunidade de verificar seus progressos com a atual missão e que talvez fosse melhor se dedicar ao trabalho do que comparecer à festa.

Sir Arnon está em uma mesa próxima, com um aspecto taciturno, trabalhando em uma espécie de lançador de arpões, lady Johan está sentada próximo à janela, pensativa e Kookpunt está imóvel e silencioso ao seu lado, quase como se estivesse ‘desligado’.

Você sente um súbito vento frio e se dá conta de que Johan se levantou e abriu a janela, deixando que o vento noturno entrasse na sala. Ela sussura alguma coisa, mas você não consegue ouvir, porque isso ocorre no mesmo momento em que Kookpunt emite um ruído e começa a emitir uma bruxuelante luz alaranjada, o que significa que ele está ‘esquentando’.

“O quê? Você não consegue mesmo falar mais alto?”, resmunga sir Arnon.

“Algo grande está acontecendo”, Johan sussura, voltando-se para dentro da sala, e dessa vez você consegue ouvi-la perfeitamente. “Vi agora nas estrelas. Algo está acontecendo no baile.”

“Bah!”, diz Arnon, e então a campainha toca. Você estranha um pouco receber uma visita numa hora tão avançada, mas olhando por um pequeno e antiquado monitor instalado em sua mesa, você vê identifica uma jovem boggan parada em sua porta, que, entre outras coisas, age como uma currier do duque Apoc.

“Essa visita a essa hora tem 71% de chance de estar relacionada à visão recente de Johan”, diz Kookpunt com uma voz mecânica. “Há entre 35% e 60% de chance de que o duque pretenda convocá-lo a sua presença agora. Devo abrir a porta?”

Sir Mopperen parece apreciar sempre que você elogia seu trabalho, embora ele costume expressar isso com grunhidos e resmungos.

Quando você identifica uma emissária do duque no monitor a expressão misteriosa de lady Nevelvlek se acentua.

Você se veste rapidamente e se dirige até a porta principal para receber a jovem boggan. Ela olha para você com um olhar neutro. A rua e o canal estão bastante frios, muito silenciosos e quase desertos.

“Boa noite, barão. Peço desculpas por vir perturbá-lo a essa hora da noite”, ela diz e então recolhe de um bolso do casaco um pequeno bilhete enrolado num cilindro, amarrado com uma fita preta.

Você abre o bilhete e lê:

‘Prezado Barão dos espelhos,
Solicito sua presença imediata no palácio ducal. Venha como preferir, sozinho ou acompanhado, mas sem demora.

Seu susserano,
Apoc, duque das Tulipas’

A boggan permanece parada a sua frente.

“Milorde, tenho outra mensagem para entregar. Posso partir, ou você deseja enviar uma resposta?”

Você responde o que preferir a ela, e então fecha a porta, para se preparar para sair de casa. Boiler, Arnon e Johan desceram para perto da entrada e te olham com curiosidade.

O palácio ducal fica a cerca de 25 minutos a pé da sua residência. Curiosamente o caminho mais rápido seria pelo canal, a bordo do Zwarte Stalker – levaria talvez cinco minutos – mas você nunca foi ao palácio dessa maneira e o duque desconhece até agora a existência do submergível.

A pequena Boggan agradece as moedas e se afasta, parecendo ligeiramente decepcionada que você não tenha decidido enviar uma resposta através dela.

Você conta a seus súditos que foi convocado ao palácio ducal e pelas expressões intrigadas você presume que eles estão se fazendo as mesmas perguntas que você mesmo.

“Humhum”, resmunga o nocker em resposta à sua solicitação de que ele prossiga com o trabalho.

Nevelvlek responde com sua voz sussurrante “É claro, lord. Me de apenas um minuto para que eu me vista apropriadamente” e se retira para seus aposentos.

Boiler está sempre pronto. Ele se coloca em frente a uma janela, olhando para a rua enquanto aguarda.

Não demora muito até que vocês três estejam caminhando pela rua em direção ao palácio.

O frio da noite lhe agrada. Há pouco movimento e você se pega observando os canais e se imaginando sob eles, viajando a uma velocidade muito maior e virtualmente invisível.

Conforme vocês se aproximam do palácio, você nota uma movimentação um pouco incomum de kithain, considerando o horário. Há changelings armados parados em algumas pontes e entradas de ruas, mas eles assistem passivos a sua passagem. Uns poucos cumprimentam sua comitiva com um aceno discreto.

O palácio se encontra com as portas abertas e as luzes acesas. Apesar de de haver dois pares de guardas do lado de fora, não há ninguém para recebe-lo. Você segue pelos corredores e salas diretamente até o salão reservado de Apoc. Você cruza com alguns lordes e plebeus no trajeto, muitos deles portando espadas e escudos e alguns até mesmo trajando armaduras.

Há um troll na porta do salão ducal, mas a porta está aberta. O troll faz uma saudação ao te ver e então, voltando-se para dentro da sala, anuncia a sua presença, que é imediatamente admitida.

Você entra com boiler e a sluagh no salão e encontra Apoc e lady Morgana sentados à mesa. O salão em si é escuro e decorado com armas e alguns quadros que retratam tragédias como naufrágios e terremotos. Não é muito grande, mas é imponente.

“Lord Schepper, seja bem vindo”, diz o duque.

Vocês se aproximam e se sentam junto a eles, com a exceção de Boiler, que permanece de pé próximo à você.

Após os devidos cumprimentos Apoc continua falando. “Agradeço que tenha atendido tão prontamente à minha convocação. Peço desculpas se o peguei desprevenido. O caso é que temos uma mudança de conjuntura da qual você precisa ser informado...”

Ele se levanta, com um olhar pensativo, escolhendo as palavras, e começa a caminhar pela sala atrás da própria cadeira.

“Em poucas palavras: o rei está morto. Não entendemos direito o que houve ainda, mas a situação é de bastante instabilidade… Nos próximos dias é provável que eu esteja em conflito direto com os súditos de Delilah, pois minha intenção é ser coroado em lugar dela. Não tenho certeza se você percebe como esses acontecimentos podem se relacionar com a sua operação...”, ele diz, com um tom de questionamento na última frase. “Aliás, como vamos indo?”, ele pergunta.

O duque parece excitado e de bom humor. Morgana permanece o tempo todo calada. Ela parece estar distante, pensando em outras coisas.

O duque o observa em silencio por longos segundos depois que você termina de falar e só então começa a assentir lentamente.

“Muito perspicaz, caro Barão. Fico satisfeito que estejamos pensando da mesma forma...”

Ele volta a se sentar em sua cadeira de espaldar alto e prossegue.

“Sim! Esse é o momento ideal para quebrar a trégua com Torondhomyr! Porém, não acho que precisamos necessariamente sacrificar o trunfo que temos com o segredo de sua operação. Fico muito satisfeito com os avanços que você relatou e acho que você pode começar a agir assim que estiver preparado para isso. Imediatamente seria ótimo! Mas eu posso providenciar distrações que o auxiliem. Posso fazer que alguns súditos violem a trégua no mesmo momento em que você estiver começando a explorar os canais, afim de atrair a atenção do dragão para longe. Isso vai fazer com que ele se enfureça sem necessariamente se dar conta do perigo real que você representa.”

Ele passa a mão direita sobre a mesa polida. “A menos, é claro, que isso vá contra seus planos e objetivos. Estou tentando auxiliar a sua missão e não dando um direcionamento obrigatório a ela. É possível que eu não esteja disponível o tempo todo nos próximos dias, mas se você optar por usar uma distração basta solicitar a mim, ou à duquesa Morgana, que falará por mim na minha ausência. Morgana, você está me escutando?”

A fada então olha para o duque como que saindo de um transe.

“Sim. Posso providenciar uma distração”, ela diz com uma voz gelada, antes de retornar ao ar introspectivo de antes.

“Eu queria entender o que foi que houve nessa festa… como o rei morreu e que tipo de magia eles usaram contra nós”, ela diz, como que para si mesma. Apoc parece um pouco desconcertado com o comportamento dela.

O duque tamborila os dedos sobre a mesa com os olhos brilhando de excitação. “09:09h então. Eu mal posso esperar! Conte comigo, lord”.

Você então responde aos comentários devaneantes de Morgana. A bruxa lança a você um olhar mau humorado e desdenhoso, apesar de seu sorriso para ela, e não diz nada. O duque não repara nela enquanto isso ocorre.

“Nevelvlek teve uma visão do ocorrido?”, pergunta Apoc, subitamente interessado. Morgana também parece curiosa. “O que foi que você viu, lady?”, ele pergunta diretamente a ela.

“Nada”, sua vassala responde em tom quase inaudível. “Eu apenas senti que algo ominoso se passava na festa enquanto olhava as estrelas. As estrelas e eu temos uma relação muito particular...”

O duque parece ligeiramente frustrado com a resposta dela. Morgana levanta e começa a se afastar de vocês indo em direção a um dos quadros no salão.

Apoc se levanta quando você se despede e aperta firmemente a sua mão, com muita deferência.

“Vão em paz, meus amigos. Descanse e se prepare e saiba que cuidarei de minha parte em nosso plano.”

Vocês deixam o salão e logo do lado de fora cruzam com um rapaz muito arrumado com talvez uns 12 anos e algumas penas negras sobre a pele, que está entrando. Ainda tem tempo de ouvir Morgana exclamando “Finalmente! Por que demorou tanto?”, antes de se afastarem.

O palácio permanece com a mesma dinâmica atípica de quando vocês entraram. As ruas estão ainda mais desertas que antes.

Você sequer percebe o tempo passar até que já está em casa. Sir Arnon está dormindo em uma poltrona da oficina. O lança-arpão que ele estava construindo se encontra em cima da mesa, ainda não terminado.

“Considerando o tempo médio ideal de sono e o tempo médio de preparo ao despertar dos habitantes dessa casa, deveriamos acordar pontualmente às 7 horas e seis minutos amanhã”, diz Kookpunt, casualmente.

O rapaz de penas negras responde à sua mesura com uma elegância impecável, sem dizer palavra, e segue seu caminho para o aposento do duque.

No caminho para casa você cumprimenta Nevelvlek por sua postura diante do duque e ela responde “Obrigado, barão”, sempre com sua voz sussurrante. “Mas não há muitas coisas nesse mundo que me deixam com medo, sem falsa modéstia.”

“Bom...Famke e Ronks dispõe de seus próprios meios para explorar o canal, sem necessidade da proteção especial do Stalker...”, ela prossegue, respondendo à sua pergunta. “E creio que Arnon será mais útil aqui na oficina, talvez cuidando da comunicação entre a equipe e resolvendo alguma possível emergência. Isso deixa apenas duas opções: a mim mesma, ou Boiler. Mais uma vez sem falsa modéstia, lord… eu optaria pela minha própria companhia.”

Ao chegar em casa você resolve encaminhar Sir Arnon para a cama. O nocker o acompanha com muita resistência resmungando palavras ininteligíveis em um estado semi consciente, mas por fim você o deixa ressonando na cama.

Você se arruma para dormir e dá instruções à Boiler. “Computado. Garantirei que todos estejam de pé e aqui no horário, senhor”, ele responde e permanece imóvel a seu lado até que você caia no sono.

Você dorme quase instantaneamente e tem um sono profundo e sem sonhos. Você desperta com um silvo alto, contínuo e agudo, que se parece bastante com o apito de um trem. São 08:08h e o apito é Boiler, despertando a população do domínio. Ele está em algum lugar da casa, mas não no seu quarto.

Você se levanta rapidamente e começa a se preparar para o dia, quando chega às áreas comuns da casa encontra seu motley fazendo um rápido desjejum, também já praticamente preparados. Estão todos em ordem poucos minutos antes das 9h.

“Então… qual é exatamente o plano?”, pergunta Famke. “Estou com minha pele de foca aqui perto e posso estar na água a qualquer minuto.”

“E eu não preciso de uma pele de foca”, diz Pieter, num tom de provocação que Famke ignora.

“Deveríamos ir ver o ninho”, diz sir Arnon, referindo-se ao Oosterdok. Nevelvlek permanece bastante calada e introspectiva, esperando instruções.

“Está fazendo 10 graus lá fora. 6 dentro dos canais. O tráfego de barcos é normal e não deve chover”, informa Boiler. Vocês estão todos no cômodo que permite acessar o canal, com o Zwart Stalker bem ao seu lado, pronto para seu primeiro mergulho.

Seus cavaleiros o escutam com atenção redobrada. Amist parece surpresa quando é informada de que não vai mergulhar, enquanto o rosto de Ronks expressa um certo desapontamento, mas eles se mantém firmes e atentos, concordando silenciosamente com suas conclusões.

Boiler emite dois apitos curtos em um sinal de que compreendeu o papel dele na missão, mas no mais se mantém estático como de costume.

Mopperen assente satisfeito quando você o designa como chefe de comunicações. Nevelvlek se levanta praticamente junto a você e se dirige imediatamente para próximo do Zwart Stalker.

Você reúne seus mapas e suprimentos e embarca, junto a Nevelvlek Famke. Ela se mantém calada durante todo o processo, com um discreto sorriso em seu rosto. Os demais se demoram por algum tempo assistindo vocês, mas acabam se afastando antes de vê-los submergirem, prontos para cuidar de seus próprios afazeres.

Sentado no confortável banco do Stalker você verifica que tudo está em perfeita ordem, puxando uma alavanca faz com que a porta feche e sele hermeticamente a embarcação.

Finalmente você começa a submergir. Os mostradores indicam quando vocês estão totalmente sob a água, mas você é capaz de ver isso com seus próprios olhos.

Seguindo para o fundo, por um túnel cavado sob sua casa, está seu trod, uma passagem entre o mundo outonal e o sonho próximo, porém, no sonho próximo, ele vai dar no mesmo rio que liga o palácio ducal ao palácio real e o seu objetivo hoje é o de explorar os canais, portanto vocês seguem para a saída banal, indo dar diretamente no Spiegelgratch, o canal imediatamente em frente a sua casa.

São exatamente 09:09h. Por um momento você se detém admirando a perspectiva do fundo do canal, vendo os barcos boiando acima de vocês. Para sua surpresa há uma grande quantidade de peixes nadando nas águas no Spiegel, mais do que você poderia imaginar morando ali todo este tempo. O fundo do canal parece composto principalmente de lama e lodo, mas há uma enorme quantidade de objetos também, sendo que muitos deles são pedaços de metal brilhantes. É uma paisagem exótica e admirável. Você pensa em Amist e Ronks, que queriam mergulhar.

“Barão”, sussura Nevelvlek, trazendo-o de volta à ação.

Acionando o manche você avança até o Prinsengratch, com uma ótima aceleração e fazendo a curva numa velocidade que faz sua companheira Sluagh se segurar no assento. Este é um dos mais nobres canais da cidade, e você consegue ver as grandes casas acima dele, mas não se detém e continua até o Reguliersgracht, ainda acelerando. De lá você segue correndo até o Herengracht e então atravessa o rio Amstel, passando sob dois barcos em movimento e seguindo pelo próprio Herengracht até a parte mais à direita do Oosterdok.

São 09:15h. Bem menos tempo do que você levaria de carro ou de bicicleta, sem que houvesse qualquer obstáculo no caminho.

Você reduz a velocidade enquanto adentra o Oosterdok e Nevelvlek parece aprovar. Vocês estão em uma parte menor do corpo d’água, mais à direita dele, que é separado da parte principal justamente pelo Nemo, a construção em forma de um navio enorme que funciona como um mercado Changeling. A ideia é chegar à parte principal do Oosterdok contornando o Nemo.

A parte do Oosterdok onde vocês estão é muitas vezes mais funda e mais larga que os canais por onde você veio. Há um número maior de peixes, com alguns bem grandes entre eles e o fundo do corpo d’água tem pedras e grandes objetos, como sofás e escrivaninhas, junto ao lodo e aos outros objetos menores. Há amontoados de pneus que parecem formar pequenas cavernas, e montes de entulho de materiais difíceis de identificar, que poderiam muito bem abrigar ou esconder alguma coisa.

“Tenha cuidado agora”, diz Nevelvlek, com um sussurro apreensivo. “Eu acho que consigo ver alguns súditos da princesa acima da superfície”, ela comenta.

“O dragão acaba de aparecer ao lado do Apollo Hotel”, a voz de Mopperen interrompe pelo rádio. “Nossos três amigos já estão próximos de lá. Como vocês estão por aí?”

Lentamente você avança bem próximo ao fundo e começa a contornar o Nemo até finalmente dar na parte mais aberta do Oosterdok. Essa tem ainda mais peixes e quinquilharias que a anterior e é muito, muito mais funda. De fato, ela vai se aprofundando e se afunilando até um ponto em que você não consegue ver o fundo. Acima de vocês há grandes embarcações, ainda que a maioria delas seja estacionária.

Conforme faz a volta ao Nemo para chegar ao corpo principal do Oosterdok, você tem a impressão de ver pequenos movimentos próximos a alguns amontoados de entulho. Nevelvlek também parece perceber alguma coisa, mas ela não comenta nada. Você avança lentamente, tentando ser o mais furtivo possível, e sente que isso funciona, pois a maioria dos peixes parece ignorar a sua presença, permitindo que vocês 'nadem' muito, muito próximos a eles. Sua companheira apenas acena, maravilhada, quando você a questiona se é capaz de imaginar os segredos escondidos nesse lugar.

Enquanto você examina os mapas, Nevelvlek permanece alheia a você, observando o entorno com uma atenção impressionante.

"Ali", ela fala, apontando justamente para o local onde o fundo se afunila impedindo que vocês vejam o até o final. "Acho que vi algumas pequenas criaturas correndo para ali... pareciam... aranhas...", ela sussurra, sem muita certeza.

O ponto que ela indicou está presente no seu mapa como um dos locais de maior interesse, devido à frequência com que o dragão é avistado flutuando bem acima dele.

Você olha com atenção e se aproxima um pouco e finalmente enxerga as criaturas às quais a Sluagh se referia. Criaturas semelhantes a aranhas com o tamanho do que seria a mão de um troll, passam andando por entre alguns entulhos e entram no buraco, desaparecendo. Você olha ao redor por algum tempo até se certificar que não há mais nenhuma delas à vista.

"Eu acho que deveríamos dar uma olhada mais lá para dentro"

Você faz contato com Mopperen e ele demora alguns segundos a mais que o normal para responder.

“O plano de atrair Thorondomyr violando a lei dos canais funcionou, mas o dragão se enfureceu e está atacando os kithain das proximidades. O último contato da equipe de terra foi informando que eles estavam se afastando do fogo… as coisas parecem estar complicadas”, ele diz um pouco inseguro de que o relato seja bom. “Mas isso certamente significa que ele está longe de vocês agora. É uma boa chance para investigar o que há aí.”

Nevelvlek não parece muito preocupada com as falas de Mopperen. Ela parece concentrada no buraco que vocês pretendem examinar.

Conforme você se dirige para o fundo fica confirmada a hipótese de que se trata de uma caverna e você pode ver as criaturas semelhantes a aranhas que Nevelvlek apontou entrando e saindo do lugar.

Na medida em que vocês se aprofundam a luz diminui muito e você questiona sua companheira se deve ligar os faróis. Ela parece pensar um pouco na questão antes de responder “Sim, precisamos de luz e acho que essas coisas são cegas. Vamos descobrir agora.”

Você liga as luzes e as criaturas continuam com suas atividades sem te notar, confirmando as impressões de Nevelvlek. O tunel continua por muitos metros, se alarga e se divide em bifurcações. Há lodo, conchas, objetos e as pequenas aranhas por toda parte. Você vai seguindo pelos túneis, tomando o cuidado para não se perder.

“É o covil dele”, diz Nevelvlek. “Um labirinto.”

Vocês passam por câmaras repletas de itens mundanos em grandes pilhas que aparentemente foram feitas pelas aranhas. Algumas dessas câmaras estão com a entrada quase totalmente bloqueadas por pedras e outros objetos pesados, o que impede que você possa adentrar nelas com o Stalker.

“Eu aposto que estamos no sonhar”, comenta sua companheira. “Temo que acabemos nos perdendo aqui”, ela fala com seriedade, mas como se não estivesse realmente preocupada com essa possibilidade.

Em determinada altura os tuneis parecem não mais estar levando para o fundo, mas sim para os lados, e mais adiante há a sensação de que eles estão se voltando novamente para a superfície.

O rádio começa a emitir um ruído de interferência intercalado com a voz de Mopperen: “shshshshshzbzbzbz arão! Há um grande tumul bzbzbzshshshsh sem sinal de shshshsh ist e Ronks perderam de vistbzbzbzshshs”

OFF: