Uma Aventura T20
Viva e aprenda com os tolos e os sábios
Você sabe que é verdade
Tudo que você faz volta para você
– Aerosmith, Dream On
A Professora Kukaratthyaa surgiu em seu laboratório após passar quatro dias com seus antigos companheiros da Guilda Expedicionária Pica-Pau Amarelo – ela estivera ministrando um curso rápido sobre "o uso adequado de feitiços em jornadas de longa duração sob extremo estresse" para jovens membros da organização aventuresca: era importante que arcanistas e outros soubessem quais os melhores feitiços para situações que envolviam viagens extensas sobre territórios perigosos. Feiticeiros e bruxos iniciantes tendiam a desperdiçar energia mística escassa em pequenas besteiras e magos muitas vezes memorizavam encantamentos totalmente inúteis para a situação.
Tratou de sua higiene e trocou de roupa, preocupando-se em se apresentar ao Reitor e informar a ele de seu retorno – embora o velho provavelmente já estivesse ciente de sua presença.
Ao caminhar pelos corredores, percebeu algo rapidamente. Toda a Academia estava coberta por um campo místico que havia efetivamente paralisado todos. Alunos, professores e mesmo os gênios estavam fixos no espaço, nas mais diversas posições – a professora viu dois jovens parados em posição de corrida (era proibido correr dentro do prédio, ela se lembrou). Viu um rapaz de roupas pretas sendo empurrado por uma garota furiosa (ela reconheceu o rapaz como um moleque tarado que uma vez quase se matara ao invocar – sem permissão – uma súcubo dentro do seu quarto – ela mesma tivera que exorcizar a criatura com um pergaminho e depois castigar o rapazinho).
Como de praxe, a porta que levava aos aposentos de Talude estava trancada, mas ela sabia a palavra mágica que a abria (forçar a passagem traria grandes problemas a um invasor) e entrou na recepção, onde o Mestre Máximo da Magia se reunia com professores e alunos sêniores para tomar chá e conversar. Ali livros flutuavam misteriosamente. Neste ponto se deteve – havia algo errado ali e anos de experiência a alertavam que era perigoso seguir sozinha.
Retornou por onde veio – a porta da recepção fechou-se e voltou a se trancar após sua passagem – e ao laboratório. Enquanto caminhava hipóteses surgiam na sua mente. O que teria causado isso?
Poderia ter sido um acidente em algum dos laboratórios? Magia crônica era assunto de estudos avançados e mesmo com todas as proteções, algo sempre podia dar errado. Entretanto, Talude deveria ser capaz de cancelar o efeito, o que sugere...
A ideia de um ataque faz surgir um frio em seu estômago. A academia era literalmente uma das fortalezas mais bem protegidas do Multiverso – seria preciso um poder semidivino para penetrá-las. Poucas pessoas abaixo dos deuses teriam tal força: os sumo-sacerdotes, os gênios mais poderosos... um deus menor... ela tinha poucas esperanças de enfrentar nenhum desses adversários, era preciso encontrar o arquimago.
Ela poderia tentar pedir ajuda a Vectorius, mas Talude ficaria furioso, então era melhor deixar essa opção no fim da lista. E ninguém ali gostaria de dar esse gostinho ao governante do Mercado nas Nuvens.
Por que não era afetada? Provavelmente porque não estava presente quando o feitiço foi lançado.
Entrou no laboratório e olhou ao redor, já com um plano em mente.
Abriu gavetas e retirou objetos, montando-os sobre mesas dispostas no cômodo para comportar os cadáveres que utilizava em pesquisas e nas aulas. Incenso, ervas, gemas. Penas de fênix – raras e caríssimas, seriam totalmente consumidas pelo ritual e evocariam as bênçãos de Thyatis. Pedras de Gor – a permissão do Deus do Tempo era fundamental para aquilo dar certo.
Posicionou os focos principais: um medalhão de Lena, o coração mumificado de um sulfure... colocou as partes sobre as mesas, cercado pelos materiais, por pedra e pena, e iniciou o encantamento. Não sabia quanto tempo o efeito duraria, mas esperava que eles vivessem tempo suficiente para encontrarem o reitor.
Observou as energias negativas e positivas se concentrarem em espiral sobre as relíquias, as forças unidas começarem a reconstruir ossos, carne e sangue. Aquilo não era exatamente ressurreição, um domínio exclusivo dos deuses, embora fosse parecido – era um ritual de manipulação do tempo que trazia para o futuro alguém que houvesse morrido em algum momento no passado, no exato momento de sua morte. "Mas se estas pessoas foram teleportadas, de onde vieram os restos mortais necessários?", perguntaria o estudante. Na verdade, aquilo era um paradoxo temporal e somente os deuses impediam que este ritual não destruísse a própria realidade quando era executado. Felizmente ele era difícil, demorado, custoso e poucos no Multiverso sabiam como executá-lo. Um erro, por menor que fosse, e o próprio conjurador seria roubado de seu tempo e estaria condenado pela eternidade.
Karias Fei caía no abismo, então um momento súbito e instantâneo de dor – aquilo era a morte. Luz. Muita luz. Então estava caindo. Sobre um mundo. Não era Arton.
Então o mundo se foi e um olho enorme o encarou dos limites do não-tempo. Maior que um planeta, o viu. Tentáculos colossais moveram-se na periferia de sua visão. O que era aquilo?
Não era o paraíso, com certeza. Mas não era o inferno. Era algo... incompreensível. No limiar da loucura, despertou ouvindo o grito de um pássaro de rapina. Uma águia? Então viu – a fênix.
Despertou. Um teto. Uma fragrância. Incenso? Não conseguia identificar o odor. Estava deitado sobre uma mesa fria de metal. Olhou ao redor. Uma troglodita o observava.
Dannaghan "Dan" MacSaer sentia frio nos braços de Roramar. Muito frio. Então escuridão. E as estrelas. Ele vagava entre elas, livre, sem rumo ou propósito. Apenas o Vazio. Mas era como voltar para casa. Um mundo cresceu diante dele. Era... fascinante. Começou a se aproximar, atraído por uma força poderosa.
Então foi como se uma pálpebra se abrisse e um olho o encarou. Era... um olho. Colossal, não era possível vê-lo por inteiro – ocupava todo o espaço adiante. Ao redor tentáculos moviam-se vivos. Era... aterrador.
A... entidade o observou por um instante. Então ouviu um grito de pássaro. Uma águia? Não, o vermelho-alaranjado flamejante revelava uma fênix.
Despertou. Um teto. Uma fragrância. Incenso? Não conseguia identificar o odor. Estava deitado sobre uma mesa fria de metal. Olhou ao redor. Uma troglodita o observava.
Jack Adams sentiu dor. Depois frio. Então... o vazio. Por um momento que poderia ser um instante ou uma eternidade ele vagou pela escuridão. Então viu o vislumbre de um mundo fantástico. Mas o mundo se tornou uma pálpebra que se abriu revelando um olho. Tentáculos sombrios o cercavam enquanto encarava... o imensurável. Sentiu-se à beira de enlouquecer.
Então ouviu o canto de uma ave de rapina. Águia? Falcão? Não, uma fênix flamejante surgiu iluminando a escuridão.
Despertou. Um teto. Uma fragrância. Incenso? Não conseguia identificar o odor. Estava deitado sobre uma mesa fria de metal. Olhou ao redor. Uma troglodita o observava.
Profª. Kuka viu os corpos se reformando, ossos se fazendo, veias e artérias. Órgãos. Músculos. Sangue. Pele. Roupas. Armas. Logo pessoas estavam sobre as mesas. O ritual havia funcionado.
Dan, Karias e Jack se ergueram, confusos. Explicações eram necessárias. A segurança e futuro da Academia Arcana, alunos, professores e demais funcionários, dependiam do sucesso deles.
- Off:
- Começamos aqui. Usem o primeiro post para introduzir seus personagens, descrever suas aparências e personalidades. Prof.ª Kuka não pode executar o ritual novamente, dado que não há mais materiais para isso.
As estatísticas de Jack Adams serão incluídas quando @Claude Speedy postar a ficha finalizada no tópico de Protagonistas. Gostaria que fizesse isso antes da atualização.
Rondas: terças e sextas.
- Protagonistas:
Dan MacSaer, Kliren, Inventor 14
PV(65) 65, PM(56) 56, T$ 730.Karias Fei, Suraggel (Sulfure), Feiticeiro 14
PV(72) 72, PM(107) 107, T$ 15.910.Profª. Kuka, Trog, Bruxa 8 / Clériga 6
PV(116) 116, PM(101) 101, T$ 27.050.