Lanthys LionHeart Histórico
Em meio uma pequena zona florestal, à sudeste da Cidade Livre de Lahash, em meio a natureza, viviam em um pequeno porém, harmonioso lar, Laguna Goolbatren e sua esposa Raine Goolbatren... Fugitivos de um mundo caótico e conturbado, os dois se apaixonaram ainda jovens e não tinham aprovação de seus pais para tal romance, afinal, ele pertencia a uma família renomada e rica, os altos Lordes Goolbatren da cidade de Lahash e ela, uma trabalhadora do mercado local, encontrada na floresta embaixo dos corpos dos pais mutilados ainda bebê, e assim criada por um mercador que nem de perto se parecia com um pai e sim, com um patrão. Laguna se afeiçoou por ela ainda quando ainda eram crianças e ambos trocavam risadas e brincadeiras... Mas o tempo passou, a amizade virou amor e com a recusa dos pais de Laguna e do mercador que não queria perder sua funcionária, Laguna aos 20 anos de idade, assumiu a responsabilidade de criar uma nova vida para eles e em uma noite chuvosa, partiram da cidade de Lahash em direção a um destino incerto, armado com uma espada, arco e flechas, algumas ferramentas de cabos curtos como machadinha entre outros e algumas reservas de alimentos para sobreviverem alguns dias na floresta... Laguna se mostrou verdadeiramente capaz de manter a sobrevivência de ambos e esperava chegar a uma cidade ou vilarejo para lá morarem, porém, em sua jornada de desapego e abandono a uma vida de luxo em prol de seu amor por Raine, eles pegaram carona em carroças enquanto ouviam boatos sobre lendas cada vez mais presentes, criaturas que se alimentavam de humanos e que povoavam as cidades... Foram tantos relatos durante sua fuga que o jovem concluiu que as cidades ou aglomerados de humanos, poderiam ser um forte chamado a tais criaturas se estas realmente existissem, algo como que um rebanho esperando ser atacado pela raposa, ele pensou e acreditou que morando longe de tal tumulto de pessoas, pudessem ficar livres dessa ameaça... Como aos dois, bastava a companhia um do outro e um pouco de esforço, Laguna encontrou um local em meio a uma floresta, passando o vilarejo de Lirajie e onde se observava, não havia marca de acessos humanos... Os dois se olharam, sorriram e lá iniciaram sua vida... Com um abrigo com galhos e folhas para as primeiras noites eles se ajeitaram e com o passar dos dias, com as caças e as árvores derrubadas, iniciaram algo que cinco anos depois se tornou uma cabana e logo ao lado, algo como celeiro, rude, mas funcional... Adquiriram alguns animais como galinhas, vacas, porcos e cavalos, tudo em número de 1 ou 2, para simples sustento da família... Sim, família, pois cinco anos depois da partida da cidade de Lahash veio ao mundo o fruto desse amor... Um menino, que eles batizaram de Lanthys...
Já haviam se passado 3 anos do nascimento de Lanthys, ele embora pequeno, sempre acompanhava seu pai a tudo... A vida era feliz, solitários, tranquilos, sem medo de nada, somente eles a desfrutarem a presença um do outro, mas de quando em vez, algum viajante a pedir abrigo e comida e de novo, as lendas e relatos de criaturas sombrias atacando e matando humanos se tornava mais forte, era considerado tão forte que as pessoas já não andavam mais sozinhas pelas ruas das cidades diziam os viajantes e Laguna se convencia cada vez mais que o isolamento era a melhor segurança... Vivendo na floresta, Laguna desenvolveu algo que Lanthys e Raine consideravam uma habilidade, mas ele dizia ser apenas respeito por outro ser... De alguma forma, ele conseguia com gestos e sons, mesmo que de forma simples e precária, obter entendimento dos animais... Eles pareciam obedecer a coisas simples como se o entendessem e isso fascinava o menino... Certa feita, um leão apareceu do meio da mata... Ele veio, provavelmente em busca de alimento... Laguna fez sinal para que Raine e Lanthys se mantivessem quietos e o pequeno, apesar da ordem do pai, se moveu lentamente e ficou a frente de sua mãe como se a protegesse com seu pequeno corpo... Laguna esperou o silêncio total, o grande leão os observava e Laguna se moveu com graciosidade, apanhou um pedaço de porco que estava a cortar para o jantar e lentamente se aproximou do leão com o pedaço a frente... Ele colocou ao chão, a alguns centímetros da fera, sempre olhando em seus olhos e se afastou, sem deixar de olhar o mesmo... Chegando até Raine e Lanthys, ele os fez ir recuando, sempre encarando a fera e esperaram... O animal pareceu compreender, se abaixou, apanhou o porco e foi para a mata novamente sem qualquer agressividade... Lanthys então caiu de joelhos e começou a chorar, sua mãe Raine o abraçou e seu pai tocou seu rosto e olhou nos olhos lacrimejados dizendo... “ – Tens um coração corajoso e forte como de um leão meu filho... Lembre-se sempre desta tua atitude com orgulho!” Os três ficaram abraçados chorando por algum tempo e a vida prosseguiu... O leão, batizado posteriormente de Moomba, foi visto mais vezes ao redor, mas nunca mais adentrou a propriedade e parecia ter se afeiçoado pelo local e os anos foram se passando, com trabalho, esforço, felicidade... Laguna e Raine educavam Lanthys, afinal Laguna havia estudado, tinha os melhores professores em sua época na cidade e poderia passar esse conhecimento ao pequeno durante seus anos... O rapaz foi crescendo, ajudando o pai na lida da casa, no sustento da família... O garotinho de 3 anos de idade que havia tentado salvar sua mãe contra Moomba, agora tinha 12 anos de idade... E sequer tinha de noção em como seu mundo iria mudar...
Lanthys e Laguna um dia estavam ao lado de fora cortando lenha e sua mãe preparava o jantar... A noite vinha chegando e ambos adentraram a casa sob o chamado de Raine para a refeição, e quando se sentaram a mesa, ouviram o rugido de Moomba... Ele parecia furioso com algo ou alguém... Os corações dispararam... Um som surdo de um impacto muito forte... Laguna rapidamente empunhou sua espada e foi em direção a porta quando a mesma foi empurrada com violência para dentro atingindo Laguna em cheio! Raine rapidamente tentou colocar Lanthys pra debaixo da mesa mas esse se colocou a frente da mãe para protege-la... Um vácuo negro como a noite mais escura, seu corpo atingido com uma força sem igual por algo que parecia uma fumaça e a sensação de voar de encontro a parede sentindo seu corpo se contorcer com o impacto... Ele recupera a visão que estava turva em segundos mas então, tudo que o jovem podia ver, aterrorizado, em total estado de choque, em frações de segundo que pareciam uma eternidade, foi Laguna e sua mãe serem partidos aos pedaços, sangue escorria e saltava para todos os lados em um barulho medonho, assustador, demoníaco até e o jovem, nada pode fazer ou pensar devido a tamanha velocidade que tudo aconteceu... Uma cena de total terror... De repente o silêncio, uma espécie de sombra que se movia, algo que ele não conseguia definir e a mesa voou pelos ares limpando o caminho até Lanthys... Algo de olhos vermelhos, forma indefinida parou onde estava a mesa e avançou com uma mão negra e retorcida em garras contra o jovem que fez menção de se defender, porém a mão agressora com um impacto, voou pelos ares, decepada do braço da criatura, não sem antes abrir um corte fundo e dolorido no rosto do jovem, bem entre seus olhos... Um brilho dourado adentrou a casa e com a velocidade de um raio, aquela sombra se desfez em pedaços tão grotescos e destruídos quanto de seus pais amados, que ele tinha a certeza, estavam agora mortos... Lanthys ficou sem reação e a sua frente, algo que parecia um cavaleiro dourado o observou, não conseguia ver seu rosto, apenas o brilho glorioso e imponente... A última coisa que Lanthys ouviu foi: “ – Perdão menino... Não fui rápido o suficiente para salvar seus pais...” Lanthys então desmaia mergulhando na escuridão de sua falta de consciência...
O garoto acorda de susto e grito por seu pai... Uma fogueira crepita a seus pés... Estavam na floresta próximo a sua casa... Ao seu lado um homem que pede que ele se acalme brilhando os olhos no intenso dourado para que ele soubesse de quem se tratava e logo em seguida, aponta para o leão, há poucos metros dele, deitado os observando... Notava-se um ferimento no felino, estava sangrando, mas não parecia mortal... Lanthys observa ao redor, vê a casa de seus pais e duas coisas próximas de uma árvore grande ao lado da casa que ele não conseguia definir... Ele olha para o homem e pergunta o que havia acontecido... Homem: “ – Tudo aconteceu ontem de noite jovem... Infelizmente o final foi o pior... Está dormindo desde ontem e está sozinho agora rapaz... Se assim quiser ficar...” Lanthys: “ – Meus pais... Mortos... Eu congelei senhor, não fiz nada por eles...” Lanthys aperta as mãos contra seu peito e chora fininho... Homem: “ – Não havia nada que pudesse fazer... Os horrores que essas criaturas trazem não podem ser vencidos facilmente... Mas poderá vencê-los um dia... Se quiser...” Lanthys observa o homem limpando as lágrimas e é visível em seu rosto a pergunta de “como”, mas o homem então aponta para o leão e diz... Homem: “ – Precisamos curar seu amigo primeiro, ele não saiu de perto de você nem um segundo depois que despertou do ataque sofrido, mas não me deixa curá-lo... Pode me ajudar a tratar dele?” Lanthys apenas tinha visto seu pai fazer isso, mas nunca havia feito de verdade, porém, apesar de ser a primeira vez, ele cogitou, se o leão não os havia atacado até agora, ele poderia tentar... Lanthys lentamente foi caminhando até Moomba, secando suas lágrimas e gesticulando em movimentos lentos para que o leão o permitisse se aproximar... Ele toca sua juba e Moomba recosta sua cabeça sobre as pernas do garoto e o homem se aproximou para tratar suas feridas... Tudo levou alguns minutos e Moomba tinha em seu corpo uma espécie de pasta esverdeada sobre cada corte e ferimento de forma que pudesse se recuperar... O homem olha para Lanthys sorrindo e diz “ – Você tem um verdadeiro coração de leão rapaz!” apontando logo em seguida para as formas ao lado da casa próximo a árvore dizendo: Homem: “ – Preciso mostrar-lhe e falar-lhe algo, venha comigo...” Ele se aproxima e Lanthys percebe, as formas são túmulos escavados ao chão com uma madeira na ponta de cada um, um deles com sua espada por sobre o túmulo e o outro com flores campestres... Lanthys olha para o interior da casa, as partes dos corpos não mais estão lá e ele compreende o que era aquilo... Ele se ajoelha e chora... O homem se agacha perto dele e comenta... Homem: “ – Podes continuar a viver aqui, não irei me opor a isso, enfrentastes coisas suficientes nesta noite para ter direito a decidir por si próprio... Ou podes vir comigo e aprender como caçar essas coisas... Impedir que isso aconteça com outras famílias... Com outras crianças... Vingar seus pais... Não será nada fácil, mas se tiver firmeza em sua decisão... Tenho certeza conseguirá...” Lanthys observa sua casa e tudo ao redor como a dizer, o que será da casa de meus pais, isso é tudo que restou deles... O homem o compreende como se lesse sua mente e completa... Homem: “ – Posso conseguir uma família sem lar para viver aqui e cuidar do que é seu, até que possa voltar... Se assim desejar... Seu amigo ali poderá guardar tudo pra você, duvido que alguém o enfrente...” Moomba parece reagir ao comentário e ruge... Lanthys se ergue, enxuga as lágrimas novamente... Ele entra em sua casa, observa tudo novamente... Pega apenas um medalhão com a cabeça de leão, esculpida em madeira que seu pai havia esculpido, coloca ao pescoço, reunindo algumas peças de roupa que tinha dentro de uma manta e então aparece a porta novamente, determinado... O homem se põe em movimento e Lanthys o segue, não sem antes ir até Moomba e lhe dizer... Lanthys: “ – Eu voltarei Moomba, cuide de tudo para nós... Cuide de meu pai e minha mãe...” Lanthys segue sua caminhada atrás do homem que então pergunta seu nome e ele pensando um pouco, sabe que o sobrenome de seu avô nada lhe diz, afinal, eles nem sabem de sua existência e provavelmente nunca saberão das mortes de seu pai e sua mãe... Sua família eram seu pai e sua mãe... E seu pai Laguna, já o havia definido um nome... Lanthys: “ – Meu pai... E agora você... Atribuíram-me o mesmo tom... Não há como pensar de outra forma... Eu serei o coração de leão que meu pai viu em mim... Eu sou Lanthys... Lanthys LionHeart... Senhor!”
Os dois seguem caminho, Lanthys nem sabe contar quanto tempo se passa e então, ele estava em um lugar totalmente desconhecido e sem precedentes para ele... O homem o observa e diz: Homem: “ – Eis sua nova casa Lanthys LionHeart... Aqui te tornarás um Garou e terás o poder e a capacidade de destruir aqueles horrores e impedir que outras crianças passem pelo que passou... Guarde seu pai e sua mãe em seu coração se eles lhe foram boas pessoas e empenhe-se nessa missão! Serei seu guia até que esteja pronto, por isso, conte comigo...”
Lanthys acena com a cabeça, positivamente, e em seus olhos, a cena de seus pais sendo mortos deixou de ser uma cena aterrorizante e passou a ser uma cena motivacional... Aquilo nunca mais iria acontecer com alguém se ele pudesse impedir... Ele iria se dedicar a ser o melhor Garou de todos os tempos e iria caçar essas criaturas, fossem o que fossem, até que a última delas deixasse de existir... E esse sentimento, essa visão, lhe deu a capacidade de enfrentar as doloridas sessões de treinamento físico intenso associado as injeções de algum composto que ele sabia realizar diferença em seus músculos e ossos... Sua alma era trabalhada também, preparada para os horrores que enfrentaria em suas jornadas e ele apesar de muitas vezes urrar de dor, suportava a tudo com determinação, sua meta seria alcançada, ela era justa e seus pais mereciam seu esforço... Seus reflexos e força estavam atingindo pontos nunca sonhados por ele com o passar dos anos e ele se tornava cada vez mais capaz, mais forte, mais determinado e preparado espiritualmente para sua missão...
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