O Jogo dos Tronos - Maehra

- Hmm, uma comitiva de músicos? - Esbocei um sorriso de canto de boca. - Essa ideia é interessante. - Respondi o primeiro.

Já para o segundo, eu apenas abri os braços sem saber o que dizer. Será que em todo o reino não haveria uma moça que se encaixasse? Teria sido tão mais simples se madame Chataya tivesse me cedido uma de suas garotas.

- Se diz ser um espião, então não teria problemas se eu testasse vossas habilidades? - Exibi um sorriso malicioso ao questionar o terceiro.

Porém o que mais me surpreendeu foi a sugestão do quarto. A resposta estava bem diante de meus olhos e eu não havia notada. Apesar que era duvidoso eles deixarem suas casas para me seguir para um local distante. Apesar que alguém que houvesse sido derrotado poderia se ver como indigno de retornar... Valia a pena procurar por eles.

- Tão óbvio que nem ao menos percebi. - Lanço uma moeda de prata para o mesmo. - Agradeço pela sugestão sobre os guerreiros. - Sorri agradecida.

Mas o que mais tinha eram pessoas que queriam em barganhar. Infelizmente, uma indicação não significava que a pessoa realmente seria qualificada para exercer a função que eu precisava. Apenas me atentei tentando encontrar alguém que parecesse mesmo saber o que estava falando. Apesar de estar a mais disposta a seguir para as tendas atrás de um bom cavaleiro.

- Sir Tristan, após o Baile da Rainha, estou ansiosa para seguir para Derivamarca e tratar dos assuntos com a Casa Velaryon. Infelizmente, isso significa que as apresentações ficarão em segundo plano. - Suspiro, deixando transparecer meu desânimo.

Volto-me para a ruiva ao meu lado, buscando apoio.

- Exatamente, Lyria, minha querida. No entanto, como mencionei anteriormente, Lorde Felinight me incumbiu dessa missão em Derivamarca. - Abro os braços, revelando minha resignação. - Estou em busca de pessoas que possam me auxiliar nessa terra distante e desconhecida. Infelizmente, uma turnê não parece ser uma opção viável no momento. Pelo menos até que essa missão seja concluída.

Sorrio, embora com certa melancolia, diante das palavras de Rok, e então respondo:

- Ou talvez seja uma estratégia extremamente astuta. Ao contar anedotas, ele simplesmente torna o ato ridículo e se livra de qualquer suspeita.

Havia algo intrigante no Bardo Azul. Não conseguia explicar exatamente o que era, mas algo nele despertava minha curiosidade intensamente.

- Você tem alguma associação com alguma Casa, Bardo Azul?

A incerteza pairava no ar, e eu me perguntava constantemente: quem estaria blefando e quem estaria realmente falando sério? Era um jogo perigoso, onde cada palavra e gesto poderiam esconder segredos profundos ou simplesmente serem parte de uma apresentação elaborada.

Contudo, eu sabia que não poderia simplesmente me render ao desconhecido. Era hora de arriscar, de confiar em meus instintos e na minha capacidade de discernir a verdade das mentiras. Apesar das dificuldades, eu estava determinada a desvendar os mistérios que se apresentavam diante de mim.

Preparada para os desafios que estavam por vir, eu estava disposta a seguir em frente, mesmo que isso significasse enfrentar decepções e traições ao longo do caminho. Afinal, a verdadeira coragem está em arriscar-se, mesmo quando as probabilidades estão contra nós.

E assim, com coragem no coração e uma chama de determinação queimando em meus olhos, eu avancei em direção ao desconhecido, pronta para descobrir quem era digno de confiança e quem não passava de um mero blefe.

Um jovem cavaleiro emergiu dos arredores, saudando-me com uma reverência que carregava a promessa de lealdade. Seus olhos transbordavam sinceridade, mas uma sombra de desconfiança dançava nos recantos da minha mente. Como diabos ele sabia quem eu era?

- Sim, sou eu! - Respondi, minha voz ressoando no campo de treinamento como um chamado desafiador. - E quem és tu?

Seu nome, Lance Bass, ressoou como uma nota musical no ar enquanto ele compartilhava suas intenções de se juntar a mim em minha jornada. Eu o encarei, ponderando as implicações de aceitar um novo aliado, enquanto a desconfiança persistia.

- Lance Bass, é uma honra conhecer o filho de um bravo cavaleiro. Lamento a perda de teu pai em Pedra do Dragão. Seja bem-vindo à comitiva para Derivamarca. - Murmurei, escolhendo palavras que carregavam tanto respeito quanto cautela.

Ele assentiu, aceitando meu convite com uma disposição palpável. Enquanto compartilhávamos planos e nos preparávamos para a jornada, uma inquietação sutil se instalou em meu peito. A falta de clareza sobre como Lance conhecia minha história persistia como uma sombra incômoda.

- Lance, é intrigante como conheces minha história e propósito. Perdoai minha curiosidade, mas como viestes a saber sobre mim e o que vos motivou a oferecer vossa lealdade? - Questionei, escolhendo minhas palavras com a precisão de quem tenta sondar as profundezas de uma mente desconhecida.

Enquanto ele explicava suas origens e motivações, minhas dúvidas persistiam, ocultas sob uma máscara de cortesia. A jornada à frente se desdobrava, misturando-se com a incerteza que envolvia a sinceridade de Lance Bass. Eu permanecia vigilante, consciente de que, mesmo nos campos de treino, as sombras espreitavam, prontas para revelar segredos que poderiam alterar o curso de minha busca.

A revelação de Lorde Felinight sobre meu potencial futuro como uma senhora da corte foi como um feixe de luz atravessando as nuvens pesadas de incerteza. Minha expressão permanecia controlada, mas por dentro, a tempestade de pensamentos girava como uma tormenta.

- Lance... - Minha voz era serena, mas carregava a tensão do inesperado. - A visão de Lorde Felinight para o meu futuro é, sem dúvida, intrigante. Se ele enxerga em mim o potencial para ser uma senhora, é algo que preciso considerar. E sobre você... - Meu olhar mergulhou no dele, buscando a verdade nos recantos de suas palavras - Tornar-se meu primeiro cavaleiro, ocupando o lugar de honra de seu pai, é uma proposta que demanda compreensão e coragem. Você está verdadeiramente ciente do que isso implica?

Ao nosso redor, outros cavaleiros continuavam seus treinamentos, ignorando discretamente a conversa que se desenrolava. O murmúrio das espadas e os passos firmes criavam uma trilha sonora de batalha que ecoava por entre todo o campo de treinamento. O destino, como uma força invisível, pairava sobre nós, aguardando a resposta que moldaria os caminhos à frente.

Sorri com gratidão ao ouvir as palavras habilmente recitadas por Lance, uma demonstração vívida de sua dedicação à cavalaria. Em seu compromisso, enxerguei não apenas um aliado, mas um guardião fiel dos valores que tanto prezava. Com um aceno gentil, compartilhei minhas palavras de apreço:

- Lance, sua prontidão e conhecimento dos deveres de um cavaleiro são verdadeiramente impressionantes. É evidente que você se preparou diligentemente para este serviço, e sinto-me honrada por tê-lo ao meu lado. Sua determinação em proteger minha família, minhas terras e manter a justiça em nosso domínio é exatamente o que necessito em um cavaleiro. Com sua lealdade e habilidades, sei que posso confiar em você para enfrentar qualquer desafio que possa surgir. Avancemos juntos, Lance, em nome da honra e do dever.

Mesmo com a confiança renovada em nosso vínculo, uma pontada de preocupação surgiu em minha mente. A revelação de minha verdadeira identidade poderia trazer consequências inesperadas. Mantive meu sorriso calmo, enquanto ponderava sobre a próxima etapa de nossa jornada.

- Talvez, Lance, você conheça outras almas corajosas dispostas a se juntar a nós em nossa jornada até Derivamarca? - Meus olhos buscaram os dele, tentando não revelar a inquietação que habitava em meu peito.

- Compreendo a dificuldade, Lance. - Suspirei um tanto desanimada. - Mas não posso me dar ao luxo de desistir. - Encarei Lance com um olhar determinado, apesar do leve tremor em minha voz.  - Sei que há desafios pela frente, mas estou decidida a encontrar alguém que compartilhe minha visão e esteja disposto a me acompanhar.

Olhei para o horizonte por um momento, como se buscasse forças nas paisagens distantes.

- Quanto ao Baile da Rainha... - Um brilho de esperança surgiu em meus olhos, minha mente já tecendo planos. - É uma ideia a considerar. Talvez lá eu consiga estabelecer algumas conexões que possam me ajudar nessa busca.

Sorriu para Lance, grata por sua honestidade e sugestões. No entanto, um novo problema me veio à mente. O que diabos uma violista teria para oferecer aos nobres no Baile da Rainha além de um bom entretenimento musical?

- A propósito, sor Lance. - Voltei-me com uma expressão séria para o cavaleiro. - "Senhora"? Isso me faz parecer velha. Pode me chamar apenas de Maehra. - Sorri para ele. - Se for informal demais para vós, pode me chamar de Lady Maehra. Mas, se insistir nessa história de senhora, certamente eu irei lhe punir. - Completei, rindo em deboche, antes de pousar minha mão sobre o ombro de Lance.

Off: @Alexyus, como Maehra foi contratada para tocar no baile, eu tava considerando que ela tá lá, mas limitada devido ao trabalho. Porém, se tu disser que ela pode transitar pelo salão...