On - Morgana Dias

O cansaço ainda era bastante, se levantou da cama calmamente, mal conseguia abrir os olhos. Ainda era de madrugada, no seu quarto não tinha nenhuma luz acesa, o céu estava escuro e nublado, a única luz era da lua, a qual não era visível pela janela, deixando todo o quarto sob um tom entre cinza e petróleo. A garganta arranhava de seca, decide ir para cozinha com um caminhava cambaleante, não acendeu a luz do quarto, simplesmente abriu a porta, dando de cara com o corredor de seu apartamento.

Você para por um momento e repara aquele não era seu corredor do seu apartamento, na verdade aquilo nem era um apartamento, parecia algo como uma casa de madeira no meio do mato. Mesmo com tudo isso, ainda sim sentia como aquele fosse seu lar, se sentia confortável e como não tivesse nada de errado ali. Você continua a andar pela estranha casa familiar, chega a uma sala, tudo era bonito, bem organizado, sem detalhes, só alguns móveis, que você não consegue reparar muito neles, e a cor cinza petróleo.

A tentativa de saber se aquilo era um sonho, ou uma projeção astral, ou algo do gênero, era difícil uma definição, ter nomenclatura parecia desnecessária no momento, a única certeza era que você estava naquela situação. Uma verificação nos sentidos você percebe que o tato ainda está funcionando; a visão se resume no cinza petróleo e preto; o olfato e o paladar não funcionam.
 
Quando você testa a audição, até que ouve um zumbido ao longe, como fosse um exame de abelhas ou uma frequência de radio, com o tempo você percebe que esse barulho só aumenta em uma frequência insuportável dentro de sua cabeça. Sente que era hora de acordar, a situação só piorava em sua cabeça, o sentimento de desconforto era sentido em sua pele, se sentia sufocada, mesmo com o olfato não funcionando.

Estava entrando em estado de desespero, olha ao redor da sala em busca de uma saída. Em uma das portas de vidro que dava para o mato, você vê um vulto preto de um homem, que te observa fixamente, mesmo não sendo possível ver seus olhos, esperando o momento para entrar na casa.

som do zumbido:

Rolagem de dado:

Aquilo estava se tornando um pesadelo, ela recua ate um canto para chora, enquanto o vulto negro entra pela sala em sua direção. Por mais que tentasse despertar, aquilo ainda a perturbava, como fosse atacar a qualquer momento.  Não sabe quando tempo ficou naquela situação, ficou tudo algo surreal, com imagens do lugar, vultos de forma embaralhada, talvez se não tivesse se recuado para o canto chorando se lembraria melhor, tinha agido de forma instintiva.

Ela abre os olhos novamente, esta em sua cama deitada, tinha retornado ao seu corpo. Seu corpo esta totalmente imóvel estava paralisado, ouvia ainda o zumbido em sua cabeça, seu pulmão estava pesado dificuldade a respiração, demorou uns cinco segundos ou mais não sabe disser ao certo, pensou em ter visto o vulto em seu quarto, mas essa imagem foge da memoria.

Até que novamente acorda, dessa vez rápida e ofegante, acredita ser de verdade. Dá uma olhada ao redor, era seu quarto mesmo, como as cores de costume, seu cheiro habitual, sentia o peso do coberto, seus sentidos estavam todos funcionando, era seu apartamento, estava desperta. A única coisa que estranhou foi o barulho de conversa na sala.

Resultado da rolagem de sanidade:

Por mais que os olhos já ardiam de ficarem abertos, estava com sono, mais a tensão em seu corpo não deixa dormir. Assim passou a noite, sem mais nada acontecer, logo que apareceram os primeiros raios de sol, caiu no sono novamente.

- Por que foges? Preste atenção jovens ao chamado?

Quando termina de ouvir essa voz enquanto dormia, acorda de súbito com a batida forte de seu pai em sua porta, dizendo com a voz marcante dele.

- Vem almoçar. Já esta na hora. Sabe que não gosto que você chegue tarde em casa ,sem me avisar, fica dormindo até tarde. Vem logo.

Você se levanta como faz sempre. Chega na sala, mesa preparada para o almoço de forma simples como ele costuma a fazer, seu pai já tinha preparado o almoço, um arroz, bife e feijão requentado. A televisão estava ligada no jornal do almoço, passando as noticias.

Na televisão

Telejornal:

... O governo francês deve manter as catacumbas fechadas até não haver  riscos de desmoronamentos.

Agora sobre o caso do casal Carlo e Julietas, youtubers do canal Freakzoides, ainda se encontram desaparecidos. O delegado da operação afina que o caso pode ser de um sequestro relâmpago, seguido de morte. A pericia não conseguiu encontrar provas do paradeiro deles. A empresaria, responsável pelo canal, afirma que se encontra abalada com o caso e como a própria diz “esta disposta a ajudar todos os fãs que assim como ela está de coração partido”. Não há suspeitos, a policia deve encerrar o caso ainda essa semana, se não encontrar novas provas.

Voltaremos após os comerciais, com a noticias sobre as gangues do interior paulistas.

Comercial:

Jovens rapazes que estão em idade de alistamento militar, se apresentem hoje a uma junta militar mais próxima. Não fuja de suas responsabilidades com seu país. Preste atenção jovens ao chamado.... asfd...as...

Nesse momento a televisão desliga sozinha, seu pai vai ate a televisão tentando liga-la sem sucesso, e soltando um “droga”.

Victor verifica a situação da televisão que não retorna a funcionar, quando ouve Morgana chorando, senti um peito uma preocupação com a filha. Já tinha percebido que ela tinha mudado muito há algum tempo, não conseguia identificar o se passava, tinha impulso de perguntar, porém não sabia como abortar o assunto, já que não sabia o que acontecia com ela.

Engoliu o choro, entristecia ver a situação sem saber o que fazer. C aminha até sua filha, esquecendo o que ocorria com a televisão, para ao lado dela, ouvindo com pesar as palavras. Fica sem saber ainda como agir, suspira forte, com as mãos na cintura, estica a mão até as costas da garota, fazendo uma massagem leve, em uma tentativa de acalma-la.

- Estou aqui! Não vou te abandonar! Calma. – Fica observando se ela tranquiliza um pouco mais. – Está tudo bem! Calma. –

Ele estica a cadeira do lado dela para sentar, levando a mão que estava nas costas se apoiando no ombro dela. Ficaria ali até ela sossegar um pouco, queria ainda perguntar mais sobre o que acontecia com ela, mais evitou iniciar o que conversar.Alguns minutos depois pega o celular, para mandar uma mensagem a alguém, que segundos depois é respondido.

- Você não quer ir hoje comigo no trabalho? Eu vou visitar um lugar abandonado, não vai precisar nem descer da viatura se quiser. – Para um pouco respira e fala mais confiante. –Não vou deixar você aqui sozinha. Vai te arrumar. Daqui à uma hora vamos lá.

Deu um beijo carinhoso na testa dela, quando de repente a televisão, surpreso ele retorna para seu almoço, tinha que terminar para se arrumar para o serviço.  Na televisão passou um comercial de restaurante da cidade e depois ao telejornal anterior falando sobre os efeitos do aquecimento global.

- É meu serviço e não posso faltar mais uma vez, não podemos nos dar ao luxo de tirar uma folga hoje. - Mesmo com a voz de abalado com a sua situação, os olhos dele passava seriedade e da necessidade de ir para o trabalho. - Não se preocupa a Julia estara lá nos esperando para fazer a pericia, não vai ter perigo. Você pode nos ajudar com seu olhar de detetive.

Ele tentava manter você animada, queria distrair de algo que ainda não conseguia compreender ainda.

Julia era uma perita, era uma das melhores polícia dali, uma grande amiga da família, mesmo que tinha visto ela algumas vezes. Era bastante inteligente, mesmo com o jeitão durona para uma policial mulher, talvez por isso nunca tenha perguntado sobre a vida dela. Assim que você chega pronta para ir, seu pai fica orgulhoso d o modo como você agia mesmo depois do estado assustando no almoço.

- Então vou poder ver minha filhinha trabalhando. - deu um sorriso de leve, até que põe as mãos no bolso como procurando algo. - Você viu onde deixei a chave da viatura?

Assim que acharam a chave, ele vai dirigindo até o local. Era bastante longe de sua casa, pegara uma estrada pouco movimentada, na parte rural da cidade, fazia uma hora que tinha saído de  casa e ainda não viu a casa ainda.

O trânsito estava sem grandes incômodos, seu pai dirigia com segurança e atento.

- É um antigo restaurante, agora abandonado, que foi invadido por vândalos, suspeita de drogas e usado por sequestradores. Até então era só um local totalmente abandonado, porém houve movimentações nesses últimos dias. Por isso que vamos ver o que seria essa movimentação no local. Acha que consegue lidar com isso?

A voz saiu com um pouco de preocupação, mas sem uma dúvida da capacidade. O dia estava agradável, o sol estava aberto, bem no meio do céu, com uma fraca brisa que com andar do carro, refresca do calor. Estar do lado com seu pai transmitia segurança, talvez por ter sido depois do almoço e péssima noite que passou, começa a ter uma vontade de dormir novamente. Não demora muito para chegar no local que era realmente deslocado da cidade, tinha uma outra viatura no local, provavelmente da Júlia.

Vou percebe que na placa do local tinha pichado uma frase.

“Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.”