"Se houvesse algo que eu pudesse fazer... Me ajude, por favor."
Com os olhos fixos na estátua do chacal, sentiu tontura e enjôo inicialmente, por alguns segundos.
Não durou muito, os dois sentimentos foram interrompidos por uma dor excruciante em seu peito - uma pontada forte em seu coração. Seu cérebro começou a desligar, poderia tentar se agarrar em alguma coisa a sua frente, mas nada mais em seu corpo parecia responder. Douglas era um homem estudado e mesmo assim, não conseguia encontrar uma explicação clara para o que estava sentindo, era como se a essência de sua existência, os conceitos cruciais de sua psique sangrassem dele. Conceitos como honra, honestidade, coragem, integridade, humildade - coisas que as pessoas internalizam e vivem suas vidas pensando a respeitoe tentam mostrar isso para outros ao seu redor, se tornam cada vez mais difíceis de encontrar. Não significavam nada, abandonaria tudo isso para se agarrar a vida.
Ao mesmo tempo, foi golpeado com a realidade mais dura e gélida que se pode imaginar. Ele não sabia o motivo: estava morto, se sentia morto. Tudo o que trabalhou em sua vida, tudo o que sonhou, toda a dor, todo o esforço, as dificuldades, as recompensas, a vitória, tudo. Até mesmo os pedidos de ajuda para qualquer um que pudesse ajudar a recuperar a vida de sua mãe, até mesmo o arrependimento que sentira momentos antes. Isso tudo não significava mais nada.
O passado não significava mais nada, nem seus desejos para o futuro, assim como o presente e essa nova realidade patética e minúscula comparada com o behemoth que se aproximava. A perspectiva forçada o empurrou do abismo. A falta de chão o fez voltar a sentir.
Em queda, tudo voltou. Sentiu-se vivo novamente. Não estava, mas estava.
E caiu.
Bateu com o rosto e parte da frente do corpo em algo macio, areia. Estava em um deserto sem fim, para qualquer lugar que olhasse, não havia ponto para que seus olhos pudessem encontrar uma direção ou caminho - o horizonte e o céu eram infinitos, era escuro e o céu repleto de estrelas, nesse deserto, se encontrava em ruínas, nada do que já havia estudado, nada do que já havia visto antes. A noite tinha cores que nem mesmo auroras boreais poderiam reproduzir.
As estrelas se aproximavam e se afastavam, como se piscassem e percebeu que uma delas continuava se aproximando, até se tornar uma figura colossal em sua frente, ao mesmo tempo em estava em sua frente, também estava ao seu redor, a sua volta e também dentro, uma gigantesca cabeça preta como a noite, o chacal dos mortos. Translúcido e tão real como se podia imaginar, sua essência pingava poeira de estrelas e misturava-se com a areia do deserto que parecia brilhar.
Nada disse, mas uma mão negra, com garras afiadas e adornada em ouro saiu de seu centro e foi na direção de Douglas - gigante, foi encolhendo até obter um tamanho comum e atravessou seu peito, voltou da mesma forma que veio, mas dessa vez, tinha o coração pulsante do homem nas mãos. A mão etérea apenas virou sua posição e deixou o coração cair, que foi apanhando por uma cama de plumas - as plumas tensionaram e cederam, o coração de Douglas caiu no chão, inerte.
Do topo das ruínas, viu uma figura se formando - um crocodilo de juba e pelagem castanha pelo corpo, tão imponente quanto a cabeça de chacal que aparecera momentos antes, mas tinha forma física, não se apresentava como um corpo etéreo, Douglas sentia que podia tocar aquela criatura, mas ao invés disso a criatura o tocou e o segurou pelos braços e pernas, como se o esticasse e com isso mais uma vez sentia-se esvair-se, como se pedaço a pedaço fosse consumido. Sua essência era guiada para a boca da criatura crocodilo.
“Ele é meu.”
Depois de todo esse tempo, ouviu algum som naquele profundo silêncio, a voz vinha da imensidão das estrelas. E o crocodilo o largou. E tão rápido como apareceu, sumiu. A mão etérea de antes, pegou o coração de Douglas do chão e levou novamente a seu peito. Como se fosse uma peça em um mecanismo, foi colocado novamente no lugar.
Uma nova dor o invadiu e então tudo era luz, um zumbido elétrico invadiu seus oouvidos, estava no chão, no quarto de hospital onde estava sua mãe. Ela respirava ofegante e os aparelhos médicos apitavam e faziam barulho initerruptos. A mulher segurava o peito com força, arfando e buscando por ar, uma equipe médica adentrou o quarto as pressas e passaram a atender a senhora.
Com os olhos fixos na estátua do chacal, sentiu tontura e enjôo inicialmente, por alguns segundos.
Não durou muito, os dois sentimentos foram interrompidos por uma dor excruciante em seu peito - uma pontada forte em seu coração. Seu cérebro começou a desligar, poderia tentar se agarrar em alguma coisa a sua frente, mas nada mais em seu corpo parecia responder. Douglas era um homem estudado e mesmo assim, não conseguia encontrar uma explicação clara para o que estava sentindo, era como se a essência de sua existência, os conceitos cruciais de sua psique sangrassem dele. Conceitos como honra, honestidade, coragem, integridade, humildade - coisas que as pessoas internalizam e vivem suas vidas pensando a respeitoe tentam mostrar isso para outros ao seu redor, se tornam cada vez mais difíceis de encontrar. Não significavam nada, abandonaria tudo isso para se agarrar a vida.
Ao mesmo tempo, foi golpeado com a realidade mais dura e gélida que se pode imaginar. Ele não sabia o motivo: estava morto, se sentia morto. Tudo o que trabalhou em sua vida, tudo o que sonhou, toda a dor, todo o esforço, as dificuldades, as recompensas, a vitória, tudo. Até mesmo os pedidos de ajuda para qualquer um que pudesse ajudar a recuperar a vida de sua mãe, até mesmo o arrependimento que sentira momentos antes. Isso tudo não significava mais nada.
O passado não significava mais nada, nem seus desejos para o futuro, assim como o presente e essa nova realidade patética e minúscula comparada com o behemoth que se aproximava. A perspectiva forçada o empurrou do abismo. A falta de chão o fez voltar a sentir.
Em queda, tudo voltou. Sentiu-se vivo novamente. Não estava, mas estava.
E caiu.
Bateu com o rosto e parte da frente do corpo em algo macio, areia. Estava em um deserto sem fim, para qualquer lugar que olhasse, não havia ponto para que seus olhos pudessem encontrar uma direção ou caminho - o horizonte e o céu eram infinitos, era escuro e o céu repleto de estrelas, nesse deserto, se encontrava em ruínas, nada do que já havia estudado, nada do que já havia visto antes. A noite tinha cores que nem mesmo auroras boreais poderiam reproduzir.
As estrelas se aproximavam e se afastavam, como se piscassem e percebeu que uma delas continuava se aproximando, até se tornar uma figura colossal em sua frente, ao mesmo tempo em estava em sua frente, também estava ao seu redor, a sua volta e também dentro, uma gigantesca cabeça preta como a noite, o chacal dos mortos. Translúcido e tão real como se podia imaginar, sua essência pingava poeira de estrelas e misturava-se com a areia do deserto que parecia brilhar.
Nada disse, mas uma mão negra, com garras afiadas e adornada em ouro saiu de seu centro e foi na direção de Douglas - gigante, foi encolhendo até obter um tamanho comum e atravessou seu peito, voltou da mesma forma que veio, mas dessa vez, tinha o coração pulsante do homem nas mãos. A mão etérea apenas virou sua posição e deixou o coração cair, que foi apanhando por uma cama de plumas - as plumas tensionaram e cederam, o coração de Douglas caiu no chão, inerte.
Do topo das ruínas, viu uma figura se formando - um crocodilo de juba e pelagem castanha pelo corpo, tão imponente quanto a cabeça de chacal que aparecera momentos antes, mas tinha forma física, não se apresentava como um corpo etéreo, Douglas sentia que podia tocar aquela criatura, mas ao invés disso a criatura o tocou e o segurou pelos braços e pernas, como se o esticasse e com isso mais uma vez sentia-se esvair-se, como se pedaço a pedaço fosse consumido. Sua essência era guiada para a boca da criatura crocodilo.
“Ele é meu.”
Depois de todo esse tempo, ouviu algum som naquele profundo silêncio, a voz vinha da imensidão das estrelas. E o crocodilo o largou. E tão rápido como apareceu, sumiu. A mão etérea de antes, pegou o coração de Douglas do chão e levou novamente a seu peito. Como se fosse uma peça em um mecanismo, foi colocado novamente no lugar.
Uma nova dor o invadiu e então tudo era luz, um zumbido elétrico invadiu seus oouvidos, estava no chão, no quarto de hospital onde estava sua mãe. Ela respirava ofegante e os aparelhos médicos apitavam e faziam barulho initerruptos. A mulher segurava o peito com força, arfando e buscando por ar, uma equipe médica adentrou o quarto as pressas e passaram a atender a senhora.