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    Sombras em Nevriande - ON

    Alexyus
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    Mensagem por Alexyus Qui Jun 10, 2021 7:28 pm

    SOMBRAS
    em
    NEVRIANDE

    Sombras em Nevriande - ON Navarr10



    Tawic.

    Sombras em Nevriande - ON Excalibur-hotel_4


    Capital do jovem reino de Navarro.


    Sombras em Nevriande - ON Excalibur-at-night-las-vegas-eduard-moldoveanu

    Cidade costeira humana ao sul de Nevriande. Seu nome deriva de uma antiga tribo que habitava a região, sendo posteriormente assimilada e convertida pela família Navarro. 

    Há 50 anos atrás, era um povoado modesto encravado entre os mares do sul e uma cordilheira que se expande para o norte. Sua localização isolada foi propositalmente escolhida por sua posição estratégica para servir como uma capital segura. A família Navarro investiu pesadamente na construção de um grande palácio, cercado por praças, parques e monumentos, e também concedeu generosos incentivos para comerciantes que quisessem empreender ali. Essa iniciativa desenvolvimentista transformou a crescente cidade num pólo comercial e turístico, pleno de lojas, oficinas, estalagens, casas de espetáculos, sedes de jogos e centros de diversão (algumas bastante adultas).


    Sombras em Nevriande - ON Excalibur3


    Nos últimos tempos vem sofrendo com constantes ataques piratas, a proliferação do crime e tráfico de entorpecentes trazidos por traficantes pelo mar. Essas presenças indesejadas foram atraídas pelas riquezas correntes nessa fervilhante comunidade. O rei Null Navarro, um conhecido bon vivant, beberrão e devasso, mostrou-se incapaz de organizar milícias para manter a ordem, conservando apenas seu exército pessoal restrito ao seu palácio. Essa situação gerou um novo mercado, o de contratação de indivíduos extraordinários como guarda-costas e seguranças, empregados por grandes quantias dispendidas por indivíduos muito abastados.

    Foi essa a razão da convocação da clériga Cristina MacKenna, da elfa Lîrisiel Raighyras, do jermlaine Foggyfluff e do Valraen Alezygne.

    Cada um deles recebeu uma carta marcada com seu nome:


    Saudações, poderoso ser!


       Chegaram ao nosso conhecimento relatos sobre suas incríveis capacidades. Acreditamos que tenhamos uma boa utilidade para seus talentos. Há problemas crescentes em Tawic que necessitarão de indivíduos como você para serem solucionados.


    Obviamente, não pedimos seu auxílio de modo gratuito. Sua colaboração será soberbamente recompensada, com riquezas e poder que devem exceder suas expctativas.


    Caso tenha interese, compareça na data a seguir ao salão da Hospedaria de Ébano e contate Jessena Mirikale para mais informações.



    A carta terminava com a data e um rascunho de mapa.

    A data era hoje.

    E você estava diante da Hospedaria de Ébano.


    Sombras em Nevriande - ON F70eda5997ddc0eb7ff03a785e77e2bc
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    Sombras em Nevriande - ON Empty Re: Sombras em Nevriande - ON

    Mensagem por Dovahkiin Sex Jun 11, 2021 10:09 am

    "Não roubarás"



    Sombras em Nevriande - ON 13121f8d5a970dc9395267b811934733--medieval


    Em algum dos muitos bordéis de Tawic, um Drow levemente embriagado ponderava ao lado de duas raparigas.


    +16:



     



         Valraen não dava muita atenção às duas. Em vez disso, pensava no sétimo mandamento do Livro Sagrado de An'tè ao se lembrar de seu último "alvo": Ludvic Van Pasteur, um nobre da cidade, que foi marcado como um alvo por praguejar contra a Guilda dos Ladrões. O Drow foi incumbido de dar-lhe o troco, então seguiu-o por horas, esperando o momento certo de esvaziar seus bolsos. Neste meio tempo, Valraen o viu dar esmola aos pobres, participar do Culto de An'tè (contribuindo com a igreja), e não humilhar nenhum vagabundo ou mendigo no caminho (diferente do que os outros nobres costumavam fazer). Era irônico, em uma cidade contaminada até a borda com corrupção, Valraen foi incumbido de assaltar justamente um dos únicos indivíduos decentes do local. Bem, este era seu ganha pão, e como um nobre, ele deveria ter muitas moedas às quais não daria falta, e foi isso o que pensou o elfo negro ao roubar sua bolsa sem que o mesmo percebesse.

            Ao abri-la, seu coração congelava: sem moedas (talvez ele já tivesse esvaziado sua bolsa ao dar dinheiro aos pobres ou à Igreja). Os únicos objetos presentes eram um símbolo de An'tè e um pequeno medalhão com a imagem de uma mulher (provavelmente sua esposa falecida). Valraen não conseguia encarar a imagem e nem o símbolo sagrado. Por alguma razão eles lhe lembravam de Shalael e o que ela diria se o visse fazendo isso.

            Bem, o Deus da superfície que Shalael cultuava talvez fosse mesmo um Deus bondoso, mas isso não significava que as pessoas da superfície o eram. Ao fugir do reino Drow, o elfo e seu companheiro diminuto foram recebidos com desconfiança, medo, ódio e repulsa. A única forma que encontraram de sobreviver foi fazer o que sabiam... roubar. Segundo Shalael, sempre havia outra escolha, mas que se dane, onde ela estava agora?!

           Inconformado, o Drow invadiu discretamente a casa do nobre na mesma noite (não para roubá-lo ou incriminar o nobre, mas para devolver os itens). Valraen quase ria por dentro ao pensar no que havia feito, e o pior, ele sofreria represálias da Guilda (a não ser que pagasse do próprio bolso e mentisse que roubou do velho, violando assim o oitavo mandamento do Livro de An'tè: "Não mentir"). É... parece que ele jamais seria digno do Culto afinal...

           Pensando em qual das opções tomaria, ele decide ir esfriar um pouco a cabeça no primeiro bordel que encontrasse. Quando uma das meretrizes o acordava de seu devaneio, ele se lembrava de que tinha em seu bolso uma correspondência que havia recebido na manhã deste dia, mas que ainda não havia aberto pois estava concentrado demais em roubar seu alvo (e em seguida, em devolver-lhe o que foi roubado).

           O ladino então abre o envelope e fica surpreso. Quem diria, uma renda extra sempre vinha a calhar. Ele tinha interesse, mas duvidava sobre "riquezas e poder que devem exceder suas expectativas". Vivendo entre os indivíduos que ele vivia, já estava acostumado com esse tipo de propaganda, mas ainda assim ele compareceria no local.


    ...


            No dia e horário marcado, o Drow encontrava a tal hospedaria de ébano (um nome bastante apropriado para um edifício com paredes, teto, portas e até mesmo janelas completamente negras). Assim, ele decide adentrar ao local para saber o que o esperava.

    OFF: Dependendo da postagem do Sandinus, é possível que ele vá ao local acompanhado por Foggy.


           Como de costume, ele ia preparado para que o tal convite fosse alguma emboscada.



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    Mensagem por Sandinus Ter Jun 15, 2021 6:25 pm

    Muitas das coisas que Fluff achou na casa do mago onde encontrou seu gavião-seta que o denominou de "Choque" ficou com a guilda dos ladrões, ele só teve direito a uma boa quantidade de moedas de ouro que usou para comprar equipamentos e itens úteis, já que agora, como membro da Guilda dos Ladrões ele tinha acesso ao mercado negro.

    Após isto ele passou a fazer alguns outros trabalho geralmente em parceria com seu amigo Valraen sendo o ultimo dar uma lição em Ludvic Van Pasteur, um nobre generoso e aparentemente honesto, um dos poucos com boa índole no local, não que Fluff se preocupasse com isso ou que sentisse pena de alguém assim, mas querendo ou não chamava a atenção até do pequeno que percebia que Valraen observava todos os atos e ações do homem, não apenas para pega-lo no momento certo, mas como se quisesse entender o propósito das ações do homem.

    O plano era apenas aproveitar a multidão e roubar a bolsa de dinheiro do nobre. O pequeno aproveitava-se da altura que poderia voar com o "Choque" para informar ao Drow as ações, caminhos de fuga ou guardas, mesmo que poucos ainda existiam na cidade e após o OK de Fluff o Drow fez sua parte e roubou a bolsa do homem, ambos foram até um dos becos escuros da cidade e abriram-na, porém, sem nada, apenas coisas que não interessavam ao Jermlaine mas parecem ter interessado Valraen que parecia lembrar de Shalael a cada esquina, pois muita coisa dali traziam as palavras e atos dela. O pequeno percebia os sentimentos de seu amigo, mas não comentava nada, apenas deixava ele sofrer o quanto achasse necessário.

    Toda a situação de modo geral modificaram um pouco os pensamentos do pequeno que passou a entender melhor como os grandes viviam e os sentimentos que tinham que eram iguais ao que um Jermalaine também teria, mesmo que os modos fossem diferentes.

    Sm sucesso, os dois decidiram invadir a casa do nobre e lá, mais uma vez o Drow adentrou o local e o pequeno ficou vigiando. Mas para a surpresa do Jermlaine, Valraen entrou com uma bolsa e sai até sem ela. Fluff não entendeu a situação, mas logo foi explicado. O pequeno não concordou com isso, mas acatou por respeito. "Choque" seu gavião seta era bem mais inteligente que o próprio Fluff e ele geralmente concordava com as ações digamos mais benéficas por parte do drow do que as mais caóticas por parte de Fluff e isso também o ajudava a ressignificar sua existência.

    Por fim, o pequeno acabou vencido pelo drow e por seu gavião-seta. Seu amigo decidiu ir para um bordel, mas Fluff achava horrível as humanas, elfas, drows as raças mais comuns, para ele as belas jermlaines é que valiam a pena, mas encontrar uma delas por aí era praticamente impossível e ele preferia usar as prostitutas e até os frequentadores para obter informações, claro que essa ideia não vinha dele e sim de Choque, a inteligência do pequeno não era das melhores, mas ele sempre era salvo pelo seu companheiro animal.

    Portanto, enquanto Valraen se divertia o pequeno trabalhava e em seguida repassava o que descobria para o amigo. O fato de ser quem ela gerava muitos problemas, mas também curiosidades quanto a ele o que facilitava a aproximação dos que estavam curiosos e dispostos. Mas o trato as vezes era dificultado pois o pequeno não era muito paciente e simpático, o que dava um belo trabalho para Choque que sempre orientava o jermalaine de como ele deveria agir, apenas quando estava com paciência.

    Ao final da noite um dos seguranças que ficava na porta do bordel adentrou o local e entregou duas cartas, uma para Fluff e outra para Varaen. Um trabalho para ambos que geraria moedas de ouro! O pequeno logo se anima e quando seu amigo volta pro salão principal bastante exausto o entrega.

    NO dia seguinte, ambos partem até o local indicado e adentram o local.

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    Sombras em Nevriande - ON Empty Re: Sombras em Nevriande - ON

    Mensagem por Pikapool Qua Jun 16, 2021 12:33 am

    Ú i vethed nâ i onnad!
    Estava cansada depois de uma longa viagem até Tawic. Logo considerei em tomar algo gelado e logo segui cantarolando pelas ruas da cidade em direção ao centro comercial. Foi quando avistei uma loja que não parecia comum ao lugar. O letreiro, ou pelo menos o que deveria ser o letreiro, ainda estava apoiado ao lado da porta ao invés de pendurado do lado de fora.

    Curiosa, entrei sorrateiramente na loja. Diferente de mim, duas garotas ruidosamente discutiam em seu interior. Sem cerimônias anunciei-me para que as duas brigonas notassem minha presença na loja.

    - Uh-huh! - Limpei a garganta.

    Então finalmente elas perceberam minha presença e às pressas vieram dando-me as boas vindas.

    - Oh! Nossa primeira cliente!! Bem-vinda! - Disse a garota de cabelos castanhos.

    - Ah, olá... Eu não vi o letreiro e fiquei curiosa. - Sorri sem jeito. - O que vocês vendem?

    - Vendemos bebidas. - Ela olhou para a placa. - Ainda não a penduramos. - Riu embaraçada. - E no momento só temos suco de morango. Desculpe por isso. - Ponderou por um instante. - Para ser mais precisa, água açucarada gelada com sabor de morango...

    Enquanto ela explicava a formula de sua bebidas a garota de cabelos pretos ao seu lado deu-lhe uma discreta cotovelada.

    - Quieta... Assim você vai revelar nosso segredo... - Sussurrou em tom baixo mais audível.

    A garota de cabelos castanhos olhou para ela e tratou de disfarçar assoviando e saindo de mansinho. Não sabia no que estava me metendo, mas aquilo poderia ser um indicador de que estava na hora de ir embora.

    - Bem, boa sorte. Bom dia. - Disse já dando alguns passos para trás.

    No entanto, antes que eu pudesse deixar o local, a garota de cabelo preto segurou meu braço e guiou-me até uma das mesas.

    - Você é nossa primeira cliente, não podemos deixá-la sair sem experimentar um copo de nosso suco de morango. É cortesia da casa!

    Não sabia como desvencilhar-me daquela situação e saber que era de graça apenas ajudou a manter-me ali para experimentar tal suco. Foi quando uma mulher com um ar misterioso sentou-se ao meu lado. Ela ocultava sua identidade sob um capuz e mal sentara e já expressava um tom de escárnio em suas palavras.

    - Como está? Ainda brincando de buscar a cura para corrupção, hein? - Disse em élfico.

    - A única razão pela qual estou fazendo isso é porque não há mais ninguém disposto a fazer. - Respondi.

    - É mesmo? Não é porque você já se desvirtuou? - Disse ela de forma provocativa.

    - Por que simplesmente não vai embora? - Encarei-a sorrindo.

    Ela então virou-se para mim e riu. No mesmo momento a garota de cabelos castanhos servia meu suco de morango. No mesmo instante a mulher de capuz pegou meu copo e brincou com ele.

    - Minha pobre irmã... e pensar que você não pertence a lugar nenhum... - Suspirou ao termino.

    Peguei o copo de sua mão e o trouxe para perto de mim.

    - Eu escolhi isso. Não há arrependimento. - Disse de forma convicta.

    Por um instante pude ver o aborrecimento na face dela. Antes dela recostar na cadeira de forma relaxada.

    - E o que há de tão bom em estar perdida? - Questionou.

    Era uma pergunta que ainda estava além de minha compreensão. Ficamos ali sentadas em silencio por um longo tempo. Até a mulher de capuz se levantar da cadeira.

    - Bem... você parece estar bem, então direi a meu pai para não se preocupar. Vejo você quando aparecer para nos visitar na vila. - Esboçou um sorriso incrédulo.

    Por fim, nos encaramos e ela partiu. Não compreendi o porque daquela visita, mas finalmente podia apreciar meu suco grátis. Hesitei por um momento, mas assim que tomei um gole daquele suco, fui surpreendida no mesmo instante.

    - Hey! Isso é bom. Tem uma coloração mais clara que um suco normal de morango, mas é mais saboroso. - Disse animada.

    - Isso é porque não usamos morangos de verdad...

    - Shhh... - Mais uma vez a garota de cabelos pretos interrompia a de cabelos castanhos. - Deixe-a continuar. Então?

    - Mas, por algum motivo, o sabor vai se tornando insosso conforme vai bebendo.

    - É porque o... - Mais uma vez a garota de cabelos castanhos era interrompida.

    - Hahaha! Agradeço por sua opinião.

    - Se vocês encontrarem uma forma de dar mais consistência. Talvez o sabor se mantenha até o fim. - Dei de ombros ao sugerir a ideia.

    - Hmm, água açucarada gelada com sabor de morango mais consistente? - A garota de cabelos castanhos murmurou.

    A garota de cabelos pretos mais uma vez ficava sem graça.

    - Essa é uma boa ideia. Vou pensar em algo. - Ela sorriu gentilmente. - Da próxima vez que vier poderá experimentar a nova versão do suco de morango.

    Despedi-me alegremente ao deixar o estabelecimento. Provavelmente voltaria no outro dia antes de ir para a Hospedaria de Ébano. No entanto, eu não pude ir à loja no dia seguinte. Estava com dor de estômago.

    Apesar de minhas condições no dia e hora marcada lá estava eu adentrando a Hospedaria de Ébano...
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    Mensagem por Dycleal Qua Jun 16, 2021 4:35 pm

    Cristina estava sentada em uma pedra olhando para o mar infinito. Estava em Tawic, no Reino de Navarro. Aquela cidade próspera era o lugar que a missiva que recebera, a indicava seguir rumo ao seu destino. E na sua cabeça se passa a trajetória da sua vida, ela vê a menina alta e esguia, que aos doze anos entrou alegremente no mosteiro da facção da Santa Sune, a santa que muito cedo a tocara com o dom da beleza e da força saudável de um corpo perfeito. Lembrou também da paixão do seu pai por são Tyr, e da espada longa flamejante, que herdou do velho pai, Sir Arthur MacKenna, o Paladino temível de São Tyr, que tanto lutor pela causa de An'te em busca do bem absoluto e como para desgosto da sua mãe a Irmã Eleonor Patridge MacKenna, a piedosa e justa serva e acólita de santa Sune, foi admitida no santo tribunal da fé, da Ordem dos vigilantes, da facção de São Tyr, designada para ensinar e conduzir a princesa real nos caminhos de An'té. Foram anos de amizade e convivência com a simpática herdeira do reino, mas aquele tempo, não foi só de boas lembranças.

    Convivendo no palácio e nos corredores e recônditos do tribunal, conviveu com a tirania e com a injustiça. Com a cobiça, com a frivolidade e a bestialidade, com o ódio insano e com a mentira e tudo isso em meio a tudo que ela tinha como santo. Mas ela se manteve pura e na fé, resistiu a todas as tentações, tornando-se firme nas suas convicções e atingindo um equilíbrio entre a justiça e a misericórdia, se aproximando cada vez mais de Sune e de An'te. Tudo isso foi obtido com muito estudo da sagrada palavra, fortalecido por muito jejum e oração, até que em uma noite, o seu quarto virginal, foi invadido por uma intensa luz, que quase a cegou e dentro da luz, um homem, de uma alvura sem par e com uma túnica alva e cintilante, em pé, ao lado da sua cama, porém sem tocar no chão. O Solar, a chama solenemente pelo nome e diz estar a li, sob as ordens de Santa Sune, que ouviu as suas orações e tinha algo para lhe revelar e neste momento seus olhos foram abertos e a clériga teve uma visão, ela via uma cidade portuária, e nesta cidade uma casa totalmente negra como a noite e ali em pé defronte daquela construção, nuvens negras a cercavam e ela sentiu um grande mal, sombrio e tenebroso ameaçar todos os reinos e tudo ficou escuro, ouvindo apenas uma voz que lhe dizia: - Eu sou Sune, em nome de An´te eu te faço esse chamamento. E nada mais viu.

    Amanheceu e os primeiros raios da manhã lhe feriram os olhos, estava coberta de suor e sua camisola estava pregada no corpo. Depois daquele dia, o Solar lhe apareceu mais algumas vezes, lhe dando instruções e outras visões, até que fortalecida e preparada desta forma, foi finalmente visitada pela própria Santa Sune, que faz o convite formal para que aceite a missão de descobrir e debelar aquele mal sombrio e nebuloso que ameaça a humanidade, ela aceita o convite e faz um voto de pureza, para adquirir foco na sua missão. Participa das cerimónias de maioridade da princesa que faz quinze anos e cumprida essa missão mundana que recebera, agora pede ao sumo sacerdote uma licença para percorrer o mundo em uma missão de autodesenvolvimento e com vistas a cumprir os seus votos com a Santa. Recebe a permissão e ao descrever o local da sua visão, o Sumo Sacerdote lhe revela que aquela é a capital do reino de Navarro, a Cidade de Tawic, e que lá a ordem tem um orfanato e pedi para que ela comande uma caravana levando alimentos para aquelas crianças necessitadas.

    Após seis meses da sua partida, está ali, sentada naquelas pedras, com as crianças do orfanato em um passeio pelas praias e perdida em seus pensamentos, um das crianças a interrompe chamado: - Irmã Cristina, um mensageiro deixou esta carta para a senhora. Ela acaricia os cabelos da pequena criança, pega a carta a lê atentamente e no seu coração sabe, que agora se confrontará com o prédio negro da sua visão. Levanta o acampamento e deixa as crianças nos seus alojamentos e parte para o endereço, preparada como um serva de An'té, armadurada e com seus equipamentos, caminha resoluta, até parar na frente da Hospedaria de Ébano e fica admirada com a exatidão da sua visão e para alguns segundos, sentindo a mesma profusão de sentimentos da sua primeira visão e aquela jovem forte e alta de uma beleza incomparável, bate firme na porta, aguardando ser atendida e procurar pelo seu contato. Sua sensação é que ali, começa uma nova vida... Com um antigo e eterno propósito.
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