Nome Completo: Irina Marsh
Apelido: Nina
Idade: 32 anos
Profissão (antes da guerra): Padeira e confeiteira
Personalidade: A principal característica de Irina é a resiliência. Enquanto estiver com seu filho, ela é capaz de encontrar força para superar qualquer adversidade. Acredita que não existem limites para proteger a pessoa amada. Em função das circunstâncias em que vive, em geral, ela assume uma posição bem rígida e autoritária com Thomas, ainda que no fundo, sua vontade seja de tratá-lo com o mesmo amor que demonstrava quando ele era uma criança pequena. Ela se cobra o tempo todo, por isso vive quase sempre estressada.
História: O sonho de Irina Marsh era ser uma mãe exemplar e se tornar escritora. Mas agora ela tinha certeza de que jamais conseguiria. Muitos anos atrás, seus pais já haviam previsto esse destino. Eles só não esperavam que ela teria de passar por duas guerras para desistir de vez de seus sonhos.
Nina cresceu em um bairro periférico na capital de uma pequena província separatista. Seus pais semianalfabetos nunca tentaram ler outro livro que não fosse a bíblia. Não compreendiam de onde teria surgido a paixão da filha por literatura. Seria mais útil se aprendesse a cozinhar para ajudar a mãe a preparar os pães e bolos que provinham o sustento da família. Ou se fosse para gastar tempo com leitura, que fosse nos livros escolares. Aí, quem sabe ela conquistaria uma bolsa de estudos em uma faculdade de direito ou medicina?
Os sonhos dos pais em relação ao futuro da filha também foram frustrados. Durante os anos que passou trabalhando, ela juntou dinheiro suficiente para ingressar em um curso de roteiro. Sua primeira obra de destaque foi uma paródia que revelava as entrelinhas do trabalho na periferia de entidades religiosas. Todas eram ligadas ao governo e tentavam convencer os fiéis de que a independência do territória iria contra a vontade de deus.
O teor da peça despertou a atenção de vários militantes separatistas, dentre eles, Edmund Marsh, seu futuro marido. A decisão de se casar veio nos primeiros meses de relacionamento, quando Nina descobriu que estava grávida. Ao terminar a faculdade pouco antes de Thomas nascer, ela decidiu pôr de lado sua carreira profissional para se dedicar de corpo e alma à maternidade.
Embora poucas vezes a família passasse necessidade, o dinheiro que conseguiam economizar durava até surgir o próximo imprevisto. Toda a renda vinha de um emprego modesto que Edmund mantinha em uma fábrica de veículos. Irina escrevia contos, roteiros, poemas e composições. As editoras recusaram tudo, como seus pais teriam feito se ela lhes entregasse um livro.
A independência da província demorou bastante tempo para acontecer, mas durou pouco, não mais que um ano. Na época, Thomas já estava com seis anos de idade e quase não se encontrava mais com o pai. Edmund estava na linha de frente do grupo separatista que havia tomado o poder por meio da violência. Os meios empregados na revolução serviram de justificativa para a truculência desmedida do Estado. A cidade se transformou em um mar de escombros alimentado por rios de sangue, principalmente de civis. A maioria dos militantes também padeceu. Edmund foi um deles.
Para fugir do conflito, Irina e Thomas, assim como outras famílias, deslocaram-se até Boriska, onde permaneceram em um campo de refugiados. Foi lá que ela passou os piores meses de sua vida. Para os oficiais do país, os refugiados não passavam de animais sujos e incapazes de se comunicar no idioma local. Por isso, Irina tratou logo de aprender algumas palavras, o suficiente para implorar que a deixassem cruzar a fronteira.
Ela e o filho receberam vistos humanitários e, após alguns anos, a tão esperada cidadania. Nesse ínterim, ela tentou reconstituir sua vida. Desta vez não mais por meio das palavras que a encantavam desde a infância, mas sim vendendo os pães e bolos que a mãe costumava fazer. Não havia outra opção agora que estava sozinha e com um filho para criar. Nina vendeu comida nas ruas por dois anos, até conseguir um emprego em uma padaria.
Fazia três anos que trabalhava na padaria e ainda atendia, por conta própria, encomendas de doces em geral. Os negócios começavam a prosperar e finalmente ela estava conseguindo juntar um dinheirinho.
Com onze anos, Thomas já era uma criança bem madura e independente, afinal teve de lidar com a constante ausência da mãe, sempre muito ocupada com o trabalho. Irina acreditava que logo iria compensar a falta de atenção dedicada ao filho. Acreditava que logo teria estabilidade para voltar a escrever as histórias que se perderam enquanto a prioridade era sobreviver. Acreditava que dias melhores estavam por vir.
Havia sim muita esperança, antes de uma nova guerra trazer de volta antigos pesadelos.
Seu personagem irá iniciar o jogo com algum amigo, conhecido ou familiar? Se sim, fale o nome completo e descreva um pouco sobre a personalidade de cada um. (Máx. 3 pessoas):Thomas Marsh, 11 anos.
Tom se tornou uma criança introvertida e solitária. Herdou o espírito rebelde do pai: nem sempre aceita o fato de não poder se divertir como os outros garotos da sua idade. Tenta reprimir qualquer comportamento que demonstre fraqueza. Diz que está tudo bem, quando não está. É independente, prestativo e responsável.