A noite sempre era problemática dentro da cadeia. Era um interruptor em que todos ficavam mais violentos, todos procuravam um jeito de obter vantagem sobre os demais e o próprio medo fazia com que se sentissem assim, com que buscassem uma forma de se sentirem mais corajosos e não demonstrarem que, na verdade, todos ali estavam completamente vulneráveis - fosse por conta de seus companheiros de enclausuramento ou pelo capricho dos guardas e administradores do local. Não era incomum alguém levar uma surra por ter encarado demais, desviado o olhar, ter comido de boca aberta ou respirado mais alto. O motivo, nunca era importante e nunca era relevante para o ocorrido, bastava existir.
- Apagando as luzes em 5 minutos. Vão dormir seus merdas!
Os guardas passavam pelos corredores gritando e batendo nas grades. O aviso era a prepação premonitória. Tão logo alguém começaria a chorar de medo, haveria alguns gritos e o silêncio tomaria conta completamente do local, até que os primeiros raios de luz viessem com a manhã e o barulho tomasse conta do lugar novamente. Claude não encontrava paz. Acordado, precisava conviver com a situação do lugar e dormindo, seus sonhos o perturbavam. Sonhava principalmente com sua vingança e tudo o que deveria fazer, mas estava preso e impedido. Geralmente conseguia escapar com facilidade da maioria das situações, era bastante esguio em situações complicadas, mas aquilo era um universo completamente diferente. Mesmo que fugisse - ainda seria um procurado e era relativamente 'famoso' no mundo lá fora, talvez não demorasse muito para que alguém o entregasse por um saco de moedas de prata.
E os 5 minutos do aviso passaram, com um zumbido elétrico as luzes se apagaram.
Havia ainda alguma claridade, a fraca luz da lua entrava por algumas das celas que davam para o lado de fora. A de Claude era uma delas. Assim como a maioria dos homens naquela pavilhão, sua cela era individual - mas quando virou-se para deitar, havia alguém ali. Estava sentado em sua cama e usava trajes clássicos, incomuns - mas com certeza não condizentes com o local.
- Hoje é seu dia de sorte, Claude. E você vai me ajudar a mandar uma mensagem.
O homem se eregueu. Tinha em mãos um cajado com a ponta de caduceu, com o cajado tocou a fechadura da cela - que começou a mudar de cor, ficou levemente esverdeada e passou a ficar laranja logo em seguida, enferrujando e caindo pedaços da mesma ao chão, até que se desfez completamente, deixando a cela aberta por completo.
- Há uma confusão a respeito do que represento, do que sou e como sou. O ponto é mais interpretativo, acredito. Mas no fim, o que importa é a mensagem. Se você passar a mensagem correta, consegue o que quer. E eu acho que você será um ótimo receptáculo para a mensagem que preciso passar. Vamos.
Ele abriu a grade da cela e passou a caminhar por fora, seguindo diretamente o caminho da saída. Todo o resto, os demais detentos e guardas, pareciam se mover em velocidade muito reduzida, presos em uma suspensão de realidade e a cada bloqueio que surgia, o homem tocava fechaduras com seu cajado e elas se desfaziam em ferrugem alaranjada, deixando apenas restos no chão. O caminho foi rápido e sem resistência, nem de cadeados e nem de guardas, até o último portão gradeado que deu para fora dos muros.
Ele enfiou a mão no bolso e jogou uma chave para Claude, depois, apontou um carro simples a frente.
- Vá resolver o que precisa resolver da sua vida, há uma muda de roupa no carro. Lembre-se de passar a mensagem correta. Irei lhe encontrar em breve para cobrar meu preço.
- Apagando as luzes em 5 minutos. Vão dormir seus merdas!
Os guardas passavam pelos corredores gritando e batendo nas grades. O aviso era a prepação premonitória. Tão logo alguém começaria a chorar de medo, haveria alguns gritos e o silêncio tomaria conta completamente do local, até que os primeiros raios de luz viessem com a manhã e o barulho tomasse conta do lugar novamente. Claude não encontrava paz. Acordado, precisava conviver com a situação do lugar e dormindo, seus sonhos o perturbavam. Sonhava principalmente com sua vingança e tudo o que deveria fazer, mas estava preso e impedido. Geralmente conseguia escapar com facilidade da maioria das situações, era bastante esguio em situações complicadas, mas aquilo era um universo completamente diferente. Mesmo que fugisse - ainda seria um procurado e era relativamente 'famoso' no mundo lá fora, talvez não demorasse muito para que alguém o entregasse por um saco de moedas de prata.
E os 5 minutos do aviso passaram, com um zumbido elétrico as luzes se apagaram.
Havia ainda alguma claridade, a fraca luz da lua entrava por algumas das celas que davam para o lado de fora. A de Claude era uma delas. Assim como a maioria dos homens naquela pavilhão, sua cela era individual - mas quando virou-se para deitar, havia alguém ali. Estava sentado em sua cama e usava trajes clássicos, incomuns - mas com certeza não condizentes com o local.
- Hoje é seu dia de sorte, Claude. E você vai me ajudar a mandar uma mensagem.
O homem se eregueu. Tinha em mãos um cajado com a ponta de caduceu, com o cajado tocou a fechadura da cela - que começou a mudar de cor, ficou levemente esverdeada e passou a ficar laranja logo em seguida, enferrujando e caindo pedaços da mesma ao chão, até que se desfez completamente, deixando a cela aberta por completo.
- Há uma confusão a respeito do que represento, do que sou e como sou. O ponto é mais interpretativo, acredito. Mas no fim, o que importa é a mensagem. Se você passar a mensagem correta, consegue o que quer. E eu acho que você será um ótimo receptáculo para a mensagem que preciso passar. Vamos.
Ele abriu a grade da cela e passou a caminhar por fora, seguindo diretamente o caminho da saída. Todo o resto, os demais detentos e guardas, pareciam se mover em velocidade muito reduzida, presos em uma suspensão de realidade e a cada bloqueio que surgia, o homem tocava fechaduras com seu cajado e elas se desfaziam em ferrugem alaranjada, deixando apenas restos no chão. O caminho foi rápido e sem resistência, nem de cadeados e nem de guardas, até o último portão gradeado que deu para fora dos muros.
Ele enfiou a mão no bolso e jogou uma chave para Claude, depois, apontou um carro simples a frente.
- Vá resolver o que precisa resolver da sua vida, há uma muda de roupa no carro. Lembre-se de passar a mensagem correta. Irei lhe encontrar em breve para cobrar meu preço.