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    O Pingente de Luz

    Hylian
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    Mensagem por Hylian Ter Abr 21, 2020 3:33 pm







    O Pingente da Luz





    No mais longínquo do horizonte, atravessando a gigantesca floresta dos espíritos, muito além das ruínas do deserto de Abbey, caminhava a passos lentos uma mulher de aparência cansada, já de quase meia idade. Os cabelos levemente grisalhos, um rosto castigado pelo tempo. Selma era uma meia-gigante e por isso era dona de uma força inigualável ao se comparar com as demais raças que habitavam as terras vastas e ricas de Hyrule, talvez com exceção dos Gorons que detinham o posto dos mais fortes entre os Hyrulianos.

    Havia muito tempo que Selma havia deixado pela última vez as terras do Grande Planalto, onde viveu e vivia quase metade de toda a sua vida. Ela trazia consigo, amarrado as costas um embrulho longo e pesado, um presente que recebeu da princesa há alguns dias quando deixou o povoado do planalto em direção ao majestoso castelo da família real, uma viagem que levava semanas, talvez meses. Mas a grande mulher estava de volta ao Grande Planalto, local onde há muito tempo reconhecia como seu lar. Ela já podia ver a distância a montanha dos espíritos que era o melhor guia para qualquer um que estivesse perdido e com intenções de encontrar o caminho para o povoado. A meio-gigante sentou-se sobre uma rocha marrom suja de barro seco para descansar. Já nem mais sentia as próprias pernas e sua bolsa feita de couro de javali da floresta já não tinha mais reservas de comida e seu cantil estava mais seco que o próprio deserto de Abbey. Selma puxou de um dos bolsos um pequeno embrulho encardido, mas não se atreveu a desembrulhar o que quer que existisse ali. Dedilhou os dedos em todo o formato pequeno que parecia ser redondo e depois o devolveu ao bolso.

    Do alto da montanha dos espíritos jazia um menino de cabelos loiros e rebeldes, olhos azuis, um rostinho infantil. Ele colocava sobre o olho esquerdo um caleidoscópio que o permitia enxergar muito além do que olhos nus poderiam. Seu coraçãozinho estava acelerado, pois ele sabia que ela chegaria a qualquer momento. Selma nunca quebrava uma promessa e não seria dessa vez que o faria. Krynn equilibrava-se sobre a ponta dos pés desejando ter um pescoço mais longo que o permitisse ver ainda mais além. Finalmente em seu campo de visão proporcionado pelo caleidoscópio ele enxergou Selma que adentrava a floresta logo abaixo de si. Animado, Krynn voltou a pequena gruta que havia no alto da montanha onde ele tinha sua casa. Vestiu rapidamente botas de couro marrom colocou seu gorro verde que combinava com a túnica de mesma cor que era muito comum entre o povo do planalto.

    Krynn calculava mentalmente que o tempo que levaria para chegar ao povoado no pé de sua montanha seria mais ou menos o tempo que Selma levaria para cortar a floresta sendo um meio-gigante. Correndo, ele conhecia e pegaria um atalho que o daria certa vantagem para encontrar-se com a mulher o mais rápido que fosse possível, afinal fazia semanas que não tinha se quer uma única notícia. O atoalho consistia em uma trilha interna e estreita montanha abaixo. Krynn já estava acostumado com os animais e monstros que habitavam ali. Havia dois Deku-Scrubs que se escondiam na terra a espreita, esperando que uma vítima passasse por ali despercebida e seria recebida com tiros de nozes. O jovem já estava acostumado com os perigos daquela região, ele quase sempre conseguia passar por ali ileso e se lembrava muito bem de como eram doloridos os ataques feitos por criaturinhas estranhas como eram os Deku, traiçoeiros e ágeis.

    O povoado do planalto era uma vila não muito grande e nem muito pequena, composta por casas feita quase sempre por madeira e talhados de palha, as ruas eram de barro puro e quase sempre eram um problema em períodos muito chuvosos. Quase ninguém se atrevia a subir a montanha dos espíritos, isso porquê nunca foi um lugar muito seguro ou convidativo, mas para Krynn que era um jovem menino astuto ele sempre preferiu fazer da gruta acima o seu cantinho.

    Krynn era talvez a única criança órfã do planalto, mas ele já estava acostumado a isso. Não se lembrava em nada de seus pais ou mesmo de sua verdadeira origem e tudo o que sabia era o que Selma o havia contado sobre a noite em que o encontrou e ele trazia consigo pendurado no pescoço um pingente circular com um símbolo estranho que nem mesmo Selma podia identificar, ela nunca havia visto algo igual, mas tinha sus suspeitas sobre seu significado.

    O menino percorreu as ruas de terra do povoado em direção a estrada que o levaria direto para a floresta dos espíritos onde acreditava que encontraria com Selma e não era o único a ter aquela ideia. Diana, Bobb e Linkle estavam lá também.

    –  Krynn! Você está atrasado... – Afirmou Linkle com um sorriso de vitoriosa no rosto. – Bobby e eu chegamos primeiro!

    E eu logo em seguida! – comentou Diana como se tivesse ganho um troféu.

    Mas vocês só ganharam porquê eu moro lá no alto! – Respondeu Krynn desgostoso.

    Tanto faz quem chegou primeiro – Disse Bobby fazendo sinal para que todos se aproximassem mais – Olhem! – ele mostrou o que trazia nos bolsos um mapa velho e encardido – Um mapa!

    E o que tem esse mapa? – perguntou Diana desconfiada.

    Não acredito que é mais uma das suas pegadinhas, Bobby! – bufou Linkle revirando os olhos.

    Juro que não! Este é um mapa do meu pai ele tem todo o planalto detalhado, podemos usá-lo para ir até o lago dos espíritos, o que acham?

    É claro que não! – Respondeu Linkle fechando a cara – Sabem que é perigoso e a Selma nunca concordaria.

    É por isso que temos que ir sem contar a ela – Concluiu Diana animada.

    Diana! – gritou Linkle sem poder acreditar.

    E então, Krynn...?

    Krynn não gostava muito da ideia de fazer as escondidas, mas a verdade era que ele adorava uma aventura e como toda criança desobedecer a algumas regras fazia parte do processo, mas tão pouco se sentia seguro em contraria Linkle que de todos ali era sua melhor amiga. Em um vulto que pareceu um como um tiro ao escuro, uma raposa saltou próximo dos meninos agarrando o mapa das mãos de Bobby em direção a mata fechada. Bobby rapidamente saiu em disparada atrás do animal fujão e desapareceu com Diana logo atrás.

    Bobby, Diana, VOLTEM AQUI! – Gritou Linkle, mas era tarde eles já haviam desparecido mata adentro. – Krynn vou buscar ajuda, você fique aqui e quando Selma chegar conte a ela!

    Tudo parecia acontecer em frações de segundos e Krynn nem ao menos teve chance de balançar a cabeça em sinal de resposta. Linkle havia corrido de volta para o povoado e os outros se aventuravam pela mata. Krynn não sabia exatamente o que deveria fazer se continuaria ali parado ansioso pela chegada de Selma ou se correria atrás de Diana e Bobby, mas bastou um grito de Diana que ecoou próximo dali para ele finalmente sair do lugar. Krynn avançou pela floresta sem se preocupar com os perigos eminentes, sem se preocupar que poderia não voltar a salvo, ele só agia por puro instinto, um instinto de justiça que fervia dentro de si.

    A Floresta dos espíritos era conhecida como mal assombrada pelos habitantes do planalto e tinha tal nome por ser o lugar onde habitavam espíritos e fantasmas que apareciam durante a noite. Krynn notou que não demoraria muito para a escuridão da noite recair sobre a floresta e então tudo ficaria ainda mais tenebroso e perigoso. Percorrendo entre as árvores e arbustos ele encontrou um chinelo de couro velho que ele sabia pertencia a Bobby. O menino passou correndo tentando concentrar seus ouvidos para escutarem qualquer som que pudesse ser emitido por um dos dois. Finalmente as margens da lagoa, Krynn encontrou Diana de joelhos diante de um cadáver de uma raposa.

    O que houve? – perguntou Krynn arregalando os olhos.

    E-el...es..ta mo-or...ta... – gaguejou Diana infeliz.

    Mas onde está Bobby?

    E-e e-u não sei... – murmurou Diana cuja voz saia tão fraca que era quase impossível de escutar.

    Krynn buscou Bobby por onde sua visão era capaz de chegar, mas não havia sinal algum e ele havia percebido que Diana não o ajudaria, parecia em transe com a morte da raposa. Krynn fazia alguma ideia sobre onde eles podiam estar, mas não tinha ideia de como voltar e se estariam seguros ou em perigo naquele lugar. Engoliu em seco sua própria falta de coragem e fechou os punhos continuando o caminho em que ele acreditava que teria ido Bobby.

    Ele olhou por cima do ombro após dar algumas dezenas de passos na esperança de ainda poder ver Diana no mesmo lugar, mas era impossível já que a escuridão havia tomado conta de boa parte de seu campo de visão. Como de costume sempre que se sentia acuado, ele segurou bem forte o pingente redondo que trazia junto ao peito por de baixo de sua túnica.

    –  Vamos, Krynn, você tem que ter coragem, afinal não estamos tão longe do povoado e Bobby pode estar precisando de ajuda... – murmurou ele para si mesmo.
    O silêncio incomodo só era quebrado pelos uivos dos coiotes ou sussurros das corujas que começavam a despertar quando a luz do sol já não iluminava mais a floresta. Krynn andava a passos lentos tentando enxergar onde poderia pisar ou não e ao mesmo tempo buscava por qualquer indício que pudesse acalma-lo sobre a situação de Bobby, mas parecia que a cada passo ele podia sentir que realidade do amigo não era nada boa.

    Não demorou muito para que ele encontrasse uma espécie de luz fraca transmitida talvez por uma tocha e se atirasse em tal direção, mas quando finalmente pode enxergar do que se tratava, seu coração deu um salto e seus pés bambearam como se tivesse perdido o chão. Um grande e gordo Bulblin verde e asqueroso que vestia uma espécie de armadura de madeira e tecido reforçado. Ele usava na cabeça um elmo feito com a caveira de um búfalo e ele montava um grande javali também coberto com a mesma armadura. Ele segurava pela gola da túnica de Bobby o levantando há um metro do chão. Bobby estava completamente tomado pelo medo e deixou cair o mapa amassado e encardido. Krynn em um lapso de coragem ou loucura correu em direção ao amigo para tentar salva-lo, mas no momento o javali empinou e o Bulblin quase perdeu as rédeas jogando Bobby longe. A criatura verde e gorda pulou do javali revoltado em direção a Krynn que não possuía nada para se defender. Bobby estava machucado demais e não se movera ainda petrificado pelo medo. Krynn ouviu o Bulblin dizer algumas palavras que mais pareciam roncos, talvez fosse o idioma de sua raça.  A criatura puxou uma espada de ferro vagabunda e não tinha boas intenções. Krynn tentou se levantar, mas o Bulblin já estava próximo demais, a criatura desferiu o primeiro golpe cortando parte da túnica de Krynn e revelando seu pingente. O Bulblin interessado levantou Krynn com a mesma facilidade que havia feito antes com Bobby, mas quando suas mãos sujas e gordas tocaram o pingente dourado, uma luz tão intensa quase tão forte quanto a  luz do sol emergiu de dentro do pingente e a mesma queimou o rosto e parte do corpo do Bulblin que urrou de dor deixando Krynn cair sobre o mato amortecendo sua queda. A criatura balbuciou ainda urrando de dor e finalmente desabou sem vida diante de Krynn e Bobby.

    Krynn ficou estático por vários minutos há poucos metros de Bobby que continuava petrificado. Krynn jamais havia visto aquela luz emergia antes, seu cérebro tentava processar tudo o que aconteceu nas ultimas horas e não sabia dizer o que era mais estranho, se um Bulblin aparecer nas terras do Planalto ou se era ter sido salvo pelo seu próprio pingente.

    Não demorou mais do que alguns minutos para que enfim eles fossem encontrados por Selma e os demais adultos do povoado. Os pais de Bobby não ficaram nada contentes com o acontecido e como seu filho não tinha condições alguma de produzir se quer um choro, eles depositaram toda a culpa em Krynn, mas Linkle não podia ver tamanha injustiça e se pôs em defesa do amigo.

    –  Foram Bobby e Diana que saíram feito loucos atrás daquela raposa! – Argumentou Linkle.

    Já basta, Linkle! – Vociferou sua mãe aborrecida – Venha para casa, já!

    Krynn ouviu com absoluta certeza a mãe de Linkle cochichar em seu ouvido para que ficasse longe dele, o que parecia ser um soco em seu estomago. Ele nunca fez qualquer mal a ninguém, mas a maioria dos adultos continuavam a trata-lo como um bicho que apareceu, talvez por ser órfão ou por não pertencer aquele lugar. Ele nunca sentiu que pertencia ao Grande Planalto mesmo, ali apenas Linkle e Selma o faziam se sentir bem.

    Selma levantou Krynn com um olhar preocupado, mas parecia entristecida também. Ela fez sinal para que o menino a acompanhasse de volta ao povoado, deu uma ultima olhada para o Bulblin morto há alguns metros e sentiu que o que mais temia em suas noites mal dormidas estava próximo de acontecer e talvez ela como a matriarca do planalto não teria muito tempo a perder. Ela estava decidida, enquanto cruzava a floresta com a ajuda de um lampião, a contar a Krynn sobre sua viagem até a cidade do rei e também sobre a origem do menino, ele precisava saber um pouco mais sobre o destino que o reservava o futuro.

    Krynn foi dormir sem jantar aquela noite, ele não tinha qualquer forme e até mesmo rejeitou o delicioso pudim de amora que Selma sempre fazia para ele nos retornos de sua viagem. A matriarca do planalto tinha consciência em como a situação de Krynn não era nada boa para ele e como os adultos eram cruéis e tornavam suas crianças ainda piores. Mas sentia-se de certa forma aliviada por ter voltado a tempo. Ela continuava decidida a revelar ao jovem Krynn tudo o que sabia, mas deixaria que o menino descansasse aquela noite sem preocupações.

    –  Krynn... – chamou Selma.

    Krynn olhou por cima dos ombros cansado.

    Obrigada por proteger o povoado em minha ausência...

    Os olhos de Krynn brilharam naquele momento, ele teve a certeza de que Selma nunca acreditou que ele pudesse ter levado Bobby e os outros para um lugar tão perigoso. Ela confiava nele e em todos os ensinamentos que passava, dia após dia.

    Amanhã vamos continuar com o treinamento? – Ele perguntou esperançoso.

    É claro que sim!

    Krynn não se lembrava mais nada do que ocorreu no percurso da casa de Selma até durante a trilha que o levava de volta a gruta. Ele estava cansado e desabou sobre sua cama improvisada logo que ali chegou.

    O jovem Krynn despertou na manhã seguinte com o piado alto e agudo do galo que cantarolava “bom dia” ao povoado do planalto. A luz do sol ainda era fraca e o horizonte estava todo pincelado em amarelo e laranja. Krynn bocejou e se espreguiçou, não demorou muito para pular da cama animado para a volta de seu treinamento. Ele jogou água no rosto e vestiu sua túnica e só quando terminou de vestir as botas notou que sua túnica havia sido costurada, talvez por Selma.

    Selma já esperava seu discípulo nas proximidades do deserto Abbey, onde eles tinham um campo vasto de areia e terra para treinarem e onde Selma poderia dar toda a tenção ao jovem. Krynn chegou o mais rápido que pode ignorando os olhares maldosos quando passou pelas estradas do povoado. Ele notou que Selma estava sobre um alto relevo com um binóculo que lhe permitia averiguar o longínquo horizonte. Krynn estacionou ao lado de sua mestra em silêncio, mas curioso para saber o que ela buscava. Ele carregava seu caleidoscópio consigo, já que sempre lhe servia muito bem para contemplar o planalto do alto da montanha onde vivia.

    Curioso... muito curioso...

    O que é curioso? – perguntou Krynn sem entender.

    Selma não respondeu de prontidão. Coçou a cabeça, enquanto olhava fixo e longe no horizonte.

    No alto do borro no mais longínquo horizonte sobre a brisa gélida e meio escondido pela névoa que cobria o alto do deserto Abbey, jazia sobre um javali outro Bulblin, dessa vez aparentemente maior e ele usava exatamente a mesma armadura de tecido duro, tinha uma expressão de profundo nojo em seu rosto com cara de porco. Sua pele verde-escura reluzia a luz do inicio da manhã. A criatura segurava as rédeas de sua montaria com uma mão, enquanto que com a outra ele levava um berrante feito de chifre de búfalo. O eco de seu sopro através do berrante ecoou por quilômetros de distância e foi tão alto que fez com que a Krynn tomasse um susto de repente. Como um grito de guerra ele chacoalhou as rédeas de seu javali avançando com violência em direção a Selma e Krynn. Selma mandou que Krynn se escondesse atrás de uma rocha, mas o menino pareceu hesitante.

    É o mesmo asqueroso que tentou matar o Bobby! – revoltou-se Krynn fechando os punhos.

    Eu sei – respondeu Selma – Vá!

    Selma puxou um martelo grosso e pesado feito nas montanhas de Eldin, forjado no coração da grande montanha da morte. Krynn já havia ouvido falar sobre o poderoso Martelo de Eldin, mas nunca havia visto Selma utiliza-lo antes em todos os seus dez anos de vida. O bulblin puxou sua espada que era grande e pesada reluzindo a luz da manhã. A criatura se aproximava rapidamente levantando sua espada sem muita dificuldade para desferir um ataque mortal como provavelmente foi treinado. Selma se preparou estudando o tempo e o espaço que possuía entre ela e a criatura asquerosa. A matriarca finalmente achou que era hora de desferir seu golpe, antes que o bulblin tivesse a chance. Selma levantou ainda mais seu martelo poderoso e atingira o chão próximo ao javali que corria em sua direção. Krynn sentiu a rocha a sua frente trincar com o impacto do martelo e o chão parecia tremer levemente. O javali empinou perdendo o equilíbrio e caindo de costas no chão duro de areia e o bulblin foi lançado caindo com sua barriga gorda para baixo e sua espada atirada mais longe. Selma não perdeu tempo avançou como um brutamontes em direção a criatura caída e lhe desferiu outro golpe dessa vez finalizando o trabalho. O bulblin estava enfim morto.

    Selma limpou seu martelo e o guardou novamente. Krynn ainda sem poder acreditar na força daquela arma, aproximou-se do cadáver mal cheiroso do bulblin que parecia apodrecer mais rápido do que o normal e o javali que lhe servia de montaria atirou-se de volta para o deserto até sumir no horizonte.

    O que são essas coisas? – perguntou Krynn olhando o cadáver franzindo o nariz.

    Bulblins – respondeu Selma com seriedade sem desviar o olhar do lugar que o javali desapareceu – Criaturas horrendas nascidas do mundo esquecido. Não está certo, não deveria haver Bulblins aqui – comentou Selma preocupada.

    O que essas coisas querem aqui no Grande Planalto? – indagou Krynn que possuía uma curiosidade fora do normal.

    Ainda está cedo para você saber isso, querido, vamos! – respondeu Selma avançando de encontro ao deserto.

    O Deserto de Abbey não se comparava a outros desertos que existiam em Hyrule. Era relativamente pequeno e ocupava apenas um quarto de todo o grande planalto. Krynn nunca esteve ali antes, geralmente seus treinamentos eram feitos na floresta dos espíritos, lugar que ele já estava acostumado a frequentar durante as manhãs e tardes. Krynn sentiu seu corpo ressecar a cada passo, sua boca estava seca e produzia cada vez menos saliva, puxou um pequeno cantil pendurado em seu cinto para bebericar um pouco de água. Caminharam por alguns minutos até que os olhos de Krynn não pudessem mais enxergar nada. Não havia mais névoa, em seu lugar como uma tempestade de areia impedia a visão. Krynn segurava na barra da túnica de Selma para não se perder e a meio-gigante parecia não se abalar com a tempestade ela seguia sem demonstrar maiores problemas.

    Chegamos – anunciou ela parando de supetão.

    Krynn continuava sem enxergar um palmo diante de seus olhos, mas sentia que já não pisava mais em areia pura e sim em algo duro feito pedra. De repente o calor do deserto deu lugar a novamente um ar gélido e a tempestade ficou para trás e finalmente a visão se recuperou e ele, ao abrir os olhos, se deparou dentro de uma construção de pedra circular. O teto era alto, tão alto que era impossível de vê-lo, pois sumia na penumbra projetada pela falta de luz. Havia duas grandes escadarias que circulavam as paredes da construção em formato de caracol até sumirem na penumbra. Diante deles entre as duas escadarias de mármore havia uma porta dupla grande de dez metros de altura.

    Seja bem vindo a Torre do Planalto – disse Selma com emoção – Mas você já conhece este lugar, porquê foi exatamente aqui sobre esse pedestal diante desta porta que eu encontrei você – explicou Selma aproximando-se do pedestal de pedra com os olhos emotivos como se sua mente mergulhasse em lembranças de onze anos atrás.

    Krynn notou que o pedestal possuía alguns símbolos estranhos e um único pequeno buraco que parecia ter sido feito para encaixar um objeto redondo como uma bola pequena que coubesse nas palmas da mão. O buraco em questão possuía o mesmo símbolo do pingente que ele trazia junto ao peito.

    É difícil de explicar ou mesmo entender, mas eu acredito que você foi um presente das deusas – Comentou Selma preocupada – Este símbolo que você carrega junto ao peito é o símbolo da luz divina, produzido por Hylia, a deusa guardiã do povo Hylian ao qual você pertence.

    Krynn continuou mudo, tentando processar as novas informações. Seria ele filho da deusa Hylia, pensou estranhamente.

    Você possui uma história a ser escrita e só cabe a você como escreve-la ou não – continuou Selma dando alguns passos em torno do pedestal – Sinto que você foi escolhido pela nossa deusa a restaurar o equilíbrio e nossas terras e é por isso que eu treinei você nesses últimos onze anos, para que estivesse pronto quando esse dia chegasse e os bulblins são um sinal muito forte de que está na hora de deixar que você mergulhe por fim em sua própria história...

    A voz de Selma foi ficando distante tão distante que se misturou com assobio da brisa que insistia em corar as madeixas de Krynn. Por um momento, Krynn teve a impressão de que a terra estava sendo invadida por uma multidão de bulblins raivosos prontos para o ataque, mas Krynn nem se quer teve tempo de reagir. Sentiu seu corpo girar e o estomago revirar, os pés perderam o chão e ele cambaleou e como em flashes de memória ele pode ver em câmara-lenta o mais forte dos bulblins cujo rosto era ocultado por uma máscara feito com o que parecia ser um crâneo de madeira. Ele teve poucos segundos para se perguntar se estava enxergando bem, um crânio de madeira? Sua mente voltava a se perguntar até finalmente sua visão ficar turva e ser ofuscada por um brilho tão forte quanto a luz do sol, exatamente o mesmo brilho que o salvou na noite anterior, tudo ficou em silêncio e ele já não podia ouvir ou ver nada, mas ele sentia com clareza um cheiro invadir suas narinas...

    ... um aroma capaz de mudar o mundo!

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    Mensagem por Raijecki Seg Abr 27, 2020 10:02 am

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    Mensagem por Askalians Seg Jul 27, 2020 1:08 am

    kd o resto?
    me senti vendo o filme passando e quero continuação...


    _____________________________
    "If you love me, good...
    If you don't, I really don't care...
    My life will keep going the same way, with or without you...
    I will never choose between my family and you because family always go first...
    We have to remain together, always and forever..."
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