Sombras Rastejantes

Johan e Kira então partem em viagem, conseguem chegar na Itália, mais precisamente em Roma, agora os dois estão em uma espécie de  restaurante ao ar livre, em volta havia estátuas de bichinhos diversos, como se fossem clientes do estabelecimento, as estátuas eram muito bem cuidadas e enfeitavam o local, Johan e Kira pediram bebidas, no qual Johan acaba de se levantar e ir buscar para os dois, sentada Kira observa algumas pessoas passarem para lá e para cá, vivendo suas vidas, e cuidando de seus afazeres, alguns padres e monges passam pela rua com suas vestimentas pomposas, há uma loja de antiguidades do outro lado da rua, da qual Kira observa, ficou tão entretida que uma garota se aproximou dela, foi tão furtiva que Kira quase tomou um susto quando se apresentou:

- Com licença senhorita! Eu sou uma simples e humilde vendedora de flores, gostaria de levar uma dessas para casa? elas são muito belas e com certeza combinarão com qualquer ambiente que queira enfeitar. o preço é muito em conta... - A menina da um sorriso belo e saudável com alegria.

Vendedora de flores:

Ao olhar de relance, Kira nota que Johan ainda estava no balcão esperando seu pedido e efetuando o pagamento, ainda estavam longe de cumprir sua missão, tinham de ir de trem para o sul e depois pegar uma embarcação que levaria a Sicília.

Restaurante ao ar livre:

Johan apenas sente uma energia cósmica calma, porém extremamente sinistra, era algo que nunca sentira antes, se assemelhava a de seu Lord Poseidon, mas diferia em muito do jeito, enquanto a energia do deus era como um oceano infinito, egoísta e tempestuoso a energia que sentiu era fria e sinistra, por alguns segundos ficou paralisado, a energia cósmica desaparecia aos poucos, quando uma voz feminina interrompeu seu transe:

- Moço está aqui seu pedido! O senhor está bem?

A garota das flores então responde:

-Obrigado! Meu nome é Aerith, eu apenas moro nos bairros mais pobres, então não tenho muito o que dizer daqui da cidade grande, apenas que existem muitos estrangeiros e visitantes neste local, é por isso que eu escolhi este lugar para vender minhas flores, eu e minha irmã as cultivamos, mas agora o trabalho grosso fica a meu cargo, visto que minha irmã está fora em outro trabalho, ah mas desculpa estou falando demais, desculpa não ajudar com os pontos turísticos, mas acredito que deva visitar o antigo Coliseu de Roma, obrigado por comprar, vou levar a flor para o casal... - Ela então se despede com um sorriso. Depois de entregar a flor para o casal, ela atravessa a rua e lá estava esperando um rapaz com cabelos prateados, ela pegou seu braço e os dois saíram dali.

O Casal Johan e Kira também não conseguiram mais nada mais de informação acerca do cosmo que o flautista sentiu, então saíram em direção a estação de trem, viajaram até o sul, depois pegaram uma embarcação, dela atracaram em um porto e novamente outra estação de trem até o local mais próximo da academia secreta.

A estação destino da dupla estava bem vazia, era um local deserto, estação humilde e atrás uma grande floresta, segundo as informações do pergaminho a academia estava disfarçada de uma catedral, e estava dentro daquela floresta, ao sair da estação viram um caminho, uma trilha para dentro da floresta.

Algumas estátuas religiosas de tamanho pequeno ornavam o chão, e algumas até existiam no caminho da trilha, os dois não eram obrigados a seguir aquele caminho, mas não existia um mapa para achar a catedral, apenas dizia que era seguindo o norte da região.

Testes:

A dupla trilha o caminho da floresta, ao passar pelas estátuas religiosas, eles deixam de notar que as estátuas eram captores de imagem, Kira por sorte conseguiu andar por trás delas, mas Johan acionou a imagem. A dupla sem perceber continuou a andar, tentando ser o menos suspeito possível, sem saber que alguém já os observava de alguma forma, conversando sobre assuntos triviais e tentando ser os mais discretos possíveis.

Então eles encontram uma escadaria na floresta, escada esta que tinha ornamentos orientais, a escadaria era bastante longa, subia a montanha na região florestal que estavam, um homem estava parado no primeiro lance de escada.

Vigilante:

- Alto lá senhores, sou um vigilante deste local, e aqui não é local para turismo, sinto muito, mas peço que deem meia-volta por favor. Aqui é propriedade particular.

Johan nota que além deste homem, existe mais dois escondidos na floresta, um do lado esquerdo da trilha, outro do lado direito, Kira apenas nota que existe um do lado esquerdo escondido, parece que a informação do espião era de fato verdadeira, pois se estavam guardando havia algo aqui, mas não havia tanta precisão nas informações que a dupla recebeu.

O Vigilante escuta a garota, fica um pouco sem jeito, olha para os lados, depois limpa a garganta olha para Johan e diz:

- Olha gente, eu peço desculpas, mas não tem como falar com o proprietário, como você diz, a frente é uma catedral, não aberta a visitantes, teria que fazer uma prece ou oração para falar com o "proprietário" da Catedral entende? Se você está com a sensação de estar sendo seguida, pode ser os outros vigilantes daqui, ou algum animal da floresta, não tem muitos, mas existem, se voltarem pela trilha acharão a estação de trem não é muito longe, eu sinto muito mas terão de ir. Se quiserem eu posso arranjar uma escolta até a estação de trem. É o mínimo que posso fazer por vocês. Sei que querem falar com quem administra o local, como disse é uma propriedade particular, mas sua faculdade vai ter de entender que um local como esse no meio do nada deve ser protegido.

Os argumentos da garota foram até convincentes, mas o vigilante estava incomodado com algo que ele não conseguia explicar, talvez sua intuição o avisava do perigo, então o mesmo não saiu de sua posição, não baixou a guarda e não cedeu as investidas da garota cansada, em volta os pássaros cantavam, e um farfalhar nos topos das árvores revelou um pássaro negro, um pouco maior que uma pomba testemunhando a cena dos humanos.

Johan se concentra no meio do matagal para pressentir se alguém estava por perto, fechou os olhos e ampliou os seus sentidos, as presenças desapareceram, não conseguia sentir as presenças dos guardas que estavam na escadaria, nem aquela sinistra de quando estavam em Roma, esta última já não sentia faz tempo, apenas uma brisa tocava o rosto de Johan, o barulho de pássaros cessou, Johan tinha se afastado uns 40 metros de Kira, sem temer algo na floresta visto que estavam perto da estação. O barulho do trem chegando não o incomodou, ele abriu os olhos e em cima de uma árvore ele avistou alguém.

Era um rapaz jovem, por volta dos 20 anos, seus cabelos negros e longos, ultrapassavam a cintura facilmente, ele comia uma maçã e o barulho da mordida foi abafado pelo do trem, o jovem olhou para Johan com olhar maldoso e penetrante, usava uma roupa justa e vermelha, seu calçado era de couro e estava um pouco sujo. Johan não o havia notado, isso era o mais interessante.

- Olá! Estava brincando com as crianças e acabei vendo vocês dois aqui na floresta, não deviam vir para cá, é perigoso, pegue o trem de volta e volte a civilização, você quer? – Apontou-lhe a maçã que já estava mordida até a metade. Quando a ofereceu o músico sentiu seu cosmo, era pesado, e existia uma confusão nele, parecia querer proteger, mas ao mesmo tempo era sedento de sangue, o rapaz parecia inofensivo, mas o cosmo era bem agressivo, o peso do cosmo dele era real, Johan sentiu como se a terra o puxasse para baixo.

Kira estava com as coisas do piquenique, cesta de frutas e alguns outros alimentos, uma flor estava de canto no pano estendido, bem na beirada da toalha na verdade, as presenças que sentira antes já não existiam mais, não mais vigilantes e corvos, apenas o aroma da flor no chão, era impressionante como seu perfume era contagiante. Johan havia entrado na mata, ainda não voltara, o barulho do trem chegando perto da estação abafou qualquer som de insetos e tudo que havia na mata.

Kira liga para um antigo conhecido na faculdade, o reitor de sua antiga faculdade, eles já não conversam a algum tempo, a garota joga seu charme, primeiro tocando em assuntos triviais depois chegando ao ponto:

- Uma escola na Sicília? Hum... Vou ter de verificar, sabe que é uma boa distância daqui onde estudou, parece que você realmente decidiu seguir a carreira, até está viajando bastante, hahahaha, eu posso verificar pra você Kira, tenho de achar contatos, isso pode demorar um pouco, se você está aí na Sicília agora pode ser que eu lhe atrapalhe de alguma maneira, a menos que for ficar aí um tempo, bem eu posso tentar, mas não é garantia que eu consiga, tudo bem? Vou fazer meu possível.

O lugar onde Kira e Johan estavam, não tinha muitas informações, seria uma tarefa e tanto para seu antigo conhecido, tarefa que poderia demorar, achar algo acerca da Academia, pouquíssimas informações os espiões deram e já deu pra saber o porque, o local era bem vigiado.. O dia ia se acabando a medida que os dois ficavam ali, agora já estava no período da tarde, por volta das 16 horas do horário local, e já fazia um dia que a dupla tinha deixado o templo submarino.