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[!ON!] Kebechet

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Mensagem nº21

Re: [!ON!] Kebechet

Mensagem por Bastet Dom Jun 13, 2021 10:48 am

Kebechet

Keb fecha a porta novamente, ao ouvir tiros, sentindo o coração pular dentro do peito. Não gostava nadinha daquilo... Como se a confusão já não fosse o bastante, ouviu um homem falando que tinham matado Boudiaf. – Oh droga – falou pra si mesma, usando o corpo pra manter a porta fechada, mesmo que ninguém estivesse tentando entrar ainda.

- Moça, tem tranca? – perguntou para a atendente, não querendo gritar por Zuri, como se qualquer barulho pudesse chamar atenção. Se a mulher afirmasse, deixaria ela trancar a porta, caso não, tentaria puxar uma cadeira pra travar a porta e correria até a sala onde Zuri tava.

- Dona Zuri, precisamos sair daqui. Mataram Boudiaf, não demora atacarem tudo aqui – falava, meio afobada, claramente com medo. Abriu a porta, fazendo uma careta ao ver a roupa de Zuri. Pela primeira vez, a roupa bonita não traria coisas boas... Só deixava ela com a pinta Neolíbia que não devia ter naquele momento. – Dona Zuri, espera, tira a roupa. - Keb fechou a porta atrás de si, avaliando como fazer aquela roupa parecer menos chique. Virou ela do avesso e começou a amarrar de um jeito meio esquisito, pra ficar feio. Tirou a touquinha que usava no cabelo, subindo num banquinho.

- O bordel onde vivo com minha mãe é aqui perto... É mais seguro que ficar aqui no mercado, eu acho – colocou a touquinha no cabelo dela, tentando esconder os fios bonitos – Eu não tenho arma se alguma coisa acontecer... É melhor a gente tentar correr sem chamar atenção. Seu Shinji não tá aqui por perto, né?

---

Caso desse tudo certo e Zuri concordasse em sair, Keb começaria a andar em direção à porta, tirando a cadeira para saírem, espiando por uma frestinha, pra ver se o caminho tava livre, antes de sair.

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Mensagem nº22

Re: [!ON!] Kebechet

Mensagem por Bravos Seg Jun 14, 2021 10:53 pm

Kebechet
@Bastet

A atendente se adiantou em pegar as chaves para fechar a porta. Keb foi até o provador, de onde Zuri já havia saído. As palavras da menina saem e a mulher ergue uma das sobrancelhas. - O quê?! Boudiaf?! As duas entraram na pequena sala de novo e meio atônita, Zuri deixou a menina fazer o que propunha. No fim do improviso, ela parecia ter realmente menos brilho e se aparentar mais a uma pessoa 'comum'. - Você conseguiu estragar a beleza da roupa. - Ela disse quase se divertindo. - Não, na verdade ele deve está muito ocupado. - Ela sabia que os interrogatórios poderiam durar horas a fio.

As duas voltavam ao salão. - Acho que um bordel é o último lugar que devemos ir. Se for o que penso, o conflito maior estará lá. - Não tinha certeza se a menina gostaria de salvar também sua mãe, mas a verdade é que não era uma boa idéia. - Se afastar do centro do mercado talvez seja a melhor opção, de qualquer forma. - As duas logo estavam diante da porta, espiando para ver se poderiam sair.

Elas ganharam as ruas instantes depois. Keb ia à frente, como que liderando a dupla. Zuri ia em seguida, mas claramente ela não era versada em se mover rápido e sem chamar atenção. Por mais que ela se encurvasse um pouco e tentasse dar passos rápidos, ela só parecia desajeitada tentando aquilo.

A dupla alcançou a terceira rua quando dobrou uma esquina e se depararam com um grupo apocalíptico. - Ow! Tem uma mulher e uma guria aqui! - Aquelas palavras soaram desesperadas aos ouvidos de Keb, como se eles tivessem encontrado uma oportunidade.

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Mensagem nº23

Re: [!ON!] Kebechet

Mensagem por Bastet Sáb Jun 19, 2021 2:28 pm

Kebechet

Keb assentiu quando ela perguntou sobre Boudiaf – Acho que vai dar muito ruim... – completou, começando a “estragar” a roupa dela e rindo quando ela comentou aquilo – Como alfaiate eu sou ótima Mouse, Dona Zuri – ficou satisfeita com o “trabalho”, começando a sair com a mulher.

Soltou um palavrão baixinho quando Zuri comentou que Shinji estava longe... Mas o rosto mudou mesmo quando ela comentou que o bordel era um local perigoso. – Vamo arrumar um local seguro pra senhora, eu depois preciso ir ver se minha mãe tá bem – sabia que não era a escolha mais sensata, mas não podia deixar a mãe sozinha no meio daquela confusão.

Segurou a mão da mulher, enquanto caminhavam pela rua. A oficina onde estava a sua motinha devia servir. Não era ali no mercado e era caminho pro bordel. O sucateiro que comandava ela era relativamente amigo da menina, pois ela trocava serviços mais chatos pela segurança de não deixar a motinha na rua. Estava guiando pra lá, quando viraram a esquina e viram um grupo apocalíptico. Keb começou a andar pra trás, forçando Zuri a fazer o mesmo.

- A gente não tem nada... Só tava levando minha mãe dessa confusão – Zuri talvez fosse nova demais pra ser mãe da menina, mas não era incomum mulheres terem filhos cedo – Por favor... – Keb não deixaria eles se aproximarem, se tivesse escolha, tentando acertar um deles com o cabide (caso isso acontecesse). Continuava andando pra trás, tentando voltar de onde vieram, pra evitar que ficassem cercadas, sem possibilidade de correr.

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Mensagem nº24

Re: [!ON!] Kebechet

Mensagem por Bravos Sáb Jun 26, 2021 9:10 am

Kebechet
@Bastet

- Calada, menina! - Um dos homens esbravejou, logo eles estavam se precipitando em cima das duas. Keb golpeava com seu cabide, mas os apocalípticos não pareciam se importar tanto com aqueles golpes. Instantes depois estavam as duas dominadas. Eles as seguravam de costas para si, praticamente usando-as como escudo. Lâminas muito afiadas desnecessariamente próximas da garganta. - Não tentem gracinhas que vai ser pior. - O homem dizia quase em transe. Os apocalípticos se colocavam por trás dos dois que seguravam Keb e Zuri.

Zuri ainda teve a presença de espírito de sussurrar para Keb: - Calma, nós vamos dar um jeito. - Mas era evidente que ela também tinha medo. As coisas só se esclareceram quando um grupo de algozes apareceu virando a rua. Eles pareciam estar perseguindo o grupo apocalíptico. - Se vocês derem mais um passo a gente passa na faca essa duas aqui.

- Seus covardes imundos! Não servem sequer para uma luta justa, vão ter que se esconder detrás de uma garota e uma mulher? - Recrutou um algoz. Eles começavam a discutir.

Dependendo do que for fazer, peço um teste adequado

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Mensagem nº25

Re: [!ON!] Kebechet

Mensagem por Bastet Sex Jul 02, 2021 12:52 pm

Kebechet

Keb se encolheu com o xingo que levou do homem e tentou puxar Zuri pra correr, quando eles vieram pra cima delas... Mas de nada adiantou. Logo as duas estavam dominadas pelos homens, sendo usadas de escudo contra algo que a menina ainda não tinha visto. Ela tentou se soltar, lutando contra a mão que a prendia, mas ao sentir a faca em seu pescoço ela congelou. As palavras de Zuri não conseguiram a tranquilizar.

Logo viram os algozes se aproximando e entendeu o motivo de estarem na frente dos homens. – Ô moço, eu sou pequena... Nem vou te proteger de nada, deixa a gente ir, por favor... Não! – estremeceu com a possibilidade da faca entrar em sua pele. Tentou se soltar de novo, sem sucesso, mas as lágrimas já desciam em seu rosto.

Olhou pra Zuri... Mas logo outro barulho chamou atenção. Caminhões, ainda longe.

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Mensagem nº26

Re: [!ON!] Kebechet

Mensagem por Bravos Qua Ago 11, 2021 10:10 pm

Kebechet
@Bastet

Keb caminhou pelas ruas conhecidas, mas que agora estavam tão reviradas que pareciam objetivamente outras. Mas ao chegar no local onde a mãe vivia, percebeu que era uma constante zona de guerra, pois ele parecia tão destruído e desmantelado quanto as ruas agora. Não ouviu sons nem movimentação lá dentro. A menina entrou no lugar com o coração palpitante. Teria chegado tarde? A mãe teria fugido?

Dentro era mal iluminado e havia camas e improvisações de cama por toda parte. Tentou ver algo, nada. Tentou escutar. Um respirar pesado e uma tosse carregada. Ela conhecia aquele som. Era o som da sépsis se depositando nas vias aéreas dos viciados em brasa. Ela corre. A mãe pela metade debaixo de uma cama, os olhos distantes como entorpecidos. O que pelo menos queria dizer que não era brasa, mas ainda assim... - Filha... Foi todo mundo embora...

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Mensagem nº27

Re: [!ON!] Kebechet

Mensagem por Bastet Dom Ago 15, 2021 4:18 pm

Kebechet

Keb tentava não chamar atenção enquanto andava, com receio de virar alvo novamente. Sentia aquele medo, que ainda não tinha se esvaído completamente do corpo, se transformar em um novo: se tinham feito tudo aquilo nas ruas, o que poderiam ter feito no bordel? Zuri tinha avisado que lá era o pior local para se estar naquele momento, afinal...

Quando chegou na porta, precisou forçar o pé para dar mais um passo. Tinha medo do que podia encontrar lá dentro. Puxou a gola da blusa para funcionar como uma espécie de máscara, cobrindo boca e nariz... A mãe não era a única viciada ali... E, naquele mundo, não dava pra saber quando um ambiente podia se tornar perigoso. Quando ouviu a mãe, correu, se abaixando, tentando ver se ela tava machucada.

- Mãe... Mãe... Você tá bem? O que aconteceu aqui? – tentava a puxar de debaixo da cama, pra ver se estava ferida. Não parecia estar sob efeito de brasa, mas será que conseguia andar, embriagada daquele jeito? – Vamo, cê consegue ficar em pé? Nós também vamos embora daqui... Vou te levar pra um local seguro... – enquanto falava e tentava ajudar a mulher se levantar, olhava em volta, procurando uma possível ameaça.

Kebechet
@Bastet

- Foi o primeiro lugar cátacaram, mazéu me escondi... - Disse com a voz embolada. Keb puxa a mãe e vê que ela está íntegra, apesar de suja. Mas aquela sujeira sequer era de hoje e a menina infelizmente sabia disso. Seus olhos caçavam ameaças quase involuntariamente, mas parecia que, seja lá o que aconteceu por ali, já havia passado. O local estava revirado e não tinha aparentemente mais ninguém. Keb pergunta se ela consegue se levantar e ouve como resposta apenas um gemido de criança birrenta. A pequena sucateira começa o trabalho de convencer a mãe a cooperar, que tantas vezes ela já tinha feito, e por isso, sabia o que tinha que dizer e como. Se ela estava realmente boa nisso ou se a mãe pressentia o perigo que claramente ela não estava entendendo, não soube, mas alguns minutos depois elas estavam saindo pelos fundos do prostíbulo.

Depois o trabalho era atravessar o mercado de Fez para ir até a saída sul, como Zuri lhe havia orientado. Keb sabia se mover ali e, sendo sua mãe menos vistosa que Zuri, a coisa parecia mais simples. Atravessou incontáveis ruelas e algumas vezes passou por fendas em muros. Chegando próximo à saída da cidade, havia vários algozes circulando pelo local. Eles pareciam não permitir a saída de ninguém da cidade. Entre eles, Keb viu um chingling, provavelmente aquele que Zuri disse que estaria.

Kebechet

Keb ficou aliviada quando conseguiu fazer a mãe se levantar. Procurou no meio das coisas reviradas o baú onde elas guardavam as roupas, enfiando num saco algumas peças menos sujas ou rasgadas... Apesar de a criança agora ter ganhado roupas para o trabalho, não sabia como seria a vida da mãe... Era melhor garantir.

Segurando a mão dela, a guiou por caminhos apertados e confusos, mas que a garota conhecia. Tudo bem que a cidade parecia estar de cabeça pra baixo, mas ainda sim conseguira se orientar. Quando viu os algozes, tomou mais cuidado ainda. As duas eram simples o suficiente para não chamar atenção... Mas a sucateira tentou passar longe dos soldados, por trás de pessoas que estavam na rua ou objetos caídos...Até chegar no cara que lembrava Shinji pelos olhinhos puxados.

Caso conseguisse, sem intervenção dos algozes, cutucaria ele.

- Oi, sou a Kebechet. A dona Zuri pediu pra você esperar eu e minha mãe...Certo? – torcia pra ser o cara certo.

Kebechet
@Bastet

O homem olha para as duas um pouco surpreso. Keb não saberia dizer se era por ter sido cutucado por uma garota, se pela sua mãe ou pelos dois motivos. - Sim, vamos, não temos tempo a perder. - Seu tom de voz é duro e militar. O pequeno grupo começa a se mover imediatamente e o homem praticamente não fala mais nada até chegarem num veículo mais simples que os caminhões que Keb conhecia melhor, mas ainda assim, fechado como um deles.

- Quem é esse homem, Kebechet? - Questionou a mãe num súbito lampejo de sobriedade. - Você não...?! - Ela parece sugerir algo que não termina de falar. O homem parece não ter disposição para hesitações. - Subam, andem. - O caminho até o entreposto é silencioso por parte do homem Asashina. Enquanto eles vão se afastando de Fez e vão subindo a montanha, Keb pode ver as colunas de fumaça que se erguiam da cidade. A coisa parecia ser maior do que ela foi capaz de notar.

Quando chegaram, uma senhora já idosa os esperavam. - Deixe, eu acompanho elas. - Disse para o homem que conduziu o veículo até ali. Ele libera a porta para que a pequena sucateira e a mãe saiam. - Eu vou cuidar de vocês esses dias, meu nome é Miyo. Vamos ficar ali. - Ela aponta uma casinha de tons verdes alguns metros à frente. Ao entrarem, as duas notam vários calçados enfileirados num pequeno saguão de entrada. - Tirem os sapatos. - A mãe de Keb foi começar um protesto que morreu ao olhar para a garota. A velha olhava para ela com um semblante inundado em paciência. - Como é seu nome? - Ela não respondeu. Os olhos de Miyo se voltaram para Keb.

Em seguida ela conduziu a mãe de Keb para uma sala ao fundo do corredor, havia uma banheira alta. - Tome banho, há roupas aqui ao lado. Vamos lhe esperar ali fora. - Ambas a deixaram. Após fechar a porta, Miyo vestiu um pedaço de pano cobrindo seu nariz e sua boca. Deu um pano semelhante para a pequena sucateira. - Ponha isso, use enquanto estiver aqui. A senhora Takahashi quer que iniciemos o tratamento de sua mãe.

Kebechet

Keb não hesita, segurando a mão da mãe mais forte e a puxando para seguir o homem. Os olhos curiosos da garota se demoraram alguns instantes no veículo, mas logo foi puxada de volta para a realidade com as palavras da mãe. De começo nem entendeu o que ela quis dizer, fazendo uma careta... Que se tornou uma expressão de espanto quando percebeu. Sabia como muitas moças conseguiam as coisas lá no prostíbulo, inclusive a mãe. Negou, ficando vermelha.

- Não, mãe! Só entra, vamos, escuta o moço – empurrou ela pra entrar e não correr risco da mulher chamar mais atenção do que era necessário e entrou em seguida. – Mãe, lembra que te falei que um casal tinha me arrumado um trampo legal no entreposto dos clanistas perto da divisa? Esse moço trabalha pra aquele casal, eu tava lá no centro comercial com a Dona Zuri quando tudo isso aconteceu. – tentava explicar, pra tranquilizar a mãe.

Em determinada parte da viagem, ela se inclinou, no vão entre os bancos da frente, pra olhar a estrada, mas não a ponto de atrapalhar o homem a dirigir.

- Eu sou a Kebechet. Keb... Obrigada por nos ajudar – falou com o homem, mesmo ele estando emburrado – Você também mora lá no alto da montanha? A vista de lá é bonita? – parecia apenas faladora e curiosa.

---

Quando chegaram no destino, se surpreendeu. Zuri tinha arrumado alguém pra cuidar delas muito rápido. – Obrigada – disse ao homem e saiu com a mãe. – Oi, dona Miyo. Eu sou a Kebechet, pode me chamar de Keb. Minha mãe é a Dalji – se a senhorinha conhecesse um pouco sobre a cultura, perceberia quão irônico era o nome da mãe da jovem, que significava “moça que caminha graciosamente”... Enquanto a mulher parecia cambalear sem rumo. Observava o lugar, com arquitetura diferente – Por que tirar os sapatos? – parecia confusa, mas obedeceria, ajudando a mãe a tirar os dela, mesmo que ela protestasse, e depois os seus.

Depois de deixar Dalji no banheiro, Keb pegou o pano, prendendo em volta do rosto. – Sim, senhora. Obrigada por nos ajudar. Se precisar de algo, pode me pedir! – suspirou – Como é o tratamento? Funciona mesmo? Vi poucas pessoas saírem... disso...
.

Kebechet
@Bastet

A mãe parece lhe lançar um olhar julgador, como se estivesse em posição de poder julgá-la. - Sei... - Keb vê o Asashina mover os olhos, mas não falar nada. A viagem segue silenciosa até a própria menina quebrar o silêncio. - Inaba. Passo a maior parte do tempo no entreposto, mas sim, a vista é muito bonita. - Ele não fala mais nada e se limita a responder o que Keb pergunta.

* * *

- Para não entrar sujeira da rua, queremos que as pessoas aqui fiquem boas e não mais doentes. - Respondeu a velha com uma resposta tão perfeita que parecia já ter sido respondida milhares de vezes.

Do lado de fora, esperando Dalji se banhar, Miyo-san respondia a garota. - O quanto antes iniciar o tratamento melhor... Há um momento que não adianta mais fazer nada. Nesses casos as pessoas são apenas sépsis e mais nada humanas. Talvez dure algumas semanas. O mais difícil vai ser lidar com a abstinência. Mas vamos lidar com isso também. - A velha sorri com certa melancolia para Keb. - Você precisa descansar também. Vou preparar sua cama no quarto ao lado. Tome um banho também. Aqui vocês estão seguras. - Miyo não espera muito mais e se levanta, indo preparar a cama como havia dito.

[quote] Anote 6 PE What a Face

próxima cena será Keb se aventurando no entreposto, o que você quer explorar lá dentro?

Kebechet

Keb apenas lança um olhar repreensivo pra mãe, não gostando que pensasse daquela forma dela. A verdade é que não faltaram oportunidades como aquelas que a mãe tava imaginando, vivendo no prostíbulo com ela, mas Keb nunca aceitou... Não só por achar nojento ficar passando a língua dentro da boca de outra pessoa, mas também por ter um exemplo vivo de como as coisas podiam acabar.

Quando o Asashina respondeu, ela ficou surpresa. Ele parecia bravo. – Oh, eu também vou trabalhar lá no entreposto. Na oficina, eu acho. Ou onde quiserem me enfiar, na real – qualquer trabalho era trabalho... Mas, se ela pudesse escolher, seria na oficina – Você é guarda de lá? Conhece o pessoal que mexe com os carros? Os Ca-mi-nhões? – a ultima palavra tinha tanta empolgação que saiu até pausada. Possivelmente continuaria com as perguntas bobinhas assim, era a curiosidade juvenil.

--

A menina não contestou, obedecendo sobre os sapatos. Parecia um pouco preocupada em deixar a mãe sozinha no banheiro, mas acreditou na experiência de Miyo-san sobre aquilo. – Sim, senhora. A Dona Zuri foi boa demais comigo permitindo que eu trouxesse ela pra cá. Não vou poupar esforços pra que ela melhore – keb olha pra porta do banheiro e assente – Obrigada. – keb faz uma mesura pra mulher, indo se limpar, com atenção às unhas e ao cabelo, como Zuri tinha ensinado.

---

A jovem dormiu mais do que gostaria. Não se lembrava de quando tinha dormido tão bem, apesar da tensão nos ombros a machucar nos primeiros movimentos. Quando levantou, se vestiu e saiu do quarto que Miyo-san tinha preparado, indo conferir a mãe que também descansava e pedindo permissão pra explorar o local, já que ainda não tinha sido colocada no trabalho.

Queria ver a tal oficina maneira.

Kebechet
@Bastet

Quando Keb se ergueu havia um cheiro cítrico no ar. O corpo dolorido depois de tudo que havia passado no centro de Fez e os puxões e empurrões dos apocalípticos, por outro lado ele parecia descansado de verdade depois de muito, muito tempo. A cama onde havia dormido não era exatamente macia, mas havia uma tranquilidade que lhe era bem pouco habitual. Saindo do quarto e seguindo o odor agradável, ela encontrou Miyo-san que já servia um chá em canecas muito mais delicadas do que aquelas que ela estava acostumada. - Sua mãe ainda dorme, preferi dar mais tempo a ela. - Ela disse sem nem sequer se virar.

Havia duas tigelas redondas, uma com arroz e outra com uma sopa de legumes, dispostas para ela. - Então ainda não sabe onde vão lhe colocar para trabalhar? Sendo uma sucateira, acredito que vão lhe querer na oficina. Ela fica mais no fim da via, não queremos graxa, fumaça nem barulho por aqui. - Ela diz para Keb enquanto ela toma o desjejum. - Procure Mashai, diga quem é e veja o que ele lhe manda fazer.

Ela nem acreditava enquanto calçava os sapatos para seguir na via e chegar até a oficina. Parecia que as coisas iriam finalmente se arranjar? A caminhada pareceu longa, embora o entreposto fosse bem menor do que o centro de Fez, por exemplo. Havia um dos caminhões parado lá dentro. A menina deu a volta nele e não viu ninguém. Até que ouviu um som conhecido de solda. Foi de encontro ao chão para ver um homem com uma espécie de capacete soldando por baixo do chassi.

Kebechet

A menina seguiu o cheiro gostoso e Miyu-san poderia ver os olhinhos dela brilharem com a comida. Apesar de nos últimos dias ela estar comendo bem, não era um costume para Keb. Se sentou na frente da mulher, procurando os talheres pra comer, mas não se fazendo de rogada quando não achou, segurando a cumbuquinha e tomando um pouco da sopa. O gosto era diferente... Mas muito gostoso. – Sim senhora. Ela não acorda bem humorada, Miyo-san. Melhor deixar acordar sozinha mesmo – deu uma risadinha, mas era verdade – Hmm isso é bom. Mas...Como eu como o arroz? – parecia confusa.

Negou quando a senhora perguntou sobre ela não saber onde a colocariam. Pareceu animada ao ouvir que talvez ficasse na oficina – Espero que siim! – ficou agitada quando Miyo falou pra ela procurar o tal de Mashai, virando o restinho da sopa de uma vez. – Sim senhora! Obrigada pela refeição. Mashai... Tá bom! – já se levantava, pegando as tigelas e levando até a cozinha. Quando voltou, parou o passo apertado - Posso ficar com os sapatos lá fora? – pergunta honesta. Não era uma dinâmica comum para a jovem sucateira.

---

Aproveitou cada momento da caminhada, olhando em volta, conhecendo os caminhos. Quando chegou na oficina, procurou o tal Mashai... Não encontrou... Mas o som conhecido a fez se abaixar e ver o homem.

Esperou ele desligar a solda, pra n correr riscos dele se queimar e falou – Oi! O senhor é o Mashai? A dona Miyo-san me mandou aqui procurar o senhor... Estou aguardando uma indicação de onde vou trabalhar. Ah, eu sou a Kebechet, sucateira... – falava sem parar, agachada e olhando o homem.

Kebechet
@Bastet

Miyo lhe deu um par de hashis e lhe mostrou rapidamente como utilizá-los. Ela pergunta dos sapatos e a velha ri consigo: - Sapatos servem justamente para andar lá fora.

* * *

O homem desliza numa prancha com rodas para sair debaixo do chassi do caminhão e tira o capacete. - Eu? Sim, sou Mashai. Miyo? - Ele olha para a garota com um semblante muito confuso. - Trabalhar? Não temos trabalhadores forasteiros, menina. - Ele coça a cabeça claramente sem saber o que fazer ao certo. - Quem disse que você ia trabalhar aqui? - Ele espera a garota se explicar de alguma forma.

- Humm... - Mashai parece sempre demorar a pensar e decidir. - Já que é assim, vamos precisar tirar o motor para fazer reparos. Solte-o lá no capô, para que possamos içá-lo para fora. - Ele pega uma caixa de ferramentas e bota nas mãos de Keb. Ela pesa bastante.

O caminhão já estava com o capô aberto e a garota precisaria subir num banco ou mesa para poder mexer lá dentro. Quando ela consegue subir, dá uma boa olhada lá dentro. Era diferente de tudo que ela já tinha visto, mas não deixava de ser um maquinário. Não era possível que ela não pudesse fazer algo à respeito.

Rola INT + Foco e INT + Engenharia dá rolagem te digo o resultado e c poderá postar

Kebechet

- Eu não sou forasteira! Sou de Fez mesmo, senhor – responde, o olhando de cima, sem se ligar no primeiro momento para o significado daquilo... Mas, bem, não precisava de muito pensamento pra lembrar que só tinha gente do olhinho puxado ali – Ah... É... – sem jeito e confusa Keb nem sabia o que falar, por sorte tinha uma indicação – Dona Zuri e seu Shinji me arrumaram esse trampo aqui no entreposto, senhor Mashai.

Quando ele simplesmente aceitou e mandou ela mexer no caminhão, os olhos da menina se arregalaram. Não esperava mexer em um tão cedo... Ainda mais no motor. –Hã... Tá, podexá – falou, a voz levemente trêmula. Segurou a caixa de ferramentas pesada, olhando em volta, tentando pensar como faria aquilo. Precisou de uns segundos pra se acalmar, até conseguir pensar numa solução decente. O caminhão era alto, se pegasse uma cadeira ia precisar ficar subindo e descendo... Já com uma mesa...

Tirou umas tranqueiras de uma mesa pequena, deixando elas arrumadinhas no chão ao lado de onde tava a mesa, e foi a puxando até a frente do caminhão. Colocou a caixa de ferramentas em cima e depois subiu, tendo uma visão linda daquele motorzão. - Vamos, belezinha... Me mostra como você funciona - falou com o caminhão. Tomou uma verdadeira coça pra entender como ele se prendia... Mas, no fim, após um tempo, as mãos pequenas e os olhos atentos foram bastante úteis. Quando ouviu o “click”, sorriu, puxando os ganchos pra prender nele pra Mashai poder içá-lo.

-Yaay! – comemorou animada, dando uns pulinhos que quase a fizeram cair da mesa – Ai, caramba... Consegui, senhor Mashai! Pode coisar aí!

Kebechet
@Bastet

Mashai ainda resmunga alguma coisa completamente ininteligível para Keb depois dela dizer quem a tinha recomendado. Quando ela começa a puxar a mesa, consegue vê-lo observando-a. Parecia que procurava um deslize da garota. Mas não falou nada.

Keb levou mais tempo do que o esperado para fazer aquele motor se soltar e ela ainda ouviu uma vez ou outra Mashai dizer"Eu não posso esperar o dia todo!" enquanto estava completamente absorvido em outros afazeres. A comemoração fez o homem se aproximar com um olhar curioso. - Deixa ver se conseguiu mesmo. - Ele diz acenando para ela descer da mesa, enquanto já começa a virá-la de lado para ele mesmo poder se aproximar. Mashai leva quase um minuto olhando em silêncio para o motor. Seus olhos se movem rápido. Então ele mete a mão capô adentro e verifica algo que estava no fundo, mas Keb havia achado aquela ligação também. Ela ver um micro sorriso se esboçar na face do mecânico. - Hum! - Ele verifica os ganchos e então pega a grossa argola de metal que unia os ganchos, prendendo-a num outro gancho, este num braço mecânico. - Venha para cá. - Ele estava do lado do painel de controle daquele braço. Keb o viu apertando uns botões e então movendo uma espécie de alavanca direcional e o braço mecânico começou a se mexer, erguendo o motor para fora do veículo. Aquilo era completamente incrível.

Foi quando Keb viu uma cor entrando naquela oficina e seus olhos logo reconheceram Zuri. - Então já começou seu estágio aqui? - Ela parecia esplêndida de novo, muito diferente do que havia visto na ocasião do ataque em Fez. - Como ela está se saindo, Mashai-san? - O mecânico sorri. - Parece que ela leva jeito... - Zuri corre os olhos dele para a garota. - Então vai ser uma pena eu ter que levá-la já agora... Estamos saindo para Córdoba, Shinji quer que vá conosco.

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