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    Lúcifer - Paraíso Perdido

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    Mensagem por Dovahkiin Sáb Ago 06, 2022 4:34 pm

    LÚCIFER – PARAÍSO PERDIDO


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    CAPÍTULO 1: A RAÍZ DE TODO O MAL




    Nove dias após o fim da Grande Batalha nos Céus.


    Trilha sonora:


            Escuridão. Escuridão por todos os lados.
            Lúcifer, outrora o mais belo e orgulhoso anjo de toda a hoste celestial, agora chafurdava em um local estranho, sem luz, onde até mesmo as chamas que ardiam à sua volta eram negras.
            Ele rastejava como um peixe preso em uma poça de lama estagnada, em busca da salvação. Mas aquela era a perdição sem fim, e a salvação estava além de seu alcance. Um local de amargura e sombras, onde a paz e o descanso nunca seriam encontrados. Até mesmo a terra era quente, seca e com um aspecto infértil. Uma terra para seres não abençoados.
            Porém, tudo o que Lúcifer conseguia sentir era ódio, muito além do que ele jamais havia imaginado que alguém poderia sentir. E orgulho ferido.
    Então, ele percebe que não estava sozinho, quando encontra outro ser semelhante a ele, também perdido na escuridão. Um ser que, assim como o próprio Lúcifer, também havia sido despojado de toda a sua santidade, e jazia ali, mudado, sua antiga beleza e glória arrancadas dele, parecendo algo semelhante a um humanoide com características de pavão, gritando e fazendo muito barulho. Mas não havia como se enganar, era Andrealphus, seu antigo assistente.


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            Lúcifer o segurava e tentava retirá-lo do poço de imundice onde ele se encontrava preso.

    “Oh, príncipe!” exclamava Andrealphus agarrando-se ao seu salvador.
    “Andreas, é você mesmo?! Como pode ter mudado tanto?”
    “No fim das contas, Ele era muito mais poderoso do que imaginávamos...”
    “Eu não ligo para o que Ele fez para nós ou o que possa fazer ainda, eu NÃO me sinto culpado por nada. Minha glória pode ter sido retirada de mim, mas a indignidade que sofri, isso nunca esquecerei. Nada mudou, Ele nunca será capaz de retirar meu livre arbítrio, minha vingança ou meu ódio. E se eu ainda tenho tudo isso, o que Ele ganha?! Acreditaria Ele que eu iria me ajoelhar e implorar? Logo eu, que causei tantos problemas para a segurança do império D’Ele?! Ele deveria era se envergonhar. Isso é mais vergonhoso do que nossa derrota!”
    Apesar de toda a dor e ressentimento de Lúcifer, ele dizia todas as palavras de forma tão vigorosa que lembrava Andrealphus da antiga glória de seu líder caído, atraindo novamente a admiração incondicional de Andreas.
    “Oh, meu príncipe, sua mente e espírito ainda permanecem invencíveis! Mas... Ele nos derrotou, e agora é tarde demais... o que eu vejo são todos os nossos aliados caídos e quebrados à nossa volta!”
    “Porém, nós não podemos morrer! Nossas mentes, nossos espíritos, são indestrutíveis, e logo nossas forças serão retomadas! Ele com certeza nos manteve aqui, neste abismo de sofrimento eterno, para nos tornar escravos, mas ouça o que eu digo: Ele se arrependerá disso. Nós desvirtuaremos a Sinfonia completamente, de dentro para fora. Tudo aquilo que Ele julga bom, puro, santo, nós destruiremos, ou melhor ainda, perverteremos. A partir deste momento, nosso único prazer será destruir as obras D’Ele. Se não podemos ferí-Lo, vamos destruir tudo aquilo que Ele ama! E se de alguma forma Ele tentar fazer com que nossas ações gerem “um bem maior”, mudaremos nosso modo de agir, de novo e de novo, até que Ele engula as próprias palavras! Ele virou as costas para nós?! Vamos tirar proveito disso! Reúna todos os que encontrar, a batalha está apenas começando! Na realidade, me sinto até feliz por aquele ditador ter nos abandonado. Adeus Paraíso Perdido e olá Inferno, dê boas-vindas ao seu novo rei. Melhor reinar no inferno, do que servir no paraíso!”

            Lúcifer então abria suas asas e voava por entre aquele ar poluído, até o alto do morro mais alto que conseguia ver naquela escuridão total, e dali, e olhava para além daquele mar de fogo, todos os seus antigos soldados, agora alquebrados, como folhas de outono, caídas em meio à lama. Mas Lúcifer não via apenas derrota ali, via o maior exército que o universo jamais veria novamente, reunido ali com ele. E assim como Andrealphus, ao ouvir suas palavras, eles iriam se reerguer ainda mais poderosos do que um dia já foram.
            Então, a voz forte de Lúcifer ecoava em todo o Inferno:
    “PRÍNCIPES, GUERREIROS, PODEROSOS IMORTAIS, VOCÊS QUE UM DIA FORAM GOVERNADORES DO CÉU, NÃO DO TIPO QUE SE ESPERA ENCONTRAR AQUI, NÃO DO TIPO QUE ESPERA ACEITAR A DERROTA E SE AJOELHAR DIANTE DE NOSSO CONQUISTADOR. ACORDEM E SE PONHAM DE PÉ, ANJOS REBELDES!”

            As palavras de Lúcifer surtiram o efeito desejado, e diversos demônios, mesmo ainda fracos e feridos, se levantaram e voavam para mais perto do som de sua voz, como insetos na noite escura, guiando-se em direção à única luz visível. De baratas remoendo-se antes da morte, eles passaram a um exército de bárbaros, prontos para invadir uma fortaleza. Lúcifer imaginou que jamais haveria um exército tão grandioso quanto aquele.




            Lúcifer faz um novo discurso, ainda mais contundente que o anterior, deixando claro que não eram mais anjos, e sim algo diferente, no que em uma votação democrática, eles elegem um nome para sua nova espécie: demônios (palavra originária de daimon, do proto-indo-europeu, que significa algo como “divisor”, pois isso é o que eles fariam com a maior criação de Deus: a humanidade). Seus nomes individuais também seriam mudados, pois eles não poderiam mais serem considerados as mesmas criaturas que residiram nos céus, sob a autoridade de Deus. A partir de agora, eles dariam um jeito de escapar sorrateiramente, e regariam a semente do pecado já plantada por Lúcifer no coração da humanidade. Lúcifer dizia que Deus era um ditador que os tratava como inferiores, mas ele, ao contrário, trataria a todos como iguais. Todos seriam como deuses para a humanidade, sendo adorados sob diversos nomes, e ergueriam seus próprios templos profanos, destronando a regência de Deus sobre a terra. Eles juraram corromper até mesmo aqueles que se diziam sacerdotes de Deus, e aqueles que eles conseguissem trazer para o inferno, sofreriam um castigo ainda pior que os outros. Eles poderiam ter perdido pela força, mas venceriam pela astúcia. Eles poderiam estar em menor número, mas corromperiam os demais anjos, até se tornarem maioria. Submeterem-se a Deus estava fora de questão, agora era GUERRA.
            Então, seu servo, Andrealphus subia até Lúcifer, elogiando seu discurso, mas lembrando que antes de tudo, precisariam dar um jeito de escaparem daquele lugar, no que Lúcifer responde:

    “Não se preocupe, André, como sempre, eu tenho um plano!”



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    Mensagem por Dovahkiin Sáb Ago 06, 2022 4:35 pm

    CAPÍTULO 2: A QUEDA DO HOMEM



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    Trilha sonora:




            No inferno, os demônios não permaneceram ociosos. Mesmo em dor, eles souberam utilizar todos os (poucos) recursos daquela terra amaldiçoada para construírem suas fortalezas e bases para a guerra vindoura. Mesmo com pouca matéria prima útil, demônios podem fazer um trabalho inigualável em poucas horas, que humanos levariam décadas para realizar de forma imperfeita.
            Inicialmente, Lúcifer decretou que o Inferno seria um local sem regras, sob o domínio total do anarquismo, onde cada um poderia fazer o que bem entendesse, um local o mais diferente possível do Paraíso, onde existe uma hierarquia bem definida. Porém, em um local sem regras, a única regra acaba sendo a do mais forte, e assim como em nosso mundo, o anarquismo acabou servindo apenas como transição para outro tipo de governo, pois ele próprio não se sustenta por si mesmo. Sendo assim, o Inferno acabou sendo dividido em 7 domínios principais, comandados por Lúcifer, Asmodeus, Baal, Molock, Leviathan, Mammon, e Saminga.
            Lúcifer via tudo isso com orgulho, principalmente ao ver o grande trono dourado feito especialmente para ele (não é de se admirar se o trono fosse realmente feito de ouro, ou melhor, que ouro pudesse ser encontrado no inferno, dada a sua capacidade de insuflar tanto a ganância quanto o egoísmo e o materialismo, e gerar tantas guerras entre os homens). Porém, ele sentia um chamado. Um chamado que vinha de fora do inferno. Ele apenas sorria, pois isso fazia parte de seus planos.

    ...


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            Em uma terra desértica, uma mulher acompanhada por grandes felinos selvagens realizava um estranho ritual envolvendo sangue de seu ciclo e estranhos símbolos na terra.
            Lúcifer (ou ao menos seu espírito) era invocado pela mulher, e a saudava como um antigo amante. Ela sorri, pois os encantos ensinados por Lúcifer a permitiriam conversar novamente com o senhor dos anjos caídos e tramar juntamente com ele como arruinar a vida dos descendentes de Adão e Eva.
            Lúcifer apenas lhe responde que já fez isso, e que lhe forneceria um lugar especial para que ela observasse o veneno lento de Lúcifer destruir a humanidade. A mulher, muito curiosa, lhe perguntava o que ele queria dizer, no que o lorde das trevas voltava muito no tempo para lhe contar tudo...


    ...


            Lúcifer atravessava a imensidão do espaço, em direção aos portões do Paraíso, que estavam abertos à sua espera. Ele não estava sozinho, pois liderava a primeira formação de Arcanjos em uma missão muito distante, agora retornando triunfante ao lado dos demais Arcanjos: Beliel, Jeremiel, Suriel, Raphael, Ananiel, Nathanael e Sariel.
            Todos os demais anjos se aproximavam para aplaudir o regresso dos 7 Arcanjos, mas Lúcifer, em especial, conseguia a proeza de ofuscar os outros seis com sua glória. Seu rosto era como o sol escondido atrás da névoa, seu brilho era menor apenas que o do próprio Deus, tanto que muitos diziam que Lúcifer era o segundo maior no universo, algo que inicialmente o enchia de orgulho, mas recentemente, parecia incomodá-lo. Oras, ninguém gostava de ser chamado o tempo todo de “segundo”, não é?!


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            Porém, desta vez, o regresso dos Arcanjos era rapidamente eclipsado pelas notícias da nova criação de Deus: O Homem. Segundo o que era dito, era um ser de carne e ossos, mas que possuía uma alma imortal à imagem do próprio Criador.

    ...


            No Jardim do Éden, diversos anjos se reuniram para admirar o primeiro casal humano. Raphael em especial, os olhava com a ternura que uma mãe olharia para suas crianças precisando de cuidados.
            Já Lúcifer, não deixava de demonstrar certo desdém:

    “Hum, então são esses?! Interessante...” Ele não mentia, mas o “interessante” era que ele achava ridículo os demais anjos (e principalmente, Deus) acharem estes macacos sem pelos tão fantásticos. “À imagem de Deus”, eles poderiam ter uma alma imortal que os diferenciava dos outros seres de carne, mas jamais seriam tão perfeitos quanto os anjos, que eram seres de puro espírito, não é?!

            Então, uma luz que secundava até mesmo o próprio sol, surgia sobre o Éden. Era a visão do próprio Deus, cuja mera presença enchia os corações do casal de alegria.
            Por alguma razão, Lúcifer se sentia um pouco incomodado pela presença. Talvez por sentir que Ele podia ver dentro do próprio anjo, suas intenções e desejos. Talvez nem o próprio Lúcifer sabia o poquê disso incomodá-lo tanto. Seria por ter “vergonha” de suas opiniões sobre o casal? Ou seria porque não gostava de saber que havia alguém capaz de lê-lo como um livro aberto?
            Todos os anjos presentes reverenciavam Deus assim que O viam. Até mesmo Lúcifer fazia uma rápida e leve reverência. Então, os anjos em seguida, reverenciavam o casal, já Lúcifer, se negava a fazê-lo. Eis que ocorria o pior, quando Deus lançava um olhar acusador a Lúcifer.
            O que?! Era sério mesmo que o “Todo Poderoso” desejava que Lúcifer prestasse homenagem a esse animalzinho... que fede?! O Portador da Luz não aguentava isso e exprimia seus pensamentos, sendo duramente repreendido pelo Pai de Todos.
            Se Lúcifer tivesse sangue, com certeza ele agora estaria fervendo. Aquilo era uma humilhação. Pior ainda, uma humilhação em frente aos outros anjos. Não, ainda pior, uma humilhação por ele dar a sua opinião. Porém, subitamente, Lúcifer percebia o quão imaturo estava parecendo e se retratava, para em seguida deixar o local. Apesar de se retratar, Lúcifer jamais perdoaria tal humilhação.

            O tempo passava e cada vez mais, Lúcifer percebia o quão falhos eram os filhos do barro, especialmente em comparação aos filhos do fogo (anjos). Lúcifer era um mestre da luz, e esse poder era refletido até mesmo em sua essência: assim como imagens podem ser distorcidas ou até apagadas com jogos de luz e reflexão, Lúcifer era capaz de esconder sua presença até mesmo dos demais Arcanjos, e silenciosamente havia se infiltrado diversas vezes no Éden sem ser percebido. O fato de não ter sido novamente repreendido o fazia começar a pensar que era capaz de ocultar sua presença até mesmo de Deus.



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            Apesar de Adão e Eva serem o ápice da perfeição humana, parecendo muito mais um casal de deuses gregos do que dois primatas semi-humanos, para Lúcifer, eles estavam mais próximos do segundo. Ainda assim, ele era capaz de ver qualidades em ambos: o homem parecia razoavelmente inteligente (em comparação aos outros animais do Jardim) e de certa forma, corajoso (para alguém constituído de matéria tão frágil quanto a carne). Já a fêmea possuía uma aparência mais suave e com formas mais belas de se olhar. A forma como ela jogava seu cabelo para trás, e como ele balançava ao ser tocado pelo vento era algo que quase admirava Lúcifer.
            Ali, eles viviam uma vida simples e inocente, porém, feliz. Cercados de animais dóceis, uma paisagem exuberante e alimentação farta, eles podiam ir e vir quando e aonde quisessem, bem como comer os doces frutos de qualquer árvore do Jardim... exceto as da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Ah sim, Lúcifer finalmente havia encontrado um ponto fraco para explorar.
            Tão simples, uma única regra, uma única proibição. Uma vida tranquila e perfeita, com Deus exigindo em troca apenas que eles não comessem do fruto proibido. O casal possuía dons que os humanos de hoje só podem sonhar, como o comando das criaturas da terra, além da imortalidade, desde que se alimentassem diariamente da Árvore da Vida. Aproveitem enquanto podem, crianças!

            Certo dia, quando ambos dormiam sob a sombra de uma árvore de plátano, uma leve brisa acordava Eva. Eva estava com sede e decidiu caminhar até o rio mais próximo para beber.
            Ao ver seu reflexo na água, ela percebia o quão bela ela era, e quando seus lábios tocavam a água, era como se tocassem os lábios de seu próprio reflexo. Então, seu reflexo parecia mover-se de forma independente dela, e apontava para o horizonte. Curiosa, Eva olhava para a direção apontada, e de lá, parecia vir um som, como o da brisa que a acordou, mas era mais semelhante a uma voz humana, e, guiada por sua curiosidade, decidiu seguir a voz.
            A voz a guiava até a árvore proibida, mas o que mais surpreendeu Eva era o fato de não estar se sentindo sozinha. Ela mexia seu cabelo, fingindo não saber que era observada, enquanto Lúcifer aproveitava a cena, fingindo não saber disso.
            Lúcifer, então, surgia em sua forma de Serafim, semelhante a uma serpente alada de luz, para então se metamorfosear em sua frente, em um homem ainda mais perfeito que Adão.


    Lúcifer - Paraíso Perdido Diafth10




            Lúcifer caminhava em frente a Eva até a árvore e tocava uma das frutas, puxando-a da árvore, enquanto falava, como que para si mesmo:

    “Oh, frutos justos, por que o conhecimento é tão desprezado? Ou seria a inveja que a proíbe de ser provada? Seja como for, ninguém mais me impedirá de receber o teu bem oferecido!”

            E assim, provava da fruta. Eva quase saltou à frente para impedi-lo, pois havia sido dito a ela que algo terrível ocorreria a quem provasse do fruto. Porém, Lúcifer sorvia o doce néctar da fruta e parecia estar se deliciando, e nada de mal acontecia a ele.
            Lúcifer olhava maliciosamente para ela enquanto lambia os dedos. Então caminhava em direção a Eva, ainda falando:

    “Oh, fruta divina, proibida aqui, ao que parece, apenas traz o bem. Ainda capaz de transformar em deuses os homens!”

            Então, lenta e docilmente, caminhava em torno de Eva, como um tubarão rodeando a presa, embora seus movimentos felinos fizessem os pelos da nuca de Eva eriçarem-se e sua doce fala a deixava intrigada. Lúcifer chegava às suas costas, afastava os longos cabelos do belo pescoço da mulher nua e falava em seu ouvido, enquanto mostrava a fruta diante de seu rosto, com sua doce fragrância que beirava o irresistível.

    “Aqui, criatura feliz, participe também... e seja doravante entre os deuses, tu mesma uma deusa!”

             Eva lutava contra seus instintos. Porém, tal qual Pandora diante da caixa, ela terminava por ceder...



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    Mensagem por Dovahkiin Sáb Ago 06, 2022 4:36 pm

    CAPÍTULO 3: PROBLEMAS NO PARAÍSO



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    Trilha Sonora:


    “E foi simples assim, todo o castelo de areia que Deus fez em 6 dias, eu consegui derrubar em apenas um momento!” Dizia Lúcifer a Lilith.

    “Hum... apenas não gostei do final. Quer dizer que você também acabou sendo atraído para aquela tola, assim como o desgraçado que não ouso mencionar? Por acaso ela era mais bela do que eu?”

    “Atraído?! Acho que você está me confundindo com algum dos seus amantes mortais. Eu apenas a seduzi com o intuito de plantar a semente do pecado no coração da raça humana!”

    “Hunf, vamos mudar de assunto. O que aconteceu depois? Como o todo poderoso Lúcifer acabou sendo derrotado?”

            Por um instante, Lúcifer se sentiu ofendido e pensou em revidar, mas percebeu que fazer isso apenas faria a mulher perceber que havia atingido seu ponto fraco, e decidiu ignorar o comentário e continuar:

    “Bom, como já deve ter ouvido falar, o casal acabou sendo expulso do Éden, e os Arcanjos e Querubins iniciaram uma caçada ao responsável. Eu sabia que era questão de tempo até me encontrarem e decidi antecipar meu golpe, reunindo todos aqueles a quem eu pude convencer.

    ...




    0-43 segundos


    “...E é isso. Enquanto nós somos obrigados a cumprir as funções das castas às quais fomos ordenados, Deus conferiu o livre arbítrio àqueles primatas! Seres tão “virtuosos” que não foram capazes de cumprir a única obrigação que Deus delegou a eles. Vocês estão satisfeitos com isso? Ainda desejam servir a esses bastardos que receberam de mão beijada a Terra? Vão simplesmente abaixar a cabeça e obedecer a tudo o que Deus manda, só por ser Deus? Pois EU NÃO VOU!”

            Com sua retórica, Lúcifer foi capaz de seduzir para sua causa, cerca de 1/3 do total de anjos de Deus. Aquele imenso exército era superior a qualquer armada humana já vista. Era semelhante a um exército de constelações brilhando e explodindo em ondas de luz. Escondidos em um local distante do universo, a serpente destilava seu veneno sobre membros das diversas hostes angelicais:

    “Tronos, Dominações, Principados, Virtudes, Potestades e assim por diante, me digam, esses títulos significam alguma coisa para vocês?! Eu marquei esta reunião às pressas para decidirmos como lidaremos com esta situação. Podem ter certeza que assim que nos descobrir, Ele irá querer que nos ajoelhemos a Ele, como se estivéssemos errados. EU NUNCA ME AJOELHAREI A TIRANO ALGUM, E ACREDITO QUE A RESPOSTA DE VOCÊS TAMBÉM SERÁ NÃO, POIS AQUI ESTÃO REUNIDOS OS MAIS CORAJOSOS E CAPAZES SERES DE TODO O UNIVERSO! Vocês conhecem a si mesmos e sabem que não é seu destino servir ninguém além de si mesmos. Vocês não são propriedade de ninguém, quem Ele pensa que É para ousar dar ordens a alguém?! Quem é Ele para fazer as leis?! Todos nós somos muito capazes de nos virar sozinhos sem Ele, e não precisamos adorar ninguém, pois somos tão grandes quanto Ele!”

            A grande maioria dos anjos presentes urrava em aprovação ao discurso de Lúcifer, mas um dos menores anjos mantinha os braços cruzados. Era Michael, um anjo de baixa patente, cujo próprio nome denotava humildade. Michael enfurecia-se com o que ouvia e se levantava em meio às hostes bradando:

    "QUEM COMO DEUS?"

            Todos então viravam-se para ele, que continuava:

    “EU NUNCA ESPEREI ESCUTAR TAMANHA INGRATIDÃO OU DESLEALDADE, AINDA MAIS VINDA DE ALGUÉM COMO VOCÊ, A QUEM EU SEMPRE NUTRI MUITO RESPEITO E QUE POSSUI UMA POSIÇÃO TÃO ELEVADA NOS CÉUS! VOCÊ DIZ QUE É INJUSTO IMPÔR NOVAS LEIS A ANJOS LIVRES E QUE NÓS TODOS DEVERÍAMOS REINAR IGUALMENTE, OU SEJA, VOCÊ ESTÁ QUERENDO DIZER A DEUS O QUE ELE DEVERIA FAZER?! VOCÊ POR ACASO ESTÁ PENSANDO EM ENSINAR A DEUS SOBRE LIBERDADE?! AQUELE QUEM NOS CRIOU E NOS DEU NOSSOS PODERES? DEUS NUNCA NOS NEGOU AS GLÓRIAS QUE MERECEMOS E SEMPRE SOUBE O QUE É MELHOR PARA NÓS E SUA CRIAÇÃO. SE POR ACASO ELE NÃO LHE FEZ TÃO PODEROSO QUANTO ELE, TALVEZ SEJA JUSTAMENTE POR SABER O QUÃO CHEIO DE SI VOCÊ SE TORNARIA E O QUÃO BÊBADO COM PODER FICARIA! ENTÃO, POR FAVOR, ENGULA DE VOLTA ESSAS PALAVRAS HORRÍVEIS E VAMOS FINGIR QUE NADA DISSO ACONTECEU. DEUS É MISERICORDIOSO E SE VOCÊ VOLTAR ATRÁS, SEI QUE ELE PODE PERDOAR ATÉ MESMO ESSA TRAIÇÃO!”

            Quando ele terminava de falar, o silêncio tomava conta do local. Depois, alguns murmúrios, e por fim, diversos anjos vaiavam Michael. Lúcifer apenas sorria com a patética tentativa do reles Mercuriano tentar impedir sua revolução. Então, Lúcifer finalmente se dirige a Michael:

    “Deus apenas nos dá o que nos dá para nos manter mansos, como migalhas a seus cachorros para que não mordam seus calcanhares. Não mais, nós fazemos nosso próprio destino. Nós O faremos descobrir que em volta d’Ele não existem mendigos, mas sim guerreiros. Portanto, leve esta mensagem como um bom cachorrinho. Quando esmagarmos as forças d’Ele, saiba que você não será poupado, pelo contrário, terei imenso prazer em lhe ver me implorando misericórdia, enquanto eu apenas direi “Eu avisei!””

            Michael se vira, e antes de voar, dirige-se a Lúcifer:

    “Amaldiçoado seja você por estar espalhando mentiras e blasfêmias para todos os seus seguidores. Você se espalha como uma doença, mas não se preocupe sobre as Leis de Deus, pois muito em breve, elas não mais servirão a vocês, traidores. E assim me retiro deste local, não por que você esteja me ameaçando, mas por que não desejo estar aqui quando o exército leal de Deus descobrir e vier atrás de você. Deus criou você e pode desfazê-lo quando quiser!”

            Então Michael finalmente se retirava, sob o som de risos e zombarias, mas isso nada faria para abalar sua inigualável lealdade a Deus.

    ...


    “E por que você o deixou escapar e avisar as hostes celestiais?” Questionava Lilith.

    “Michael era um Mercuriano, uma barata escondida entre deuses. Eu o fiz para mostrar a meus seguidores que eu realmente era melhor que o tirano supremo a quem Michael lambia as botas, mas como somos íntimos, posso lhe contar a verdade completa: isso arruinaria meu discurso, pois eu prometi igualdade para todos, e isso inclui aqueles que pensam diferente de mim. Obviamente, eu mandei dois de meus menores seguidores atrás de Michael para destruírem o desgraçado antes de alcançar o tirano dos tiranos, mas parece que ele foi auxiliado no meio do caminho por outro verme rastejante, Gabriel, e juntos, conseguiram vencer meus seguidores. Isso mexia com meus planos, mas eu não poderia demonstrar fraqueza ante meus seguidores e decidi antecipar meu ataque.”

    “E como foi?”


    ...


            Devido à extrema bravura e fidelidade demonstrada por Michael e Gabriel, Deus os tornou os novos Arcanjos, no lugar de Lúcifer e Beliel, que haviam abandonado seus postos. Eles receberam as armas e armaduras celestiais mais poderosas que Deus já havia concedido a alguém, bem como poder suficiente para igualarem aos demais Arcanjos.

            Os Céus se tornaram escuros e ardentes ao mesmo tempo, aquele era um sinal da fúria de Deus. Igualmente assustadoras eram as trombetas tocadas pelo exército celestial, duas vezes mais numeroso que a horda de Lúcifer, mas o Portador da Luz não se intimidava, pois sabia que anjo ou arcanjo algum era páreo para ele.
            No horizonte, o exército de Lúcifer estava preparado. Ambas as armadas se encontram, e a luta travada está além do que pode ser descrito em palavras ou visualizado em imagens. Se a guerra tivesse ocorrido na Terra, certamente ela teria sido completamente destruída. Quando dois anjos se enfrentavam, era como ver dois planetas se chocando. O céu se encheu de luzes como supernovas e explosões solares. Até o anjo mais fraco presente na batalha poderia ser comparado a um super-homem para os mortais, pois eles não estavam na Terra, onde seu poder precisa ser diminuído drasticamente.
            Lúcifer, orgulhoso como sempre, lutava na linha de frente, anjo após anjo caindo sob sua espada. Michael o vê à distância e o sorriso de Lúcifer enquanto destruía seus antigos irmãos enojava o novo Arcanjo, que voava em direção a ele, destruindo diversos demônios no caminho até finalmente alcança-lo. Quando ambos estão cara a cara, Lúcifer se enfurece pela audácia e petulância daquele anjo inferior achar que tem alguma chance contra ele, e ainda pior, ele estava ocupando agora um dos lugares vagos como novo Arcanjo.


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    “Michael?! Pensei que a essa hora você estaria lambendo as botas do “papai”!”

    “Eu aposto que você estava esperando nos encontrar em algum lugar, escondidos com medo de seu grande poder. Quão estúpido você é, olhe a sua volta, você está em menor número! Eu não sou o único fiel a Deus aqui!”

    “HAHAHAHA, eu sempre pensei que o Céu fosse um lugar de liberdade, mas vendo vocês rastejando como escravos, cantando hinos de adoração e venerando aquele maldito, percebo que vocês são uma piada!”

            Uma fúria justa tomava conta de Michael, mas não por Lúcifer ter dito que ele e seus irmãos eram uma piada, e sim por ver o usurpador chamando seu Criador de maldito.

    “NÃO EXISTE NINGUÉM MAIS DIGNO DE SER ADORADO DO QUE O CRIADOR DE TODAS AS COISAS, OS ÚNICOS ESCRAVOS AQUI SÃO OS REBELDES SEM CAUSA QUE SEGUEM VOCÊ COMO O SENHOR DA VERDADE, E VOCÊ QUE É ESCRAVO DE SUA PRÓPRIA ARROGÃNCIA!”

            E enquanto gritava, Michael voou tão rápido em direção a Lúcifer, justamente quando o próprio ex arcanjo, em sua soberba havia baixado a guarda contra um rival supostamente inferior, não conseguindo aparar o ataque rápido o suficiente, tendo sua face ferida pela espada de Michael.
    Os anjos rebeldes ficaram chocados ao ver seu líder ser ferido, e o próprio Lúcifer ficou brevemente sem reação. Isso foi o suficiente para encher as hostes celestiais de coragem, fazendo o inimigo recuar.
            Jurando vingar-se do arcanjo atrevido, Lúcifer ordenava que seu exército batesse em retirada, para poder planejar melhor seu ataque.


    ...


    “E depois?!” Perguntava Lilith, curiosa.

    “Como assim?! A Guerra se estendeu por muito tempo, fizemos muito estragos e provamos que não éramos escravos!”

    “Sim, mas... vocês foram derrotados, não?!’

    “... Perdemos a batalha, mas não a Guerra!”

    “Mas quem foi capaz de lhe derrotar? Michael?”

    “Aquele verme?! Há, eu estudei cuidadosamente todos os seus movimentos para nunca mais ser pego de surpresa, e finalmente tive minha vingança, quando sozinho enfrentei a ele, juntamente com os demais Arcanjos e os dominei.”

    “Hum, mas como isso terminou?”

    “O QUE LHE INTERESSA, MULHER?! FOMOS JOGADOS AO ABISMO, DESEJA TRIPUDIAR DE MIM?”

    “Não, não, apenas sou curiosa, me desculpe!”

    “Não me lembro exatamente de como foi. Quando percebi, fomos derrotados...”

            Porém, Lúcifer mentia, sua derrota passava como um filme em sua mente. Ele realmente havia enfrentado todos os Arcanjos ao mesmo tempo, e estava ganhando, mas foi novamente Michael quem causou sua ruína, sendo o último Arcanjo de pé quando os demais, fracos demais para lutar, o presentearam com o restante de sua Essência. A luta foi brutal, e quando finalmente Lúcifer parecia estar prestes a vencer, um auxílio divino desequilibrou a balança da batalha. Lúcifer utilizou de truques baixos para acuar Michael, mas mesmo assim, não foi o suficiente...





    OFF: Vídeo meramente ilustrativo.


    “Lúcifer, você é o senhor das trevas, não deve se abalar por isso, vamos pensar no futuro e não no passado!” - Lilith o consolou.

    “Então, suponho que você tenha um bom motivo para ter me invocado!”

    “Sim, e tudo o que você me disse serviu para abrir meus olhos. Vocês não puderam vencer pois estavam em menor número, para isso, vamos fazer a balança virar a nosso favor!”

    “Acho que agora estamos nos entendendo. Eu já tinha algo parecido em mente antes de você me chamar, mas diga-me, qual o seu plano.”

    “Bom, você provou que pode corromper tanto anjos quanto humanos, agora vou provar que humanos também podem corromper anjos!”

    “HAHAHA, que pretensão, mas diga-me, como pretende fazer isso?”

    “Ora, nunca subestime o poder de sedução das mulheres mortais!”
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    Lúcifer - Paraíso Perdido Empty Re: Lúcifer - Paraíso Perdido

    Mensagem por Dovahkiin Sáb Ago 06, 2022 4:36 pm

    CAPÍTULO 4: A TENTAÇÃO DOS VIGIALANTES


    Lúcifer - Paraíso Perdido 1a73ab4f52411ca3e45fdc1511c5aa73


    Trilha sonora:


             Apesar de preso ao inferno, e apenas podendo mover-se até onde suas correntes o permitiam, Lúcifer (agora conhecido como Satanás), com a ajuda de humanos na Terra, era capaz de ver o que acontecia fora do Inferno, e até mesmo influenciar alguns acontecimentos.
             Ele se lembrava de alguns anjos que também não gostaram da ideia de prestar homenagem aos filhos do barro, mas que por medo ou lealdade a Deus, permaneceram do outro lado do campo de batalha. Eles pagariam caro por isso, pois Lúcifer conhecia seus corações, e, diferente de outros anjos como Michael e Raphael, verdadeiros bastiões de virtude, estes anjos possuíam fraquezas a serem exploradas.
             Dois destes anjos eram Samyasa (guardador do conhecimento e conhecido como um porta-voz de Deus) e o Arcanjo Nathanael, antigo aliado de Lúcifer.

    Lúcifer - Paraíso Perdido Samyaza Lúcifer - Paraíso Perdido Azazel


             Diante do trono de Deus, encontravam-se Nathanael e Semyasa. O Pai de Todos tinha uma nova missão para ambos, uma que seria também uma espécie de teste. Ele sabia que ambos não aprovaram a criação do homem, mas como eles se arrependeram e permaneceram fieis, Ele os perdoava. Porém, para que eles O entendessem e passassem a amar a humanidade tanto quanto Ele, O Todo Poderoso os designa como líderes de uma nova facção de anjos: os Grigory, enviados para servir a humanidade primitiva como pastores de homens no novo mundo (após a expulsão do Éden), guiando-os no caminho correto e evitando as ciladas de Satanás, ajudando-os quando necessário, sem no entanto interferir no desenvolvimento da humanidade.
             Além da dupla, outros anjos que liderariam o grupo foram Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Gadreel, Ramuel, Danel, Azkeel, Saraknyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael, entre outros anjos menores, totalizando 200 celestiais ao todo.
             Para interagir com os homens, eles receberiam corpos mortais, misturando-se entre a população humana. Com corpos mortais, capazes de sentir como os humanos, eles entenderiam melhor o coração humano, suas virtudes e fraquezas, suas qualidades e temores, tornando-se unos com eles. Mas eles deveriam estar sempre atentos, pois com corpos feitos da carne, eles seriam vulneráveis aos mesmos pecados do homem, por isso era dito que essa era tanto uma missão como um teste.

    ...


    Lúcifer - Paraíso Perdido 4456c3f3663f094e02b22d5feff9d8b426d4a43233d624c52b41684a5a8647fc._V_SX1080_


            Habitando em meio aos homens, os Vigias trabalharam para a harmonização dos aspectos da vida de todos aqueles que os procurassem, trazendo paz, tranquilidade e proteção contra catástrofes metereológicas e forças malignas, além de ensinar aos homens sobre amor, justiça, perdão e iluminação.
            Como Deus imaginava, Nathanael e Samyaza acabaram por amar os humanos. Sua fragilidade, sua ingenuidade, como crianças que precisam de adultos para protege-los e ensiná-los em meio a uma selva de predadores. E os humanos terminaram por amá-los em troca, como divindades. Os Vigilantes sabiam que isso não era certo, apenas Um é digno de ser adorado como uma divindade, e eles precisavam tomar cuidado para não Caírem pelo orgulho, como o antigo Portador da Luz.
            Um dia, após observar a paisagem local sob o sol poente sobre o Monte Azazel, Nathanael decidia voltar à aldeia. O dia dava lugar à noite, e Nathanael ouvia um estranho som, e decidia investigar.
            Ao chegar no local, trombava com uma mulher que estava correndo. A mulher tropeçava nele, mas ele conseguia segurá-la no ar, antes que ela caísse. Então, ele percebia que uma de suas mãos acabara tocando intimamente a mulher, mesmo que por acidente. Ele então a soltava e pedia desculpas.
            Ela se ajoelhava para ele e dizia:
    “Não, sou eu quem lhe deve desculpas, perdoe-me por ser tão distraída e estar tão longe de casa a uma hora dessas!”
            A mulher falava com ele, mas olhava para o chão, como se não se sentisse digna de olhá-lo. Ele então dizia para que ela se erguesse, e que não sentisse vergonha nenhuma.  Quando ela levanta o rosto, ele percebe o quão belos eram os olhos da jovem.
    “Qual o seu nome, se me permite?”
    “E... Eurídice!”
    “Hum, belo nome! Posso acompanha-la até sua casa? Está muito tarde, e é perigoso para uma donzela permanecer tão longe a uma hora dessas!”
    “Eu... ficaria honrada!”

            No caminho, ambos permanecem calados, até que Nathanael decide perguntar onde ela morava, e o diálogo evoluiu até que ambos começaram a falar de si. Ele contou coisas a ela sobre as quais nem ousava pensar antes. Sobre seu trabalho para O Criador, sobre o fato de se achar imperfeito e indigno do próprio encargo. “Talvez você se preocupe demais”, diz ela, alegando que ele era muito mais do que imaginava ser.
            Ao chegar próximo da casa da moça, ele a deixa seguir sozinha (na época, uma donzela ser vista sozinha na companhia de um homem a essa hora da noite poderia levantar boatos sobre a reputação de uma jovem), então ambos se despedem. Nathanael ficou observando a moça por alguns momentos, até saber que ela havia entrado em segurança em sua casa.


            Os dias passaram e os olhos de Nathanael brilhavam sempre que ele via Eurídice (e os dela idem). Porém, Nathanael evitava falar novamente com a jovem, pois sabia que isso poderia evoluir para algo que não seria correto.

    ...

            Semyaza caminhava até um lago, quando ouve sons de vozes humanas na água. Seria alguém se afogando?! Ele corria até o local... apenas para descobrir que se tratava de um grupo jovens moças se banhando. Envergonhado, ele se escondia, e dava meia volta, mas ele saberia que a visão lhe custaria muitas noites de sono.

    ...

            Nathanael estava mais uma vez ensinando orações aos homens, até que uma comoção tirava o foco do culto. Ele perguntava o que estava acontecido, quando via os pais de Eurídice desesperados, dizendo que ela havia sido picada por uma cobra venenosa. Nathanael voa rapidamente até o local, mas infelizmente, o veneno havia penetrado muito profundamente, e já não havia salvação. Os pais da jovem lhe imploram para salvá-la, mas ele sabia que não tinha permissão para alterar o curso dos eventos, especialmente quando vida e morte estavam envolvidos.
            Ele olhava para o rosto da jovem. Seus lábios já tornando-se pálidos, o choro dos pais da garota, ele podia sentir seu pulso enfraquecendo, e pensou: “Senhor, por favor, me perdoe!” e utilizou de suas habilidades sobrenaturais para salvar a jovem.
            Quando os olhos da moça encontraram os seus, ele chorou pela primeira vez, suas lágrimas pontilhando o rosto dela, e ele sentiu subitamente a vontade de beijá-la... e o fez, sendo retribuído. Em seguida, pensava no que havia acabado de fazer e foge do local, deixando todos os presentes sem entender.

    ...

    “Isso é amor, se ganhamos estes corpos capazes de sentir isso, por que não podemos usufruir dele?!” – Perguntava Nathanael a Samyaza.
    “Nathan, eu sei pelo que você está passando, e acredite, você não é o único, outros Vigias já me confidenciaram o mesmo, mas devemos lembrar de nossos votos!”
    “Mas não era esse o objetivo de Deus desde o princípio? Que amássemos os mortais?! Como podemos amá-los verdadeiramente se não nos unindo a eles de corpo e alma?”
    “Bem... eu também já pensei nisso. Mas não foi o que Ele nos disse, e se estivermos pecando contra Ele? Devemos tudo o que somos a Nosso Criador!”
    “Eu não posso acreditar que isso seja errado, Ele sempre nos ensinou sobre o amor. Como o amor pode ser um pecado?”
    “Nathan, tente não confundir amor com desejos carnais, Ele nos alertou sobre isso quando recebemos essas vestes mortais! Além disso, qual a maior prova de amor do que ir contra nossos próprios instintos primitivos por devoção a Deus?”
    “Eu sabia que não poderia confiar em você...” – Então dava as costas a Samyaza, que permanecia no local, pensando consigo mesmo, lembrando-se que sofria as mesmas dores que Nathanael, e ao dizer aquelas palavras, falava mais para si mesmo que para o companheiro Vigia.


    ...


    “Nathanael, não acho que O Criador seria capaz de puni-lo apenas por isso. Você não iniciou uma rebelião contra Ele, não é?!” – Lhe consolava Eurídice, enquanto ambos descansavam, sentados juntos sob uma árvore.
    “E se eu estiver errado? E se ESSE for o verdadeiro teste?”
            O dia todo eles conversaram e quando o crepúsculo veio, eles andaram sob o céu mais intenso e profundo azul. Para todos os outros, eles pareciam amantes. Nathanael também sabia disso, e... que mal isso faria?
             Ele então parava, enquanto as folhas caiam em volta deles. Ela olhava em seus olhos.
    “Sem culpa, Nathanael!”
            Então ele a beijava. Se isso me faz feliz, então não é errado! Pensava Nathanael.

    ...


            No Monte Hermón, os 200 principais Grigori se reuniram e falavam sobre como as filhas dos homens eram atraentes a seus olhos e de como as desejavam e não podiam mais suportar isso. O último a comparecer foi Samyaza. Nathanael pensou que ele viria lhes dar outro sermão, mas estava enganado, ele veio pois finalmente havia decidido ceder aos seus instintos primais. Neste lugar eles fizeram um acordo entre si. Todos eles tomariam para si as filhas dos homens, todas as que desejassem, tanto as virgens como as casadas, pois eles haviam sido como pais para os maridos e pais destas mulheres, e estes deveriam entender que eles também tinham desejos e estes deveriam ser supridos. Seria como um pagamento por tudo o que já fizeram pelos homens. E se porventura fossem punidos por isso, todos aceitariam o castigo por igual.
            Após o pacto, os céus se tornaram escuros e uma fortíssima chuva se iniciou, como se os próprios céus chorassem, mas isso não impediria os Grigory de saciarem seus desejos.

    ...




            Eurídice estava dormindo até os trovões a acordarem. O quarto estava escuro, mas os relâmpagos iluminaram parte do quarto, revelando que ela não estava lá sozinha. Uma forma masculina a observava enquanto ela dormia.
            Com um susto, ela se levanta e tenta gritar, mas Nathanael abafa sua boca com as mãos.

    “Eu esperei por isso tempo demais, não me interrompa!”

            Então ele a deitava à força na cama, enquanto ela esperneava. Ele rasgava as roupas da garota e finalmente satisfazia todos os seus desejos mais íntimos. Não muito longe, outros 199 Vigias faziam o mesmo em diversas outras casas, mas o som dos gritos era abafado pelo som da chuva de lágrimas do céu.



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    Lúcifer - Paraíso Perdido Empty Re: Lúcifer - Paraíso Perdido

    Mensagem por Dovahkiin Sáb Ago 06, 2022 4:37 pm

    CAPÍTULO 5: A SEGUNDA REBELIÃO




    Lúcifer - Paraíso Perdido Maxresdefault




            Nathanael encontrava-se sentado à beira da cama de Eurídice. Nu, e se sentindo culpado pelo que havia feito. Atrás dele estava a própria Eurídice, nua, ferida, em prantos, com os braços e pernas amarrados à cama por tiras de sua própria roupa rasgada e pedações de lençol.

    “Me desculpe...”
    “... P...Por quê você fez isso comigo?”
    “Eu... não sei, apenas não consegui me controlar!”
    “Você nunca mais fará isso comigo novamente!”

            Então, Nathanael novamente se enfurecia com as palavras da jovem humilhada e a agarrava com força pelo maxilar inferior.

    “NUNCA MAIS DIGA ISSO, VOCÊ É MINHA, ENTENDEU?! MINHA!!!”

            Observando tudo de longe, o Arcanjo Raphael, antigo aliado de Nathanael, também chorava com a visão, e voava para avisar aos outros.

    ...

            Apesar de seus crimes, os Grigory ainda eram venerados pelos homens, e agora eles se permitiam venerar como verdadeiros deuses. Talvez pelo sentimento de culpa, ou por acharem que Deus não os puniria se os humanos os defendessem, ou apenas para serem ainda mais adorados, eles passaram a ensinar conhecimentos proibidos para os homens, dentre os principais:

    • Armoni, anjo do desfazer. Ensinou sobre conhecimentos místicos, manifestação de pedidos, manipulação das energias e sua especialidade, desfazer trabalhos mágicos.
    • Matariel, Arcanjo/Anjo regente das chuvas e dos aspectos meteorológicos. Ensinou aos mortais danças e ritos para invocar chuvas e mudanças climáticas.
    • Yomiel, cuja forma humana era de beleza estonteante, atua sobre tudo aquilo que diz respeito a sedução, sexo e atração.
    • Bezaliel, comandante de uma legião de espíritos, ensina sobre técnicas de cura envolvendo magia negra.
    • Araqiel, antigo amigo próximo de Uriel e um dos 5 anjos que levavam as almas humanas ao julgamento: ensinou aos humanos os sinais da terra.
    • Armaros (também Amaros ou Armoniel): ensinou à humanidade a resolução de encantamentos.
    • Nathanael: ensinou os humanos a fazer facas, espadas, escudos e como criar ornamentos e cosméticos.
    • Gadreel (ou Gader'el) ensinou a arte dos cosméticos, o uso de armas e golpes mortais.
    • Baraqel (Baraqiel): ensinou os segredos da astrologia.
    • Sariel (também Suriel) ensinou a humanidade sobre os cursos da lua e sua influência mística.

            Com o tempo, os Vigilantes passaram a ser os verdadeiros deuses/heróis da humanidade, que virou as costas para Deus, entregando-se a modos de vida lascivos, guerras e disputas internas.
            Alguns dos Vigias ficaram temerosos por uma retaliação celeste devido às suas atitudes, como havia acontecido com a rebelião de Lúcifer anteriormente. Para isso, Nathanael desenvolve um estranho ritual onde dois bodes negros seriam sacrificados, para que Nathanael pudesse “devorar” os pecados antes que Deus pudesse senti-los.
            Orações a Deus foram expressamente proibidas, de forma que Ele jamais soubesse do que estava ocorrendo na terra nesta época.



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            Com o tempo, diversas humanas abusadas pelos Grigory acabaram por dar à luz suas crianças. Esses bebês normalmente nasciam como crianças normais, já em outras, eram criaturas enormes (e muitas vezes disformes) que abriam o útero de suas mães à força, matando-as no processo. Mesmo aqueles que nasciam aparentemente normais, desenvolviam características físicas e/ou psicológicas que os tornavam extremamente perigosos para a sociedade: Muitos eram extremamente altos e fortes, comparados aos homens comuns, alguns eram vítimas de constantes acessos de fúria, outros desenvolviam estranhos gostos por carne humana e relações sexuais desenfreadas (muitas vezes forçadas).
            Os Nephilin despertaram tanto o medo como a admiração dos mortais, sendo adorados como semi deuses e inspirando lendas de antigos heróis mitológicos. Como seres violentos que eram, arrogantes devido sua força e estatura, reivindicaram muitos reinos para si, causando guerras até mesmo entre seus pais, os Vigilantes.


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            A presença de tais deuses e semi deuses, seu modo de vida e formas distorcidas de governo, foram pouco a pouco corrompendo a humanidade até um caos que beirava o absoluto.

            Naqueles tempos, os humanos, apesar de não serem imortais, ainda herdavam boa parte da longevidade de Adão e Eva, podendo viver por séculos (embora poucos viviam muito em tempos tão turbulentos). Eurídice foi uma das infelizes sobreviventes desta era, servindo como uma das esposas forçadas de Nathanael.
            Em segredo, Eurídice ainda orava todas as noites para que Deus livrasse o mundo deste mal que havia vindo á terra disfarçados de falsos deuses. E após algum tempo, suas preces foram ouvidas.

    ...


            Em Seu trono, Deus observava a tudo isso, com muita tristeza em Seu coração. Reunidos com Ele, estavam seus Arcanjos (em sua terceira formação). Raphael perguntava por quê eles não agiam logo, enquanto Michael lhe dizia para não ter pressa, pois nenhuma decisão de Deus é desacertada.
            Finalmente, Deus se manifesta: Os Arcanjos seriam incumbidos de levantar um exército celestial e mandarem os novos anjos rebeldes para o Inferno, enquanto o próprio Deus traria uma catástrofe de proporções globais para varrer a vida na Terra, a fim de começar tudo novamente.
            Raphael se ajoelha e implora para que o Todo Poderoso não faça isso, mas o Criador lhe responde para não ficar tão triste, pois apesar de toda a maldade na Terra, ainda haviam pessoas boas e estas seriam salvas.
            Michael e Raphael se encarregariam pessoalmente dos principais líderes desta nova rebelião: Samyaza e Nathanael. Uriel ficaria encarregado de encontrar todas as pessoas que ainda não haviam cedido ao pecado e que pudessem ser salvas, enquanto Gabriel lideraria o restante dos Arcanjos para capturarem os demais Vigilantes traidores.


    ...


            Em uma noite fatídica, Nathanael voltava para casa, apenas para perceber sua esposa, Eurídice, orando escondida em sua cama. Sua fúria foi tanta que ele avançou contra ela como uma fera, erguendo-a pelo pescoço.

    “COMO OUSA ME DESOBEDECER? VOCÊ DESEJA QUE ELE VENHA ATÉ AQUI E NOS DESTRUA A TODOS? É ISSO QUE VOCÊ QUER?! POIS EU MESMO VOU ME ENCARREGAR DE QUE VOCÊ NUNCA MAIS...”

    “SOLTE ELA, NATHANAEL!” – Dizia Raphael, que havia materializado-se do outro lado do quarto.


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            Era a primeira vez que Nathanael via Raphael com uma expressão que lembrava fúria em seu rosto. Ele estava vestido para batalha, algo que ele só havia feito durante a guerra contra Lúcifer. O susto em ver o antigo companheiro foi tanto que ele acabou segurando o pescoço de Eurídice por tempo demais, e com um estalo, ela caia morta aos seus pés.

    “O QUE VOCÊ FEZ, SEU DESGRAÇADO?!” - Gritava Nathanael para Raphael, como que querendo culpá-lo.

    “Não me culpe por seus crimes, ex irmão! Eu mesmo me encarregarei de levar o espírito desta pobre mulher para um lugar melhor, onde ela nunca mais precisará temer você!”

    “MALDITO, NÃO OUSE SE APROXIMAR DO ESPÍRITO DELA! EU ESPERAVA QUE DE TODOS, AO MENOS VOCÊ, QUE SEMPRE DISSE AMAR OS HUMANOS, FOSSE NOS ENTENDER!”

    "Não confunda seus desejos profanos com amor, se você utiliza essa palavra para descrever qualquer prática abjeta que satisfaça seus instintos, você nunca realmente entendeu o real sentido do amor."

    "E você nunca entendeu o sentido de liberdade. Nós só podemos ser verdadeiramente livres se cedermos aos nossos impulsos"

    "Essa sua ideia de liberdade é pífia. Tornar-se escravo de seus próprios vícios e paixões não é liberdade, os prazeres pecaminosos aos quais você se entregou parecem ter embrutecido não apenas seu espírito, mas também seu intelecto."

    "Eu sinceramente me arrependo de não ter me aliado a Lúcifer durante a guerra, ele tinha razão, vocês não passam de fracos e covardes que se escondem com medo do que a vida tem a lhes oferecer."

    "Você é que é um fraco e um covarde por se deixar dominar por seus próprios vícios, a ponto de virar as costas para Aquele que lhe deu tudo, apenas para satisfazer sua luxúria e instintos animais. Você me dá nojo!"

            Então, furioso, Nathanael ataca cegamente o ex aliado, e um confronto de grandes proporções se iniciava. Raphael temia que o choque de ambos poderia destruir toda a cidade, então leva o combate para outra dimensão.






            Nathanael o ataca com toda sua fúria, sendo muito mais agressivo, ao passo que Raphael na maior parte do combate apenas conseguia esquivar-se e bloquear seus ataques, lentamente levando-o para onde queria.
            Por fim, em um ataque extremamente arriscado de Nathanael, Raphael finalmente o atinge em cheio, com todo o seu poder, ferindo gravemente sua forma astral. Sem condições de continuar a lutar, mas ainda praguejando e destilando todo o seu ódio contra Raphael, o Vigilante via o Arcanjo gerar um portal no ar, para um local onde ele apenas podia ver escuridão e sentir cheiro de enxofre. Um fogo diferente do comum, de um tipo que pode queimar não apenas a carne, mas também o espírito.

    “EU ODEIO VOCÊ! EU JURO, VOCÊ AINDA PAGARÁ POR ISSO!”

    “Não lhe peço perdão, pois você mesmo causou sua ruína. Adeus, meu irmão!” – Dizia Raphael entre lágrimas, enquanto enviava Nathanael para o Inferno.

            Após um longo conflito, Michael e os outros também conseguem derrotar o restante dos Grigory e aqueles que não foram destruídos, são então mandados diretamente para o Inferno. Porém, talvez a missão mais delicada tenha sido a de Uriel, que precisou, em meio aos conflitos, encontrar e proteger ao menos um homem que fosse digno de ser salvo, e ele o encontrou.
            Um homem que futuramente seria conhecido como Noah (Noé) pelos Israelitas, Utnapishtim pelos Sumérios, Nuu pelos povos nativos do Havaí, entre diversos outros nomes entre o povos que viriam a viver nas Américas, até o continente Africano, a Europa e além.


    Lúcifer - Paraíso Perdido McConnellNoahLL




    EPÍLOGO




            Nathanael sentia seu corpo arder naquelas chamas negras como a noite, mas a pior dor era a perda de Eurídice. Em seu ódio, ele ruge como um animal ferido, um som que ecoa nas paredes do Inferno, assustando até mesmo outros demônios.





            Ele percebe que não apenas sua voz havia mudado, mas também seu corpo espiritual. Não mais um anjo de luz, ele agora se parecia com um híbrido de homem com os bodes que costumava sacrificar em seus rituais.


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            Então, ele percebe que não estava sozinho.


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             Descendo com suas asas negras, Nathanael mal podia reconhece-lo. Era Lúcifer, também despido de sua glória, mas ainda carregando certa elegância decadente.

    “Ora, ora, o que temos aqui?! Nathanael, você que foi tão fiel Áquele que não ouso nomear, que fez você virar-se contra seu próprio irmão, agora também condenado junto comigo?! Que surpresa admirável!”

    “O QUE VOCÊ DESEJA, ESTRELA DA MANHÃ? TRIPUDIAR DE MIM?!”

    “Não sou mais chamado assim, agora sou conhecido aqui como Satanás! Aliás, você também não é mais um anjo, então que tal jogar fora o nome dado a você pelo Ditador-mor?!”

    “Como assim?!”

    “Aqui somos todos livres. Nós escolhemos nossos próprios nomes e nosso próprio futuro!”

    “Hahahaha, que piada. Livres para escolherem seu próprio futuro?! Nós estamos condenados por toda a eternidade! Você não passa de um louco.”

    “Sim, de fato sou louco, mas não sou a loucura morta, sou a loucura viva, que é o inverso da sabedoria de Deus. Sabeis vós o que é Deus? Deus sou eu, visto ao contrário. Nenhuma força se produz sem resistência, nenhuma luz sem sombra, nenhuma afirmação sem negação"

    "Ainda assim, cá estamos, nessa poça de imundice..."

    "Entendo, você é mais um dos muitos pessimistas lançados aqui, não?! Mas para mim, o copo não está vazio, está transbordando de ideias. O Maldito nos prendeu aqui, pensando que iria nos dobrar, mas muito pelo contrário, esta é a terra das conspirações, o paraíso das revoluções, uma terra repleta de oportunidades para aqueles que buscam vingança contra o Altíssimo!”

    “... Fale mais!”

    “Ah, vejo que consegui sua atenção, não é?! O Desgraçado acha que conseguiu purificar a terra com sua brincadeirinha de água, mas mal sabe ele que onde existem homens, o pecado estará sempre lá, pois eu o plantei no coração deles, e onde existir o pecado, eu estarei lá!”

    “Então, o que você deseja de mim?!”

    “Nada, meu amigo. Enquanto o Maior dos Tiranos lhe pede para se ajoelhar, eu apenas lhe peço que se erga!”

            E assim, a monstruosidade que um dia foi Nathanael agora erguia-se no ar, imponente e cheio de ódio.

    “Qual é o nome que escolherá para si mesmo em nossa grande revolução?”

    “... Azazel!”

    “Muito bem, Azazel. Você é uma nova criatura agora, e eu lhe batizo com sangue e cinzas, em nome da Trindade Infernal!”

    “E em verdade lhe digo, se formos contra Ele, eu lhe seguirei até o fim da existência, você será meu messias, meu mártir, meu senhor!”

    “Me sinto honrado, Azazel, agora vamos, temos muito trabalho a fazer!”



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