Coffin Rock

Toda aquela cena com Annie fazia o xerife se divertir ao mesmo tempo que parecia que não nos via como ameaça. O que era algo bom.

- O doc Abe comentou algo semelhante mais cedo. - Lanço um olha malicioso para Annie. - Embora acredite que nesse momento ele esteja investigando os segredos de uma certa garçonete.

Era incrível como Annie era rabugenta e mandona. Acho que ela também deveria encontrar uma forma de estravazar e relaxar. E embora eu quisesse realmente por minhas mãos naquele padreco. Apenas assenti com a cabeça e deixei que Annie fosse até ele sem questionar.

- Se você já se decidiu... - Suspiro profundamente. - Irei investigar a hospedaria e pedirei para que os espíritos me auxiliem nessa jornada. Esbocei um sorriso chateado por ser excluída dos planos de Annie.

Sem saber por onde começar, fui dar uma olhada no quarto do doutor Abe.

Era meio deprimente o estado que a hospedaria se encontrava. Além de assustador. Seguindo para o quarto do dr. facilmente, me virei rapidamente para trás umas duas ou três vezes só com o estalo do piso atrás de mim. Sei que não havia motivos, mas era melhor estar prevenida.

O quarto do Dr. era igual ao nosso. Apesar de estar mais limpo que o nosso. Acho que todo esse cuidado devia ser algo que vinha com a profissão de Abe. Contudo, não havia parecer nada de estranho por ali. Será que o Dr. havia cheirado demais os produtos de limpeza e alucinado? No mesmo instante eu começa a rir de meus pensamentos.

Foi nessa hora que minhas risadas foram interrompidas por choro cavernoso que vinha do corredor. No mesmo momento segui até o corredor.

- Olá? Você é o espírito que precisa de ajuda? - Digo em tom amigável. - Asdza pode trazer conforto para você. Onde você está? - Segui pelos corredores tentando encontrar o espírito que chorava.

- Chuva?! - Murmurei ao ouvir o barulho que soava nas janelas.

Não bastasse a baixa visibilidade do corredor escuro, agora o temporal restringia meus ouvidos. Tudo começava parecer uma daquelas historias sobres os espíritos maus que o vovô nos contava envolta da fogueira.

Eu seu que deveria estar preparada, mas assim que passei por um dos quartos e a maçaneta parece se mover, de imediato dei um passo para trás.

- Alguém aí? - Perguntei em voz alta enquanto batia na porta.

Com resposta ou não, apenas tentai abria a porta para ver se havia sido só minha imaginação ou se realmente havia algo ou alguém por ali.

Encarei aquela cena incrédula. Mas o que diabos estava acontecendo?

- Olá?! - Respondi tentando entender o que se passava.

Enquanto ele se dirigia à janela, eu discretamente recuava e assim que pus a mão sobre a maçaneta, ele se virou me impedindo de sair dali. Droga, eu achei que Carl tivesse dito que não havia mais ninguém no hotel...

- Outros?! Mim não saber quem ser outros? - Dei de desentendida. - Eu vir purificar local assombrado. Eu ser xamã. - Encaro ele com certa ferocidade. - Você correr risco. Melhor sair hotel até que Asdza se livre de fantasma.

Apenas observei atentamente como ele reagiria.

Revirei os olhos ao ouvi-los desdenhar da minha procura e me segurei para não fechar a porta enquanto ele imitava um fantasma.

- Acreditar em Asdza ser uma escolha sua, mas não debochar de Asdza. - Encarei-o com raiva.

Respirei profundamente e recuei, ainda mais assustada ao ver sua arma. Não queria criar problemas desnecessários, mas antes que pudesse sair, ele veio em minha direção.

- Não saber quem procura. Então, Asdza não poder ajudar. - Respondi enquanto voltava para o corredor. - Você poder procurar à vontade.

O medo me invadiu enquanto eu retomava meu caminho, tentando descobrir o espírito que o Doc havia visto. Cada passo que eu dava parecia mais pesado, e eu me sentia cada vez mais vulnerável.