As patas sentindo o frio das pedras. A umidade. O cheiro do mar. Alguns passos e você pode ver a água. lá embaixo a praia. Lá atrás o velho estaleiro. A esquerda a reserva. Basicamente no meio de porra de lugar nenhum. O rastro não dizia nada além disso. Uratha. Desconhecido. Nenhuma marca de território onde está. O cérebro de lobo o joga para frente. Seguindo o fio. Seguindo a nuvem de cheiro. Saboreando a sua complexidade. Couro. Cinzas. cigarro de maconha. Já não consegue ver o mar. Mais passos sem pensar. O que mais deveria fazer? Cheiro de álcool. Suor. raiva.
Imediatamente suas patas ficam leves e te levam de sombra em sombra. Seu próprio rastro se torna uma preocupação. Talvez devesse voltar, não é? Um grito. Medo. Medo absoluto. O grito não tem palavras. É puro terror. Atrás de você o sol alto brilha no mar. O grito é cortado ao meio como se alguém apertasse o botão de mudo. Talvez se estivesse vestindo a pele de gente o segundo de indecisão teria o mantido parado. Mas o lobo sempre se move. Se esgueira para perto.
Sangue no chão. Sangue em uma arvore grande com a casca cinza quebradiça. Um chapéu vermelho bonito e fofinho pendurado em um galho, balançando. Prestes a cair. O sangue é fresco. Quente. Um arrepio frio estica seus pelos. O dromo, o espaço entre os mundos foi violado.