Personagens dos Jogadores
- Markus van de Vlammen:
- Markus van de Vlammen (@Sayd)https://www.dropbox.com/s/2aix7qnx36qbb8q/Makus%20van%20de%20Vlammen.pdf?dl=0Markus nasceu em Amsterdam, em 1889, filho de Jan, um médico, e Saskia, uma bibliotecária. Sua mãe o ensinou a ler precocemente e ele se tornou um leitor assíduo muito jovem. Aos sete anos aprendeu sozinho a falar alemão, da convivência com vizinhos que falavam essa língua; aos dez começou a ler livros em inglês. Seus pais perceberam esse potencial e passaram a contratar professores de línguas, de modo que ele já era um poliglota no fim da adolescência. Tinha uma paixão especial por línguas antigas e estudou linguística na faculdade de Amsterdam onde atualmente leciona. Também era grande a sua paixão por textos esotéricos e ocultos, que ele passou a colecionar, na esperança de que através deles pudesse decifrar grandes verdades do universo.
Levou seus estudos para Oxford durante a primeira guerra e passou longos anos vivendo na Inglaterra. Era muito curioso e questionador e foi nessa época em que começou a se interessar pelas ideias do comunismo. Foi também nesse período que ele começou a atrair a atenção de magos herméticos, que percebiam que ele estava próximo a um despertar, dados os textos e tratados de misticismo e arcanismo que vinha lendo. Agradava aos mestres da ordem o seu perfil estudioso, então designaram sir John of Suffolk para incentivá-lo. Foi através de John que Markus teve acesso ao Liber Hermetis, o suposto grimorio de um mago do século XIII.
O Liber Hermetis abriu a mente de Markus como nenhum outro livro jamais havia feito. Após ler as frases do grimorio seus sentidos nunca mais foram os mesmos, como se ele agora fosse capaz de perceber as ondas cósmicas das forças da natureza ao seu redor. Entusiasmado, Markus experimentou algumas palavras mágicas do livro e quase incendiou a pensão onde vivia por acidente, num jorro de magia vulgar ainda não domesticada.
Um pouco apavorado, Markus procurou por John para compartilhar suas descobertas sobre o Liber Hermetis e a partir dali o outro mago o iniciou nos segredos da Ordem de Hermes.
Ao fim da primeira guerra Markus voltou à Amsterdam, onde retomou seus estudos e acabou se juntando – secretamente – ao partido comunista dos Países Baixos. Embora o partido fosse formado em sua esmagadora maioria por adormecidos, havia entre os membros alguns poucos magos e entre estes Jacob Cohen, que tinha em comum com Markus o fato de pertencer à Ordem de Hermes.
Quando os pais de Markus faleceram (no intervalo de dois anos), ele se mudou para o apartamento onde crescera e começou a adequar o lugar à sua personalidade. O porão foi todo convertido em um espaço de estudos e experimentos, abrigando o escritório, a biblioteca, e uma câmara secreta com equipamentos e materiais alquímicos. Obviamente os livros mais comprometedores também ficaram escondidos na câmara secreta. O restante da casa consiste em dois quartos, cozinha, área, sala, sala de jantar e banheiros. Ele manteve o velho barco da família, que fica ancorado no Singel, bem em frente a casa.
Por alguns anos Markus levou uma vida tranquila entre estudos em sua casa, aulas na universidade, encontros do partido e algumas esparsas reuniões da Ordem, de quem ele preferia manter alguma independência (aprendeu que os magos eram bisbilhoteiros e muito ciumentos de suas descobertas).
Com o início da segunda guerra o clima da Holanda ficou bastante diferente. Ondas de estrangeiros começaram a chegar, fugindo da Alemanha, em especial judeus e ciganos. Markus pressentiu que a tranquilidade não iria durar muito e até considerou passar outra temporada na Inglaterra, mas decidiu que dessa vez ficaria e tomaria parte na briga, se a coisa chegasse a esse ponto.
Há alguns dias os alemães invadiram a Holanda. Houve um grande bombardeio que destruiu boa parte de Rotterdam. Os nazistas chegaram e para sua surpresa foram bem recebidos por uma vasta parcela da população. Outra noite, quando chegava em casa, Markus foi abordado por duas garotas, uma adolescente e uma jovem adulta. Eram as filhas de um bom amigo judeu da faculdade, que vivia em Rotterdan. Eles tinham uma certa intimidade e aparentemente o amigo instruíra as filhas para que o procurassem após o bombardeio da cidade e a subsequente perseguição aos judeus.
Markus não estava preparado para algo desse tipo, mas ao mesmo tempo negar abrigo a elas era impensável, de modo que as colocou para dentro. Sem pensar muito, instalou as meninas na câmara secreta do porão, precisando para isso retirar de lá os equipamentos alquímicos.
Foi um pouco difícil se acostumar com a ideia de ter hospedes, pois Markus é muito reservado e sempre valorizou muito sua privacidade, mas as garotas são uma companhia inteligente e agradável. A mais nova até mesmo organizou a casa, que costumava ser bastante bagunçada. Elas passam boa parte do tempo no porão, mas não todo, e por isso Markus dispersou feitiços que abafem os sons da casa, de modo que quem está fora não possam ouvi-las quando elas estão circulando. Ele não fconversou com elas sobre ser um mago, mas as meninas viram os livros e os materiais de alquimia e embora ainda não tenham abordado a questão, estão claramente bastante curiosas. Ele vem estudando uma maneira de falar sobre essas coisas com elas. Desde que as meninas chegaram ele vem se esforçando para fazer as compras em mercados diferentes, pois não quer que percebam que ele compra alimentos para três. Para a garota mais velha ele mostrou aonde guarda a arma e deu algumas breves instruções de como ela funciona. Ele vem tentando levar uma “vida normal” e levantar o mínimo de suspeitas, porém com a aguda intuição de que a catástrofe é iminente.
- Eliora Faith:
Avida era relativamente simples para Eliora, escola, ajudar a mãe nas tarefas diárias da casa, leituras, amigos. Tudo que uma jovem de 17 anos costumava fazer. Estava também bastante empolgada com a possibilidade de conseguir ir para a faculdade em breve, mantinha-se como uma jovem dedicada à leitura e aos estudos, mesmo sabendo que talvez enfrentasse alguma resistência a respeito de suas decisões.
A segunda filha de uma família estável, Eliora não vivia de luxos, mas tinha uma vida confortável, seu pai era um professor da universidade local e sua mãe mantinha uma loja no centro da cidade. Eliora era uma jovem carismática, que conseguia encantar com facilidade as pessoas a sua volta. Recebeu da avó, antes de seu falecimento, uma correntinha com um pingente onde o que lhe parecia um pedaço de cristal ou vidro arredondado estava preso num aro dourado, achava curioso o objeto e ouvira da velha senhora que aquela era uma importante joia ligada à família e que Eliora deveria zelar por ela e passar para os próprios filhos, quando chegasse a hora (segundo a avó, ela saberia quando a hora chegasse). Sua avó tinha dessas coisas e ela decidirá que não faria caso a respeito disso, aceitou o presente e o guardou - e usou - com carinho, mesmo após a morte da mulher.
Sua família viera a tempos para a Holanda, quando ela ainda era pequena o suficiente para não lembrar-se exatamente o motivo da mudança tão repentina. Deixaram muitas coisas para trás, mas ali, construíram muitas coisas e orgulhava-se disso. Sua família tentava - e na maior parte do tempo conseguia - manter suas tradições, naquela nova terra, Eliora e os demais não tinham tantos problemas.
Tinha a pretensão de se tornar professora - como o pai -, mas sem a certeza se seguiria o rumo acadêmico da universidade, ela guardava uma paixão pelas crianças e pelo modo como essas viam o mundo, a doçura e a inocência esperançosa dos pequenos encantava seus pensamentos. Não era uma moça ligada ao romantismo, como algumas garotas da sua idade, e nutria pouco interesse pelo assunto. Seus livros favoritos falavam sobre filosofia, histórias e os mais variados tipos de conhecimento, os romances não estavam no topo de sua lista.
Tudo caminhava relativamente bem, a escola, os amigos, a família e os negócios da mãe e o trabalho na universidade do pai - lugar que ela gostava de visitar às vezes, graças a biblioteca -, até que aconteceu.
A verdade era que talvez nunca esperasse que uma coisa como aquelas acontecesse por ali, provavelmente tinha vivido o suficiente em sua própria bolha de conforto pessoal que esqueceu de olhar para o mundo a fora. O bombardeio a atacará com surpresa e horror, mas sua irmã mais velha tinha as instruções claras e simples do pai.
Então, após juntarem suas poucas coisas de importância, ela e Aliza, sua irmã mais velha seguiram para o endereço que o pai lhes dera. Vagaram pela noite, evitando as ruas principais e contato com as pessoas, escondiam-se nas esquinas e construções, sempre tentando não chamar a atenção. Estavam aterrorizadas - Eliora ainda mais, talvez - porque sequer sabiam se o sujeito que o pai indicará realmente as acolheria. E também não sabia o destino dos pais ou o próprio destino e todas aquelas dúvidas começavam a corroer sua sempre vivaz esperança e alegria.
Se tinha sido difícil para Markus se acostumar com a ideia de ter hóspedes, era ainda mais complicado para ela acostumar-se e não estar em casa e não ter suas coisas, mas a vasta biblioteca que ele mantinha acabou por confortar um pouco a garota, ainda que ela achasse um tanto estranho alguns livros que encontrou por ali.
Curiosa como era, às vezes fuçava uma coisa ou outra quando não estava sendo observada, assim como às vezes espiava pelas janelas, à noite, as ruas vazias, sentindo falta de poder caminhar por elas. Tentava também manter contato com os pais, mas isso era cada vez mais difícil. Rezava todas as noites, pedindo para que aquilo tudo tivesse fim.?
- Solomon Boheme:
- Quando o rabino Solomon Boheme, um dos mais respeitados e queridos sábios dos países baixos, tornou-se rabino de Amsterdã, o perigo para os judeus era iminente. O Maharal, nome pelo qual o rabino se tornou conhecido, estava ciente do perigo. O ódio era incitado pelo bispo Tadeusz, judeu convertido. Como resultado, explodia a violência e sangue judeu era derramado.
O sacerdote católico usava todos os recursos para prejudicar o povo que repudiara. Repetia para as massas de Praga a caluniosa acusação de que os judeus assassinavam crianças cristãs. O Maharal tentara desesperadamente apaziguar os ânimos, mas seus apelos à razão e à justiça não obtiveram resultado. A agitação atingira seu ponto máximo e a comunidade judaica receava um massacre. O Maharal, que rezava constantemente para que Deus os ajudasse, apelou, então, para os Céus, então pode ter uma experiência inigualável. Maharal entendeu que Deus vivia em cada coisa e sua parte divina desperta sua consciência sobre o Deus que habita em seu ser.
Conta a tradição que o sábio teve um sonho no qual recebeu indicações de como poderia evitar a catástrofe que ameaçava abater-se sobre seu povo, e para isso deveria fazer algumas tarefas e despertar um espirito que estava adormecido para ajudar nas provações de sua vida. Então a primeira coisa a fazer foi admitir que Cristo era o messias. Por tanto em seu primeiro embate na sinagoga deixou vário perplexos pois ele rebatia todos os argumentos como: A Torá diz que ele deverá construir o terceiro Templo Sagrado Yechezkel, dizia um outro rabino.
-Ele já construiu o mais belo de todos os templos, mas se procura-lo na matéria falhará pois o reino não é desse mundo. Cada um aqui é o Yechezkel – respondia de forma inigualável e todos os ouvintes ficavam fascinados pelo seu grande magnetismo.
-Mas ele não levou todos os judeus de volta para Israel? – tentava argumentar novamente tendo em vista que fazia sentido o que o Sábio Solomon comentava.
-Israel floresceu em mim e está comigo agora. A volta de Israel é a semente que brota em todo os escolhidos e o NOUS está plantado em todos, agora basta esperar florescer a Israel em nós. Ora uma semente é o inicio de uma jornada mas isso não significa que ela já seja a arvóre até lá nós devemos cuidar para que floresça. Yeshua é o messias e nós somos a imagem e semelhança do messias entendem? – disse amorosamente a todos.
Depois dessa revelação Maharal sabia que haveria retaliações de ambos os lados, mas ele já não era o mesmo e Deus estava com ele mais desperto que nunca. Em seu sonho ele previu a aproximação de um Templário que o explicaria como Deus era uno e guiava tudo, e como compreender melhor tudo que existia. E assim foi feito e quando Alfred chegou em sua casa ele já o estava esperando e assim aceitou participar do Coro Celestial, constantemente ele ouvia a musica divina compor os destinos.
Após alguns anos estudando com os Templários e o coro celestial, seu julgamento na comunidade cristã e Judaica estaria chegando no fim, sem um final feliz os Judeus tiraram o direito de Solomon ser um Rabino e por pouco não foi considerado um traidor não poderia mais usar o nome de Maharal. Já os católicos julgavam a comunidade judaica como um todo e o único que poderia amenizar era Solomon. E em meio a um arrebatamento Solomon teve um encontro com o Rei Davi (Seu avatar) na qual ele indicaria que tempos sombrios estariam chegando e que Solomon deveria guiar os seus escolhidos.
A resposta veio oculta nas dez primeiras letras do alfabeto hebraico. Solomon, além de ser um grande sábio, mestre na Torá, no Talmud e na Cabalá, possuía poderes mentais e espirituais inigualáveis. Por isso, entendeu a mensagem que lhe indicava fazer uma figura de argila que se transformaria em um familiar. Esta criatura teria, então, meios para ajuda-lo a guiar o povo de Israel.
Na manhã do dia seguinte, mandou chamar seu Alfred e seu discípulo preferido. Contou-lhes seu sonho, a revelação que tivera e a decisão de criar um Golem de uma coruja. Ao ver o espanto dos dois, avisou que aquela não seria a primeira vez em que se criaria este artifício. Muitas tentativas haviam fracassado no passado, mas o Talmud contava que o sábio Rava havia conseguido.
Yossel, o Golem
Os três homens foram à mikvê, na qual se purificaram por três dias, rezando, jejuando e santificando seu espírito e coração com extrema devoção. Ao amanhecer do terceiro dia, prepararam um pacote de roupas do tamanho de um homem normal e levaram-no a um lugar fora da cidade, próximo às margens do rio Vlatva. Lá, moldaram um boneco de argila com a aparência de um homem inclinado, com a cabeça voltada para o céu.
Solomon disse a Alfred, um Cohen, que desse sete voltas ao redor do boneco repetindo certos nomes e letras sagradas. Depois, disse a seu discípulo, da tribo dos levitas, que fizesse o mesmo. E, por fim, ele próprio fez o mesmo. Tendo terminado a última volta, colocou um pergaminho onde escrevera o nome de Deus sob o bico da figura de argila. Em seguida, recitaram sete vezes, unidos em grande concentração, o versículo da Torá que diz: "E Ele insuflou em suas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivo". Neste momento, o Golem abriu os olhos. Então Solomon ordenou-lhe que fosse até o ombro dele.
-Seu nome é Yossi – disse – Eu o criei, com a ajuda de Deus, para que cumpra a missão divina de proteger os judeus contra seus inimigos. Você obedecerá a todas as minhas ordens, não importa o que eu ordene, pois é destituído de vontade própria. Seu lugar será dentro do Beit-Din, onde terá as funções de shamash.
Feito isso, os três homens partiram em direção à cidade, seguidos pela criatura que tinha a aparência e os movimentos de uma coruja normal. Embora a aparência, Yossi podia falar e não era desprovido de quaisquer pensamentos ou inteligência, o Golem compreendeu o que Solomon lhe havia dito.
Ele ficava, o dia todo, sempre ao lado de Solomon, sempre o protegendo e avisando sobre tudo. Ninguém, exceto o Solomon, podia dar-lhe ordens ou recorrer a seus serviços. Se falassem com ele, não reagia; nunca abria a boca. Seu rosto só se animava quando o Solomon lhe falava. Então, escutava atenta e humildemente, partindo a seguir para executar a missão.
Todas as histórias sobre o Yossem começam frequentemente da mesma forma: um judeu acusado injustamente por crimes imaginários. E terminam também da mesma forma: o Golem intervém para que tudo volte a seu devido lugar. Segundo a tradição, o rabino Solomon Boheme, o Maharal, era quem lhe dava ordens, pois o Golem era ligado ao rabino na sua essência. Assim, com a ajuda da criatura, desfaziam-se os complôs do bispo Tadeusz.
Certa ocasião, salvou uma menina judia de se converter à força. Em outra, após o Maharal descobrir que a matzá para Pessach havia sido envenenada, o Golem descobriu o culpado.
Dez anos após ter sido criado, a situação dos judeus havia melhorado mas Solomon sabia das provações que passariam e assim veio a guerra, agora Solomon tenta aprimorar suas habilidades e seu familiar para servir ao Uno melhor.