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por Shinji Vindo de: TakaHashi Shinji (Solo) - Relaxa… Tucano vai dar guarita pra eles se alguma coisa sair do planejado. - Ele já tinha repetido aquilo pra esposa uma dezena de vezes, mas tirando a preocupação dela o caminho tinha sido tranquilo, na verdade ele fez questão de dirigir sem pressa, como se fosse dono da estrada, até surgia um sorriso no rosto dele de lembrar sobre aquilo. A tarde era tranquila, o mercado vibrante era animador… Quando ele colocou o olho em Cala dava pra ver o esforço no rosto dele pra tentar reconhecer a mulher, logo quando ela pergunta do velho a expressão muda, ele fica pensativo como se maquinace alguma coisa e demora mais do que o habitual pra responder. - Sei lá, pode tá rico ou morto dentro daquelas ruínas na área de Córdoba. Marquei com ele de dar uma carona de volta em dois ou três dias. - ele soa bastante casual, mesmo depois de tudo. - Cê tá lo… - Ele é interrompido pela dor dá pra ver a careta que ele faz enquanto Zuri belisca ele na altura da costela, aquilo faz ele lembrar do nome, ela tinha comentado da menina umas noites atrás durante o jantar. Ele olha pra ela, até um pouco incrédulo, a atenção desviada com o sujeito que tá descarregando a carga - Cuidado com essa porra! - ele grita puto, não dava pra saber o que tinha ali, não queria que o mercado fosse todo pelos ares junto com ele e o caminhão. - Shinji. - ele se apresenta e sorri sem mostrar os dentes, os olhos ficam ainda mais repuxado, mas deixa ele com um aspecto ainda mais inocente que é traído pelo trabuco cromado na cintura preso a uma cinta de munições. - Mão de obra boa? Vamo ver, vamo ver… - ele diz com um sorriso no rosto se deslocando pro baú do caminhão. Quando ele volta tem um amarrado com dois pares de rodas de moto e dois guidões cheio dos penduricalhos. - Vamo ver se a mão de obra é boa mesmo Keb. - a voz é em tom desafiador - Tá vendo aquele pretume e o arranhão ali? - ele diz apontando a lateral esquerda do caminhão levemente danificada e queimada. - Pois é, seu trabalho é soldar e polir aquilo, em troca você pode levar umas peças sobressalentes pra sua motinha. - ele diz soltando as coisas na frente dela - Se eu gostar você ainda ganha um jantar… - ele olha em seguida pra Cala - Porra mulher! O que vocês tão dando pra essa menina? Ela tá passando fome é? Se o negão descobrir ele come o teu cu! - dava pra ter certeza que ele falava em comer cus não de um jeito que Cala gostaria, e ele parecia saber bem de quem tava falando. |
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- Ankou
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Cala não parece ficar sorridente com a resposta sobre Mu-Za. - Espero que aquele velho louco volte bem. - Quando o assunto voltou-se para Keb e as primeiras palavras pareciam negativas, a garota pode ver a sucateira fechando bem o punho. Mas Zuri interviu, pois conhecia a garota e Shinji deveria também conhecer. A mulher do clanista sussurrou algo no seu ouvido e a situação mudou de figura. A porta do caminhão estava queimada. Keb nota que tentaram atear fogo nela, provavelmente com algum óleo que o mantinha aceso. A coisa era feia de ver, mas o problema era mais estético que estrutural. Ela não era bem uma joalheira pra ficar polindo portas, mas sabia alguma coisa disso. - Com o tempo necessário, ela deve dar um jeito nisso aí sim. - Disse Cala, mais segura de Keb que ela mesma, possivelmente. Cala toca no seu ombro e fala baixo ao seu ouvido: - Vá até Mogo e diz que eu pedi emprestado as ferramentas que você precisar. - Mogo era um sucateiro que trabalhava ali perto do mercado. * * * Enquanto Keb se ocupava de mostrar seu serviço, a sucateira conversava com Shinji. - A filha não é minha, mas eu estou tentando ajudá-la. A mãe dela... - Ela hesita um instante em continuar a história. - A mãe dela não vai durar muito. Não quero que a garota fique só. Ela leva jeito, só tem que aprender. - Ela então cruza os braços. - Mas parece que você conhece o pai. Deveria cobrar dele cuidado pra com a filha. * * * Mogo mal olhou para Keb, trabalhando em alguma sucata para transformá-la em alguma coisa melhor. Quando ela falou sobre Cala, ele soltou um sonoro AH! e deu para ela uma maleta com um soldador e algumas ferramentas básicas. Keb voltou para perto do caminhão, Cala ainda conversava com Shinji, um pouco mais afastada. A garota começou a trabalhar na porta. Deixar aquilo com cara de novo era meio complicado, mas ela conseguiu soldar os buracos que haviam sido abertos. Disso não poderiam reclamar. O polimento foi o suficiente. Ainda dava para notar que algo havia acontecido ali, mas não tava com aparência de queimado. |
- Ankou
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Shinji O oriental levanta uma das sobrancelhas quando Cala fala da mãe - Brasa? - a pergunta parece casual como alguém que já estava acostumado demais com a desgraça, mas dá pra ver alguma compaixão se desenhar na face. - Eu nem sabia que Anubitas podiam ter filhos, digo pelas regras saca, deve ter sido antes né? - os olhos se movem entre Zuri e Cala, mais de uma vez como se esperasse uma resposta delas. Na cabeça de Shinji a coisa corria pro lado oposto, eram os filhos que deviam cuidar e ajudar os pais, mas ele se segura de falar qualquer coisa, aquilo era conflitante demais e os africanos nunca entendiam. Dá pra ver algum desgosto de formando no rosto dele, ele olha pra Zuri, como se soubesse que alguma coisa ia sobrar pra ele, e então se volta pra Cala - Olha eu posso levar ela até os dois desbravadores, sem problema. - ele olha pro lado quando Keb começa a cuidar da parte queimada do caminhão e parte da carranca se dissolve. - Aí, to com uma pretensão de negócio, se rolar talvez você queira entrar na brincadeira, fazer uns dinares saca? Cê que é a manda-chuva dos sucateiros aqui né? Mais até que o cagão do Adimu. - ele dá uma risadinha maldosa, mas ele nem tava mentindo, já que o velho vivia com dor de barriga. Ele não parece disposto a revelar muito mais a Cala, mas a olha com escrutínio pra tentar medir o interesse dela, e naquela altura nem dava pra esconder que Shinji era uma estrela em ascensão e que os negócios iam formidavelmente bem. - Vou deixar as moças se divertindo, Zuri precisa de uma companhia feminina, pra sair da mesmice de estrada poeirenta e da minha tagarelice. - ele sorri, sendo cordial e magnético, dá um beijo carinhoso na testa da esposa - Por que vocês não vão pro Panela de Barro? Encontro vocês lá logo. - ele menciona o restaurante favorito dele em Fez, não era o mais caro, mas ele nem se importava, tinha o melhor cozido. Ele se aproxima de Keb assim que deixa as moças, ele não diz nada enquanto ela trabalha, mas supervisiona tudo que ela faz… Quando ela finalmente termina. - Não precisa e nem vai ficar bonito, mas não vai enferrujar e é isso que importa. - ele comenta e logo passa a mão por cima do pequeno relevo que havia ficado, logo ele rodeia o caminhão, dá pra ouvir as trancas pesadas das portas do baú se trancando, ele enfia a chave em um dos bolsos e se aproxima de Keb novamente. - Bora nessa comer alguma coisa, cê mereceu. - ele começa a tomar passos lentos em direção a uma das ruas que ia levar ao restaurante previamente indicado. |
- Bastet
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Kebechet Keb estava com tanta vontade de por as mãos no caminhão que concordou sem pensar, esquecendo que aquilo podia ser um teste (e que aquela não era exatamente sua especialidade). Não se recusa peças novas e a oportunidade de cuidar de um carrão maneiro daquele né? - Opa! Deixa comigo, tio. – olhou para cala, com um olhar animado de agradecimento. Tanto por apresentar ela ao homem quanto pelos benefícios que aquilo podia trazer (dois dias seguidos comendo bem? Quase impossível normalmente). Sorriu quando a mulher afirmou que ela conseguia e prestou atenção nas instruções dela – Valeu! – agradeceu e saiu correndo entre as pessoas da feira. --- - Ô seu Mogo... Oi! Oiii? – tentou falar mas o homem nem tchum. – A Cala me mandou aqui! A gente precisa de uma maleta de ferramentas básicas de reparo e de polir. O senhor pode arrumar emprestado? – perguntou, apoiando os braços no balcão. O homem logo mudou de postura, ficando todo solícito. ”Quero ser igual a Cala quando crescer”, a menina pensou, reparando como a sucateira tinha influência em diversos pontos da cidade. Foi andando até o caminhão, com as ferramentas, e começou o trabalho. Usava um capacete de solda que parecia pesar mais que ela, mas se mantinha firme. Por fim, finalizou com o polimento, deixando bom o suficiente, em sua opinião. Não era uma porta nova, mas tava funcional. Só reparou em Shinji ali quando tava terminando. Ficou feliz com a aprovação dele. - Bora! – disse, animada, começando a guardar as ferramentas na maleta – Como é dirigir um daqueles? Deve ser difícil, eu já acho um pouco a motinha, que é leve e pequena. Vocês todos tem esses caminhões legais? – ia tagarelando, enquanto andavam. Pararia na tenda de Mogo no caminho, entregando as ferramentas e agradecendo – Valeu, seu Mogo. Aquele ali é o Shinji, ó, amigo da Cala também – apresentou o homem que tava na porta e logo saiu, puxando um lencinho do bolso e começando a limpar os dedos da melhor maneira que conseguia. Deixava o homem guiar o caminho. - O que vamos comer? – perguntou, curiosa. Será que Shinji conhecia as maravilhas do Brood?
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- Bravos
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Quando o clanista sugere 'Brasa', Cala assente com a cabeça sem dizer nada. Zuri é quem explica sobre os costumes anubitas. - Os anubitas são todos descendentes de uma única tribo que foi abençoada por Anúbis. - Shinji se lembra que faz parte da iniciação dos anubitas serem feridos com uma espécie de arma pontiaguda ritualística e que é a forma que esse ferimento cicatriza que permite aos candidatos serem efetivamente iniciados. - Não acho que as ruínas sejam o melhor lugar para ela, embora ela tenha que passar por várias dela em alguns momentos. Ela leva jeito com tecnologia. Eu sei que vocês a dominam bem. - Cala diz. Ela não queria promover um reencontro, mas sim uma oportunidade para a garota. Quando o assunto muda para negócios, ela genuinamente se diverte quando Shinji sugere que ela é a manda-chuva dos sucateiros. - Eu tô longe de ter essa moral toda, embora esteja fazendo o possível para isso. Adimu é que precisa de uns safanões para não ficar só atrás dos sonhos malucos dele e morrer de fome no processo. Entretanto... - Ela parece analisá-lo e não faz questão de esconder isso. - O que você tem em mente? * * * - Bom, eu não vou poder ficar para o almoço, tenho muito a fazer nas docas do cartel. - Cala se despede, com um ligeiro sorriso para Shinji e Zuri. - Obrigado. - E dizendo aquilo se afasta. * * * Enquanto andavam em direção do restaurante sugerido pelo clanista, eles pararam rapidamente na oficina de Mogo. O homem era barbado e tinha mantinha um penteado rastafari, ambos já tendendo ao grisalho. - E aí? Deu certo o que cê ia fazer, garota? - A menina apresenta Shinji um pouco de longe. O homem acena. - Eles deixaram você chegar perto do caminhão deles? Uau... - Se deveria ter alguma entonação animada nessa frase, não houve. |
- Ankou
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Shinji Ele escuta a explicação da mulher mais por educação do que interesse, mas os olhos se arregalam quando ela fala das ruínas, ele ri, gargalha na verdade - Seloka?! - diz entre os risos - Não caralho! Eu levo ela pra Córdoba em dois ou três dias. - ele sabia que havia sido um mal entendido, mas mesmo que Cala tivesse razão ele nunca que ia botar os pés dele naquele lugar, muito menos mandar uma criança pra lá, era mais fácil fazer dinheiro e comprar dos sucateiros o que eles encontravam por aquelas bandas. Ele olha ela com mais atenção na pergunta dela - É, tem gente querendo investir pesado aqui, muita grana, por agora, eu quero que tu continue fazendo o que tu faz de melhor, colocando a galera pra desencavar as bugigangas e ficando suave na sua, quando rolar, se rolar aí sim eu te falo mais, aí tu decide se quer entrar no rolo ou não. - ele dá uma piscadela pra ela, mas não revela mais nada. *** Quando Cala recusa o almoço ele só meneia em positivo e faz um sinal de joinha deixando a mulher seguir o caminho dela. *** Shinji não partilhava da mesma animação da menina, mas ele responde a pergunta dela sem problemas, só não com a mesma animação. - Já to acostumado, difícil dizer se é difícil ou não, e não a gente não tem muitos, difícil achar ou fazer as peças, quem dera todo mundo tivesse um, eu poderia ter mais folgas. - ele sorri no final e faz uma cara boa como se lembrasse de um momento bom, gostoso e tranquilo Na oficina Shinji acena de longe pro homem, com os dedões enfiado nas calças, apoiando as mãos, ele esperava por Keb, sem fazer muita questão de entrar, mas pelo menos havia descoberto uma oficina extra caso precisasse de alguns serviços. Ele espera ela retornar - Cozido de carne com batata - dava pra ouvir ele engolir tinha salivado só de pensar. - Comida de verdade, não porcaria da estrada, coisa que parece que eles não te dão aqui. - ele diz cutucando o ombro magrelo dela. |
- Bastet
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Kebechet - Me ensina?! – perguntou, animada. Talvez as pernas dela nem alcançassem os pedais, mas não era difícil de imaginar que a garota se viraria pra aprender aquilo que queria, se tivesse a oportunidade. Keb encheu o peito, orgulhosa com a possível admiração de Mogo. – Sim! Soldei e dei uma polidinha num porta toda cheia de bala! Ficou bem bão – os dentes levemente amarelados apareceram num sorriso – Valeu pela ajuda, seu mogo. Agora vou lá encher meu bucho. – se despediu, voltando para onde Shinji a esperava, perto da porta. Parecia levemente decepcionada por não ser o seu prato favorito, mas logo deu uma risada quando Shinji cutucou o ombro dela. – Bem, ser pequena garante meu emprego, seu Shinji. Gente grandona igual vocês não cabem debaixo das coisas pra arrumar... Nem conseguem arrumar coisinhas delicadas. – andava ao lado dele, o deixando guiar o caminho - Aquela moça que tava contigo é sua esposa? Pensei que vocês lá da montanha só namorassem entre si, pra manter os olhos puxados igual o seu – era a primeira vez que via um clanista como ele de perto, então tudo era motivo de curiosidade. |
- Ankou
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Shinji - Impossível, ou quase, a não ser que você queira assumir um monte de responsabilidades… - ele responde de maneira decisiva, mas não prossegue como se aquilo fosse conversa pra uma outra hora. - Eu grandão? - ele ri, e a coisa quase se transforma numa gargalhada, ele mal passava de 1,60 de altura, mas ele conseguia entender uma criança achando ele grande demais. A face alegre e descontraída dele se retorce assim que Keb pergunta de Zuri, um olhar de incredulidade pra ela - Puta merda garota, seu pai te largou de mão mesmo - a voz cheia de pena - Ela é sua prima pô! - ele fala exaltado, dá pra sentir a revolta dele na voz, ele respira fundo - Sim, tem gente lá de cima que namora com gente daqui de baixo, ela é minha esposa, um dia Keb tu vai achar uma pessoa que deixa seu mundo colorido, aí vai ser a hora de casar com ela. - ele mantém um tom lúdico e fantasioso, sabia que a vida real era bem mais cruel que aquilo, principalmente no clã, mas ele não precisava dizer isso pra uma criança. |
- Bastet
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Kebechet - Quase, é? – o olhou com aqueles olhos grandes e pidões de criança e sorriu, como se tivesse percebido uma brecha na fala decidida dele. Não insistiu, mas claramente ainda não tinha desistido. Quando Shinji dá uma risada por ser grandão, ela dá de ombros – Qualquer um que é um pouco maior do que eu sou é grande demais. Aí tem de se virar sozinho por aí... Daqui a pouco vai ser minha vez e eu tô com medo e tô empolgada. Faz sentido? – tagarelava, sem as preocupações de um adulto em esconder tanto sobre a própria vida. Franziu o cenho quando ele falou do pai, se preparando pra dar uma resposta malcriada... Mas logo entendeu que ele conhecia Heb... Aparentemente, eram até da mesma família, já que o homem tinha casado com sua prima. – Meu pai tem as coisas dele. Acho que ele não gosta muito que eu não tenha nascido com a coisa também – ela claramente não curtia muito o fato do pai ser anubita. Provavelmente por não entender muito e acreditar no que diziam por aí – Mas ele aparece às vezes. Foi ele que me deu minha motinha, cê precisa ver! Vai ficar ainda mais maneira com as peças que você me deu. Cê é maneiro, seu Shinji, valeu! Sobre o assunto foi pra romance, ela fez uma careta. - Eu não quero namorar. Eca. Vocês adultos são esquisitos, namoram pra ficar lambendo a esposa ou o marido – Ela não era nova o suficiente pra não saber o que os adultos faziam, principalmente tendo a mãe que tinha... Mas não tivera tempo pra arrumar namoricos ainda. |
- Ankou
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Shinji Shinji olha pra ela, nitidamente confuso - Não sei, da onde eu venho se nasce com o destino traçado e tem muito pouco que se pode fazer pra mudar ele. - não existe alegria nele em dizer aquilo, mas um inigualável senso de honra e dever, talvez até uma ponta de orgulho, indiferentemente dá pra sentir o peso sobre os ombros, como se ele tivesse enormes responsabilidades e as aceitasse de bom grado. Ele ouve ela se queixar do pai, mas se mantém em silêncio, ele não entendia nada sobre aquilo, preferia não encher a cabeça da criança com as opiniões dele. - Eu não te dei nada você trabalhou por elas. O que é justo é justo. - É verdade que havia dado uma colher de chá pra ela, mas ela não precisava saber disso. Ele gargalha de maneira sonora quando ela fala sobre romance - Tu vai entender isso, quando for a hora de entender. Ele bate o pé no deck de madeira na entrada do restaurante, as ruas poeirentas de Fez eram terríveis, o lugar luxuoso o bastante pra abarcar os neolíbios locais, Shinji não era nenhum desconhecido lá, ele cumprimenta quaisquer um no caminho dele com muita cerimônia e cordialidade Ele passa por Zuri deixando um beijo no pescoço dela e um abraço no caminho e logo toma um lugar da mesa - Já dá pra sentir o cheirinho. - ele diz feliz com a boca cheia d'água, dá pra ouvir ele engolindo. O semblante tranquilo, ele fica coçando o nariz de leve com um dos dedos, calado um tempo, como se tomasse um respiro do dia corrido. - Zuri, ela disse que quer aprender a lidar com os caminhões, cê acha que ela tá disposta a se sacrificar de verdade por isso? De jurar servidão a uma das famílias? - a pergunta vai pra esposa, mas ele não tira os olhos de Keb. |
- Bravos
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Alguns acenos enquanto Shinji entrava e Zuri já os esperava sentada à uma das mesas. O cheiro da cozinha realmente enchia o lugar e dava para ver um ou outro neolíbio, embora não fossem a maioria. Talvez aquela fosse uma das primeiras vezes que Keb entrava em algo que realmente era considerado um restaurante, invés de uma barraca de comida de rua. Zuri retribui o beijo do marido e escuta-o com atenção. - Os Asashina gostam de ser misteriosos. - Ela responde com uma entonação teatralesca, também olhando para Keb. Depois ri e volta ao marido: - Talvez você possa deixá-la num dos entrepostos para cuidar de algumas coisas menores, sem compromisso... - Afinal, quem vê uma peça dificilmente saberia montar um caminhão e quem cuida da lataria está longe de entender os segredos do motor. - Cala ia ficar satisfeita se o fizesse e quem sabe se não ia ser mais favorável futuramente. Ela é uma mulher indomada. - Disse enquanto acenava para que viessem fazer o pedido. Quando o garçom viesse, pediria de cor aquilo que eles costumavam comer ali. Depois voltaria a falar com Keb: - Querida, você acha que há algo que possamos fazer para ajudar sua mãe? - Aquilo estava fora do planejado? Talvez... Mas era a mãe da filha de Heb, no fim das contas. |
- Bastet
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Kebechet - Isso deve ser um saco. Digo, com todo respeito, seu Shinji, a vida não é fácil e não imagino que seja pra vocês também não... Mas ter um objetivo sem nem ter a possibilidade de escolher... Deve ser mesmo chato – a jovem nem conseguia imaginar isso. Até acreditava que, se isso tivesse acontecido com ela, se tivesse testado positiva no treco dos anubitas, o seu destino fosse menos instável... Mas ela gostava de trilhar o seu caminho, apesar dos pesares. Quanto a ela ter ganhado ou não as peças, Keb apenas sorriu e continuou andando ao lado de Shinji. - Eu acho que não – fez uma careta, quando o homem disse que ela ia entender e quase dá um passo pra trás quando percebe onde estavam entrando. – Seu Shinji, eu acho que eu não... – começou a falar, mas ele já tava lá na frente no restaurante. Keb bateu o pé no tapete também, mas sentia que só estaria limpa o suficiente pra entrar naquele restaurante se rolasse no tapete e depois jogassem água nela. Talvez nem assim. Escondeu as mãos, ainda meio sujas pelo trabalho, nos bolsos e foi até a mesa, parando em pé e olhando para os dois, que conversavam como se aquele tipo de lugar fosse normal pra eles. Ela não se senta, ainda mais quando sente o olhar do casal sobre si, enquanto conversavam sobre seu possível destino. Concordou com a fala de Zuri, sem falar nada... Encolhendo levemente os ombros quando falaram de sua mãe. - Dona Zuri, né? – tinha ouvido o homem a chamar assim – Valeu por oferecer. Minha mãe... Eu acho que ela não quer ajuda – baixou os olhos, sem de fato pedir algo – Eu só não sei como deixar ela segura se eu for com vocês... Ela ainda não tá com aquelas coisas na pele, sabe? Talvez ainda possa ficar boa... |
- Ankou
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Shinji O olhar de Shinji é algo dignificante, honrado - Servir é um privilégio. - até a voz dele parece mudar, como se ele deixasse por um segundo uma máscara cair, mas o semblante sorridente e gentil volta logo em seguida - Estrangeiros nunca entenderiam isso. - não tem maldade nenhuma na voz dele, apenas uma afirmação simples. Ele não continuaria aquela conversa sobre casamento com uma criança, mesmo que ela tivesse idade pra casar, pelo menos dentro do clã. Ele arqueia uma das sobrancelhas e dá um sorriso - Podemos, eles tão sempre precisando de gente, mas não é exatamente o que ela quer… - ele parece impaciente olhando pros lados, tava morrendo de fome, doido pra comida chegar logo, mas ainda assim os ouvidos atentos na esposa - Mulher indomada uy! - ele faz uma cara de gozação junto do remedo - Como você pode ter tanto ciúme da Modi e não ter da Cala? - a voz era gozação pura, junto de um sorriso largo - Não dá pra entender as mulheres. - ele ri, mas não o bastante pra tornar aquilo constrangedor. - Eu sei muito pouco da Cala, conheci ela pelo Mu-za e pelo que falam dela, já busquei alguns carregamentos de sucata que negociaram com ela, mas nunca fui além disso… Ela parece alguém legal de negócios, a gente compra o que ela vende afinal - ele dá de ombros e olha pra Keb - O que cê acha dela? - a pergunta parece inocente, mais inocente do que verdadeiramente era. Quando finalmente Zuri pergunta da mãe da menina dá pra ver Shinji trunfa a cara, ele não parecia satisfeito com aquilo, mas não ficava muito nítido se ele não queria falar sobre a situação ou se simplesmente desaprovava a ajudar a mulher, ainda assim ele não interfere na conversa das duas, ele ouve falar das marcas, o máximo que podiam fazer pela mulher era lhe dar um tiro de misericórdia antes que fosse tarde demais. |
- Bravos
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A mentalidade dos Asashina era de difícil compreensão, ainda mais para Keb que valorizava sua liberdade individual. Quando Shinji fala que seria possível deixá-la no entreposto, Zuri emenda: - Mas já é um início e ela poderá depois decidir se está disposta. - Ela sorria. Sem completar ao que a garota teria que estar disposta, no fim das contas. De certa forma, uma dívida menor de gratidão também era alguma coisa, não era? A conversa se volta para Cala e Zuri revira os olhos no instante que o nome 'Modi' surge na mesa. - Cala é uma mulher incrível, resoluta, decidida e não sai mostrando os peitos por aí. - Eles aguardam Keb dizer o que pensa da sua colega. A comida vem chegando e é servida. O cheiro é agradável e visualmente estava bastante bonita. Algo que para Keb parecia um banquete. Zuri percebe a reação de Shinji, mas não parece se importar. - Querida, nessa altura, sua mãe não tem querer. - Agora ela se virava para Shinji. - Se ela não está com os estigmas, ainda há o que se possa fazer. Com o remédio certo, longe dessa desgraça, ainda há o que possa ser feito. |
- Bastet
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Kebechet Keb ainda estava parada feito um dois de paus, olhando para o casal. Eles discutiam um possível destino pra ela, quase como se ela não tivesse lá... Mas Zuri parecia sempre tentar amaciar as opiniões rígidas sobre o marido. “Servir é um privilégio” fora as palavras dele, Keb realmente não entendia completamente aquilo. Servir, pra ela, era uma necessidade. Uma realidade cada vez mais difícil de aguentar. Era verdade que o fato de servir pra ganhar um mínimo, que mal dava pra encher o bucho, era diferente de servir para aprender e se tornar melhor... Será que era tão bom quanto eles prometiam? - Eu posso ser útil! Não preciso de muita comida pra ficar de pé, durmo bem pouco e aprendo rápido! – falava aquilo como se fossem realmente qualidades importantes no mundo dela. Com a ajuda oferecida à sua mãe, ela se sentiu livre para agarrar as oportunidades. - A Cala? – Keb falou, vendo a comida chegar. O cheiro era maravilhoso, tão bom que fez a barriga dela roncar alto, mesmo que não estivesse com tanta fome como já estivera em alguns momentos – Ela... é... Ela é maneira. Não é sempre que eu encontro ela, mas sempre que encontro ela me oferece alguma coisa... Seja algum trampo, comida, um papo. Cala é legal – os olhos na comida. Só desviou quando ouviu Zuri falar de “peitos de fora”, ficando vermelha e sem graça. Keb tem a expressão agradecida à prima, vendo que ela queria mesmo ajudar. – Nós não podemos pagar pelo remédio, dona Zuri. Nem pela internação... E tem tanta gente na frente do pessoal que faz de graça – ficou realmente sem jeito de falar aquilo – Se vocês conseguirem um lugar... Eu posso trabalhar pra pagar tudinho! Com vocês, onde o seu Shinji falou, onde cê falou... Limpando o caminhão... Não importa! – falou sem parar, com um pouco de esperança. |
- Ankou
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Shinji De início Shinji não se pronuncia, mas balança a cabeça em acordo com a mulher, no momento seguinte ele ri de verdade, a gargalhada xiada do jeito e do ciúme da mulher, o rosto vermelho da risada, ele olha pra Zuri de um jeito que dava pra jurar que no momento seguinte viria algo indecente, ela melhor que ninguém conhecia ele, mas ele se comporta, o lugar e ainda acompanhado de uma criança não o desestimulava o bastante. Ele chama o rapazinho com o pote de barro e a jarra, estende as mãos e as lava, ele aponta pro sujeito com a cabeça olhando pra Keb, ao mesmo tempo ele não entra na conversa, parece satisfeito em ser um observador daquela vez, ele só faz um sinal com a mãe. - Senta aí menina. - não tem pressão na voz, apenas um gesto acolhedor. Quando finalmente ela fala da situação da mãe e de arranjar trabalho - Talvez dê pra arranjar ajuda mais pra frente, não prometo nada agora, mas trabalho tem sim, como disse o entreposto tá sempre precisando de gente, eles decidem em que vão te aproveitar lá, mas a julgar pelo seu trabalho você manda bem na solda, já vou te recomendar pra isso. - Ele coça a face como se coçasse uma barba que ele não tem - Rola adiantar quinhentos pra ela Zuri? Já pode mandar descontarem da nossa cota. - ele olha pra mulher a consultando, algo nada dignamente africano - Comprem umas roupas novas, toma um banho, ajeita esse cabelo, trabalhar pra gente exige disciplina, a oferta é essa, alojamento, comida e quinhentos dinares por mês. - Não era muito ele sabia, mas era melhor do que a vida da maioria daqueles desgraçados em Fez. - Até que enfim! - ele fala parecendo irritado, mais faminto que irritado, ele pega a concha e serve um prato cheio pra Keb da comida fumegando, pra esposa e então finalmente pra ele. Ele come com cuidado pra não fritar a boca e parece muito satisfeito quando a primeira colherada vai pra dentro. |
- Bravos
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Quinhentos dinares. Aquela soma pra Keb parecia algo multimilionário. Quando ela olha para Zuri, a vê piscando para ela. A mulher parecia decidida a ajudar a mãe dela a sair daquela situação de dependência. Keb não saberia dizer se era por um apreço a ela ou a seu pai. - Depois de comermos eu vejo isso, não vai ser um problema. - Ela falava daquele pagamento, obviamente. - Posso ajudar com esse banho de loja também. - Porque claramente Keb não saberia o que fazer com aquele dinheiro todo. E se de repente caísse nas mãos de sua mãe... Talvez não houvesse tratamento que desse jeito. A comida estava boa, estava maravilhosa. A garota sentia seu estômago abraçado por aquela comida. Por algum tempo eles fizeram silêncio enquanto comiam. Uma vez satisfeitos, Zuri voltaria ao tema: - Amanhã nós nos encontramos e fazemos essas compras e eu lhe levo até o entreposto, pode ser?
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a cena aqui tá acabando e daí voltamos aos solos.- Bastet
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Kebechet Keb se senta quando Shinji pede, não se fazendo de rogada em comer, após o homem servir um prato pra ela. O casal chegava a ouvir um “hmmm” a cada colherada. Brood era bom, muito bom... Mas aquilo ali era bom de um jeito diferente, parecia abraçar a barriga. Quando Shinji voltara a falar, a menina quase se engasgou com o valor oferecido. Umas gotinhas do ensopado chegam a sair de sua boca, mas ela se apressa em secar com o guardanapo. Ela olha pra cada um deles, quase incrédula. –É sério isso?... Ele tá falando sério? – estava genuinamente impressionada com o valor oferecido. Perguntou pra ambos, como que pra confirmar mesmo que aquilo estava acontecendo. – Eu faço! Eu corto o cabelo... coloco roupa bonita, claro, claro! – fala, apressada. Parecia que podia se levantar a qualquer momento e sair correndo, de tão agitada que ficou. Ao ouvir o convite de Zuri, ela assentiu. - Sim senhora, obrigada – assentiu algumas vezes – é só me dizer o lugar que vou estar lá! --- Quando se despedissem, os dois veriam a menina saindo bem comportada... Mas, após alguma distância, veriam ela pulando de felicidade. |
- Bravos
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- Cala a boca! - Dizia o apocalíptico que tremia. Os algozes ameaçavam avançar ainda assim. Estavam eles dispostos a 'desperdiçar' a vida daquelas duas? Cada passo dado adiante pelos algozes, era um passo atrás pelos apocalípticos. O que segurava Zuri pareceu cansar de medir forças: - COÉ SEUS FILHOS DA PUTA, NÃO TÃO ESCUTANDO? EU VOU PASSAR ESSA MULHER NA FACA. - Keb consegue ver o semblante da esposa de Shinji se contorcer como que segurando um grito, dentes travados. Foi então que um grito chamou atenção de todos. Saído do mais improvável beco, o mercador Asashina se aproximava com uma arma em riste, apontada nitidamente para o homem que segurava Zuri. Olhares eram trocados no grupo apocalíptico. Eles não demoraram a perceber que a aproximação de Shinji não era a única. - Você sabe o que eles fizeram? Mataram Boudiaf! Isso não ficará impune. - Boudiaf, é claro, era respeitado e querido não só pelos neolíbios. - Esses covardes apunhalam atrás das costas, usam mulheres e crianças de refém. Eles não merecem nem serem africanos. - O outro homem cospe no chão, em clara reprovação e provocação. Os apocalípticos nem se mexiam, embora ainda tivessem as facas bem próximas às gargantas de Keb e Zuri. Um deles, uma voz no meio do grupo, arrisca: - Que acuse então o falcão de Fez e resolva isso com um combate ritual! |
- Ankou
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Shinji Shinji se mantém frio, mas a verdade era que a mão coçava pra crivar de bala o filho da puta que segurava Zuri, ele alterna o olhar pra Keb, não era afeiçoado a ela, mas ainda era só uma criança, aqueles caras eram definitivamente covardes, se perguntou por um instante se era aquele tipo de “soldado” que Modi tinha a disposição, eles pareciam fracos e pouco obstinados. As acusações do algoz só confirmavam o que eles já tinha percebido, por outro lado os leões queriam vingança, ele escuta a sugestão do apocalíptico acuado e não contem o sorriso, um estalo vinha a mente, era tudo que Modi queria, ver o cara se ferrar, Shinji nem se importaria de abrir caminho pra ela naquele aspecto. - Taí um duelo que eu queria ver, o melhor dos algozes contra o melhor dos apocalípticos, não dá pra arregar de um desafio desses - ele olha pro algoz mais a frente e apela pro brio dele - se for pra botar a culpa em alguém que seja o responsável dos caras. - ele diz dando força a ideia. - Cê sabe que vocês vão trucidar o cara né? Aí sua vingança vai estar completa, Boudiaff não ia ficar feliz com uma vingança em cima de um soldado raso… - desdenhava do sujeito. Ele não dá muito tempo de resposta, o olhar fica vago a cabeça pendida pro lado de Nagase - Se vocês tiverem um tiro limpo na cabeça e os leões recusarem a oferta, derrubem os dois vagabundos. - dá pra jurar que ele falava com o companheiro no dialeto deles, mas os dois clanistas sabiam que o recado eram pros atiradores na posição alta. Ele parecia calmo, mas ele respira fundo e coloca um sorriso branco e aberto no rosto. - Duelo? - alterna o olhar entre o algoz e o apocalíptico. |
