"B'sst, Baast, Ubaste, Baset... Bastet."
Quando acordou era dia, estava quente, o calor invadia seu apartamento.
Não estava mais na exposição - a última coisa que lembrava era de ter desmaiado na exposição. E agora, estava em sua casa. E aquele calor... Era um dia muito quente. Acordou no chão de sua sala. O apartamento estava um pouco diferente, maior, mais iluminado - a decoração era diferente, haviam fotos na parede de pessoas que não reconhecia, mas estava estava junto com aquelas pessoas. Uma garota, jovem, parecia ter por volta dos seus 16 ou 17 anos, um garoto, menor, por volta dos 8 anos e atrás dos dois, estava Adora e um homem. Todos sorriam, todos pareciam felizes na foto.
Adora se levantou, o apartamento pareceu descer, como um elevador - e logo, não era mais um apartamento - mas uma casa, grande, iluminada, de cerca branca, parecendo ter saído de um comercial de TV.
Olhou pela janela e viu as pessoas da foto do lado de fora, em um gramado esmeralda, envolto em juncos que cercavam toda a propriedade e para além disso, areia. Uma extensão de deserto que turvava a vista, o sol se misturava com o branco do deserto sem fim e fazia com que os raios que batiam ali dançassem na areia e criavam imagens que se perdiam nos olhos. Olhar por muito tempo além do gramado e dos juncos fazia os olhos arder. Na casa, em seu interior, parte da vasta decoração eram dezenas - mais do que se podia contar - de gatos envoltos em trapos, quase que de forma ritual.
Um dos gatos que fazia parte da decoração saltou de uma estante, os trapos se soltaram do corpo do pequeno animal e relevaram um gato todo preto, de olhos fundos e amarelos - completamente amarelos. Ele caminhou vagarosamente até Adora, passou por entre as pernas dela algumas vezes, se esfregando e por fim, mordeu a mão dela de leve. A pressão dos dentes do pequeno animal aumentou e os dentes perfuraram a pele de Adora. Ele não soltou e um fino rastro de sangue escorreu de sua mão e pingou, demorou algum tempo - mas caiu no chão e ao atingir o chão da casa, aquele calor pareceu aumentar.
Todos os gatos envoltos em trapos entraram em combustão.
A casa inteira estava em chamas. As pessoas da foto, no quintal, também estavam em chamas. O sol ainda ardia, mas estava escuro, com apenas um pequeno fio de claridade aparecendo ao redor da maior estrela celeste, um eclipse se formou em poucos segundos e perdurou. O gato mordendo sua mão transformou-se, não era mais um pequeno animal, mas uma criatura quase do tamanho de Adora, mesmo nas quatro patas. Dentes, olhos e listras douradas. Tinha também adornos dourados.
O animal caminhou entre as chamas e ao redor de Adora.
"Isso é seu. Isso foi seu. Isso será seu."
Não via movimentação da boca da criatura, mas sabia que as palavras vinham dela.
E caiu.
Sentiu suas costas geladas, o piso frio a despertou. O ar invadiu seus pulmões e Adora estava deitada no chão gelado da galeria, de frente para a estátua de Bastet e com um colar em seu pescoço. O lugar parecia completamente vazio e pelas janelas mais próximas, podia ver que já era escuro. Demorou um pouco para que sua mente montasse novamente as coisas no lugar, mas com um pouco de tempo conseguiu e lembrou-se de tudo o que aconteceu, a família, os gatos, o fogo, a criatura felina.
Quando as coisas assentaram sua mente, algumas pareciam ter mais destaque e não era nem mesmo a criatura felina que tinha quase seu tamanho, não era o garoto e nem o homem ao seu lado, mas a garota de 16 ou 17 anos, era como ver um espelho, seu próprio rosto quando tinha aquela idade, mas sua consciência não a reconhecia como sendo ela própria - mas uma relação ainda mais forte do que isso.
E estava quente.
Quando acordou era dia, estava quente, o calor invadia seu apartamento.
Não estava mais na exposição - a última coisa que lembrava era de ter desmaiado na exposição. E agora, estava em sua casa. E aquele calor... Era um dia muito quente. Acordou no chão de sua sala. O apartamento estava um pouco diferente, maior, mais iluminado - a decoração era diferente, haviam fotos na parede de pessoas que não reconhecia, mas estava estava junto com aquelas pessoas. Uma garota, jovem, parecia ter por volta dos seus 16 ou 17 anos, um garoto, menor, por volta dos 8 anos e atrás dos dois, estava Adora e um homem. Todos sorriam, todos pareciam felizes na foto.
Adora se levantou, o apartamento pareceu descer, como um elevador - e logo, não era mais um apartamento - mas uma casa, grande, iluminada, de cerca branca, parecendo ter saído de um comercial de TV.
Olhou pela janela e viu as pessoas da foto do lado de fora, em um gramado esmeralda, envolto em juncos que cercavam toda a propriedade e para além disso, areia. Uma extensão de deserto que turvava a vista, o sol se misturava com o branco do deserto sem fim e fazia com que os raios que batiam ali dançassem na areia e criavam imagens que se perdiam nos olhos. Olhar por muito tempo além do gramado e dos juncos fazia os olhos arder. Na casa, em seu interior, parte da vasta decoração eram dezenas - mais do que se podia contar - de gatos envoltos em trapos, quase que de forma ritual.
Um dos gatos que fazia parte da decoração saltou de uma estante, os trapos se soltaram do corpo do pequeno animal e relevaram um gato todo preto, de olhos fundos e amarelos - completamente amarelos. Ele caminhou vagarosamente até Adora, passou por entre as pernas dela algumas vezes, se esfregando e por fim, mordeu a mão dela de leve. A pressão dos dentes do pequeno animal aumentou e os dentes perfuraram a pele de Adora. Ele não soltou e um fino rastro de sangue escorreu de sua mão e pingou, demorou algum tempo - mas caiu no chão e ao atingir o chão da casa, aquele calor pareceu aumentar.
Todos os gatos envoltos em trapos entraram em combustão.
A casa inteira estava em chamas. As pessoas da foto, no quintal, também estavam em chamas. O sol ainda ardia, mas estava escuro, com apenas um pequeno fio de claridade aparecendo ao redor da maior estrela celeste, um eclipse se formou em poucos segundos e perdurou. O gato mordendo sua mão transformou-se, não era mais um pequeno animal, mas uma criatura quase do tamanho de Adora, mesmo nas quatro patas. Dentes, olhos e listras douradas. Tinha também adornos dourados.
O animal caminhou entre as chamas e ao redor de Adora.
"Isso é seu. Isso foi seu. Isso será seu."
Não via movimentação da boca da criatura, mas sabia que as palavras vinham dela.
E caiu.
Sentiu suas costas geladas, o piso frio a despertou. O ar invadiu seus pulmões e Adora estava deitada no chão gelado da galeria, de frente para a estátua de Bastet e com um colar em seu pescoço. O lugar parecia completamente vazio e pelas janelas mais próximas, podia ver que já era escuro. Demorou um pouco para que sua mente montasse novamente as coisas no lugar, mas com um pouco de tempo conseguiu e lembrou-se de tudo o que aconteceu, a família, os gatos, o fogo, a criatura felina.
Quando as coisas assentaram sua mente, algumas pareciam ter mais destaque e não era nem mesmo a criatura felina que tinha quase seu tamanho, não era o garoto e nem o homem ao seu lado, mas a garota de 16 ou 17 anos, era como ver um espelho, seu próprio rosto quando tinha aquela idade, mas sua consciência não a reconhecia como sendo ela própria - mas uma relação ainda mais forte do que isso.
E estava quente.