Nasri não tinha a menor idéia de quantos dias já tinham se passado. No começo a humana pensou ser fácil contar a passagem dos dias, mas depois de horas de escuridão absoluta e sons abafados, os dias perdem facilmente o contorno. A própria árvore alimentava Nasri com sua seiva viscosa e adocicada. Junto dela vinham uma série de insetos mortos, lascas de madeira e outras impurezas, mas Nasri aprendeu a se livrar de alguns deles.
Nasri não ouvia nada além das vozes do Desertor das Árvores e de seus asseclas, e mesmo assim elas chegavam até a humana através de dedos de madeira maciça, sons distantes e falhos. O interior da árvore no início era abafado e desesperador, havia o medo iminente da morte que poderia acontecer a qualquer instante, o medo de não saber quem você é e de estar presa em um lugar desconhecido. Mas, apesar de que, com o tempo, o calor do carvalho se tornou um bem-vindo conforto para o corpo desprotegido da humana, a sensação de claustrofobia era sempre presente. Nasri não conseguia ficar em pé ou esticar as pernas, que permaneciam dobradas desde o dia em que a humana foi presa na árvore. A mulher não sentia mais os joelhos e os pés já tinham tido tantos formigamentos que agora estavam completamente insensíveis. Os únicos membros que desfrutavam de certa liberdade eram os braços, e Nasri se sentia grata por isso.
Um dia - ou seria uma noite? - depois de muito tempo, mais do que Nasri poderia sequer tentar contar, a humana ouviu cânticos vindos da clareira em frente ao carvalho. Era a voz do Desertor, disso Nasri tinha certeza, mas ela não soube distinguir as palavras. Logo outras vozes surgiram, uma de cada vez. Aparentemente, havia uma celebração acontecendo além da madeira. Nasri conseguiu então distinguir algumas palavras, mas ela não as compreendeu. Nasri já não dava mais atenção às palavras, imersa em sua escuridão e pensamentos, quando viu algo. A humana não sabia dizer quanto tempo havia se passado desde a última vez que tinha visto algo.
Era fraco, vacilante. Um brilho pálido e distante, mas que logo começou a ganhar força. Nasri logo teve que cobrir os olhos desacostumados que começaram a doer. Depois de minutos, a mulher encarou a luz com olhos semi-cerrados e ainda doloridos. O brilho era prateado como a lua e bruxuleante e seu interior era alaranjado e, apesar de Nasri saber que ele não podia ser real, que devia ser o fruto de alguma alucinação, ele aquecia o corpo da humana. Não era como o calor abafado do buraco aonde estava, mas um calor terno, que confortava Nasri. Um pensamento inevitável surgiu na mente de Nasri, "Será essa a hora da minha morte?"
Nasri não ouvia nada além das vozes do Desertor das Árvores e de seus asseclas, e mesmo assim elas chegavam até a humana através de dedos de madeira maciça, sons distantes e falhos. O interior da árvore no início era abafado e desesperador, havia o medo iminente da morte que poderia acontecer a qualquer instante, o medo de não saber quem você é e de estar presa em um lugar desconhecido. Mas, apesar de que, com o tempo, o calor do carvalho se tornou um bem-vindo conforto para o corpo desprotegido da humana, a sensação de claustrofobia era sempre presente. Nasri não conseguia ficar em pé ou esticar as pernas, que permaneciam dobradas desde o dia em que a humana foi presa na árvore. A mulher não sentia mais os joelhos e os pés já tinham tido tantos formigamentos que agora estavam completamente insensíveis. Os únicos membros que desfrutavam de certa liberdade eram os braços, e Nasri se sentia grata por isso.
Um dia - ou seria uma noite? - depois de muito tempo, mais do que Nasri poderia sequer tentar contar, a humana ouviu cânticos vindos da clareira em frente ao carvalho. Era a voz do Desertor, disso Nasri tinha certeza, mas ela não soube distinguir as palavras. Logo outras vozes surgiram, uma de cada vez. Aparentemente, havia uma celebração acontecendo além da madeira. Nasri conseguiu então distinguir algumas palavras, mas ela não as compreendeu. Nasri já não dava mais atenção às palavras, imersa em sua escuridão e pensamentos, quando viu algo. A humana não sabia dizer quanto tempo havia se passado desde a última vez que tinha visto algo.
Era fraco, vacilante. Um brilho pálido e distante, mas que logo começou a ganhar força. Nasri logo teve que cobrir os olhos desacostumados que começaram a doer. Depois de minutos, a mulher encarou a luz com olhos semi-cerrados e ainda doloridos. O brilho era prateado como a lua e bruxuleante e seu interior era alaranjado e, apesar de Nasri saber que ele não podia ser real, que devia ser o fruto de alguma alucinação, ele aquecia o corpo da humana. Não era como o calor abafado do buraco aonde estava, mas um calor terno, que confortava Nasri. Um pensamento inevitável surgiu na mente de Nasri, "Será essa a hora da minha morte?"