Shamak BearSek não se recorda exatamente de como tudo aconteceu. Ele havia saído de perto dos seus companheiros bárbaros da tribo dos Tigres Vermelhos para caçar em um território próximo, e depois disso há apenas fragmentos de sua memória... Houve uma luta com drows. Ele não se lembra de quantos eram, mas, sozinho, Shamak havia de alguma forma derrotado a maioria. Porém os malditos elfos negros possuíam um líder entre eles, um drow xamã, que com uma única magia, derrubou o humano. Por mais que Shamak tente relembrar o rosto do elfo que o inutilizou em combate, ele não consegue, como se houvesse um bloqueio impedindo-o disso.
O bárbaro foi carregado durante alguns dias. Seus pedaços de memórias dizem que ele foi drogado durante todo o caminho, com alguma substância, maligna ou natural, que o deixava num estado de semi-consciência. Ele não se recorda do caminho que os drows tomaram, mas ele havia sido levado para o Subterrâneo das Fronteiras Prateadas, e depois, para uma cidade. Todos os detalhes se perderam em sua mente.
Quando Shamak despertou de verdade, com a sua consciência restaurada, ele se viu num ambiente escuro, iluminado apenas uma luz arroxeada que vinha de algum corredor a frente. A primeira coisa que percebeu é que ele estava deitado numa espécie de cama dentro de uma cela. E em seguida, ouviu vozes bem próximas a ele. O humano não entendia nada do que elas diziam. Aos poucos, ele percebeu a presença de outras camas e outros seres ocupando a mesma cela que ele estava.
Mesmo com a baixa iluminação, Shamak conseguia ver os traços de seus companheiros de cela. O primeiro era uma criatura tão grande quanto um armário, cheia de pelos e com dois chifres saindo do topo de sua cabeça taurina... ao mesmo tempo em que ele se parecia tanto com um minotauro, havia algo de diferente nele que dizia que ele não era um. O segundo ocupante da cela é um ser reptiliano, cheio de escamas. Tanto o homem-touro quanto o homem-lagarto conversavam entre si, enquanto um terceiro elemento se aproximava de Shamak.
Era um goblin. Ele parecia bastante machucado e se locomovia mancando. O goblin cutucou Shamak com um pedaço de pau.
- Ei, cê tá vivo? - O goblin surpreendentemente falava o idioma Comum. - Pensamos que tinham deixado um cadáver com a gente, dado o tempo que cê que ficou aí dormindo feito um porco.