Dia 24/12 - Domingo

24/12, domingo, 9h15
Snake

Era o dia seguinte. As coisas correram bastante mau na véspera. Samuel estava morto depois de tentar barganhar com o Velho Jack. Sua morte fora um golpe bastante duro. Até porque foi trágica que nem esses filmes escrotos de bang bang da madrugada. Maze havia desaparecido com Erika. Traidor filho da puta. Denis caira no murro com Henry e havia dado muita sorte de ter improvisado com umas garrafas e de ser duro na queda. Talvez aquele tinha sido o único ponto positivo: o 'Berserker' do Sindicato tinha apanhado que nem menino. A fuga de Denis do Oasis foi espetacular. Ele correu praticamente cinco quilômetros antes de poder ser resgatado por mim. Agora estamos de volta na mesma sala onde o plano que parecia brilhante começou. Denis está descansando numa casa escondida que Larry arranjou pra ele. Na mesa estou sentado eu, Clive; Ghost, mais calado que uma porta; Snake, o único que parece ainda ter algum juízo em mente; e Larry, que parece que envelheceu cento e vinte cinco fodendos anos desde ontem a noite.

Até as porras dos cigarros já estão frios... Larry balança a cabeça sozinho negativamente. Ele não está satisfeito. - Não pode ficar só por isso... Tudo bem, o tal Henry apanhou bastante, mas porra. O que é uma pisa perto de uma... - Ele nem conseguiu terminar a frase. - Talvez seja melhor a gente deixar os ânimos se acalmarem... - Arrisquei. - O CARALHO! Se os ânimos se acalmarem, vai ficar por isso mesmo. E não vai! - Sabia que seria em vão. Olho para Snake. Era quase uma súplica para que ele fizesse alguma coisa.

@Sllaker continuamos!

24/12, domingo, 9h20
Snake

O silêncio pairou como a névoa nas manhãs de inverno. Frio como uma porra. Era incômoda aquela situação. - Seguinte... - Disse Larry. - Você e Ghost vão investigar e descobrir alguma coisa. Algum ponto fraco que possamos explorar. Uma entrega que vai ser feita, uma boca de fumo menos protegida, umas contas mau feitas no Oasis, estou pouco me fodendo para o "quê", desde que possamos nos aproveitar disso. - Larry estava mesmo devotado a encontrar uma brecha e enfiar uma faca na medula do Sindicato.

- Eu espero receber notícias de vocês até meio dia. Nem me liguem se não for para dar uma boa nova. - Ordens são ordens... Eu me levanto. Era melhor levar Larry dali e tentar lembrar que amanhã é Natal. Com um aceno de cabeça digo para os dois irem.

@Sllaker como só tem você como jogador, você vai jogar os conflitos dos NPC's da gangue do Larry, quando for preciso. Agora vamos ter um conflito de Recursos para encontrar informação.

24/12, domingo, 9h43
Snake

Ghost dirigiu com pressa até El Paraiso. Aquele talvez fosse um dos poucos puteiros grandes que não estavam sob o mandato do Sindicato. E talvez lá eles conseguissem algumas informações. Decerto não conseguiriam uma aliança. Mas algumas informações... Era possível. O prostíbulo era como um grande sobrado que ficava numa esquina. Aquela era uma hora inusual para chegar por ali, por isso tiveram que bater algumas vezes na porta até que alguém viesse abrir. - O que vocês querem? - Uma das meninas abriu a porta e, protegendo os olhos do sol, os interpelou. Naquele momento Snake usou toda sua lábia para que aquela porta fosse aberta. A garota revirou os olhos e deixou-os passar. - Sejam rápidos... - Entrando, chegaram no bar que recepcionava os clientes. As cadeiras estavam com os pés virados para cima e o lugar estava vazio. Ela foi para trás do balcão e escutou o que os dois garotos de Larry tinham para dizer.

- Eventualmente uns capangas menos importantes, que não tem programas na folha de pagamento, frequentam as camas daqui... Mas é bem de vez em quando, não creio que vocês consigam grande coisa. - Aquilo era decepcionante. - Se quiserem uma bebida para não darem viagem perdida... - Ela se virou e abaixou-se, deixando um ângulo de visão interessantíssimo que fez o sangue dos dois bombearem para partes que não deveriam naquele momento. Quando se levantou, com copos e uma garrafa, ela parecia estar pensativa. - Mas agora que você falou no Sindicato...  Acho que um cara uma vez me disse que chegaria um carregamento em duas semanas e que quando ele chegasse, o Sindicato estaria todo armado e não "vai ter mais para ninguém". - Ela fez o gesto com os dedos indicando aspas. - Deve ser esses dias... - Batia o dedo contra os lábios carnudos. Era até difícil prestar atenção no que ela falava.

Você pode narrar dizendo quando vai ser a entrega do carregamento e como ela chegará (meio de transporte). Você pode narrar que descobriu nessa mesma conversa, ou em outra, você que sabe.

24/12, domingo, 10h00
Snake

Estavam mais uma vez no carro. Haviam conseguido encontrar uma boa informação. Agora eles tinham um trunfo. Ghost pôs a chave na ignição, mas não a virou. - E agora? O que vamos fazer? Ir para o porto? - Perguntou para Snake, que havia acabado de desligar o celular com Clive. - Acho que se pusermos os pés lá, seriamos abatidos à tiros na hora. Talvez precisemos pensar em uma outra maneira de chegar nesse barco. - Depois da ousadia de ontem a noite, em que Denis 'invadiu' sozinho o Oasis, certamente se outros dois capangas de Larry aparecessem no Porto não seriam tratados com a mesma condescendência.

Ghost olhava fixamente para frente como se pensasse numa solução. - E se déssemos uma maneira de interceptar esse carregamento? - Olhou então pra Snake, esperando que ele completasse a linha de raciocínio.

Mals pela demora @Sllaker

24/12, domingo, 10h01
Snake

Ainda estavam sentados no carro quando o sol começou a abrir. Coisa raríssima naquela cidade, principalmente. Parecia que a tristeza que escorria nas ruas evaporava pro céu e formava nuvens permanentes de cinza-depressão. - Se sabem que o barco vai chegar hoje, deve ter no porto alguma relação com as chegadas previstas. Talvez com horário e tudo. Podemos conseguir isso com chantagem e suborno. Aí precisaríamos conseguir um barco pequeno e ágil e então emparelhar com o navio, subir a bordo e lá dentro... - Ele meneou a cabeça sugerindo algo. - Lá dentro podemos fazer o que quisermos.

Ele girou a chave na ignição. O motor roncou. - Você arranja as chantagens e os subornos ou o barco?

24/12, domingo, 12h35
Snake

Ghost acelerou o carro e deixou Snake nas proximidades do Porto. Ali havia alguns bares próximos e muitos - muitos - sujeitos mau encarados. Mas Snake não tinha medo de cara feia. Se fosse preciso deixaria alguns com a cara mais amassada ainda. Ele estava ali, contudo, para achar alguém disposto a abrir a boca. Entrou num daqueles sem número de bares e pediu uma bebida no balcão. Foi tentando tirar do barman alguma coisa. Um nome. Um lugar. Com um incentivo certo, e com incentivo certo eu quero dizer vil metal, Snake tirou o nome de um funcionário. Mosalev Yegorovich. Um russo clandestino no país que talvez pudesse ser pressionado para falar. - Ele é protegido do Sindicato, mas não é um cara muito inteligente. Apesar de ser um brutamontes. Ele cuida da ponte levadiça, tem todos os horários de chegada dos navios. - Agora era uma questão de paciência. Snake começou os telefonemas. Ia usar da influência da gangue para conseguir uns papéis, algo que pudesse, se fosse ativado, colocar o russo de volta pra terra gelada e fodida dele.

Demorou quase uma hora, mas ele havia conseguido. Ele já havia tido passagem na polícia, mas o Sindicato aliviou para ele e retiraram as queixas. Com as garotas de programa, descobriu que elas não nutriam especial afeto por Yegorovich, pois todo começo de mês, quando ele recebia, ia na zona e bêbado feito um porco acabava arranjando problemas. Desde brigas até fetiches estranhos demais para serem tolerados pelas garotas. Mas o trunfo era a última coisa: o imbecil não pagava um imposto. Xeque-mate. O Sindicato controlava a polícia, mas não os fiscais de imposto. Aquilo ali sim, poderia valer uma extradição para Mother Russia. Ele precisava encontrar o russo e pressionar até ele ceder. E talvez fosse melhor não fazer isso sozinho.

24/12, domingo, 14h15
Snake

Snake pedira ajuda de Dennis. Certamente ele ainda estaria dolorido da briga do dia anterior. Mas se as dores não o fizeram parar nem com as garotas de programa, certamente não o parariam para uma provável nova briga. Eles combinaram 14h no bar que conseguira a primeira informação. Snake estava pontualmente sentado numa das mesas mais ao canto esperando que Dennis aparecesse. O tempo parecia se arrastar. Cada minuto que ia passando ia dando a sensação que estavam cada vez mais expostos. Mexer os pauzinhos para conseguir informações era o tipo de coisa que poderia deixar rastros e se eles fossem seguidos com certa rapidez, seria um problema dos grandes. A porta do bar abriu-se quinze minutos depois do combinado.

Dennis entrou, com um olho ainda levemente roxo, com a mão direita enfaixada e as faixas meio sujas de sangue. Ele olhou com um meio sorriso para Snake e fez um gesto, chamando-o. Snake se levantou e caminhou até a porta do bar. - E aí? Onde vai ser nossa festa?

24/12, domingo, 14h32
Snake

Os olhares não foram o bastante para impedir os dois de Larry avançarem pelo Porto. Aquele novo plano chegava no seu primeiro ponto nevrálgico. Tinha que ser apertado com a força certa, sem causar muito estardalhaço. Chegando à sala de operações da ponte, Snake bateu à porta, enquanto Dennis tratou de fazer sua melhor pose de porradeiro putaço. Mosalev levantou-se e veio abrir a porta um tanto quanto surpreso. Se o crachá não entregasse quem ele era, as sobrancelhas loiras e os olhos azuis claramente iriam denunciá-lo como russo.

Começou então o jogo de morde e assopra e o russo, detrás da porta, parecia sem muitas opções. Fazendo questão de mostrar que estava armado, Snake viu quando Yegorovich pareceu calcular as possibilidades e fechar a janela pela qual eles falavam. Ele sumiu de vista alguns instantes. Dennis chegou a comentar: - E aí? - Mas eles logo ouviram um ferrolho sendo puxado atrás da porta. No terceiro, a porta foi abrindo lentamente. Mosalev segurava a porta com uma das mãos, deixando espaço para que entrassem. Dennis entrou e entrou então Snake. A sala era espartana, tinha um sofá surrado que era mais pau que estofamento, uma espécie de mesa para refeições e uma cadeira, do lado de uma geladeira enferrujada. O resto era vazio e a mesa de controle. O russo fechou a porta depois que os dois passaram e escorou-se nela. Isso deu uma sensação ruim em Snake. Parecia que com aquele movimento ele tinha virado o jogo e agora, invés de eles estarem acuando-o na sala, e os estavam prendendo ali dentro com ele. - Quem são vocês? O que querem comigo?

24/12, domingo, 14h45
Snake

- Vá se danar! - Foi a primeira resposta de Mosalev. Ela quase não terminou de ser pronunciada pois um gancho de Denis fez o russo gemer de dor e começar a tossir loucamente. O lutador olhou para Snake e acenou com a cabeça, sem sorrir muito. Tinha começado o processo que poderia ser doloroso ou não, dependeria da cooperação do operador da ponte levadiça.

Snake começou a mostrar para o russo as provas que tinha juntado durante a manhã. Suas passagens pela polícia claramente aliviadas por conta das mãos do Sindicato. Denis foi o próximo a puxa a carta da manga: - E as garotas? Achou que ia ficar arranjando problemas para elas sempre sem ter nenhum troco? Tu num vai pisar nunca mais num cabaré aqui. - Com um gesto discreto, Snake pediu que Denis tivesse calma. Às vezes, se você pressiona demais, as pessoas tiram um resistência férrea de algum buraco e se torna um exercício suicida de dar murro em ponta de faca. - Você devia ouvir o que meu amigo aqui tem a dizer, porque comigo você só vai conseguir umas costelas quebradas. - Disparou o lutador. Snake puxou então a carta trunfo: os impostos sonegados. Com paciência ele explicou que contra a malha-fina o Sindicado não podia nada. E mesmo que fosse um imposto besta, quando vissem a situação irregular dele ali, ele ia ser mandado diretamente pra porra da Sibéria no próximo barco que saísse daqui. Mosalev engoliu em seco. Denis questionou: - Qual vai ser?

Ele encarou os dois um de cada vez. Até que suspirou de certa forma derrotado. - Fiquem com essa droga desses papéis. Estão na gaveta da mesa de controle. - Snake sorriu consigo. Caminhou até a gaveta e abriu-a. Lá estava a relação dos barcos que passariam por ali naquele mês. O único para aquele dia passaria às 17h55. Bingo!

24/12, domingo, 15h07
Snake

Tirar as informações do russo foi mais fácil que o planejado. Talvez um pouco de sorte também. Se aquele urso resolvesse reagir contra os dois, é claro que ele levaria a pior, mas teria algum custo certamente. Isso, porém, ficou no passado. Agora eles estavam bem sentados num fast-food esperando o café que haviam pedido. Denis ainda olhava com lascívia para a garçonete. Era admirável a quantidade de hormônios que aquele cara tinha. Snake nunca negou fogo para mulher nenhuma, mas perto de Denis... Ele sentia que era uma vela num incêndio descontrolado.

Aquelas, contudo, eram considerações fúteis. Ainda estavam dentro de um plano arriscado e que precisava sair tudo perfeito. Lembrou-se do barco que Ghost arranjaria. Se não tivesse conseguido, tudo havia sido em vão. Discou seu número no mesmo momento que a garçonete voltou e serviu o café para os dois. Denis aponta para barriga e depois faz um gesto de comer, indicando que vai pedir algo. - Baby, me trás também um cheeseburger e umas fritas. Acho que o amigão aqui vai querer também. - Ghost, do outro lado da linha atendeu: - Conseguiram tirar do russo a lista dos barcos? Quanto tempo eu tenho?