PREDADORES URBANOS NA SELVA DE CONCRETO
"If I can make it there, I'll make it anywhere."
Frank Sinatra
Carlos Montenegro, após dias de viagem, finalmente chegava a New York. A imensidão da cidade o envolvia, um contraste gritante com a tranquilidade da floresta onde crescera. O zumbido constante da metrópole, as luzes que pareciam não se apagar nunca, e a movimentação ininterrupta das pessoas traziam uma sensação de agitação que ele não conhecia.
Enquanto caminhava pelas ruas abarrotadas de Manhattan, Carlos sentia o peso de cada olhar que o avaliava. Mesmo entre os humanos, a presença dele parecia perturbar, talvez pela sua figura incompleta, pela ausência de um braço e de um olho, ou talvez fosse a sensação inata de que ele não pertencia totalmente àquele mundo. No entanto, Carlos sabia que sua jornada o havia trazido até ali, e havia algo muito maior esperando por ele naquela cidade.
As instruções que recebera eram claras: o caern do Central Park, a Seita Verde, seria seu novo lar, ou pelo menos o ponto de partida para seu propósito desconhecido. O parque, em meio à urbanização massiva, representava um santuário para os Garou, um lugar onde a essência da natureza e a espiritualidade ainda podiam ser sentidas, mesmo que envoltas pelo concreto.
Ao adentrar o Central Park, Carlos foi tomado por uma mistura de nostalgia e ansiedade. Era como se o espírito da floresta ainda o envolvesse, mas com um toque de algo desconhecido, algo que ele não conseguia nomear. Suas memórias do Caern onde cresceu vieram à tona, mas ele as afastou. Este era um novo começo, em um lugar completamente diferente.
Foi ali, próximo ao centro do parque, na ponte perto do lago, que ele avistou a figura de Keon Winston, um homem de pele escura e traços firmes, vestido de maneira prática, como alguém que sabia se mover tanto na cidade quanto na floresta. Ao lado dele estavam Lupita Conzuelo Corazon, uma mulher de olhos penetrantes e postura elegante; Tony Chu, com um olhar astuto e um sorriso sempre presente; e Simon Gentle, cuja aura tranquila contrastava com o ambiente caótico da cidade.
Carlos parou por um momento, observando o grupo que o aguardava. Eles o conheciam, ao menos de nome, e sabiam do motivo de sua chegada. Keon foi o primeiro a falar, sua voz carregada de autoridade e experiência.
- Bem-vindo a New York, Carlos. Eu sou Keon Winston, líder dos Andarilhos do Asfalto por aqui. Estes são Lupita, Tony e Simon. A Seita Verde o acolhe, mas saiba que aqui, como em qualquer lugar, você terá que conquistar seu espaço. Este é o começo da sua jornada.
Depois das palavras de Keon Winston, os outros Andarilhos do Asfalto também se dirigiram a Carlos, cada um com seu próprio tom e perspectiva.
Lupita Conzuelo Corazon, com sua voz suave, mas firme, disse:
- Você chegou a um lugar onde os fracos não sobrevivem por muito tempo, Carlos. Aqui, todos temos cicatrizes, visíveis ou não. Lembre-se, a cidade é tão cruel quanto a selva. Mas se você souber ouvir o ritmo dela, pode se tornar parte da batida. Nós somos os ouvidos e olhos de Gaia neste labirinto de concreto. Seja bem-vindo à selva.
Tony Chu, com seu sorriso astuto, acrescentou:
- Ei, garoto, não deixa essa cidade te devorar. Nova York é um jogo, e aqui, a gente joga com tudo que tem. Pode parecer que tá tudo contra você, mas a gente sabe virar o jogo. Fica esperto, usa a cabeça, e quem sabe você se dá bem por aqui.
Simon Gentle, com sua tranquilidade característica, completou:
- Carlos, não subestime o poder da paciência. A cidade tem seu próprio fluxo, e entender isso é a chave para sobreviver aqui. Nós, Andarilhos, sabemos como nos adaptar, como esperar o momento certo para agir. Use o tempo a seu favor, e não deixe que a pressa cegue suas decisões. A Seita Verde te acolhe, mas o caminho é seu para trilhar.
Keon completou com uma pergunta:
- Já tem onde ficar na cidade?
OFF: Começamos, @sabazin! Fique à vontade para desenvolver seu personagem e espero que se divirta nessa aventura!