Vindo: Dando o Troco - Primeira Lua Nova
Tinha muita coisa na merda de alguma forma, Morgan seu companheiro de tribo e alcateia decapitado como o outro sujeito, um corte limpo e profissional cauterizado na prata, a noiva dele sumida, o tio já tinha recobrado a consciência, já estava em casa tendo que explicar o acidente de carro pra família.
Entrar em contato com os Sem-Medo tinha sido difícil, pelo menos fazê-lo sem causar um incidente diplomático. Tobias era o único cara que ele conhecia em quem podia confiar um julgamento, responsabilidade era o pináculo dos Senhores da Tempestade, assim como o juramento era pro Caça nas Trevas, e Serge havia decidido que Beatrice faria as reparações necessárias.
Foi exatamente o filho de Tobias quem ele tinha conseguido contatar numa festa particular na noite passada, Tyrone era possivelmente o mais acessível deles, provavelmente o mais descolado também.
Tá tudo certo, pode ir pro clube. Aquela mensagem havia demorado muito mais do que gostaria, mas as coisas nem sempre funcionavam na velocidade desejada.
O bairro parecia o mesmo desde a última vez que havia pisado nele, uma camada densa de medo entre todos aqueles parque trailers e pequenos comércios, um bar cheio de rednecks bêbados e armados juntos de profissionais da vida parecia animado, do outro lado o Bullseye.
Ele é cumprimentado por Clive assim que entra, o jovem como sempre parecia cordial e paciente - Mãe tá lá atrás, pode entrar, ela tá te esperando. - ele diz apontando pra uma porta de metal velha porém sólida, os barulhos de tiro abafados vindo da direção oposta.
Abrir a porta é como tomar um soco de nicotina barata bem no meio da fuça, a coisa toda era uma oficina de tamanho mediano, mas muito bem equipada para manutenção e reparos em armas de fogo, trabalhando num balcão Chloe com uma bituca cigarro entre os lábios e logo ao lado um cinzeiro cheio.
- Desengripante, eles sempre fazem essa merda. - ela reclama de alguém desconhecido, sem nem mesmo olhar pro uratha, mas a figura dela era tão dura que dava pra quase acreditar que o problema era com ele, era até difícil sustentar o olhar pra ela por muito tempo - Sabe aquele ditado? Aquele que fala de WD 40 ou silvertape? Quem inventou essa merda com certeza foram os caras que vendem essa merda. - ela diz enquanto desmontava um revólver pequeno que tava imundo por dentro parecendo bastante travado.
Ela dá um último trago na bituca de cigarro e a aperta contra as outras dentro do cinzeiro abarrotado, limpa as mãos em um trapo e tira debaixo do balcão uma garrafa de whisky barato e dois copos de shot, ela os enche e dá um toque no de Serge antes mesmo dele tocá-lo, virando o dela logo em seguida, a bebida é forte e desce queimando a garganta - Então, a que devo a visita? - ela diz puxando um banquinho e se sentando atrás do balcão, os olhos azuis olhando pra Serge sem piscar nenhuma vez.
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