[Cronica Oficial] Fogo & Enxofre

Claude


Denis estava indo de mal a pior, enquanto sua ex parecia estar de boa. Ela achou um cara legal, isto é, que tem dinheiro. Quase sempre quando entrava no Face, ela postava no feed fotos em praias, piscinas etc. Sabe como é, dando uma de socialite. E lá estava Denis em Los Angeles, atrás de quê? Do sonho americano? Torrou uns dólares pra assistir um show cover de RHCP que acabou de uma maneira muito louca com um casal de lobisomem e vampira, quer dizer, num quase ménage se não esquecermos da capetinha. Será que Denis estava muito doidão? Será que foi tudo um sonho?


Mas algo fica martelando na cabeça, uma vozinha falando:
-Denis, você tá indo de mal pra pior. Olha para você igual um vagabundo pelo quarto bebendo coke-cola atrás de notícias estranhas de conspiração e outros blá blá blá que ninguém dá atenção. Você está parecendo aqueles carinhas da igreja Batista batendo de porta em porta nos finais de semana. Quem dá atenção para eles?


Era difícil dizer se a voz vinha da sua consciência mesmo. Uma caixa de Xanax estava sobre a mesa. Foi o que médico receitou depois de muito custo uns amigos do meetup em LA o levarem. Eles estavam preocupados com Denis. Todos percebiam seu estado meio perturbado durante os encontros. Mas Denis não ia tomar aquilo. Ele sabia de onde vinham esses remédios realmente. Se mesmo aqueles que estão no movimento não sabem, não será Denis que os forçará acreditar. Ele sabe que para certas coisas é preciso ter experiência na luta e não um discurso memorizado. Aliás, por falar em luta, Denis se lembrava que havia um encontro marcado com eles em Santa Monica State Beach perto do pier. Um papel preso no ímã da geladeira do Kim o lembrava. Kim é um coreano que veio para os Estados Unidos estudar e se juntou no meetup. Ele conseguiu um lugar um pouco melhor para viver e emprestou seu apê num prédio na Chinatown para Denis, que aceitou talvez por alguma síndrome de perseguição. As “coisas” podem ter descoberto o seu último endereço. Denis só precisava pagar as contas e o aluguel para a Sra Chen. Uma chinesa na casa dos 50 que era dona do restaurante chinês no térreo e dos quartos par alugar em cima. Toda vez que Denis precisava subir precisava atravessar o restaurante, passar pela cozinha toda suja com ratos e subir uma escada de emergência nos fundos. Era deprimente, mas é tudo que por alguns dólares se dá para viver.

Denis voltava-se para o apê. Uma merda de lugar que só foragidos e refugiados moram. Denis e Kim são exceção, um é desempregado meio piroca das idéias e o outro é estudante. Não era exatamente o que Denis esperava dos Estados Unidos, de Los Angeles. O engraçado era que quando seus familiares e amigos no Brasil entravam em contato, Denis dizia que estava bem e mandava uma foto de algum lugar na Califórnia que eles jamais visitarão.

Ele não deixava de pensar naquela garota por algum motivo assaz curioso. Mas, ela não está aqui, somente lembranças. Então, Denis de repente tem uma sensação estranha. A sua experiência com o sobrenatural lhe diz que alguma coisa desse mundo das trevas está próximo.

Através da janela se via o Centro com relâmpagos rasgando o céu avermelhado e escuro de Los Angeles. O rádio ligado na mini cozinha passava o What Your Horoscope Says Today, um programa diário da estação KIIS-FM que falava sobre o que os astros diziam. “Você é de Libra? Então… (som de cítaras indianas)... A Lua entra em Câncer e recebe um tenso aspecto de Saturno em Capricórnio, indicando um dia de dificuldades. O momento pede cuidado”.

Logo após ouvir isso no rádio, Denis ouve alguém bater na porta. Será que Denis acredita nessas coisas também? Seria mera coincidência ou um aviso do além?

O remédio desce seco pela garganta. Aquilo dopará seu espírito por um período mantendo-o tranquilo e enterrando suas inquietações. Denis se questionava se isso não era um artifício para manter a humanidade presa e fácil de ser manobrada. Ele é um cara diferente por questionar essas coisas, talvez sua racionalidade o torne excêntrico. Não importa, o que importa é batida na porta.

Denis olha pelo olho mágico. A Sra Chen estava acompanhada de um homem próximo dos 40. Denis nunca viu esse cara. Ele usa um terno preto com gravata vermelha. Cabelos lambidos para trás. Olhos fundos. Cavanhaque. Parecia ser um sujeito sério, talvez um businessman. Resta saber que tipo de negócio é o dele.

Considerando que abra a porta, a Sra Chen diz com seu sotaque forte num inglês mediano: - Cadê Kim? Diz pala ele que quelo aluguel semana que vem. Este gentil homem, né... - diz ela se virando para o sujeito com um sorriso e os olhos brilhando como se visse nele milhões - … Quer falar com vocês.

A Sra Chen, então, sai e desce a escada de volta para o restaurante. O corredor imerso numa penumbra por causa das lâmpadas queimadas, somente uma resistia e parecia que estava prestes a queimar. Ela piscava e chiava.

- Boa mulher essa Sra Chen. Gosta do trabalho e da blasphemia - diz o sujeito parado no pé da porta sorrindo com os olhos.

- Meu nome é Victor. Suponho que seja Denis, correto? - diz ele estendendo a mão direita para cumprimentar Denis.

- O assunto da minha visita é se você conhece esta pessoa - diz ele puxando uma foto com a esquerda de um bolso do paletó.

Na foto se via um local que parecia ser um show e duas pessoas, no foco da câmera, conversando. Denis reconhecia o show do RHCP, a garota que conheceu e ele. Que merda, como ia dizer que não com uma prova dessas?

O sujeito parece não se importar com o “vaco” do Denis, que simplesmente cruzava os braços, talvez para destacar seus músculos desenvolvidos em anos de prática de artes marciais, e perguntava meio áspero sobre o que ele queria com a moça. Bem, se não fosse só pela foto, essa “resposta” era mais que suficiente para denunciá-lo que a conhecia.

- Ela está desaparecida, Denis. E eu me... Me preocupo muito com ela. É isso ou acho que seja isso - responde o tal Victor deixando escapar um leve sorriso. - Aliás, posso entrar? Serei breve, não precisa de cafézinho -.

Considerando que o deixe entrar, Victor após se acomodar diz: - Pelo jeito você foi o último que sabemos que teve contato com ela -. Victor, então, se ajeitando no assento para tirar um talão de cheque diz: - Quanto é o aluguel que a Sra Chen cobra? -.

Victor parava antes que pudesse riscar o papel do talão com a caneta e olhava para Claude meio surpreso. - Eu? Eu estou apenas cumprindo ordens, Denis. Não sou detetive nem policial, muito menos amigo da garota. Mas quem me mandou aqui sim, ele conhece ela já de longa data. E para mostrar as boas intenções dele, ele me disse que deveria ser generoso com você. Basta você dizer onde ela está - disse ele apertando o click da caneta e colocando a ponta dela no papel.
- Então, quanto é o aluguel? -

Victor ouvia em silêncio o que Denis dizia escrevendo concentrado numa folha do talão. Ele, então, a destacava e entregava para Denis com um sorriso e dizendo: - Não tem problema, Denis. Considere isso um… Um contrato de trabalho -.

Considerando que pegue o cheque, Denis observava que era de 50 mil dólares e estava cruzado da seguinte forma:
# Denis, amigo da H. M.

-Apesar de que com um valor desses, você poderia muito bem sair dessa espelunca de lugar - disse Victor guardando a caneta dourada no bolso do paletó junto com o talão. - Isso não é nada do que meu mestre tem a te oferecer, ainda mais se encontrar a moça. Se quiser pode ficar com a foto - disse ele.

50 mil para achar aquela garota, que às vezes Denis se pegava pensando nela. Denis seria capaz até ir de graça, só pra ter a oportunidade de vê-la de novo. Estaria Denis apaixonado por ela? Sozinho num país diferente, pode ser que esteja carente. Mas Los Angeles é grande, como fará isso? É como achar uma agulha no palheiro. Não é impossível, só muito difícil.

-Então, acho que é isso. Vou deixar meu cartão, se tiver qualquer novidade sobre a moça me ligue - disse Victor colocando um cartão sobre a mesa antes de se levantar e perguntar se dirigindo a porta: -Alguma dúvida, Denis? -.

Se, e somente se, não tiver, considere que abriu a porta e Victor se retirou. Ele caminhava até a escada e antes que a descesse, ele virou para Denis e acenou sorrindo. Denis fechava a porta se questionando sobre tudo isso, mas principalmente sobre a garota. Por que estão atrás dela?

Ele caminhava pela sala se perguntando o que iria fazer agora e pegava o cartão, que dizia:



ASSOCIAÇÃO HELLMANN DE ADVOCACÍA, Advogado associado Victor A. S. Cel.: (323) 999-3666

Denis pegava o cartão e observava, como se procurasse por alguma coisa do além. Seria por causa do nome Hellmann? Ou por causa do 666? Ou por causa dos dois? Não importa. Seja lá o que pensou, não havia nada demais. Era só um cartão e o meteu no bolso. O significado de H. M., era certamente algo que poderia intrigar mais.

”Off”:

Apanhou um casaco e o vestiu. Trancou a porta e desceu as escadas rapidamente. Uma idéia lhe veio à cabeça: ir atrás do sujeito. Para quê? Qual o plano de Denis?

O restaurante era aquele lixo de sempre. Aquele lugar dava nojo. Denis passava pela cozinha. Que horror. Um armário de chinês cozinhava. Ele era muito gordo e parecia até com a figura daquelas mini estatuetas, mas na versão família. Ele enxugava o suor com a mão sobre as panelas. Denis passava e via a Sr Chen falando em mandarim no telefone numa sala muito apertada. Ela nem o notou. Denis atravessava o salão. Algumas pessoas comiam e conversavam. Os funcionários serviam. Ninguém ligou para Denis, o qual chegava finalmente na rua. Era um alívio, ainda que o ar de Los Angeles fosse carregado e poluído. As pessoas caminhavam. Era noite. Carros passavam. Os raios rasgavam o céu, mas não chovia. Era como se eles apenas anunciavam que uma grande tempestade estava por vir. Alguns transeuntes até desviavam de Denis, que parado procurava pelo sujeito por todos os lados.

”Rolagem”:

Ele via o sujeito, Victor, há uns 25m entrando num táxi. Se Denis correr talvez pegue ele.

Denis se esgueirava por entre os transeuntes. Um táxi vazio vinha logo atrás do outro e que ao parar, Denis rapidamente entrou pedindo para que seguisse o da frente.

O crioulo mexia no retrovisor. Ele olhava para Denis pelo espelho. Um olhar desconfiado. Um olhar de “isso parece ser uma grande merda”.

- Sem problemas, mas vai ser o valor vezes dez, okay? - diz ele sério ligando o taxímetro.

Considerando que aceite, os táxis seguiam pelas ruas da Chinatown. O crioulo mantinha uns 7s de distância doutro táxi.

Rolagem:

Denis e o crioulo seguem o táxi. Pegam a avenida para Downtown. O fluxo de carro aumenta, o que dificulta identificar o táxi.

Rolagem 2:

Apesar dessa variável, os dois conseguem não perder o táxi de vista. Chegavam no Centro de Los Angeles. Muitos prédios, verdadeiros arranha céus tentando literalmente arranhar os céus.

O táxi em que Victor estava parava em uma destas torres de Babel modernas. O crioulo parava algumas jardas atrás. Denis via um imenso e luxuoso prédio, onde na fachada dizia: INTERCONTINENTAL. Denis já ouviu falar, é um caríssimo hotel 5-estrelas em LA. Victor saía do táxi.

- Meu chapa, deu 250$ - disse o crioulo apontando para o taxímetro que marcava 25$.

Denis lançou $30 e saiu do táxi dizendo:

-Fique com o troco…

Rolagem:

Denis fechou a porta e caminhava em direção ao hotel, quando ouviu:

- Hey, branquelo filho da puta!

Rolagem 1:

Denis ao ouvir isto, percebeu que o negão se aproximava de suas costas para golpeá-lo com o que parecia ser um taco de baseball.

Off:

Idiota...

Eu avanço na direção dele e o o jogo contra o chão usando a força do ataque para facilitar a projeção.

Briga+Destreza.

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4 , 6 , 3 , 10 , 5 , 9 , 2 , 2

Rerolagem do 10. Para agarrar e jogar contra o chão...
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