Dmytro dos Volkodlak [ON]

Já fazia algum que eu estava no Brasil e me afastar das pessoas parecia ser a melhor forma de viver sem machucar ninguém. PAra economizar dinheiro eu comecei a passar as noites em dormitórios comunitário para pessoas sem tetos. Arrumar um emprego fixado era difícil já que eu não era brasileiro nato, então um bico aqui e ali na construção civil me ajudava a viver. Eu estou juntando dinheiro para comprar uma casa bem longe da cidade e viver como fazendeiro sei lá. De alguma forma eu não vou machucar ninguém quando meus surtos ficarem maiores. Por enquanto para juntar dinheiro vou fazer bicos. Devem estar precisando de um par de músculos em algum lugar dessa cidade. 

Off vou procurar um bico pra fazer dinheiro na parte l-5 se não achar vou para a ll-5

Trabalhar em obras de dia. Trabalhar descarregando coisas à noite. Por mais que pareça uma vida sofrida e injusta, eu agradeço pela saúde que tenho. Meu corpo está suado e fedendo. Não lembro quando foi a última vez que eu tomei um banho decente, mas sempre que posso eu me lavo. Eu aprendi que "Tomá Banho" é uma frase usada por eles pra pedir pra se lavarem então as vezes eu consigo um banho. Depois que eu terminei, peguei meu dinheiro e sequei meu suor. Quando eu estava saindo acabei me esbarrando em algo, parecia um livro ou coisa parecida, mas estava em uma língua diferente do russo então como eu não entendia nada e estava com preguiça de me esforçar para traduzir. Resolvi ver se achava alguma loja de penhor ou sebo que comprasse aquele livro pra que eu pudesse descolar um dinheiro.

É impressionante como as coisas não dão certo quando estamos tentando fazer algo. Não é que esse país seja difícil de viver, eu é quem não tenho sorte.

Eu então sigo o meu caminho em direção ao abrigo

Mais um dia que eu tento achar uma cama no abrigo comunitário. Se eu não chegar cedo vou dormir na rua de novo.

Quando eu estou perto de voltar eu vejo algo. É como um reflexo da guerra outra vez em minha cabeça. Talvez alguém esteja precisando de ajuda. Eu sigo o rastro de sangue ou o cheiro de ferro que emana do sangue na tentativa de encontrar a pessoa que foi vitimada.