Paraguassu

Paraguassu é um homem com uma inteligência extraordinária.

Criado em Diamante do Sul, atualmente mora em Curitiba e trabalha com desenvolvimento de sistemas.

Orgulha-se de suas raizes negras e indigenas, porém a sua pele branca faz com que não seja bem aceito pela comunidade nativa que ainda reside no local.

Tal rejeição se intensifica quando tenta explicar a sua profissão (mexer em computador no conceito deles). Para a sua família o melhor era que ele fosse um medico, engenheiro ou mecanico "profissoes de verdade", ou que trabalhasse na terra como seus outros familiares.

Porém a sua profissão gerou uma boa condição financeira, o que permite ajudar a todos, e com isso, ganhou o respeito dos seus.

Para sentir-se parte de sua cultura tornou-se um grande estudioso nas horas vagas das lendas da sua região.

Você foi criado e tem suas raízes na região de Diamante do Sul. Todos que sobraram da sua família estão por lá. Descendente direto dos índios Guarani, sua árvore genealógica acabou ficando mais "branca" quando seu pai, filho de descendentes diretos dos Guaranis, se encantou com uma jovem professora branca.... Isso às vezes gera algum pequeno conflito com a outra parte da família (parte de pai) e com alguns locais mais antigos. Esse papo de computador que você mexe e fala tanto, não é uma coisa tão bem vista pelo mais velhos. Ainda tem o "problema" de você ser católico praticante. Dentro da família isso gera um pouco de transtorno, principalmente com sua jarýi (avó). Ela sempre disse que você deveria ter seguido os passos dos seus primos e carregar mais a cultura do seu povo. Isso que você faz é coisa de branco...
Apesar dessa aporrinhação básica que tem em todas as famílias, teu trabalho te deu uma condição financeira no mínimo confortável e isso trouxe conforto para os mais próximos da família, o que ameniza um pouco esse falatório.
Como seu trabalho pode ser realizado no estilo home office, você aproveita que não está tão corrido e decide visitar seus pais. Já deve ter quase um ano que você não aparece. Já aproveita a época da quaresma que sempre tem bastante festa com comida boa por lá. Você faz uma mala não muito grande e pega a estrada.

Vou direto para a casa dos meus pais. Só faço paradas para comer ou ir no banheiro se necessário.

A viagem dura em torno de umas 7 horas. Dá pra fazer em menos tempo, mas você é um motorista responsável. Nada de loucura na estrada. Você decidiu sair de manhazinha cedo pra chegar perto da hora do almoço na casa dos seus pais. Se aproximando da cidade você já começa a se lembrar do cheiro da comida rústica da sua avó. Seus pais moram na região mais "urbana", próxima a região mais central da cidade. Sua avó paterna, de sangue 100% indígena mora mais afastada, ao leste da "parte branca", como ela chama. Ela é um pouco implicante com você, pois você foi quem mais se desviou do povo de vocês. Mesmo assim ambos tem um carinho enorme um pelo outro, pois quase tudo que você sabe sobre ser um indígena, foi ela quem ensinou. Seu pai nunca foi muito adepto das tradições.

Certamente eu trouxe presentes que sei que eles gostam, como comidas ou bebidas.

Chego na casa dos meus pais, cumprimento e abraço a todos e me sento onde eles estiverem (sala ou cozinha) para saber das novidades.

Seus pais estão na cozinha terminando o almoço. Ficam muito felizes quando vêem você chegando. Imediatamente vem à sua cabeça a imagem da sua avó reclamando que seu pai está ajudando sua mãe na cozinha - "meu filho virou branco por causa de um rabo de saia!". Você abaixa a cabeça e ri sozinho. Seus pais vêm ao seu encontro e te abraçam. Sua mãe lhe dá vários beijos. Seu pai te abraça e segura seus ombros entre os próprios braços e foca te fitando, com um sorriso no rosto e um gesto de afirmação com a cabeça. Ele sente muito orgulho do que o filho se tornou. Ele de maneira alguma nega suas raízes, mas queria algo "a mais" pra você.
Eles te chamam pra entrar e já na porta você sente o cheiro do seu prato favorito. A mesa já está posta.

Sento para jantar e pergunto da saúde dos dois, das novidades da família e das novidades da cidade.

Eles dizem estar tudo bem. Seu pai fala que estava com uma tosse horrível semana passada, mas a jarýi (vovó) deu umas ervas pra ele ferver e fazer chá. Agora já estava melhor.

Quando você pergunta das coisas da cidade, eles param de comer. Sutilmente. Se olham como se um esperassem um sinal do outro. Até que depois de longos segundos em silêncio, seu pai começa a falar:

-Sumiram 3 pessoas perto do entorno rural nessas semanas... uma delas era uma criança... a polícia está procurando, mas não acharam nada. Acho que logo devem parar com as buscas...

Jogue INT - coloque o valor da skill pra facilitar. Qualquer jogada que dê ou você ache que dê pra jogar algo, anuncie e jogue que eu vejo se encaixa. Daí agiliza o jogo)

(poste a tua ficha lá no tópico por favor)

IQ 14

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5 , 3 , 6

Antes dos seus pais comentarem alguma coisa você lembra que nos últimos dois anos, nessa mesma época, pessoas também sumiram. Cinco no primeiro ano e quatro no segundo. No primeiro ano a maioria era indigente, foram encontrados dois corpos mutilados. No segundo ano encontraram três corpos com as mesmas características. Nesse leva foram duas crianças (um dos corpos era de uma delas). Na época falou-se de cultos, bruxaria.

Antes mesmo que eles respondam eu emendo:

- Isso não tem a ver com aquela onda de desaparecimentos de alguns anos atras, tem?

Teu pai faz uma cara de consternado e suspira antes de falar:

-Não tem como ter certeza, mas achamos que sim.... Está tudo acontecendo igual... Que foi reportado pra polícia, duas pessoas sumiram. Ninguém foi encontrado ainda. As pessoas estão começando a ficar preocupadas. A rádio deu que estão pensando em toque de recolher...


Ele bebe um gole de Coca, meio pra ajudar a garganta seca:

-Estão começando a falar de bruxaria. Lembra daquele caso de Guaratuba né?.....

- Sim lembro

- Bem, quero dar uma caminhada antes de escurecer então, a não ser que queiram falar mais alguma coisa.

-Tá bom, filho... Só... tenta chegar antes de anoitecer, ok? - Você percebe uma certa preocupação no tom do seu pai. Mesmo sendo adulto, é preocupação de pai.

Saio para dar uma caminhada.
Coisa de 1 hora / 5 km.

Você sai caminhando pela cidade. Nada de diferente aparentemente. É uma cidade muito pequena, as pessoas são resistentes a mudanças muito "radicais". Você sente meio que uma curiosidade mórbida de passar perto dos locais onde houveram os desaparecimentos, mas pela sua memória, são locais mais longes, na região mais rural da cidade. Você eria que ir de carro.
Meio perdido nos pensamentos enquanto caminha, você percebe que a luz natural está muito mais fraca do que deveria. Olhando o relógio você se dá conta que caminhou por mais tempo que pretendia. A lua no céu começa a ficar visível já, embora não esteja de noite. Nisso seu celular toca. "Mãe".

-Filho, onde você está? Volta pra casa! Deu no rádio agora que o prefeito colocou um toque de recolher.

- Já estou indo para casa Mãe.

Não me desespero com a informação, mas apresso o passo em direção de casa e aumento a minha atenção.

Você começa a notar a penumbra se adiantando, você ficou fora, perdido nos seus pensamentos por mais tempo que percebeu. Mesmo ainda não tendo escurecido você vê que as ruas estão mais vazias que o costume. Pelo caminho você percebe bastante casas totalmente fechadas. Em outras, mães correndo e gritando pelos filhos perdidos brincando pelas ruas. Você viveu nessa cidade a maior parte da sua vida. Tempo suficiente pra saber que na área urbana esse não é o costume. Talvez pros lados da sua avó, que o pessoal dorme e acorda bem cedo, mas não tão perto do centro da cidade.